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domingo, novembro 17, 2013

Marcola e Fernandinho Beira-Mar prestam solidariedade aos mensaleiros e se declaram presos políticos

 
O ex-ministro José Dirceu e o deputado federal José Genoíno, que tiveram a prisão decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 15 de novembro por seu envolvimento no escândalo do Mensalão em 2005, receberam um apoio de peso. Inspirados pelo exemplo dos petistas, que se declararam "presos políticos", os líderes das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, Marcos Willians Herbas Camacho (vulgo Marcola) e Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, Luiz Fernando da Costa (o Fernandinho Beira-Mar), presos desde 2001, lançaram hoje, dia 17, um manifesto no qual protestam de forma veemente contra a "forma arbitrária e antidemocrática" com que foram condenados, e se declaram, também, presos políticos.

No manifesto - chamado de "salve" na gíria criminal -, Marcola e Beira-Mar expressam total apoio e solidariedade aos doze condenados cujos mandados de prisão foram expedidos na última sexta-feira. Não foram poupadas palavras duras ao ministro do STF Joaquim Barbosa, que decretou a prisão imediata dos acusados: "negro traidor" e "capitão-do-mato a serviço da elite conservadora" são alguns adjetivos assacados contra Barbosa. O manifesto também acusa a "mídia burguesa" e os "interesses capitalistas" pelas detenções. "Nesse momento difícil que os manos companheiros presos políticos Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio, Valério, Pizzolato e outros estão atravessando, queremos mandar um salve e manifestar todo nosso apoio e solidariedade. Também nos consideramos presos políticos", afirma o texto do manifesto. "Assim como vocês, somos vítimas inocentes do sistema, punidos injustamente e sem provas por termos lutado por um mundo melhor, mais justo, fraterno e solidário". 
 
A nota louva ainda Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, e Genoíno, ex-presidente nacional do PT, chamando-os de "heróis da luta pela democracia" e "guerreiros do povo brasileiro". Quanto a Dirceu, o texto credita sua prisão a uma "perseguição das forças reacionárias que dominam há quinhentos anos este país" e à "inveja da elite". Esta não se conformaria, segundo o texto, em consumir apenas vinhos nacionais e de segunda categoria, "mordendo-se de inveja por não poder, como Dirceu, desfrutar um Romané Conti de 2 mil reais a garrafa todo café da manhã".
 
O manifesto contesta a legitimidade das prisões e finaliza, de forma desafiadora:  "Não poderão prender nossas consciências. Abaixo o sistema! Liberdade para os presos políticos! Viva o PT!"
 
Procurado por nossa reportagem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra de férias em Cuba, declarou por sua assessoria que não irá comentar a nota-manifesto dos dois líderes criminosos. Entretanto, afirmou que considera os petistas encarcerados "presos de consciência" e "vítimas de um julgamento de exceção". "É triste ver os cumpanhêro (sic) Dirceu e Genuíno ser preso desse jeito", lamentou o ex-presidente. E acrescentou, lembrando visita presidencial dele à ilha em 2010: "Eles (os petistas presos) são os único prêsu políticu (sic) da América Latina, hoje. Os daqui de Cuba é tudo (sic) bandido comum". 

Do lado de fora das penitenciárias de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP) e de Catanduvas (PR), onde Marcola e Beira-Mar, respectivamente, cumprem pena por tráfico de drogas, assalto, sequestro e homicídio, um grupo de militantes e simpatizantes está desde ontem em vigília, defendendo a inocência dos acusados.

domingo, fevereiro 17, 2013

PETISTAS OTÁRIOS

Este não é um blog de humor, embora às vezes alguns leitores se esforcem para que ele o seja. Um anônimo, por exemplo, ficou mordido por causa do que escrevi em meu post QUERO SER PETISTA. E acabou aumentando a lista das piadas que seguem a linha "humor involuntário" (também conhecido como "vergonha alheia").
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Vejam o que ele escreveu, na língua que desconfio ser o Português (língua de petista, enfim):
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É uma injustiça o que vocÊ postou, agride a todos os petistas, não foi um petistas que roubaram dinheiro foram pessoas que se aproveitaram do seu cargo, independente do partido. o que mais me anojou é vc dizer que ser petista é um bom negocio, eu sou petista pelos ideais aos quais luto e não por dinheiro porque nunca recebi R$1,00 do governo e nem quero. não somos todos iguais.
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Realmente, fico na dúvida sobre o que mais me enojou - e não "anojou", como está aí em cima, quero crer que num erro de digitação (estou sendo bonzinho...) -: se a idéia mixuruca de que foram "pessoas que se aproveitaram do seu cargo, independente do partido" (e o Mensalão existiria sem o PT?), ou se a insistência, quero crer que sincera, de que alguém seja petista "pelos ideais aos quais (sic) luto"... (que nobre ideal moveria o partido de Lula e Zé Dirceu? O enriquecimento próprio em nome dos trabalhadores? O apoio a figuras como Collor e Maluf em nome da ética na política?).
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Mas tudo bem, vou dar um desconto. Admito que cometi uma injustiça, como diz o caro leitor. É verdade, há petistas e petistas: há os espertalhões, como Lula e Zé Dirceu, e há os idiotas. Os primeiros estão na cúpula do partido, e se locupletaram nos últimos dez anos em todo tipo de negociata. Os segundos geralmente são os militantes da chamada "base", a arraia-miúda. Estes são perfeitos otários, pois continuam a acreditar que um partido que transformou a corrupção numa forma de arte ainda teria algum "ideal" pelo qual lutar. Em geral, até reconhecem que o Mensalão existiu - até porque o STF, diante da abundância de provas, já condenou os mensaleiros e a tese da "conspiração das elites e da mídia", por totalmente ridícula e ofensiva à inteligência, não colou -, mas vêem esse e outros escândalos como meros "desvios de conduta" de um partido que teria a marca original da pureza e da santidade. Como se o fato de TODA A CÚPULA do PT ter caído por causa das denúncias não fizesse qualquer diferença... É o caso do rapaz (ou da moça) aí em cima.
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Certa vez, Nelson Rodrigues escreveu que havia dois tipos de stalinista: o stalinista puro, que defendia abertamente o terror político, muitas vezes de forma cínica, por oportunismo, e o crente sincero no comunismo, que ele admitia que existisse. Não importa, ele dizia, este último também é stalinista, ainda que não o saiba. Talvez até mais stalinista do que Stálin, pois sua crença ideológica está alicerçada na mais completa ignorância, na idiotice mais escancarada.
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Assim ocorre também com os petistas. Nem todos se beneficiam da corrupção - um dos articuladores do esquema do Mensalão, José Genoíno, por exemplo, vangloria-se de morar numa casa modesta na periferia de São Paulo, e isso não o torna menos petralha. Pelo contrário: apenas confirma o padrão dos partidos de esquerda, mistos de máfia e seita religiosa. Do mesmo modo que fiéis incautos sustentam o fausto de pastores espertalhões, os militantes petistas bancam a farra dos delúbios e dirceus. Não é por acaso, aliás, que o PT se aliou à Igreja Universal do Reino de Deus: o PT é a Igreja Universal da política, assim como a Igreja Universal é o PT da religião. Ainda que não receba um Real dos cofres públicos, o militante petista é cúmplice do maior escândalo de corrupção da História do Brasil. Cumplicidade agravada pela completa estultice.
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Outro exemplo: o sujeito que, tendo militado durante anos no PT e dedicado a ele parte significativa de sua vida, decide romper com o partido, pois este, atolado na corrupção e em alianças espúrias, teria se afastado de seus ideais de origem e não seria mais, portanto, "de esquerda". Surge, assim, um outro partido, clamando pela "volta às origens" (que são também as da corrupção)... E assim o ciclo se renova e se repete, ad infinitum. É também uma forma de petismo.  O petismo é auto-renovável e imune aos fatos. Daí porque ser petista continua a ser um excelente negócio.
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Qualquer criança sabe que, para cada malandro, há milhares de otários. O PT é uma prova disso. Não é preciso ser um Lula ou um Zé Dirceu para avalizar a roubalheira dos petralhas. Para tanto, basta ser idiota. Basta ser petista.   

quarta-feira, janeiro 02, 2013

A DÉCADA PERDIDA – POR MARCO ANTONIO VILLA

A década perdida

31 de dezembro de 2012
MARCO ANTONIO VILLA - O Estado de S.Paulo

A eleição de Luiz Inácio Lula da Silva em 2002 foi recebida como um conto de fadas. O País estaria pagando uma dívida social. E o recebedor era um operário.

Operário que tinha somente uma década de trabalho fabril, pois aos 28 anos de idade deu adeus, para sempre, à fábrica. Virou um burocrata sindical. Mesmo assim, de 1972 a 2002 - entre a entrada na diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo e a eleição presidencial -, portanto, durante 30 anos, usou e abusou do figurino do operário, trabalhador, sofrido. E pior, encontrou respaldo e legitimação por parte da intelectualidade tupiniquim, sempre com um sentimento de culpa não resolvido.

A posse - parte dos gastos paga pelo esquema do pré-mensalão, de acordo com depoimento de Marcos Valério ao Ministério Público - foi uma consagração. Logo a fantasia cedeu lugar à realidade. A mediocridade da gestão era visível. Como a proposta de governo - chamar de projeto seria um exagero - era inexequível, resolveram manter a economia no mesmo rumo, o que foi reforçado no momento da alta internacional no preço das commodities.

Quando veio a crise internacional, no final de 2008, sem capacidade gerencial e criatividade econômica, abriram o baú da História, procurando encontrar soluções do século 20 para questões do século 21. O velho Estado reapareceu e distribuiu prebendas aos seus favoritos, a sempre voraz burguesia de rapina, tão brasileira como a jabuticaba. Evidentemente que só poderia dar errado. Errado se pensarmos no futuro do País. Quando se esgotou o ciclo de crescimento mundial - como em tantas outras vezes nos últimos três séculos -, o governo ficou, como está até hoje, buscando desesperadamente algum caminho. Sem perder de vista, claro, a eleição de 2014, pois tudo gira em torno da permanência no poder por mais um longo tempo, como profetizou recentemente o sentenciado José Dirceu.

Os bancos e as empresas estatais foram usados como instrumentos de política partidária, em correias de transmissão, para o que chamou o ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, de "projeto criminoso de poder", quando do julgamento do mensalão. Os cargos de direção foram loteados entre as diferentes tendências do Partido dos Trabalhadores (PT) e o restante foi entregue à saciedade dos partidos da base aliada no Congresso Nacional. O PT transformou o patrimônio nacional, construído durante décadas, em moeda para obter recursos partidários e pessoais, como ficou demonstrado em vários escândalos durante a década.

O PT era considerado uma novidade na política brasileira. A "novidade" deu vida nova às oligarquias. É muito difícil encontrar nos últimos 50 anos um período tão longo de poder em que os velhos oligarcas tiveram tanto poder como agora. Usaram e abusaram dos recursos públicos e transformaram seus Estados em domínios familiares perpétuos. Esse congelamento da política é o maior obstáculo ao crescimento econômico e ao enfrentamento dos problemas sociais tão conhecidos de todos.

Não será tarefa fácil retirar o PT do poder. Foi criado um sólido bloco de sustentação que - enquanto a economia permitir - satisfaz o topo e a base da pirâmide. Na base, com os programas assistenciais que petrificam a miséria, mas garantem apoio político e algum tipo de satisfação econômica aos que vivem na pobreza absoluta. No topo, atendendo ao grande capital com uma política de cofres abertos, em que tudo pode, basta ser amigo do rei - a rainha é secundária.

A incapacidade da oposição de cumprir o seu papel facilitou em muito o domínio petista. Deu até um grau de eficiência política que o PT nunca teve. E o ano de 2005 foi o ponto de inflexão, quando a oposição, em meio ao escândalo do mensalão, e com a popularidade de Lula atingindo seu nível mais baixo, se omitiu, temendo perturbar a "paz social". Seu principal líder, Fernando Henrique Cardoso, disse que Lula já estava derrotado e bastaria levá-lo nas cordas até o ano seguinte para vencê-lo facilmente nas urnas. Como de hábito, a análise estava absolutamente equivocada. E a tragédia que vivemos é, em grande parte, devida a esse grave erro de 2005. Mas, apesar da oposição digna de uma ópera-bufa, os eleitores nunca deram ao PT, nas eleições presidenciais, uma vitória no primeiro turno.

O PT não esconde o que deseja. Sua direção partidária já ordenou aos milicianos que devem concentrar os seus ataques na imprensa e no Poder Judiciário. São os únicos obstáculos que ainda encontram pelo caminho. E até com ameaças diretas, como a feita na mensagem natalina - natalina, leitores! - de Gilberto Carvalho - ex-seminarista, registre-se - de que "o bicho vai pegar". A tarefa para 2013 é impor na agenda política o controle social da mídia e do Judiciário. Sabem que não será tarefa fácil, porém a simples ameaça pode-se transformar em instrumento de coação. O PT tem ódio das liberdades democráticas. Sabe que elas são o único obstáculo para o seu "projeto histórico". E eles não vão perdoar jamais que a direção petista de 2002 esteja hoje condenada à cadeia.

A década petista terminou. E nada melhor para ilustrar o fracasso do que o crescimento do produto interno bruto (PIB) de 1%. Foi uma década perdida. Não para os petistas e seus acólitos, claro. Estes enriqueceram, buscaram algum refinamento material e até ficaram "chiques", como a Rosemary Nóvoa de Noronha, sua melhor tradução. Mas o Brasil perdeu.

Poderíamos ter avançado melhorando a gestão pública e enfrentado com eficiência os nossos velhos problemas sociais, aqueles que os marqueteiros exploram a cada dois anos nos períodos eleitorais. Quase nada foi feito - basta citar a tragédia do saneamento básico ou os milhões de analfabetos.

Mas se estagnamos, outros países avançaram. E o Brasil continua a ser, como dizia Monteiro Lobato, "essa coisa inerme e enorme".

MARCO ANTONIO VILLA É HISTORIADOR E PROFESSOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS (UFCAR)

domingo, novembro 04, 2012

RECORDAR É VIVER

O que vai a seguir é uma seleção de vídeos sobre a maior farsa da História política do Brasil, um cidadão que há quase quatro décadas frequenta o noticiário. Trata-se de uma modesta contribuição minha à preservação da memória nacional. Nela, pretendo lembrar aos brasileiros desmemoriados o que dizia há alguns anos e quem é um estranho personagem que fez sua carreira denegrindo e atacando adversários e se dizendo o único verdadeiro representante do bom, do belo e do justo abaixo da linha do Equador.

Acometidos de estranha amnésia, muitos eleitores parecem ter esquecido completamente de quem se trata. Faço questão, portanto, de lembrar-lhes esse fato, mediante as próprias palavras do personagem. Aquele que Celso Amorim chama de "nosso guia" e que muitos consideram um "gênio".
 
Sobre o bolsa-família:
 

Sobre o Real (e Collor):

Sobre a prisão, em 1980 (ele recebeu uma indenização do Estado por isso):


Sobre o aquecimento global (uma aula de geografia):


Sobre o Mensalão:


Sobre os Sarney:


Sobre si mesmo (ao falar de outros políticos):

segunda-feira, outubro 22, 2012

JOAQUIM BARBOSA E O RACISMO PETISTA

Quando Lula nomeou Joaquim Barbosa para ser ministro do STF, o PT acreditava que ele, por ser negro, estaria afirmando as políticas raciais do governo e que seria, ao mesmo tempo, um instrumento dócil a serviço do projeto de poder lulopetista.

Agora que o julgamento do Mensalão mostrou que Joaquim Barbosa, ao contrário do que esperava o PT, é um juiz de verdade, e não um militante, os petistas estão furiosos com ele. Isso porque acreditam que, por o terem "colocado lá", ele lhes deve favores. E o estão cobrindo de insultos e ofensas racistas na internet.

Trocando em miúdos: quando Joaquim Barbosa foi nomeado, era o "primeiro ministro negro do STF". Agora, é o "negro traidor", pois se recusou a fazer o papel de jagunço do lulopetismo.

Conclusão1: Assim como fizeram no Congresso com o Mensalão, os petistas tentaram acabrestar o STF. Desta vez, com a arma racial. Mas quebraram a cara.

Conclusão2: Negro bom, para os petistas, é negro que dá a pata.

Ou seja: além de CORRUPTOS, são RACISTAS.

Sem mais, meritíssimo.
***
Em tempo, que fique claro: Joaquim Barbosa merece meu respeito e meu aplauso. Mas não o vejo como um "herói". Não é herói quem simplesmente cumpre seu dever. E ao mandar os mensaleiros para a cadeia os juízes do STF estáo cumprindo suas funções. Nada mais do que isso.

Essa mania dos brasileiros de aclamar heróis de tempos em tempos, seja na política, seja no esporte, é reveladora de um traço cultural nosso, um certo messianismo, um caudilhismo - e, nesse caso, da fragilidade institucional do país. A frase é verdadeira: triste do país que precisa de heróis.

Além disso, Joaquim Barbosa é merecedor de respeito por seu passado, não porque é negro e "veio de baixo", mas porque soube superar as dificuldades e estudou para ser o que é - ao contrário de um certo Apedeuta, que, ao contrário da lenda, não o fez porque não quis. Mesmo assim, muita gente, branca, negra ou cor-de-rosa, veio da pobreza e delas eu não compraria um carro usado. Origem pobre e cor da pele não são atestados de honestidade. Aliás, não são atestados de nada.

Não gosto de heróis. O Brasil não precisa deles, sejam falsos ou verdadeiros. Só precisa que se cumpra a lei. E de vergonha na cara. Já seria de bom tamanho.

domingo, outubro 07, 2012

PERGUNTAR NÃO OFENDE...

Luiz Inácio Lula da Silva chefiou o maior esquema de corrupção da História do Brasil - a condenação dos mensaleiros no STF tornou esse fato inegável e impossível de esconder. Marcos Valério e o advogado de Roberto Jefferson deixaram claro que ele, Lula, não somente sabia de tudo como foi o chefe da quadrilha - José Dirceu, José Genoíno e Delúbio Soares foram apenas os executores, paus-mandados a seu serviço.

Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto esteve na Presidência da República, afrontou acintosamente, e de forma quase diária, a Justiça, ao descumprir inúmeras vezes a legislação eleitoral, usando e abusando da máquina do Estado para fazer campanha para seus apaniguados. 

Luiz Inácio Lula da Silva recebeu do representante das FARC no Brasil, segundo denúncia da revista VEJA (jamais refutada), oferta de 5 milhões de dólares para sua campanha à Presidência em 2002. Três anos depois, a mesma revista denunciou a doação ilegal de dinheiro da ditadura comunista de Cuba para sua campanha. Novamente, não foi refutada. 

Luiz Inácio Lula da Silva foi o presidente mais pró-ditaduras que o Brasil já teve, tendo escarnecido dos direitos humanos em países como o Irã, chegando ao ponto de devolver refugiados cubanos para a ilha-prisão, enquanto acolheu terroristas como Cesare Battisti. Juntamente com Hugo Chávez, Lula interveio abertamente nos negócios internos de Honduras e do Paraguai, patrocinando, nesses dois países, tentativas de golpe (enquanto chamava de golpistas os que tinham aplicado a lei). Violou, assim, a Constituição Federal, que determina expressamente que as relações internacionais do Brasil devem guiar-se pelo respeito aos direitos humanos, à paz e à soberania dos povos.

Luiz Inácio Lula da Silva estuprou a Constituição diversas vezes, ao tentar impor a censura aos meios de comunicação de forma sub-reptícia (o "controle social da mídia"), e inclusive tendo expulsado - contra a Lei - um jornalista estrangeiro por não ter gostado do teor de matéria por ele escrita (na ocasião, declarou em alto e bom som: "Foda-se a Constituição!").

Luiz Inácio Lula da Silva fez tudo para abafar o caso do assassinato em 2002 do prefeito de Santo André, Celso Daniel, que seria o coordenador de sua campanha à Presidência naquele ano. Seu chefe da Casa Civil, Gilberto Carvalho, está diretamente envolvido no caso.

Luiz Inácio Lula da Silva usou e abusou de suas prerrogativas presidenciais para favorecer amigos e correligionários, inclusive parentes, como seu filho Lulinha, que desde que o pai chegou ao poder passou de monitor de zoológico com salário de 600 reais por mês a dono de empresa milionária associada à antiga Telemar (coincidentemente ou não, depois que esta foi vendida em transação patrocinada pelo pai-presidente). 

Luiz Inácio Lula da Silva tentou chantagear um ministro do STF, tentando obter com isso o adiamento do julgamento do mensalão.

Luiz Inácio Lula da Silva, segundo documentos divulgados pelo Wikileaks, tentou extorquir dinheiro dos fabricantes do avião Rafale, na concorrência aberta pela FAB para adquirir novos jatos militares. A comissão que receberia pelo serviço seria sua "aposentadoria".   

Diante dos fatos acima - apenas uma amostra, pois há mais -, fica a pergunta:

POR QUE LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA NÃO ESTÁ NA CADEIA? (Ou, pelo menos, respondendo a processo penal?)

Com a palavra, os senhores procuradores do Ministério Público.

quarta-feira, setembro 26, 2012

LULA: O COMEÇO DO FIM

 
"Este não é o fim, e pode mesmo não ser o começo do fim, mas é, certamente, o fim do começo". - Winston Churchill
 
O Brasil está mudando. E para melhor.
 
Alguns fatos apontam para essa conclusão otimista. Primeiro, o julgamento do mensalão, que começou morno e que parecia caminhar para terminar em pizza, parece que é para valer. Apesar da ausência inexplicável no banco dos réus do capo di tutti cappi, e de algumas questões mal resolvidas (como os constantes arranca-rabos entre Joaquim Barbosa e Ricardo Lewandowski), as condenações, bem ou mal, estão saindo. Caiu por terra, assim, de forma acachapante, a tese defendida há sete anos por Lula e seus asseclas, segundo a qual o mensalão não existiu (ou foi uma "conspiração das elites e da mídia golpista" etc.). É algo positivo, sem dúvida. Ao que parece, o Brasil está aproveitando a chance de deixar de ser o país da impunidade.
 
Outro fato positivo, e simbolicamente mais importante, foi a recusa de alguns partidos da base aliada do governo de referendar uma nota a favor do ex-presidente - e enfatizo aqui o "ex-presidente", porque parece que ele não entendeu que não é mais presidente da República - Luiz Inácio Lula da Silva contra as acusações de Marcos Valério, feitas à revista VEJA, de que ele, Lula, não só sabia, como foi o mentor e chefe do esquema do mensalão. A nota, denunciaram os líderes de alguns partidos aliados, foi-lhes arrancada à base da coação pelo presidente do PT, Rui Falcão.
 
Não sei se vocês perceberam, mas o que está descrito aí em cima é algo absolutamente inédito: pela primeira vez em dez anos, e mesmo antes, um grupo de políticos (ainda por cima, aliados) recusou-se a fazer o papel de aduladores do Apedeuta. Pela primeira vez desde que este apareceu na vida política nacional, há mais de trinta anos, políticos aliados se negaram a bajulá-lo. Depois de décadas sendo sistematicamente paparicado, incensado, endeusado por legiões de políticos, artistas e intelectuais, Luiz Inácio Lula da Silva teve de ouvir um "não" como resposta. Não é pouca coisa.
 
Não é segredo para ninguém que o culto da personalidade de Lula já atingiu níveis realmente stalinianos, superando mesmo o de Getúlio Vargas na época da ditadura estadonovista. Em vários textos, escrevi sobre isso. É algo inseparável da criação de seu mito político, que se alimenta tão-somente de um misto de esquerdismo inercial e complexo de culpa das elites (já falo sobre isso). Agora, ao que tudo indica esse mito começa a desbotar, gerações de vigaristas ou de idiotas bem-intencionados estão vendo, finalmente, que o ídolo tem pés de barro. O reizinho está ficando nu. 
 
De vez em quando ouço alguém dizer, como que justificando para si mesmo o fato de se ter deixado enganar por tanto tempo: "Lula é um gênio". Comparam-no, assim, a um Einstein, um Newton, um Galileu. Um gênio instintivo, um gênio da política etc. etc. Ora essa! Nada mais equivocado e, diria mesmo, nada mais cretino. Dizer que Lula é um gênio é uma forma de alimentar o culto da personalidade criado em torno do Filho do Barril. É um insulto aos verdadeiros gênios, e é uma maneira de isentar-se de culpa pela construção do mito, a maior farsa política da História do Brasil.

Não, Lula nunca foi um gênio. É, sim, um demagogo, um político esperto que se aproveitou da boa-fé de milhões de incautos para chegar onde chegou e fazer o que fez. Um populista espertalhão, de escassa cultura e igual inteligência, que teve a sorte - e que sorte! - de encontrar pela frente um povo despolitizado e uma elite intelectual sequiosa de endeusar mais uma figura "popular". Lula teve a fortuna (no sentido maquiavélico do termo, e também pecuniário) de contar com os préstimos involuntários de uma oposição abúlica, que desperdiçou a oportunidade de retirá-lo do poder por impeachment (oportunidade que ele, Lula, jamais desperdiçaria). Junte-se a isso a amnésia que caracteriza o eleitorado brasileiro, uma mídia simpática e um fugaz crescimento econômico - construído sobre bases anteriormente estabelecidas - e se terá um retrato fiel da "genialidade" de Lula.

Em vão se buscará em Lula, desde sua aparição no cenário político nacional, uma única palavra sábia, alguma frase inteligente ou uma análise mais aprofundada sobre qualquer assunto. Vejam os registros. Não há nada, absolutamente nada: apenas velhos chavões esquerdistas, quando na oposição, slogans soprados por algum intelectual marxista, repetidos e adaptados à situação do momento. Nem um resquício, por menor que seja, de pensamento próprio ou original. Sem falar nos seus adversários políticos de ontem, como Sarney, Collor ou Maluf, hoje seus fiéis aliados. Em tudo isso, um grande vazio de idéias, sem qualquer conteúdo, embalado numa imagem messiânica de "líder popular", vindo de baixo e semi-analfabeto (por vontade própria, mas lembrar esse fato não é "politicamente correto"...). Gênio? 

Até o tão propalado carisma de Lula tem muito de falso e de artificial. Lula tornou-se líder carismático em contraste com os políticos mais tradicionais, velhas raposas vindas das oligarquias ou tecnocratas insossos como José Serra, tendo sido incensado mais por seus defeitos do que por qualquer qualidade, aliás inexistente. Por exemplo, seus erros de português, inaceitáveis num político tradicional, e mesmo num cidadão comum razoavelmente instruído, nele se converteram numa virtude a ser explorada, uma prova de sua origem "do povo" - criticá-lo por isso seria "preconceito elitista" etc. (Aliás, criticá-lo por qualquer motivo foi, durante decênios, um delito de lesa-santidade.) Que Lula só fale errado por ter desprezado a própria educação, e que se desconheça um único livro que tenha lido em toda sua vida porque escolheu, por vontade própria, ser limítrofe, é algo que passou completamente despercebido, um fato omitido até hoje pelos devotos da seita lulopetista. Lula foi erguido às mais altas posições - messias, oráculo, Deus - sem que nada o qualificasse a tanto. Ao contrário, foi escolhido exatamente por não ter nenhuma qualidade.
 
Tanto Lula é um homem sem qualidades que o mito lulista precisa, para existir, reescrever constantemente a história. Lula já disse que a democracia brasileira é fruto da luta do PT, o que é mentira - o PT nem existia em 1979, quando a Lei de Anistia, que agora muitos querem revogar, foi aprovada, após intensa campanha popular e democrática. Nos anos seguintes, o partido da estrela vermelha dedicou-se a promover greves, muitas delas irresponsáveis e eleitoreiras, tendo expulsado três parlamentares que votaram em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985 (o candidato do regime militar, talvez profeticamente, era o hoje aliado Paulo Maluf) e se recusado a assinar a Constituição de 1988. Lula, aliás, foi deputado federal constituinte, mas quase ninguém se lembra disso. Uma vez no governo, Lula surfou na onda alheia da estabilidade econômica, a qual se opõs quando era oposição -, apropriou-se das conquistas de outros e registrou, em cartório, a fundação do Brasil. Se conseguiu safar-se do julgamento do mensalão (não sem antes tentar coagir e chantagear um ministro do STF), foi não por seus próprios méritos, que não os tem, mas por obra e graça de uma legião de áulicos e adoradores, dispostos a tudo para alimentar o culto à sua personalidade. Lula foi "blindado".  

O mais irônico de tudo é que Lula é uma criação das elites - as mesmas elites que ele adora achincalhar em seus discursos. Foram as elites, foi a burguesia brasileira, a intelligentisia da USP e da PUC, as marilenas chauí, os emir sader, os frei betto, além de um exército de artistas e jornalistas, que criaram o personagem. É nesses setores que se encontram seus devotos mais ardorosos. Celso Amorim, por exemplo, chama-o de "nosso guia". Marta Suplicy declarou recentemente que Lula é Deus. Isso mesmo: Deus. Nada menos. É a elite, mais do que o povão, que adora rir de suas piadas chulas, e que vê sabedoria e inteligência onde só há platitudes e frases desconexas.

Já em 1979, o grande dramaturgo e cronista Nelson Rodrigues apontava para esse fenômeno de sabujice coletiva, ao dizer, em entrevista à revista Playboy: "Vocês [os jornalistas] acham que o Lula é um Napoleão, um Gêngis Khan. Mas a verdade é que ele, Lula, não fez nada, rigorosamente nada". Lula não precisou fazer nada para chegar onde chegou: sempre achou quem fizesse o serviço sujo por ele - e inclusive quem por ele se sacrificasse, como Delúbio Soares, que já declarou que encara a prisão como um "dever partidário".

Diante de tanta mediocridade, agora cada vez mais exposta sem os confetes e o brilho do poder, os que um dia acreditaram no Lula redentor da humanidade - os que mantêm um resquício de pudor, pelo menos - recolhem-se com vergonha, num silêncio acabrunhado. Silêncio que aumenta diante da continuação de Lula que é Dilma Vana Rousseff. Nada mais natural que Lula tenha escolhido, para sucedê-lo, uma nulidade como Dilma Rousseff. Nulidades atraem nulidades.
 
Triste do país que já teve um Lula no mais alto cargo da nação. Triste do país que entroniza a vulgaridade, a safadeza, a cupidez e a ignorância. Lula já vai tarde. Este pode não ser seu fim. Mas que seja, pelo menos, o começo do fim.

sexta-feira, agosto 17, 2012

A TENTATIVA DE GOLPE DO MENSALÃO

Não tenho tido tempo para acompanhar o julgamento do Mensalão no STF. Mas, pelo que li e ouvi até agora, levando-se em conta tudo que se disse desde que o escândalo estourou, em 2005, é possível arriscar algumas conclusões. Por trás do juridiquês e das manobras dos advogados de defesa – um deles chegou a comparar o tratamento dispensado a seu cliente com as torturas no DOI-CODI na época da ditadura militar (!!!) –, esconde-se, na realidade, uma das tramas mais sórdidas já elaboradas na História do país.
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Dito assim, parece o óbvio ululante. Mas o faço inspirado nas palavras do maior beneficiado e – são os fatos que apontam – mandante do esquema. Refiro-me a ele mesmo, o Apedeuta, Luiz Inácio Lula da Silva, inexplicavelmente ausente da denúncia apresentada pelo Procurador-Geral da República, como notou o advogado do delator do escândalo, o ex-deputado Roberto Jefferson.
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Vamos lembrar. Nos últimos sete anos, Lula apresentou, pelo menos, quatro versões para o que aconteceu. Primeiro negou que o Mensalão tivesse existido. Depois, tentou minimizar o ocorrido, dizendo que era caixa dois e que "todo mundo faz igual". Em seguida, ensaiou um pedido de desculpas em rede nacional e se disse "traído", sem especificar por quem. Finalmente, descobriu que foi uma tentativa golpista da "zelite". Desde então, essa tem sido a linha de defesa oficial do lulopetismo. Entre uma desculpa e outra, tentou safar-se com um "não vi nada, não sei nada" e esperou que acreditassem (e, pasmem, ainda há quem acredite...).
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De todas as versões apresentadas até agora pelo Guia Genial, a última, da conspiração, é a minha preferida. Sim, Lula está certo. Sim, houve uma tentativa de golpe no Brasil. Por parte dos mensaleiros.
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Existe a tendência, bastante simplista, de enxergar a corrupção em termos tão-somente de ganhos financeiros pessoais. O Mensalão não se encaixa nessa categoria. Na verdade, o escândalo foi além disso. Foi uma tentativa de golpe contra a democracia, mediante o acabrestamento do Legislativo. Para tanto, montou-se um esquema gigantesco – e milionário – que envolveu deputados, militantes, publicitários, banqueiros e figuras do submundo da política. Um esquema altamente sofisticado de compra de votos no Congresso, mediante desvio de dinheiro público. Tinha tudo para dar certo, e daria, se um dos membros da gangue – Roberto Jefferson –, inconformado em ser feito de boi-de-piranha após a descoberta do esquema fradulento do PTB nos Correios, não resolvesse chutar o balde e botar a boca no trombone. Como sói acontecer no submundo do crime, foi preciso que um participante da maracutaia abrisse o bico para que toda a lama viesse à tona.
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Por trás de tudo isso, estava não somente a vontade de lucro pessoal – apesar de imagens ridículas, como a dos dólares na cueca, e de alguns membros da quadrilha, como o notório Silvinho Land-Rover, terem se beneficiado financeiramente –, mas, sobretudo, o interesse de um partido e seus aliados de submeterem as instituições políticas do país a seu projeto político de poder. Como nos filmes sobre a máfia – e o PT é uma associação mafiosa –, é a lealdade ao “chefe”, o capo di tutti capi, ou à organização criminosa, o que esteve em primeiro lugar (há inclusive um bode expiatório que se dispõe a ser sacrificado, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares). Tratou-se de uma tentativa de acabar com a independência dos Poderes e instalar, em seu lugar, um regime autoritário, com um Legislativo dócil e submisso ao Executivo – por 30 mil reais mensais a cabeça. Esse sempre foi, aliás, o grande objetivo do PT, que sempre desprezou a democracia. O Mensalão foi, assim, nada mais do que a culminação de toda uma trajetória política, pautada desde o princípio pela idéia de que para “mudar o sistema” todos os meios eram válidos.
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(Claro, sempre há os cínicos ou idiotas, que botam a culpa de tudo no "sistema" e depois vão dormir. Acabo de ler um texto de um simpatizante esquerdista que, citando Hegel, responsabiliza o "capitalismo" pela corrupção petista... Segundo esse esquema mental, os petistas seriam seres puros e angelicais, idealistas que se teriam "desviado" do reto caminho da justiça e do socialismo pelo contato com a política "burguesa"...)
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O julgamento do Mensalão – que os petralhas, ainda por cima, fizeram de tudo para melar e adiar, inclusive com uma tentativa de chantagem de Lula a um juiz do STF – não é, portanto, mais um julgamento sobre um caso de roubalheira nos cofres públicos. É mais do que isso. É o julgamento da tentativa mais descarada e atrevida – como disse o Procurador-Geral da República – contra o funcionamento do sistema democrático no Brasil em décadas. É o julgamento de um bando de golpistas que atentaram contra a Democracia.
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Vira e mexe, os lulopetistas afirmam que o Mensalão foi uma "tentativa de golpe". É verdade. De fato, o Mensalão foi uma tentativa de golpe. Dos petralhas contra a democracia. Como demonstram as incursões do lulopetismo em política externa, como em Honduras e no Paraguai, eles falam de golpe porque de golpe eles entendem.