segunda-feira, novembro 16, 2009

UMA TRAGÉDIA POLITICAMENTE CORRETA


No último dia 6 de novembro, o major do Exército dos EUA Malik Nidal Hassan entrou calmamente, como fazia todos os dias, na base militar de Fort Hood, no Texas. Dirigiu-se a uma sala onde estavam vários soldados desarmados. Depois de sentar-se por alguns instantes, subitamente ele sacou duas pistolas semi-automáticas e descarregou-as contra todos os que se encontravam pela frente, gritando "Allahu Akhbar" ("Deus é grande", em árabe). Só parou depois que foi ferido a tiros e dominado por uma policial que, felizmente, estava no local. Mas não antes de ter promovido uma carnificina: 13 mortos, 30 feridos.

Imediatamente, uma gigantesca operação de desinformação e propaganda foi montada nos grandes meios de imprensa. Malik Nidal Hassan, filho de imigrantes palestinos, foi apresentado como um simples desequilibrado mental, embora seja psiquiatra do Exército. Seu ato tresloucado foi mostrado como o resultado do trauma dos relatos de guerra de veteranos que voltavam do Iraque e do Afeganistão que ele atendia e da possibilidade dele, Hassan, ser enviado para combater neste último país. Culpa da guerra, disseram, e muita gente comprou a tese.

No dia seguinte ao massacre no Texas, o noticiário mostrou um outro caso de atirador ensandecido, desta vez na Flórida, que matou uma pessoa ao invadir a empresa da qual fora despedido alguns meses antes. Tentou-se fazer uma conexão entre os dois massacres, que não tiveram nada a ver um com o outro. O objetivo: diluir o caráter evidentemente terrorista do ataque em Fort Hood, mostrando-o não como um atentado islamita, mas como mais um exemplo de insanidade isolada que permeia a sociedade norte-americana, motivado por problemas psicológicos ou por outras razões geralmente levantadas nessas horas, como a "cultura da violência", "a cultura das armas" etc. Enfim, como qualquer outra coisa, menos um atentado terrorista perpetrado por um fundamentalista islamita infiltrado nas Forças Armadas norte-americanas. A isso se somou Barack Hussein Obama, que, em discurso em homenagem aos mortos, repetiu pela enésima vez sua coleção de platitudes sobre o caráter pacífico e tolerante do Islã etc. etc.

Logo alguns fatos interessantes vieram à tona. Descobriu-se, por exemplo, o seguinte:

- Malik Nidal Hassan frequentava uma mesquita na Califórnia cujo imã é acusado de ter ligações com a Al-Qaeda. No dia seguinte ao massacre, o imã, hoje fora dos EUA, louvou em seu blog a matança.

- Malik Nidal Hassan não escondia de ninguém sua oposição às guerras no Iraque e no Afeganistão, pois não queria ser um "muçulmano matando muçulmanos".

- Mensagens de internet mostram Malik Nidal Hassan louvando os terroristas suicidas do Hamas e de outras organizações islamitas como "mártires".

- Malik Nidal Hassan costumava regozijar-se pelos atentados de 11 de setembro de 2001, não fazendo segredo a ninguém de seu antiamericanismo exacerbado.

- Malik Nidal Hassan, 39 anos, é um muçulmano devoto, que inclusive escolheu ficar solteiro, pois não achara, nos EUA, nenhuma mulher capaz de atender aos rígidos preceitos morais do Islã.

- Malik Nidal Hassan chegou a pedir baixa do Exército, mas teve seu pedido recusado.

Diante do que está aí em cima, apenas uma pergunta se impõe: Por que diabos as autoridades norte-americanas não prestaram atenção em Malik Nidal Hassan? Não perceberam que alguém como ele era uma bomba-relógio prestes a explodir? Nem Mr. Magoo faria pior.

Só existe uma resposta possível para tamanha cegueira voluntária e negligência diante do inimigo dentro de casa: o politicamente correto.

Foi a lógica ilógica do politicamente correto, com sua obsessão em apaziguar quem não quer a paz e em ignorar ou minimizar ameaças à liberdade e à democracia, que preparou o terreno para a matança em Fort Hood. E, desconfio cada vez mais, para outros massacres semelhantes ou piores no futuro.

O peso do politicamente correto - que pode ser traduzido, no caso do Islã, como "não fale, não veja, não ouça" - se fez sentir logo após as primeiras notícias de que 13 pessoas haviam sido assassinadas por um atirador louco no Texas. A primeira explicação a surgir na CNN dava conta de que o assassino só fizera o que fizera porque se sentia alvo de "preconceito" por ser muçulmano - preconceito que teria aumentado, passou-se a dizer, depois do 11 de setembro. Grande parte da imprensa, nos EUA e no exterior, endossou essa "explicação" para o massacre: Malik Nidal Hassan fuzilou à queima-roupa 13 inocentes porque era vítima de "preconceito", vejam só... "Preconceito" por ter chamado os terroristas de "mártires" e ter celebrado os atentados contra o World Trade Center. Só faltou botar a culpa nas vítimas, aqueles infiéis imperialistas...

Imaginem o seguinte: um soldado norte-americano perde a cabeça e abre fogo contra um grupo de muçulmanos. Não seria preciso esperar trinta segundos para ouvir a Al-Jazeera dizer que foram os EUA, o Ocidente, a civilização judaico-cristã etc., que cometeu o crime, e que se devem esperar represálias por esse crime. No caso de um fanático muçulmano, que já destilara várias vezes seu ódio ao país que acolheu seus pais e ao qual jurou servir, que dispara contra seus colegas de farda gritando "Allahu Akbar", a situação é bem diferente. As autoridades, longe de responsabilizarem as crenças do criminoso pelo ocorrido, enchem-se de cuidados e pedem cautela para que "não se tirem conclusões precipitadas" sobre a religião do assassino. Conclusões às quais seria fácil chegar: bastaria ter levado a sério as declarações do criminoso e mantê-lo sob monitoramento. Pisando em ovos, as autoridades norte-americanas temem, acima de tudo, melindrar a comunidade muçulmana, ainda que um de seus membros seja um ímã apaixonado por Osama Bin Laden. E o fazem mesmo sabendo que, se tal crime tivesse ocorrido no Irã ou na Arábia Saudita, já teria desencadeado uma jihad contra o Ocidente. É dificil conceber uma fórmula mais perfeita para o suicídio.

O massacre de Fort Hood deveria entrar para a História como um exemplo didático de como a obsessão pela "correção política", por não ferir suscetibilidades étnicas, raciais ou religiosas que tomou conta da política norte-americana, desarma as defesas e prepara o caminho para massacres cada vez mais terríveis promovidos pelos fanáticos islamitas e pelos inimigos da liberdade de todos os tipos. Paralisado pela propaganda politicamente correta, o governo dos EUA ignorou as mensagens inequívocas de ódio religioso que anunciavam um banho de sangue dentro da maior base militar do país. Poucas vezes se viu atentado mais premeditado, mais previsível e mais facilmente evitável. Isso significa que o governo norte-americano deveria reconhecer a negligência e desculpar-se por não ter tomado a tempo medidas de segurança, como pelo menos expulsar Malik Nidal Hassan do Exército, certo? Nada disso. Quando a tragédia finalmente aconteceu, em vez de reconhecer a necessidade de vigilância constante, o governo Obama, secundado pela grande imprensa, apelou mais uma vez para o palavrório oco multiculturalista, com exortações à tolerância para com quem é intolerante.

Se isso é verdade na política interna, é no plano internacional que a capitulação politicamente correta vem fazendo seus maiores estragos. Sob o governo do "negro pós-racial" Obama, os EUA vem substituindo a "guerra ao terror" de George W. Bush por uma atitude de condescendência criminosa para com terroristas e genocidas. Obama não tem feito mais do que se desculpar, diante de inimigos jurados dos EUA como Mahmoud Ahmadinejad, pelos "erros do passado", esperando com isso ganhar sua simpatia e prevenir novos atentados. Sua diplomacia, sobretudo no Oriente Médio, se baseia na seguinte premissa: eles nos odeiam pelo que nós fizemos a eles, não pelo que somos. Como se o terrorismo da Al-Qaeda e do Hamas fosse uma justa reação à política externa "imperialista" norte-americana! Enquanto isso, Ahmadinejad e Kim Jong-il se sentem cada vez mais ousados, deixando o mundo em suspense constante. Não é difícil entender por que Muamar Kadafi disse que Obama é "nosso filho" na ONU.

Desde 2001, os EUA - na verdade, todo o mundo civilizado - estão em guerra contra o terrorismo islamita. Mas é uma guerra que, ao que parece, ninguém, a não ser os terroristas, quer vencer. Do contrário, Obama não se esforçaria tanto em ignorar o que está diante de seus próprios olhos. O mundo ocidental é capaz de pedir desculpas a uma horda de fanáticos assassinos por algumas charges de Maomé, mas se recusa a enxergar fanatismo islamita onde ele se manifesta. Mais: ignora e, em nome da "tolerância" e da "diversidade", faz vista grossa para o terrorismo, a negação total de qualquer tolerância e diversidade. Como diz um velho ditado espanhol: "Cria cuervos que te le comerán los ojos".


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