terça-feira, julho 30, 2013

PROTESTOS, ONTEM E HOJE - EM IMAGENS

A evolução da consciência política do brasileiro no decorrer dos anos...
 
 
Brasil, 1968
 
 
 
Brasil, 1984
 
 
Brasil, 1992
 
 
 
Brasil, 2013



Pois é. O "gigante acordou".
 

quarta-feira, julho 24, 2013

UMA MODESTA PROPOSTA PARA MUDAR O BRASIL



 
A onda de protestos que varreu o Brasil em junho foi vista com perplexidade pelo governo lulodilmista e saudada otimisticamente como o despertar de um "novo Brasil" por muitos analistas. Como já escrevi aqui, tenho motivos para ser cético em relação a esse "novo Brasil" que se está alardeando por aí. Isso porque, entre outras coisas, não vi um foco nos protestos, uma liderança capaz de dar um rumo claro e direcionar a indignação represada durante 11 anos de mandarinato petista para além do oba-oba e do eventual vandalismo.  As manifestações, sem comando e sem objetivos claros, perderam-se numa barafunda de reivindicações as mais difusas e até mesmo estapafúrdias (a começar pelo tal “passe livre”, na verdade uma desculpa de grupelhos de extrema-esquerda e de mentes pré-púberes para brincar de “revolução”), sem Norte e sem conteúdo. Como numa tragédia de Shakespeare, tudo pareceu resumir-se a um espetáculo de som e fúria, significando nada.
 
Apesar de todo o barulho, não se tocou, até agora, no essencial, limitando-se os protestos a palavras de ordem vagas e abstratas, que convidam ao sequestro das manifestações pelo próprio governo e pelos partidos esquerdistas. 
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Um exemplo: quase ninguém se deu conta de que o slogan mais repetido nas manifestações – "mais saúde, mais educação" –, pode significar mais gastança, mais desperdício do dinheiro público, assim como nas obras da Copa. Não por acaso, a maior manifestação popular da História dos EUA ocorreu em 2011 CONTRA a proposta do governo Obama de universalizar o sistema de saúde pública. Mais escolas e mais hospitais (e mais médicos, como quer o governo) significa mais gastos, o que quase sempre quer dizer mais impostos – e mais corrupção. Mas ninguém parece ter percebido isso.
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Outro exemplo: o desencanto com os "partidos" e os "políticos" em geral, sem dar nomes aos bois (quase não se viram cartazes de "Fora Dilma" ou "Lula na cadeia") e "contra tudo isso que está aí". Os brasileiros que foram às ruas manifestaram-se contra todos os partidos, deixando claro que nenhum deles lhes representa. Mas do quê – ou melhor: de quais partidos e políticos – estavam falando exatamente? O que os representa?
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Para tentar colocar alguma ordem nesse caos e nessa confusão mental – que parece ser mesmo a característica principal do País de Macunaíma –, apresento a seguir uma agenda política que, asseguro, se for aplicada vai transformar radicalmente o cenário nacional. Eis minha modesta proposta para mudar o Brasil.
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Trata-se do seguinte. Um partido, ou movimento - o nome pouco importa -, que defenda os seguintes pontos:
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- Livre Mercado – Ou seja: livre iniciativa e meritocracia, e não o "capitalismo de Estado" dos companheiros no poder, o capitalismo estatal ou semi-estatal dos Eikes Batistas financiado pelo BNDES e pela Petrobrás.  Isso que dizer lutar pelo fim dos monopólios, estatais ou de empresas queridinhas do governo, e pela livre concorrência. Em outras palavras: trata-se de implantar, no Brasil, aquilo que se implantou nos EUA e na Inglaterra há uns duzentos anos, e que ainda não deu as caras na terra do patrimonialismo e dos bolsas-famílias: o capitalismo.
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- Redução do Estado – Condição essencial para que exista capitalismo é limitar o papel do Estado ao mínimo indispensável, a fim de não prejudicar a atividade econômica e proporcionar serviços públicos de qualidade onde a ação governamental é imprescindível (segurança, justiça e defesa, por exemplo). Isso passa, necessariamente, pela redução dos impostos e pela utilização mais racional do dinheiro público. Máquina inchada, apadrinhamento, ineficiência e corrupção caminham juntos, como qualquer brasileiro sabe muito bem. (Aí estão 39 ministérios para ilustrar esse fato.)
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- Defesa do Estado de Direito Democrático – Parece óbvio (e é!), mas qualquer partido ou movimento que se preze deve ter na defesa das liberdades democráticas  - de expressão, de crença, de reunião, de imprensa – parte inseparável de seu programa. Isso significa defender o mais possível a não-intervenção do Estado na vida privada do cidadão, a defesa das liberdades individuais contra o Leviatã estatal.
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- Política externa não-ideológica – Embora não seja um assunto popular no Brasil, a diplomacia deve coadunar-se com os princípios acima, distanciando-se da agenda bolivariana e antiamericana que hoje domina o Itamaraty, ditada pelo Foro de São Paulo (o maior tabu político da América Latina nos últimos 23 anos).   
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Aí está. Acredito que ninguém poderá chamar os pontos acima de radicais, ou dizer que eles pecam pela ambição desmedida. Pelo contrário: trata-se  de um programa básico, o mínimo necessário para se construir uma alternativa democrática e liberal aos partidos existentes no País. E, mesmo assim, trata-se de algo absolutamente inédito no Brasil.
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É incrível, mas nenhum – nenhum! – partido político atualmente existente no Brasil pauta sua agenda pelos princípios acima. Há partidos de todos os tipos e para todos os gostos – de esquerda, de ultra-esquerda, fisiológicos, dinheiristas etc. –, mas nenhum, pelo que sei, define-se abertamente como conservador ou liberal, portanto de direita. Esta continua a ser um anátema, enquanto ser de esquerda (ou seja: a favor de ditaduras como a de Cuba, por exemplo) é visto geralmente como algo bom e positivo. Não por acaso, as eleições no Brasil já viraram um samba de uma nota só, com todos falando a mesma linguagem esquerdista ou de Miss, defendendo "mais saúde", "mais educação", "pela vida" (alguém é contra?) etc.
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(A propósito, caro leitor: que país civilizado e democrático não possui pelo menos um partido de direita solidamente estruturado? Que nação democrática possui apenas partidos pertencentes a um lado do espectro ideológico? Poderia responder?)  
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Não me surpreende que a maioria da população brasileira, que é honesta, paga impostos e não quer viver mamando nas tetas do Estado-babá, não se reconheça em nenhum partido existente. É que nenhum deles realmente a representa. E não há nada no horizonte para preencher esse vazio. Daí o povo não saber ao certo contra o quê ou quem protesta.
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Quer mudar o Brasil? Que tal pensar no que está aí em cima, para começar?

quarta-feira, julho 10, 2013

A DIREITA PERMITIDA


por Olavo de Carvalho                                
          
        
O controle sobre o uso do vocabulário público é um dos instrumentos mais eficientes e mais perversos do arsenal criado pela estratégia de Antonio Gramsci para o estabelecimento da hegemonia – o domínio hipnótico das consciências – e a subseqüente tomada do poder pela esquerda revolucionária.

Quando você ouvir dizer que "Direita e esquerda são noções ultrapassadas", repare bem e notará que em geral a frase vem da boca de algum senhor satisfeito e de unhas polidas, que corresponde esquematicamente àquilo que no imaginário comunista constitui um "burguês". Ela é, com efeito, um lugar-comum da "direita". Pelo menos um esquerdista contumaz diria que o é -- e eu não hesitaria em lhe dar razão, com a ressalva de que aí não se trata da direita em geral, da direita essencial que se encarnou historicamente em Edmund Burke, em Disraeli, em Aléxis de Tocqueville, em T. S. Eliot ou em João Camilo de Oliveira Torres, mas de uma direita muito específica, localizada e até peculiar: a direita brasileira de hoje, constituída inteiramente de senhores satisfeitos e de unhas polidas, cuja única preocupação na vida, além de absorver rios de dinheiro para engordar e dispender rios de dinheiro para emagrecer, é precisamente não se preocupar com nada.
 
Além de poder ser facilmente identificado pela mencionada palavra-de-passe, o membro dessa facção ideológica assinala-se também por autodenominar-se "centro", um termo cuja exatidão se pode aferir matematicamente pela equidistância do seu umbigo a qualquer ponto da majestosa circunferência abdominal que delimita, por assim dizer, a sua substância espiritual.
 
Se, munido desses dois indícios, o leitor ainda tiver alguma dificuldade para distinguir o tipo, há um terceiro critério, que não falha: o componente desse partido notabiliza-se pela absoluta inexistência, no seu ser consciente, de qualquer conflito entre a tranquilidade soberana com que ele nos assegura que o comunismo morreu e a solicitude temerosa com que busca aplacar as exigências do falecido mediante polpudos cheques para projetos educacionais de doutrinação esquerdista, para a campanha do PT, para prêmios culturais dados aos ídolos da esquerda.
 
Visto da esquerda, esse é o direitista ideal, o direitista que os comunistas pediram – ou pediriam, se fossem crentes -- a Deus. Além de alimentar com sua conta bancária os empreendimentos da revolução em marcha e protegê-los sob o manto de invisibilidade das almas do outro mundo, ele ainda consente em oferecer sua própria pessoa como máximo exemplo comprobatório do argumento comunista, desempenhando de bom grado o papel do gorducho fominha, a imagem didática do burguês enfatuado, egoísta e interesseiro, que o doutrinador marxista pode, com a certeza do fácil sucesso oratório, exibir a boquiabertos militantes como protótipo do inimigo odioso e desprezível a ser varrido da face da terra pela revolução salvadora.
 
Outra vantagem indiscutível que a rotunda presença desse personagem na ala direita do palco oferece aos ocupantes da ala contrária é que, uma vez identificado o seu perfil com o da direita enquanto tal, qualquer direitista um pouco diferente dele que se apresente, por exemplo, um direitista honrado, cheio de idéias, que prefira antes defender valores morais do que representar alegremente o papel do palhaço da história, acabará parecendo um tipo estranho, não terá como ser catalogado e facilmente será expelido para o domínio do anormal, do inaceitável, do absurdo. Não havendo nome específico para isso no vocabulário corrente, o jeito será apelar à ampliação quantitativa e carimbá-lo: "Extrema-direita". Hoje em dia, com efeito, basta você dizer qualquer coisa que saia dos lugares-comuns da direita gorda sonsa, basta você fazer qualquer crítica mais séria ao discurso dominante – basta você dizer, por exemplo, que ser "gay" não é tão valioso quanto ser santo --, e pronto: todos respondem que você é o Le Pen em pessoa, se não Benito Mussolini ou Adolf Hitler. Não estou caricaturando: estou descrevendo coisas que se passam todos os dias nos jornais e nas universidades.
 
Eis então a direita reduzida à opção entre fazer o papel de bode expiatório ou ser chamada de fascista, de nazista, de virtual assassina de negros, índios e judeus (embora ela esteja repleta de judeus, negros e descendentes de índios). Como ninguém quer fazer esse papel vexaminoso, todos se apressam em vestir seu uniforme de gorduchos fominhas e a sair repetindo pelas ruas: "Sou de centro! Sou de centro!"
 
Aí a esquerda deixa você existir: o gorducho, afinal, está aí apenas para ser roubado, cuspido e ainda acusado de corrupção. Qualquer direita que não caiba nesse modelo é nazismo.
 
O próprio termo "direita" foi tão criminalizado, que hoje um brasileiro, viajando pela Europa, se surpreende ante a tranqüilidade com que um Paul Johnson, um Roger Scruton se apresentam como direitistas e na platéia ninguém tem chilique, nem os confunde com Le Pen. Sim, na Europa a direita se mostra e não é considerada pornográfica. No Brasil, quando ela aparece, as mães cobrem os olhos de seus filhos.
 
O controle sobre o uso do vocabulário público é um dos instrumentos mais eficientes e mais perversos do arsenal criado pela estratégia de Antonio Gramsci para o estabelecimento da hegemonia – o domínio hipnótico das consciências – e a subseqüente tomada do poder pela esquerda revolucionária.
 
Uma direita inerme e caricatural que não ousa dizer seu nome, uma direita incapaz de escolher seu próprio destino, uma direita condenada a desempenhar os papéis ora ridículos ora odiosos que seus inimigos lhe designaram, é o produto mais típico da hegemonia esquerdista triunfante.
 
Publicado no jornal Zero Hora, de Porto Alegre, em de julho de 2000.

sábado, julho 06, 2013

NOTAS SOBRE UMA "REVOLUÇÃO" IMAGINÁRIA (6)

 
Não acharam ainda o caminho. Mas valeu pela imagem.
 
 
Eu não sei o que admirar mais no governo (rá!) de Dilma Duchefe: o impressionante crescimento do PIB, a independência que demonstra em relação a seu criador, seus discursos sempre tão coerentes e feitos em um Português impecável ou a eficientíssima coordenação entre ela e os demais membros do governo (rará!). A ideia do plebiscito-que-foi-não-foi-mas-acabou-sendo é uma prova insofismável de que o atual governo (??!!) é mesmo a cara dela. Pena que incompetência não se resolve com penteado e botox...
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Conforme esperado, o tal plebiscito proposto por Dilma, Mercadante “et caterva” foi pro saco. E agora, o que o governo do Poste Sem Luz vai propor para tentar desviar a atenção dos brasileiros? Eis algumas sugestões:
 
- Convocar um plebiscito sobre a mudança do nome do País para "Bananalândia" ou "República Cumpanhêra (sic) do Brasil".
 
- Outro plebiscito para decidir o que fazer com os estádios/elefantes brancos superfaturados depois da Copa.
 
- Promover uma campanha para que Lula seja eleito para a Academia Brasileira de Letras.
 
- Convidar 6 mil especialistas em direitos humanos de Cuba e da Coréia do Norte.
 
- Realizar um referendo sobre o “controle social da mídia”.
 
- Criar uma Comissão da Verdade para investigar por que quem se gaba de ter resistido à tortura fugiu de uma vaia no Maracanã.
 
- Colocar a PF para tentar descobrir o paradeiro de Lula da Silva.
 
- Encomendar um estudo acadêmico, encabeçado por Emir Sader e Marilena Chauí, sobre o por quê do silêncio ensurdecedor do Apedeuta.
 
- Solicitar a Paulo Henrique Amorim, à TV do “Bispo” e ao pessoal da Carta Capital uma série de artigos e reportagens enaltecendo as conquistas do governo, como a ressurreição política de Collor e Maluf e a classe média de 500 reais, e “denunciando” os protestos como uma conspiração das elites e da mídia.
 
- Pedir ao povo para fazer uma vaquinha para ajudar o Eike Batista, com assessoria do vidente Guido Mantega e do BNDES.
 
- Um referendo para decidir sobre o "passe livre" nos aviões da FAB para parlamentares e seus parentes assistirem aos jogos da seleção.
 
- Conclamar os blogueiros progressistas pagos com dinheiro estatal para inundar as redes sociais com mensagens de louvor ao PT e ao Bolsa-Família e falando mal do FHC.
 
- Chamar o pessoal do MPL, da UNE, da CUT e do movimento LGBT para gritar "abaixo a cura gay" e "Fora Feliciano".
 
- Mudar o corte de cabelo.
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Do blog de Reinaldo Azevedo, que os esquerdinhas adoram odiar: "O governo está mais perdido do que cachorro caído de mudança no meio de um protesto contra… tudo isso que está aí!" Disse tudo!
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E o "passe livre" chegou aos avioes da FAB. Que o digam Henrique Alves e Renan Calheiros...
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Bastaram alguns dias de protesto para que o presidente do Egito, Mohammed Mursi, virasse suco. Já no Brasil, há mais de três semanas o povo sai às ruas e… nada. Por que a diferença? Tenho um palpite: é que, no Egito, a palavra de ordem era "Fora Mursi"; já em Banânia é "Por um Brasil melhor"... Fui muito sutil?
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Deixa eu ver se entendi...
 
- Em um movimento sem precedentes na História, milhões saem às ruas e páram o Brasil, protestando contra a corrupcão, os gastos na Copa, por melhores transportes públicos, mais saúde, mais educação, mais segurança etc.;
 
- Em vez de ouvir esses anseios, o governo de Dilma Duchefe propõe um plebiscito sobre "reforma política" que não estava na pauta de reivindicações, que ninguém entende e que, além de inviável, é claramente INCONSTITUCIONAL (ou seja: tem cara, jeito e cheiro de GOLPE);
 
- O que estão esperando para pedir o IMPEACHMENT? ...
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“Art. 3o Nas questões de relevância nacional, de competência do Poder Legislativo ou do Poder Executivo, e no caso do § 3o do art. 18 da Constituição Federal, o plebiscito e o referendo são convocados mediante decreto legislativo, por proposta de um terço, no mínimo, dos membros que compõem qualquer das Casas do Congresso Nacional, de conformidade com esta Lei.” - Lei 9.709/98.
 
Alguma dúvida de que a proposta de dona Dilma de convocar um plebiscito é GOLPE?
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As últimas três semanas me deram mais motivos para assinar embaixo da frase:
 
- O único "movimento de massas" que me interessa é o de uma panela de macarrão. (Gustavo Bezerra)

terça-feira, julho 02, 2013

O MELHOR MOMENTO DA COPA DAS CONFEDERAÇÕES

Os gols de Fred? Os dribles de Neymar? O tetra do Brasil? O hino cantado pela galera? Nada disso. O momento da recém-finda Copa das Confederações que entrará para a História foi o que segue:

 

E Dilma não foi à decisão entre Brasil e Espanha. Fica a pergunta: quem disse ter resistido a 22 dias de tortura durante a ditadura militar não tem coragem de encarar 2 minutos de vaia no Maracanã? Vaia é pior do que tortura?
 
Perguntar não ofende...