sábado, fevereiro 27, 2010

LULA, A DEMOCRACIA, A NÃO-INTERVENÇÃO E A DIPLOMACIA PETISTA: MAIS MENTIRAS


De volta de sua visita turístico-ideológica à ilha-presídio de Cuba, onde ignorou protestos pelos direitos humanos e posou para fotos ao lado de seu ídolo Fidel Castro, Luiz Inácio tentou, bem ao estilo Lula, "justificar" a injustificável pusilanimidade, sua e de seu governo, diante da morte de mais um preso político da castradura cubana. Orlando Zapata Tamayo teve o mau gosto de morrer justo no dia em que Luiz Inácio visitava a ilha-cárcere. Pior: sem protocolar uma carta em três vias para que ele, Lula, falasse com o dissidente e impedisse sua morte por tortura nas mãos dos carrascos da ditadura.

Ao falar - muito contra a vontade, diga-se - de mais essa página vergonhosa da política externa brasileira, Luiz Inácio aproveitou para descer um pouco mais no poço aparentemente sem fundo das baixezas lulistas. "Ninguém é mais democrata do que eu", proclamou, em sua infinita modéstia, o estadista global de Davos. "Não se pode dar palpite nos assuntos dos outros países", ensinou o professor de relações internacionais.

Qual a contribuição de Luiz Inácio para a democracia no Brasil? (Nem falo mais no caso de Cuba, em que o apreço de Lula e dos companheiros petistas pela democracia é, como está claro, notório.) É a seguinte: em 1985, alegando que o voto seria indireto, ele ficou contra a eleição de Tancredo Neves, o primeiro presidente civil eleito no País depois de 21 anos de ditadura militar, e orquestrou a expulsão de três deputados petistas que, contrariando decisão do partido, votaram no mineiro contra Paulo Maluf. Três anos depois, recusou-se a assinar, juntamente com os demais parlamentares do PT, a Constituição democrática de 1988, que pôs um ponto final a décadas de arbítrio. Nesse meio tempo, fez muito barulho, apoiou greves, muitas das quais eleitoreiras, arruinou reputações (algumas das quais trata, hoje, de limpar - afinal, fazem parte da "base alugada" do governo...) e defendeu o calote da dívida externa, entre outras coisas que hoje quer que todos esqueçam. Essa foi a grande contribuição de Luiz Inácio para a redemocratização do Brasil.

Sem falar no compromisso dele, Luiz Inácio, com a estabilidade econômica, uma conquista quase tão importante quanto a redemocratizãção, e esteio de seu governo. É o que demonstra sua oposição ao Plano Real, ao Proer e à Lei de Responsabilidade Fiscal. Luiz Inácio chegou mesmo, à frente de seu partido, então na oposição, a defender o impeachment do então presidente. É que era outro o que fez essas reformas, não ele, Luiz Inácio. Agora, age como se fosse o pai fundador da democracia e da estabilidade da economia, colhendo os frutos de tudo a que se opõs com veemência. Aproveita-se do que outros fizeram e ainda diz, malandramente, que foi ele que fez.

Sobre a não-intervenção nos assuntos de outros países, que agora proclama e defende no caso da tirania castrista em Cuba, também não é preciso ir muito longe para verificar a enorme sinceridade de Luiz Inácio. A não-intervenção, assim como a defesa da democracia, é realmente uma questão de honra para a diplomacia lulista. Menos, claro, se o país em questão for Honduras. Nesse caso, vale até mandar a soberania do país às favas e abrigar um presidente deposto por tentar rasgar a Constituição, permitindo que este use o prédio da Embaixada brasileira para pregar a insurreição e a guerra civil contra um governo constitucional. Intervenção nos assuntos internos de outro país? Atentado à soberania? Imagina...

Um outro exemplo é o Irã. Aqui, a noção de não-intervenção dos lulistas é realmente ímpar. Lula se adiantou ao resultado claramente fraudulento das eleições no Irã, que anunciava a vitória de Mahmoud Ahmadinejad, antes mesmo que os próprios aiatolás iranianos o fizessem. Não contente em dar pitaco na eleição alheia, disse ainda que os protestos da oposição e a violenta repressão aos manifestantes que pediam democracia eram uma disputa entre torcidas de futebol... Interferência indevida? Apoio à tirania? Nada...

Para Luiz Inácio, pedir democracia e respeito aos direitos humanos em Cuba é dar palpite nos assuntos dos outros. Já apoiar um golpista em Honduras e minimizar a repressão no Irã, não. Em outras palavras: dar palpite pode, desde que seja a favor dos amigos, e desde que seja a favor de ditaduras. É a diplomacia aloprada e sua incrível coerência em ação.

Raúl Castro, o tirano de plantão de Cuba, culpou os EUA pela morte de Orlando Zapata Tamayo. Luiz Inácio foi além, e culpou o próprio morto, que "se deixou morrer". Ainda por cima, tripudiou dos dissidentes, dizendo que eles agora seriam "dissidentes do Lula". Conseguiu superar a própria ditadura castrista em ignomínia. Deve-se esperar sempre o pior de Luiz Inácio.

sexta-feira, fevereiro 26, 2010

ISSO É UM EDITORIAL


Se há um editorial que honra o jornalismo brasileiro, é este, do Estadão de hoje, 26/02. Nada a acrescentar. Pena que Lula não vai ler. Ele já disse que ler jornais lhe dá azia. Menos, claro, se for o Granma dos compañeros Fidel e Raúl.
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Aos poucos, parte da imprensa brasileira vai percebendo a farsa do líder moderado, do "estadista global". A máscara deste já caiu: o que está por trás é apenas o populista pançudo, cúmplice de tiranos e assassinos.

Para ler e guardar.

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Do lado dos perpetradores

São de um cinismo deslavado os comentários do presidente Lula sobre a morte do ativista cubano Orlando Zapata Tamayo, ocorrida horas antes de sua quarta visita à ilha desde que assumiu o governo. Tamayo, um pedreiro de 42 anos, foi um dos 75 dissidentes condenados em 2003 a até 28 anos de prisão. Inicialmente, a sua pena foi fixada em 3 anos. Depois, elevada a 25 anos e 6 meses por delitos como “desacato”, “desordem pública” e “resistência”. Embora não fosse um membro destacado do movimento de direitos humanos em Cuba, a Anistia Internacional o incluiu na sua lista de “prisioneiros de consciência” ? vítimas adotadas pela organização por terem sido detidas apenas por suas ideias. Em dezembro, Tamayo iniciou a greve de fome por melhores condições para os 200 presos políticos do regime, da qual morreria 85 dias depois.

Lula conseguiu superar o ditador Raúl Castro em matéria de cinismo e escárnio. Este disse que Tamayo “foi levado aos nossos melhores hospitais”. Na realidade, só na semana passada, já semi-inconsciente, transferiram-no do presídio de segurança máxima de Camaguey para Havana. E só na segunda-feira foi hospitalizado. O desfecho foi tudo menos uma surpresa para os seus algozes. Dias antes, autoridades espanholas haviam manifestado a sua preocupação com a situação de Tamayo, numa reunião sobre direitos humanos com enviados de Cuba. Ele morreu porque o deixaram morrer. Poderiam, mas não quiseram, alimentá-lo por via endovenosa. “Foi um assassínio com roupagem judicial”, resumiu Elizardo Sánchez, líder da ilegal, mas tolerada, Comissão Cubana de Direitos Humanos.

Já Lula como que culpou Tamayo por sua morte. Quando finalmente concordou em falar do assunto, sem disfarçar a irritação, o autointitulado condutor da “hiperdemocracia” brasileira e promulgador recente do Programa Nacional de Direitos Humanos, disse lamentar profundamente “que uma pessoa se deixe morrer por uma greve de fome”, lembrando que se opunha a esse tipo de protesto a que já tinha recorrido (quando, ainda sindicalista, foi preso pelo regime militar). Nenhuma palavra, portanto, sobre o que levou o dissidente a essa atitude temerária: nada sobre o seu encarceramento por delito de opinião, nada sobre as condições a que são submetidos os opositores do regime, nada sobre o fato de ser Cuba o único país das Américas com presos políticos. Nenhum gesto de desaprovação à violência de uma tirania.

Pensando bem, por que haveria ele de turvar a sua fraternal amizade com os compañeros Fidel e Raúl, aborrecendo-os com esses detalhes? Ao seu lado, Raúl acabara de pedir aos jornalistas que “os deixassem tranquilos, desenvolvendo normalmente nossas atividades”. Lula atendia ao pedido. Afinal, como observara o seu assessor internacional Marco Aurélio Garcia, “há problemas de direitos humanos no mundo inteiro”. Mas Lula ainda chamou de mentirosos os 50 presos políticos que lhe escreveram no domingo para alertá-lo da gravidade do estado de saúde de Tamayo e para pedir que intercedesse pela libertação deles todos. Quem sabe imaginaram, ingenuamente ou em desespero de causa, que o brasileiro pudesse ser “a voz em defesa da proteção da vida aos cubanos”, como diria o religioso Dagoberto Valdés, um dos poucos opositores da ditadura ainda em liberdade na ilha.

Lula negou ter recebido a correspondência. “As pessoas precisam parar com o hábito de fazer cartas, guardarem para si e depois dizerem que mandaram para os outros”, reclamou. E, com um toque de requinte no próprio cinismo, concluiu: “Se essas pessoas tivessem falado comigo antes, eu teria pedido para ele parar a greve e quem sabe teria evitado que ele morresse.” À parte a falta de solidariedade humana elementar que as suas palavras escancararam ele disse que pode ser acusado de tudo, menos disso, a coincidência da visita de Lula com a tragédia de Tamayo o deixou exposto aos olhos do mundo e não exatamente da forma que tanto o envaidece.

A morte de um “prisioneiro de consciência”, a afirmação de sua mãe de que ele foi torturado e o surto repressivo que se seguiu com a detenção de dezenas de cubanos para impedir que comparecessem ao enterro do dissidente no seu vilarejo natal transformam um episódio já de si sórdido em um escândalo internacional. Dele, Lula participa pela confraternização com os perpetradores de um crime continuado que já dura 51 anos.

UM COMENTÁRIO PARA FICAR PREOCUPADO


Cubanos mostrando todo seu amor pelo regime dos irmãos Castro

Não tem jeito. Por mais que eu escreva, explique, esmiúçe, mostre fatos e argumentos, sempre vai haver alguém que, de boa ou má fé, por ignorância ou sonsice, vai me obrigar a dizer tudo de novo. Um leitor (anônimo, evidentemente) me manda um desses comentários que me fazem pensar até que ponto pode ir a ingenuidade humana, ou, sabe-se lá, a safadeza ideológica. Quero crer que é o primeiro caso. É somente por essa razão que me disponho a responder comentários como o que vem em seguida (em vermelho):
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Muito ja foi dito sobre a " real Cuba", você ja escreveu sua opinião sobre o tema além de varios blogueiros cubanos além da famigerada Yoani Sanchez, mas minha pergunta diante de tudo que estes ( incluindo você ) diz é
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" Por que não há um consensso com pelo menos 90% da população cubana, um movimento que inclua uma maioria esmagadora da população ?" ,
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" Por que vizinhos são deninciados por vizinhos, por que há uma parcela da população que apóia Fidel e o tem em alta conta ?".
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Não há como negar que há uma parcela da população simpática ao regime...
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no mais , Fidel está a beira da morte e Lula esta de saída não há com o que se preocupar.
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Seu Leitor anonimo.
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Muito bem, vamos lá. Vou tentar ser o mais didático possível (suspiro).
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Primeiro: Não existe "consenso" de 90%, nem de 99% - tem que ser 100%, ou então não é consenso.
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Segundo: É isso mesmo que regimes como o cubano, que é uma tirania totalitária, almejam: o consenso, a submissão de todos a seu domínio político. E como pretendem alcançar isso? Resposta: pela REPRESSÃO, pelo TERROR absoluto, mediante a CENSURA, a POLÍCIA POLÍTICA (que em Cuba atende pelo nome de G2, sem falar nos CDRs - "Comitês de Defesa da Revolução") etc. Quer mesmo que eu explique em detalhes como isso acontece? Ou prefere que a "famigerada" Yoani Sánchez o faça?
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Terceiro: Por que vizinhos denunciam vizinhos em Cuba? Ora, meu caro, você não sabe? Sério? Então preste atenção, vou responder: porque Cuba é um regime TOTALITÁRIO, e em sistemas assim, a vigilância e a delação são constantes. Lembra da URSS? Da Alemanha Oriental e de sua polícia política, a Stasi, que chegou a ter como espiões 20% da população? Pois é, Cuba está no mesmo clube.
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Ficou claro? Por favor, não me faça explicar de novo.
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A transformação de vizinhos em alcagüetes de vizinhos, e até filhos em delatores dos pais, é uma das formas mais cruéis encontradas por tiranias totalitárias para exercerem controle total sobre a população. Elas o fazem mediante a chantagem, decorrente da vigilância constante, ou pela propaganda ideológica, a lavagem cerebral (facilitada grandemente pela censura). Foi assim em TODOS - sem exceção - regimes comunistas. (Só lembrando: Cuba é um regime comunista.)
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Quarto: Quanto a existir uma parcela da população cubana que apóia os Castro, é preciso lembrar o seguinte: na ex-URSS e na Alemanha nazista, também havia uma parcela da população - nomeadamente os membros graúdos do partido e seus apaniguados, sem falar nos agentes da repressão -, que apoiava ardentemente o regime, como há quem apóie, certamente, a ditadura no Irã ou na Coréia do Norte. Deduzo que isso não dá legitimidade a esses regimes. Ou será que dá?
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Ainda assim - atenção para esse fato -, é IMPOSSÍVEL, em uma ditadura como a cubana, averiguar quantos exatamente a apóiam. Por que isso acontece? Novamente, preste atenção, não me faça escrever de novo: porque não há como fazer isso num regime TOTALITÁRIO, sem liberdade de expressão e de imprensa, com partido único no poder, no qual as eleições são uma farsa para homologar a ditadura.
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Não entendeu ainda? Vou dar um exemplo. Lembre do Iraque sob Saddam Hussein. Sabe qual era a porcentagem de votos que o ditador recebia nas "eleições"? CEM POR CENTO - isso mesmo: 100% - dos votos. Isso prova que os iraquianos amavam Saddam? Nada disso! Prova apenas que não havia liberdade de dissentir. Isso porque o regime era uma DITADURA.
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Mas, se você está mesmo interessado em saber quantos cubanos apóiam a ditadura castrista, há um jeito muito fácil de verificar isso: basta os Castro permitirem a realização de eleições livres, com outros partidos além do Partido Comunista. Aí saberemos, certamente, quantos aprovam e quantos desaprovam o regime. Enquanto isso, dois milhões de cubanos - numa população de 11 milhões - já disseram sua opinião sobre a ditadura, e outros tantos o fazem todos os dias, VOTANDO COM OS REMOS! Fui muito sutil?
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Resumindo: os cubanos não têm LIBERDADE até mesmo para dizer se são a favor da ditadura (admitindo-se que existam os que o são, claro). Eles não podem fazê-lo de livre vontade, ao contrário de Lula, que se presta de bom grado a ser lambe-lambe(botas) do Coma Andante no dia mesmo em que um dissidente foi ASSASSINADO pela ditadura que ele, Lula, idolatra.
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Quinto (sobre a última frase do comentário): Eis um pensamento inteligente! Para que se preocupar com a tirania castrista e com seu lambe-botas Lula da Silva, já que Fidel está com o pé na cova e Lula vai deixar a presidência daqui a alguns meses? Por que se importar, não é mesmo? Que sabedoria política!
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Pois é, meu caro, você só se esquece de um detalhe: a tirania em Cuba, como a regência de Raúl Castro está tratando de deixar bem claro, não irá chegar ao fim com a simples a morte de seu fundador. Do mesmo modo que o comunismo não acabou imediatamente após a morte de Lênin ou de Stálin. Certamente que mudanças virão, pois afinal se trata de uma tirania pessoal e caudilhesca, mas duvido que Cuba vire uma democracia no dia seguinte à morte de Fidel. Era isso que muitos esperavam quando ele se afastou da presidência, em 2006. Já se passaram três anos e não há nenhum sinal de que seu irmão, Raúl, irá realizar algum tipo de abertura política. Pelo contrário: graças ao apoio incondicional de sabujos como Lula, a repressão em Cuba só fez aumentar, como demonstra a morte de Orlando Zapata Tamayo.
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Além do mais, sua questão sobre Lula é de uma obtusidade sem tamanho. Alguém imagina realmente que o Apedeuta irá pendurar as chuteiras e se retirar da política depois que deixar a presidência? Esqueceu que Dilma Rousseff é o terceiro mandato que ele não conseguiu? Sem falar que, como já disse aqui, Lula não é uma pessoa: é uma idéia. O lulismo sobreviverá a ele, assim como o esquerdismo e o comunismo sobreviveram à morte de seus pais fundadores, como demonstra o Foro de São Paulo. Bem que eu gostaria de deixar de pensar em Lula e em tiranos como os Castro e ir cuidar de assuntos mais agradáveis. Mas, infelizmente, eles fazem parte de algo maior do que si mesmos: fazem parte de um movimento, por assim dizer, que tem a democracia e as liberdades individuais como principais inimigas, e que faz tudo para miná-las. E isso é motivo mais do que suficiente para não baixar a guarda.
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Não, meu caro leitor anônimo: há muito, muito mesmo com que se preocupar. Agora, talvez mais do que nunca. Seu comentário é uma prova disso.

TRÊS GRANDES HUMANISTAS


A caricatura acima está publicada no blog CUBA DEMOCRACIA Y VIDA, de exilados cubanos na Suécia. Lula e seus ídolos, Fidel e Raúl Castro, refestelam-se em uma banheira de sangue, entre ossos e uma foto do preso político Orlando Zapata Tamayo, morto após uma greve de fome. Para usar um clichê, a imagem vale por mil palavras.
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É um retrato perfeito da atual política externa brasileira e de sua relação com tiranias.
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Para Lula, Rubens Paiva, Vladimir Herzog e Manuel Fiel Filho foram assassinados pela repressão da ditadura militar. Já Orlando Zapata Tamayo e as outras 100 mil vítimas fatais do regime cubano "se deixaram morrer".
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Lula, um grande humanista.
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Lula, um grande democrata.
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Lula, o "estadista global".
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Vejam mais imagens que revelam o caráter humanista e democrático da diplomacia lulista:


Raúl Castro vendando os olhos de um opositor que, segundo Lula, deixou-se fuzilar


Outra vítima do castrismo implorando para ir ao paredón

Mais um adversário dos Castro que se deixou morrer...

quinta-feira, fevereiro 25, 2010

ESSE É O "ESTADISTA GLOBAL"


Com mais essa imagem repugnante, vou encerrar, pelo menos por hoje, a série de posts sobre mais um capítulo da diplomacia lulista que enche de vergonha qualquer pessoa com um mínimo de decência. Deixo-os com uma pequena amostra de como a comunidade cubana no exílio enxergou a visita do "Líder Global" à ilha-presídio de Cuba.

Está no site The Real Cuba (http://www.therealcuba.com/). A tradução é minha.
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P.S.: Notem como o "Guia Genial" é visto em alta conta e com extremo respeito no exterior, elevando o nome do Brasil às maiores alturas.
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24 fev. - Menos de 24 horas após a morte do prisioneiro de consciência Orlando Zapata Tamayo, o presidente brasileiro Lula da Silva teve um encontro muito amigável com seus assassinos.

Lula encontrou-se com o cadáver ambulante de Cuba e seu irmão, contou piadas, riu bastante e não fez qualquer pergunta sobre a última vítima deles.

Orlando Zapata Tamayo era um prisioneiro de consciência.

Luiz Inácio Lula da Silva é um presidente sem consciência.

Grande diferença entre o patriota cubano e Lula.

Talvez um dia, Lula terá de defender seu caso de amor com os opressores do povo cubano, e sua provável defesa será: "Eu não lembro, eu estava bêbado a maior parte do tempo."
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UMA IMAGEM MACABRA


Tinha prometido a mim mesmo que não ia mais falar das cenas de cinismo explicitas protagonizadas pelo Aiatolula e por seu cumpincha totalitário, Raúl Castro, ao comentarem a morte do preso político Orlando Zapata Tamayo em Cuba, ontem. Mas não posso evitar fazer mais um comentário. Simplesmente o fedor da coisa é grande demais para ser ignorado. Como acontece com uma cloaca de esgoto a céu aberto, é impossível fingir que esta não existe. É preciso encarar a porcaria. Como uma questão de saúde pública.

A imagem acima está nos principais jornais de hoje. Ela mostra Lula, num exercício de metalinguagem macabra, tirando uma foto de seu ídolo, o mico mandante Fidel, que posa ao lado do irmão Raúl e de Franklin Martins, atual ministro da Comunicação de Lula, ex-dirigente do MR-8 e ex-seqüestrador do embaixador dos EUA no Brasil em 1969. Reparem os sorrisos. Franklin Martins está em êxtase, com o braço enlaçando o ombro do santo de sua devoção. Lula, por trás da câmera, também está mais feliz do que pinto no lixo, parecendo turista japonês na Disneilândia.

Alguém definiu a imagem acima como pornográfica. Discordo. Chamá-la de pornográfica seria uma injustiça. Afinal, a pornografia tem lá sua utilidade, e, dependendo da maneira como é feita, pode até ter, vá lá, algum valor artístico ou estético. É, além disso, tirando aberrações como zoofilia e pedofilia, algo inofensivo. Saudável até, dependendo das circunstâncias.
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Não, a foto acima não é pornográfica. É pior que isso: é macabra. Sinistra. Diabólica, ao revelar a boçalidade do poder, a indiferença para com a vida e os direitos humanos. Os indivíduos na foto estão zombando de suas vítimas, desdenhando de seu sofrimento. Estão refestelando-se em cima de 100 mil cadáveres. É a imagem do mal.

Ontem, mais um desses cadáveres entrou para a lista das vítimas do totalitarismo cubano. Orlando Zapata Tamayo, preso desde 2003 e condenado a mais de 30 anos de prisão por defender a democracia para a ilha, morreu após 85 dias de greve de fome. Nos momentos de agonia final, os carcereiros do regime lhe negaram água, levando seus rins à falência. Há um video no site de Yoani Sánchez, Generación Y, gravado clandestinamente, que mostra a mãe de Tamayo, Reina, do lado de fora do IML de Havana, descrevendo em pormenores as torturas sofridas pelo filho na prisão. Pode-se perceber que se trata de uma pessoa de condição social bastante humilde, dessas que os esquerdistas brasileiros adoram apadrinhar como representantes legítimos dos "excluídos" ou da "classe oprimida". O problema é que Dona Reina e seu filho, para Lula e os petistas, estão "do lado errado", entendem? Em uma entrevista, a mãe de Tamayo menciona que ele não recebeu o mesmo tratamento dado pela ditadura de Fulgencio Batista a Fidel e a Raúl Castro quando estes estiveram presos, após a primeira tentativa de tomada do poder, em 1953. Perto dos Castro, Batista era um mero aprendiz.

Há três dias, 42 dissidentes cubanos pediram a Lula que falasse com Raúl e Fidel sobre a falta de liberdades e a situação dos presos políticos em Cuba. O fato estava nos jornais. Mas Lula diz que não recebeu nenhuma carta protocolada dos dissidentes. E ainda aproveitou para dar mais uma de suas conhecidas lições de moral, dizendo que "as pessoas precisam perder a mania de dizer que escreveram uma carta, guardar para si e depois dizer que mandaram" etc. É Lula em seu papel de Lula, repetindo em escala internacional o já famoso "não sei de nada, não vi nada".

Vira e mexe Lula gosta de lembrar que também já esteve preso, que tambem foi hóspede de uma ditadura etc. É Lula em outro papel de que gosta muito: o de vítima. Foi em 1980. Ele esteve detido por um mês na Polícia Federal em São Paulo, por causa de uma greve ilegal, tendo como carcereiro o então delegado e hoje senador Romeu Tuma. Na ocasião - há um vídeo na internet em que ele lembra o episódio -, Lula afirma que, à certa altura, os outros sindicalistas presos decidiram fazer uma greve de fome. Lula topou, mas teve o cuidado de guardar um saco de balas Paulistinha debaixo do travesseiro... Ele diz também que foi muito bem tratado na cadeia, e que terminou amigo de Romeu Tuma, que ao final do jejum dos presos presenteou-os com uma "lula à dorée". Lula diz que aproveitou a estada na prisão para tentar convencer os investigadores de polícia a montarem um sindicato. Entre uma reunião e outra, sabemos graças a Cesar Queiroz Benjamin, ele tentava conhecer melhor, digamos assim, o "menino do MEP", sendo rechaçado a cotoveladas. Enquanto isso, o governo Figueiredo tremia de medo das pressões da sociedade, tanto internas como internacionais, pela sua libertação. Essa foi a experiência de "preso político" de Lula da Silva.

Lula jamais soube o que é sobreviver numa prisão de ditadura de verdade. Orlando Zapata Tamayo sabia. Ele e mais milhares de cubanos. Seus gritos de dor jamais chegarão aos ouvidos de Lula e Franklin Martins. Eles estão muito ocupados adulando um tirano moribundo em seu tour ideológico pela ilha-cárcere para se importar com coisas desimportantes. Como direitos humanos, por exemplo.

LULA, OS CASTRO, O CADÁVER E UM FESTIVAL DE MENTIRAS


OS ASSASSINOS E SEUS CÚMPLICES
Da esquerda para a direita (mas não no sentido ideológico):
O Primer Hermano, O Líder Global, o Coma Andante e Franklin Martins, ex-chefão do MR-8.
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Há momentos em que é até difícil dizer alguma coisa.

A sensação de asco, de nojo mesmo, diante de certos fatos - e de certas declarações de certos personagens - é grande demais para ser expressa em palavras.

Mesmo assim, vou tentar traduzir, em toques de teclado, minha repulsa, até mesmo física, àquilo que qualquer pessoa com um mínimo de decência só pode considerar um espetáculo grotesco e um exercício de cinismo sem paralelo. Uma das maiores demonstrações de canalhice e de menosprezo pela dignidade da vida humana que jé tive a duvidosa oportunidade de presenciar.

Estou me referindo, claro, ao ASSASSINATO - esta é a palavra: assassinato - do preso político Orlando Zapata Tamayo, morto após mais de 80 dias de greve de fome em uma fétida prisão cubana. O fato está nos jornais. Tamayo morreu em protesto pelas constantes torturas que sofreu, e que continuaram durante a greve de fome - seus rins pararam de funcionar, depois que lhe foi negada água pelos esbirros da ditadura. Ele estava condenado a mais de 30 anos de prisão por lutar pelos direitos humanos na ilha-presidio.

O que disseram os companheiros Raúl Castro e Lula, diante de mais esse crime perpetrado pela ditadura cubana? Raúl adiantou-se aos repórteres - ele já sabia o que iam perguntar, como sói acontecer em um país sob uma tirania totalitária, sem imprensa livre -, e tratou logo de achar um culpado para mais essa morte: ele culpou os... EUA! Isso mesmo: segundo ele, a culpa por Tamayo e mais 74 cubanos terem sido presos e condenados a longas penas em 2003 por pedirem liberdade na ilha-cárcere é do Tio Sam... Fez mais e, somando o cinismo à infâmia, "lamentou" a morte... Como deve ter lamentado os cerca de 100 mil mortos pelo regime castrista desde 1959, dos quais 17 mil fuzilados. Como deve ter lamentado os mais de 50 anos de opressão castrista, sob os quais sobra repressão e falta até papel higiênico. Culpa dos EUA, claro...

O que mais me irrita é que esse discurso vigarista, por mais incrível que possa parecer, tem ouvintes! Sim, senhor: há quem acredite, até de boa-fé, que tudo de ruim que ocorre em Cuba há mais de 50 anos, a começar pela própria ditadura, é culpa dos EUA, que foi a Casa Branca que arrastou a ilha para o comunismo... Há quem creia - e são pessoas que são tidas como ponderadas, racionais - que Cuba só é o que é porque os EUA fizeram isso ou aquilo... Raúl Castro chegou a dizer que o país só não tinha imprensa livre porque os EUA não queriam! Já escrevi bastante sobre essa balela deslavada, uma das maiores lorotas de todos os tempos, e que só se sustenta por um antiamericanismo estúpido e pela devoção irracional a uma tirania.

Lula, claro, não perdeu a oportunidade de ser Lula. Em entrevista aos repórteres, "o Cara", o "Líder Global" dos branquelos de Davos culpou a própria vítima, "que se deixou morrer", e negou que tenha recebido qualquer carta dos dissidentes políticos para que fosse recebê-los... Nem precisaria: bastaria ele, Lula, dizer uma ou duas palavras sobre democracia e direitos humanos. O mundo inteiro, inclusive velhos parceiros da ditadura cubana como a Espanha, condenaram a morte de Tamayo e exigiram a libertação dos presos políticos em Cuba. O mundo inteiro, menos Lula. Ele certamente não fará isso, pois está muito ocupado defendendo sanções contra Honduras e intercedendo em favor do Irã...

O que dirão os companheiros petistas, tão sensíveis aos direitos humanos no Brasil, diante de mais essa demonstração quase inacreditável de boçalidade e desprezo pela vida humana? O que diriam se, digamos, os generais Médici ou Pinochet viessem a público "lamentar" a morte de um opositor político pelas mãos da repressão, ou culpassem, sei lá, a União Soviética pelo fato? O que diriam se um visitante, supostamente identificado com a causa da democracia, se encontrasse com seus algozes e aparecesse perante os repórteres dizendo que não recebeu os dissidentes, porque afinal estes não lhe enviaram uma carta protocolada em três vias solicitando uma audiência? Ficariam indignados e o chamariam, no mínimo, de cúmplice de assassinato. E com toda razão.

Tamayo não foi o primeiro dissidente a morrer após uma greve de fome em Cuba. Durante a ditadura militar no Brasil, prisioneiros políticos chegaram a fazer greve de fome, mas não houve nenhuma morte. E muitos deles eram condenados por ações como terrorismo, o que não era o caso de Tamayo. Mesmo assim, não falta quem, ainda hoje, trema de indignação diante das arbitrariedades do regime militar, mas feche os olhos, ou mesmo justifique, o que se passa em lugares como Cuba.
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O clube mais numeroso do mundo é o dos inimigos das ditaduras passadas e amigos das ditaduras presentes. Não sei quem disse isso, mas é a mais pura verdade. Eu poderia dizer que se trata somente de duplo padrão moral e covardia, mas é mais do que isso: é associação com o crime. É cumplicidade com a opressão.

A maioria da humanidade, quero crer, acredita que até a mentira tem limites. Não Lula. Não os Castro. A mentira, para eles, os totalitários, é apenas um modo de vida. É a sua essência. Sua razão de viver.

O cadáver de Orlando Zapata Tamayo, assim como os dos 100 mil mortos pela ditadura comunista de Cuba, irá assombrar para sempre a consciência (se é que a têm) de Lula e de seus companheiros petistas, como Marco Aurélio Garcia e Franklin Martins. Essas mortes, foi eles também que as causaram. Esses cadáveres tambem lhes pertencem. Devem ser colocados em sua conta.

Melhor parar por aqui. Pensar nas barbaridades ditas por Castro e por Lula já está me revirando o estômago. A coisa toda já está fedendo à podridão, a pus, a sangue, à morte.

quarta-feira, fevereiro 24, 2010

LULA EM CUBA - E O QUE DIZ UM CERTO LIVRO


Lula estará, hoje e amanhã, na sua ilha-prisão preferida, a Terra Prometida dos outros, onde todos são obrigados a ser felizes: Cuba. Vai se encontrar, pela enésima vez, com seu companheiro, o primer hermano Raúl Castro. Vai tratar de muitos assuntos, menos do que realmente interessa.

Vou dar uma dica, caso alguém não desconfie, do que estou falando. Está num livrinho, que aliás ele, Lula, e o seu partido, o PT, não assinaram - a Constituição Federal de 1988:

Artigo 4º

A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:

[...]
II - prevalência dos direitos humanos [...].

Nada a acrescentar. O que está aí em cima fala por si.
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ENFIM, CAI A MÁSCARA DO "ESTADISTA GLOBAL"


Eu tinha até começado a escrever alguma coisa sobre o que vai a seguir, mas como (felizmente) alguém já escreveu sobre o mesmo assunto, e com muita competência, vou me limitar a, mais uma vez, bancar a maria-vai-com-as-outras do mundo virtual. O texto é de Reinaldo Azevedo, cada vez mais abrilhantando este blog com sua coragem e argúcia:
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EIS AÍ BRANQUELOS! FAÇAM BOM PROVEITO DESTE GRANDE LÍDER GLOBAL!

A fantasia caiu! Finalmente! Agora o mundo já conhece o que Lula conseguiu esconder com o seu “carisma” durante alguns anos: não pensa, sobre a ordem internacional, nada muito diferente do gorila Hugo Chávez. O petista só é mais serelepe, amestrado e aprende melhor alguns truques. Mas a essência é a mesma. Solte-o no picadeiro político sem amarras para ver. A política externa brasileira logo começa a fazer micagens e a jogar pedaços mastigados de ovos e bananas no público. Quando não joga coisa pior, a exemplo desta terça-feira.

O presidente brasileiro discursou ontem — de improviso, como gosta — em Cancún, no México, na solenidade de criação de uma patacoada irrelevante chamada Comunidade de Países Latino-Americanos e do Caribe. E, bem…, sou obrigado a dizer que, mesmo para seus tão elásticos padrões, ele exagerou desta vez. Lula atacou os EUA, a União Européia, a ONU e qualquer outra coisa que cheirasse a civilização. Acusou os ricos por todas as mazelas e dificuldades por que passa o mundo e defendeu a China. Agora, as coisas estão em seu devido lugar. Eu espero por este Lula há pelo menos sete anos. Já estava cansado do falso.

Enquanto falava, via-se ao fundo a soturna figura do Rei do Tártaro, o domador Marco Aurélio Top Top Garcia. Ele saboreava a sua vitória, quase mastigando-a com seus dentes novos e suas idéias velhas. Aquele era o seu “Moisés”. Ele tocou em Lula e disse: “Parla!” E Lula “parlou” por todos os cotovelos.

A tal comunidade, como já chamei aqui há muito tempo e está em toda parte, é assim uma “OEA do B”, com o teor democrático rebaixado e a concentração de ditadura aumentada: o grupo não aceita a participação de EUA e do Canadá! Credo!!! Isso não! No lugar, entra Cuba. Isto define bem a entidade: a maior democracia do mundo está proibida de entrar, mas uma das maiores tiranias do mundo é recebida com honra. Lula, aliás, deixou Cancún e seguiu direto para o presídio controlado pelos irmãos Castro, aquele sem comida, remédio e liberdade. Em Cuba, vida boa mesmo só em Guantánamo. Os terroristas presos lá são um verdadeiro showroom de vitaminas e proteínas se comparados, por exemplo, aos professores escravizados por Fidel. O terroristas presos na base têm ao menos papel higiênico. Os pobres cubanos têm de se virar com as páginas do Granma e com os discursos de Fidel… Mas voltemos ao principal.

A fala de Lula foi a confissão de uma monumental derrota. Depois de sete anos adulando todos os ditadores e terrorista da Terra em busca de apoio para uma vaga permanente no Conselho de Segurança da ONU, ele capitulo. Sabe que não a terá. Saudado como o líder natural do grupo, desceu o sarrafo nas Nações Unidas, acusando-a de irrelevante e de estar a serviço dos países ricos. Robert Mugabe, Khadaffi, Mahmoud Ahmadinejad e aquele terrorista que governa a Faixa de Gaza devem ter pensado: “Pra que tanto radicalismo, companheiro?” Os bocós nos EUA e na Europa que viviam saudando o grande líder moderado devem estar muito orgulhosos de sua própria ignorância. Finalmente, revelava-se o “estadista global” dos tontos de Davos.

Eu também não morro de amores pela ONU, não. Por motivos opostos aos de Lula. Aquilo se transformou numa gigantesca burocracia coalhada de ditadores e facínoras. No momento mais bucéfalo do discurso, disparou:

“É inexorável que a gente discuta este papel [do Conselho de Segurança da ONU]. Não é possível que ele continue representado pelos interesses da Segunda Guerra Mundial. Por que isso não muda? (…) Se nós não enfrentarmos este debate, a ONU vai continuar a funcionar sem representatividade, e o conflito no Oriente Médio vai ficar por conta do interesse dos norte-americanos, quando, na verdade, a ONU é que deveria estar negociando a paz no Oriente Médio”.

Santo Deus! Só não incorram no erro de chamar a fala de “ignorância”. Porque não é. Trata-se de uma escolha política. Lula, é verdade, não sabe o que diz porque dorme lendo até livro do Chico Buarque — ok, não se pode culpá-lo por isso —, mas o Itamaraty, que lhe soprou essa fala, sabe. Respondam depressa: quais são os “interesses dos EUA” no Oriente Médio que seriam contrariados se só a ONU se encarregasse de mediar o conflito? Essa visão delinqüente de mundo, que vem lá das profundezas infernais do pensamento do Top Top e de Celso Amorim, está certa de que, não fossem os americanos, os israelenses já teria encontrado o seu lugar na história: provavelmente, o fundo mar. Os bocós realmente acreditam que Israel se renderia sem o apoio americano…

Avançando na tolice conspiratória, disparou: “Muitos países preferem a ONU frágil para que eles possam fazer do seu comportamento a personalidade de governança mundial”. E desancou, em seguida, União Européia, Alemanha, Inglaterra, EUA de novo, que teriam sabotado a reunião do clima em Copenhague. Todos tentado conspirar contra a China e o Protocolo de Kyoto!!!

Feito uma comadre, a Maroca da Ordem Global, afirmou:
“Tudo era feito para negar o protocolo de Kyoto, para que se tirasse dos europeus as responsabilidades e jogasse nas costas da China o fracasso da reunião do clima (…) Nem quando era sindicalista vi numa reunião tão desorganizada. Eu falei ‘desorganização’. Vocês não têm a dimensão da pobreza de espírito. Tinha presidente de grande país importante discutindo parágrafo e artigo para questionar a China no dia seguinte sobre clima. Não é possível que países ricos deem uma quantia pequena como se tivessem dando favor. Não existe favor. É reparação que eles estão fazendo”.

Lula certamente não é do tipo que acha que, sei lá, vacinas, remédios, Internet ou aparelhos de ressonância magnética sejam boas formas que os ricos têm de oferecer reparação. Lula é um dogmático: ou os ricos escolhem o próprio atraso para nos fazer justiça, ou não tem conversa.

O homem estava com a macaca. Deu outra descompostura na ONU por causa das ilhas Falklands, apelidadas de “Malvinas”. Vejam que reaciocínio sofisticado:“Qual é a explicação geográfica, política e econômica de a Inglaterra estar nas Malvinas? Qual a explicação política de as Nações Unidas já não terem tomado uma decisão dizendo: ‘Não é possível que a Argentina não seja dona das Malvinas e seja um país (Grã-Bretanha) a 14 mil quilômetros de distância. Será que é o fato de a Inglaterra participar como membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e, para eles, pode tudo e para os outros, não pode nada?”

Nunca ninguém antes resumiu tão bem os 177 anos de domínio inglês das ilhas, onde não há argentino nem para fazer figuração. Mas isso ainda não é o mais encantador. A fala é espantosa porque, sendo, então, as coisas como ele diz, é óbvio que a vaga ao Brasil jamais será aberta. Eu não preciso explicar para vocês a questão lógica envolvida no raciossímio, né? Por que dar um lugar ao Brasil se, antes de entrar, o Brasil já está dizendo que vai defender uma tungada em um de seus membros? Lula só prosperou como sindicalista no Brasil porque, provavelmente, os adversários eram mais idiotas. Ah, sim: os súditos da rainha não deram a menor pelota para a gritaria e já deram início à exploração do petróleo. Ufa! É DESSA ILHA QUE EU GOSTO!!!

Já não estava bom?
Já não estava bom? Não! Ainda não! Lula se referiu a Honduras — que ainda não foi aceita no grupo!!! — acenando com um diálogo e coisa tal, mas impôs uma condição: a volta de Manuel Zelaya, devidamente anistiado. Vejam que estupendo! A atual OEA não se mete, nesse grau de detalhe, na política interna dos países-membros, mas o Aiatolula não vê mal nenhum em fazê-lo, deixando entrever quão deletéria poderia ser tal entidade se realmente fosse relevante. A quem acaba de fazer eleições democráticas e limpas, a suspeição e a imposição de condições. À ilha de Fidel, os salamaleques habituais.

O governante que mais cobrou sanções contra Honduras voltou a exigir o fim do embargo a Cuba. E Lula já deixou claro que esse fim não pode estar condicionado a nada. Entenderam? O Brasil pode impor condições à democracia hondurenha, mas é um absurdo que os EUA imponham condições à tirania cubana!

Os cretinos dos EUA e Europa que babavam de piedosa admiração pelo “operário” progressista e moderado que governa o Brasil talvez façam um favor à própria inteligência e decidam voltar aos livros. Lula pode até ser boneco de ventríloquo de teses cujo alcance histórico e teórico não domine muito bem, mas é também, incontestavelmente, o líder de um partido de esquerda que, sob o pretexto de pregar uma ordem mundial mais justa, tornou-se um dos esteios mais destacados de ditadores, facínoras e aventureiros temerários.

Eis aí, branquelos! Façam bom proveito deste novo “líder global”!

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Mais Reinaldo Azevedo. E mais Lula.
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VAI, LULA, SENTIR O CHEIRO FRESCO DO CADÁVER!

Lula viajou a Cuba. No dia da morte do preso político Orlando Zapata Tamayo, que estava em greve de fome desde 3 de dezembro. O presidente brasileiro pode sentir o cheiro fresco do cadáver.

A Anistia Internacional conseguiu comprovar a existência de 67 prisioneiros de consciência em Cuba — isto é, gente que está na cadeia só por discordar do regime. Os que combatem a tirania dos irmãos Castro dizem que passam de 200.

Tamayo, que lutava por direitos humanos, foi detido em março de 2003, durante a chamada Primavera Negra, quando Fidel Castro ordenou a prisão de 75 dissidentes — 27 jornalistas entre eles. As condenações variavam de 14 a 27 anos. Tamayo foi tendo ampliada a sua pena, que já passava de 30 anos.

Seu crime? Nenhum! Em outubro de 2009, ele foi espancado por policiais na prisão de Holguín. Teve de se submeter a uma cirurgia na cabeça em decorrência dos ferimentos. No dia 3 de dezembro, deu início à greve de fome e foi transferido para uma prisão ainda mais rigorosa.

Os dissidentes cubanos afirmam que o major Filiberto Hernández Luis lhe negou mesmo a água durante dias seguidos, o que levou seus rins ao colapso. Só foi enviado ao hospital em meados de janeiro, e dali para outro hospital, só que este no presídio Combinado del Este, em Havana, sem a menor condição técnica de tratamento. Morreu. Não! Foi assassinado.

Dissidentes cubanos chegaram a enviar mensagens a Lula, pedindo que intercedesse em favor de Tamayo. Tudo em vão. No Congresso do PT, Dilma Rousseff fez uma conferencia fechada a esquerdistas de varias ditaduras — cubanos entre eles. No mesmo congresso, fez uma homenagem a pessoas que, a exemplo dela, participaram de movimentos terroristas no Brasil. Disse que lutavam pela… democracia!!!

Tamayo, sim, lutava pela democracia! Está morto. Lula e Marco Aurélio Top Top Garcia abraçam seus assassinos.
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Apenas um comentário
É.. Uma "Comunidade de Países" que exclui ditaduras crudelíssimas como os EUA e o Canadá e inclui democracias exemplares como Cuba é mesmo a cara da diplomacia lulista. Qual será o próximo passo, um bloco com a Coréia do Norte e o Irã de Ahmadinejad? É, a política externa brasileira se guia mesmo pela defesa constitucional da democracia e dos direitos humanos...

P.S.: A foto acima mostra o prisioneiro político cubano Orlando Zapata Tamayo. É sobre ele que fala o segundo texto de Reinaldo Azevedo, transcrito acima. Fica como uma homenagem a mais esse lutador pela liberdade ASSASSINADO pela ditadura castrista. Lembre desse nome, Lula: Orlando Zapata Tamayo. É mais uma vítima de uma tirania que você apóia incondicionalmente. Que a lembrança dele, e de todos os mortos pelo regime dos Castro, o assombre todas as noites quando você for dormir. É o que desejo do fundo do coração.

segunda-feira, fevereiro 22, 2010

GIGOLÔS DO SOFRIMENTO ALHEIO

Os jornais de hoje informam que um ataque das forças da OTAN contra os terroristas do Talibã deixou 27 civis mortos no Afeganistão. Ao que tudo indica, tratou-se de um erro trágico, pelo qual o comando da OTAN no país já pediu desculpas.
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É algo terrível, claro. A morte de um inocente é a morte de um inocente, e ponto. Não há, talvez, para quem perde um dos seus em uma situação dessas, palavra de conforto que torne a dor da perda menos insuportável. Não ajuda saber, por exemplo, que o filho ou esposa morreu por causa de um acidente ou de uma operação mal-planejada. É por isso mesmo que se deve rechaçar com nojo os gigolôs do sofrimento alheio, que sempre aparecem nessas horas.
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Os inimigos da guerra ao terrorismo islamita, que tem no Afeganistão, atualmente, seu principal front, não perdem oportunidades como essa para destilar sua baba imunda. Nesse caso específico, muitos deles, claro, demorarão um pouco para dizer qualquer coisa, pois afinal o atual comandante da guerra ao terror não se chama George W. Bush, mas Barack H. Obama, que, embora com o prestígio e a aura de santidade um pouco abalados pela realidade, ainda é o queridinho das esquerdas altermundialistas. Mas não se enganem: eles nunca descansam. Já posso adivinhar o que dirão daqui pra frente: "Viram só? Mais civis inocentes mortos. Isso mostra o quão bárbaros e cruéis são os malvados imperialistas. Fora EUA e OTAN do Afeganistão!" etc. Em outras palavras: irão afirmar, mais uma vez e apelando para cenas chocantes e tocantes de gente morta e mutilada, que os terroristas e os que os combatem se equivalem moralmente.
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Esse é um truque antigo e recorrente, também usado à exaustão no Iraque e no caso da luta entre Israel e os terroristas do Hamas e do Hezbollah, em que a propaganda antiamericana e anti-israelense há muito já tomou o lugar da lógica e dos fatos, bem como da simples honestidade. Tão antigo e recorrente quanto revelador do baixo nível moral dos que o utilizam. A morte de civis em meio ao combate, não sendo proposital, revela imperícia ou imprudência, não crueldade. Já a aniquilação propostal de civis inocentes é uma marca do terrorismo que os EUA e a OTAN tentam erradicar no Afeganistão. Há pouco tempo, um terrorista tentou explodir um avião de passageiros que ia de Londres a Nova York. Foi impedido pela sua própria incompetência. Pode-se colocá-lo no mesmo patamar moral dos que, por erro de cálculo e no fragor da batalha, confundem alvos civis com inimigos?
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Ou, para que fique mais claro: O erro dos que combatem o terrorismo está em matar inocentes. O erro dos terroristas está em NÃO conseguir matar inocentes. Quando aqueles erram, civis morrem. Quando estes erram, civis vivem. No primeiro caso, há o cuidado do policial de não atingir a população inocente. No segundo caso, essa preocupação não existe, pois o objetivo mesmo do criminoso é provocar o máximo possível de morte e destruição, inclusive entre pessoas inocentes.
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Ficou claro quem está do lado da civilização e quem está do lado da barbárie? Ficou claro quem representa o bem e quem representa o mal?
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Mesmo assim - podem apostar -, vocês verão energúmenos e cretinos berrando slogans pretensamente humanistas, com a cara mais bisonha do mundo, contra o "genocídio" da OTAN no Afeganistão. É o mesmo tipo de gente que passou anos sem dar a mínima para as atrocidades do Talibã, e que enxerga "força desproporcional" na ação de Israel contra o Hamas. Pessoas que ou são idiotas úteis ou realmente acreditam que entre os EUA e a Al-Qaeda, ou entre Israel e o Hamas, não existe diferença. Ou que então aplaudem mesmo o terrorismo islamita. De qualquer maneira, estão muito mais próximas da selvageria do que da civilização.
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Quem fica indignado com a morte acidental de inocentes na guerra ao terrorismo islamita e exige punição para os responsáveis está apenas sendo humano. Quem aproveita tal fato para botar no mesmo saco os terroristas e os que os combatem não passa de gigolô do sofrimento alheio.

ONDE ESTÁ A DIREITA?

Como vocês sabem, ontem foi o lançamento oficial da candidatura Dilma Rousseff à Presidência da República. O fato ocorreu em Brasília, em algo chamado pomposamente de IV Congresso do PT - na verdade, um convescote para homologar a candidatura criada pelo capo di tutti capi como alternativa à candidatura José Dirceu, que gorou por causa do escândalo do mensalão em 2005.

Aí você poderá perguntar: a candidata do governo, do PT, da esquerda, já está aí, com o bloco na rua. E a oposição, a direita, onde é que está?
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Pois aí é que está. Não existe oposição, muito menos direita, no Brasil. Como já escrevi aqui diversas vezes, e aproveito para repetir.
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"Como assim, não há direita no Brasil?", alguém certamente perguntaria, e citaria esta ou aquela sigla, este ou aquele senador ou deputado. O simples fato de considerar A ou B um representante "da direita" nestas terras confirma o que digo: basta alguém se mostrar um pouquinho mais crítico ao governo e ao lulo-petismo, e lá vem o anátema terrivel: é "de direita"... Invariavelmente, é alguém das hostes esquerdistas que apõe esse rótulo, pois há muito é a esquerda que determina quem é e quem não é, no Brasil, "de direita". Sem querer, inconscientemente, muita gente repete esse discurso, sempre com o cuidado de não parecer, também, "de direita". E, assim, todos se convertem, sem o saber, em esquerdistas. É isso que se chama, em linguagem esquerdista, "hegemonia".
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Repito: não existe direita no Brasil. Dêem uma olhada nos principais partidos políticos brasileiros. Sabemos quem é a esquerda, o PT, mesmo que os ultra-esquerdistas, como os bocós do PSOL e do PSTU, insistam em dizer que não, porque, para eles, os petistas não são esquerdistas o suficiente... O PSDB, defensor da social-democracia à européia, está, apesar do que dizem os petistas - para quem os tucanos também não são suficientemente de esquerda, logo só podem ser "de direita" -, até mais à esquerda do que o PT em certos assuntos. O "centro" - ou, nesse caso mais apropriadamente, "o pântano" - seria o PMDB, que há muito deixou de ser um partido político para virar um conglomerado de interesses pessoais (e que está do lado do governo Lula, aliás - Sarney e Renan Calheiros que o digam). Quem seria a direita, então? O DEM? Irá compor com o PSDB de José Serra e Fernando Henrique Cardoso. Repito a pergunta: onde está a direita?

Este ano teremos mais uma farsa gigantesca. As eleições presidenciais, no Brasil, há muito não são mais do que campeonatos de esquerdismo, em que os candidatos se esforçam em se mostrar cada um mais à esquerda, mais estatista e mais antiliberal, do que o outro. Qualquer que seja o candidato eleito nas urnas em 3 de outubro, há, pelo menos, uma certeza: será um político de esquerda. Ou, se preferirem, não será alguém de direita. Isso porque - infelizmente - não existem partidos e políticos de direita no Brasil.

Isso, para os esquerdistas evidentemente, é algo bom. Mas, para a democracia, é algo extremamente negativo. Toda democracia que se preze possui partidos de direita sólidos e estruturados. É assim em qualquer país avançado. No Brasil, não. Aqui, uma eleição em que pontifiquem somente candidatos de esquerda, ou identificados com as teses de esquerda, é considerada um "avanço". O próprio Lula disse isso um dia desses, em mais uma de suas frases de porta de sindicato, ao se referir aos "trogloditas da direita". Uma eleição somente com candidatos esquerdistas é tão desinteressante e tão pouco democrática quanto uma que só tenha candidatos de direita, ou de centro. Mas, infelizmente, dizer que alguém é de direita, no Brasil, é xingamento - mesmo que os trogloditas de verdade, como Collor e Maluf, sejam hoje lulistas de carteirinha. Será que todos os eleitores brasileiros são de esquerda? Onde está o pluralismo?

Isso revela a pouca maturidade do sistema partidário brasileiro. Afinal, a alternância no poder, não só de pessoas e partidos, mas sobretudo de ideologias, é um dos pilares da democracia. Há pouco tempo o Chile, que viveu uma ditadura feroz até 1990, teve eleições presidenciais. Venceu o conservador e direitista Sebastián Piñeira, que sucederá a socialista - logo, inegavelmente de esquerda - Michele Bachelet. E isso apesar de Bachelet ter quase 80% de aprovação popular. No Brasil, 80% de popularidade é a senha não para o respeito à democracia e à alternância no poder, mas para planos continuístas. Isso demonstra como estamos atrasados em relação a alguns de nossos vizinhos.

Além do mais, a falta de alternância verdadeira - o que já chamei aqui, referindo-me à falsa dicotomia PT-PSDB, de duopólio esquerdista - gera um outro fenômeno colateral: a irrelevância dos partidos. É o caso do PT. Desde que surgiu, em 1980, o partido passou décadas se dizendo diferente dos demais partidos. Nesse processo, colocou-se contra TODOS os principais avanços e conquistas da sociedade brasileira nos últimos trinta anos. O PT foi contra a eleição de Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1984, recusou-se a assinar a Constituição de 88, opõs-se ao Plano Real, ao Proer e à Lei de Responsabilidade Fiscal. Agora, colhe os frutos de tudo isso, apresentando-se como fiador - até mesmo como o fundador - da democracia e da estabilidade econômica. Quer dizer: apropria-se do que os outros fizeram, como se fosse conquista sua, quando foi contra cada um desses avanços.

O que o PT pode fazer no campo econômico, e mesmo social, que o PSDB ou o DEM já não tenham feito ou que possam fazer, mais e melhor, no futuro? Essa é a questão que revela como as diferenças entre os adversários nas próximas eleições presidenciais são superficiais e mesmo inexistentes. "O Brasil mudou, e nós mudamos também", é o que mais se ouve os petistas dizerem. Ou seja: o principal mérito do PT, para ganhar eleições, é apresentar-se como igual a seus adversários, é deixar de ser PT.

O que sobra, então, do PT? Sobra o projeto totalitário, a ânsia em tutelar e censurar a imprensa e em controlar a sociedade. Isso se revela tanto nos mensalões e na condescendência com os bandidos do MST quanto no alinhamento automático com ditaduras como a cubana e a iraniana. O PT, na verdade, não passa de um PSDB piorado. Assim como o governo Lula não passa de uma versão mais rombuda e mais à esquerda do governo FHC. Seus oponentes, por sua vez, estão no mesmo campo político-ideológico.

Onde está a direita?

sexta-feira, fevereiro 19, 2010

RELEMBRANDO HONDURAS: O QUE ELES DISSERAM


Militante do PUM em ação contra a "mídia golpista".


Vocês se lembram, claro, de Honduras. Recordam-se, certamente, do vexame que o Itamaraty lulista deu naquele país, sobre o qual já escrevi extensamente aqui. O Brasil condenou um "golpe" que não existiu e deu apoio incondicional a um golpista de verdade que tentou rasgar a Constituição do país, oferecendo-lhe inclusive a Embaixada em Tegucigalpa como seu escritório político e palanque. Terminou desmascarado como cúmplice de uma tentativa de golpe bolivariana tramada juntamente com Hugo Chávez.

Pois é. Andei vasculhando na internet para saber o que os jornalistas brasileiros andaram dizendo na epoca. Deparei-me com o seguinte texto, no blog de Paulo Henrique Amorim, do dia 25/09/2009 - quatro dias depois de mané zé laia ter transformado a Embaixada brasileira em seu cafofo.

O que o assalariado da Igreja Universal do Reino de Deus escreveu a respeito? Disse o Bofe de Elite:
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Honduras é o neo-golpe. Por isso o PIG (*) gosta tanto dele
O "neo-golpe" de que fala o gigante é o que o Congresso e o Judiciário, juntamente com os militares e a sociedade civil hondurenha, fizeram em 28/06/2009, quando afastaram LEGALMENTE zé laia do poder. Já falarei sobre o que é o tal PIG e seu rival, o PUM.

O PiG (*) gosta do Golpe de Estado em Honduras, porque ele é o Golpe que o PiG (*) quer dar no Brasil e não consegue.

É o Golpe by proxy.
Antigamente, quem dava o Golpe eram os militares, com a mão de gato dos americanos.
Ainda falta me convencer que defender a Lei e destituir um presidente que tentou violar a Constituição, ao convocar uma consulta ilegal e inconstitucional, é "golpe". Sendo que, nesse caso, não foram nem os militares, nem os americanos, que deram o tal "golpe"- os militares agiram em cumprimento de uma ordem legal do Congresso e do STF hondurenhos, e os americanos ficaram contra, como Lula e Paulo Henrique Tamborim.
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Tinha sempre a desculpa de o presidente de inclinação trabalhista (Allende, Jango) querer dar um Golpe e o Golpe era um Contra-Golpe para salvar a democracia.
"Inclinação trabalhista" foi ótimo... Allende era marxista convicto, não escondia de ninguém sua intenção de construir, no Chile, o "socialismo por meios legais". E isso tendo sido eleito com pouco mais de 30% dos votos. Jango não só queria, como estava preparando um golpe. O próprio Brizola, que Paulo Henrique Tamborim sabe quem foi, admitiu isso. Desculpa?
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O Elio Gaspari, por exemplo, autor de interminável obra para provar que Geisel e Golbery são o Washington e o Thomas Jefferson da Democracia brasileira, rodou, rodou e não conseguiu demonstrar que Jango ia dar um Golpe.

Isso não cola mais.
E o que o Brizola disse das intenções golpistas de seu cunhado Jango, que Gaspari menciona em seus livros, não cola? E os Grupos de Onze, as Ligas Camponesas, as revoltas dos sargentos e dos marinheiros, a agitação sindical, a tentativa de estado de sítio etc.? Nada disso cola?

Obama não é Nixon, não é Johnson, não é Bush.
Na época, Obama ainda ainda era visto como aliado dos petistas-bolivarianos, pois os EUA também condenaram o "golpe" que não houve e pressionaram Honduras a aceitar o retorno do "democrata" zé laia. Hoje, não sei se PHA diria a mesma coisa do ídolo da esquerda mundial, pois até ele, Obama, se deu conta de que é difícil chamar de golpe um movimento que preserva a lei e mantém as eleições. Com isso e mais o Afeganistão, é possível que PHA tenha mudado de idéia a respeito do ex-demiurgo.

Então, é preciso um “neo-Golpe”, como o neo-liberalismo, que jaz num rodapé da História.
É mesmo? Diga-me em que país o tal "neo-liberalismo" - da maneira como o entende a esquerda e o PHA - foi implantado in totum? (Uma dica: no Brasil, é que não foi.) Como jaz no rodapé da História algo que nunca existiu? (Ao contrário do comunismo, que este sim existiu, e que, se depender da vontade dos PHAs da vida, vai continuar insepulto.)

(Aliás, Golpe e neo-liberalismo andavam de mãos dadas. O primeiro teórico do Estado Mínimo foi Mussolini. Quem, primeiro, o colocou em prática foi o General Pinochet, com a ajuda dos Chicago Boys. Aqui, foi o Farol.)
Fala sério! Mussolini e "estado mínimo" combinam tanto quanto PHA e honestidade intelectual. Desde quando o fascismo, regime que tinha no lema "Tudo com o Estado, nada contra o Estado", tem alguma coisa a ver com o "neo-liberalismo"? É exatamente o contrário! É verdade que o regime militar autoritário (e não fascista) de Pinochet realizou reformas liberais na economia, mas e o que dizer do governo Geisel, o presidente que mais criou estatais em todos os tempos?

Como funciona o “neo-Golpe” ?
Simples.
Acusa-se o Presidente da República de montar um “Semanão” para corromper a oposição.
Ou seja: para PHA, o mensalão de 2005 não existiu... (deve ter sido uma "conspiração das elites").

Acusa-se o Presidente da República de ter aspirações continuistas, com um terceiro mandato.
Para ele, isso também não existiu...
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Instala-se uma CPI no Congresso.
Vai depor um Varão de Plutarco, notável parlamentar de ilibada reputação, Roberto Madison.
Atentem bem para isso: a idéia aqui é desqualificar o depoente (Roberto Jefferson), para que ninguém leve em conta o depoimento. Ou seja: o que vale é o mensageiro, não a mensagem.

Ele brada: a corrupção está ali ao lado, no Palácio do Vale !
E está mesmo. Que o diga o Ministério Público e os 40 indiciados no processo do mensalão.

É um mar de lama.
Idem.

O Presidente da Câmara, Thomas Noblat, declara o impeachment do Presidente da República.
Infelizmente isso não aconteceu.

O Governo e a situação recorrem.

O Presidente Supremo do Supremo Gilmar Diamantino, notável educador, nas férias do Supremo concede duas liminares em 48 horas aos Golpistas.


E o Presidente da República tem que deixar o país em direção ao Uruguai.
Por que não Cuba? Ou a Venezuela? Ou o Irã?

O presidente interino convoca eleições presidenciais.
Tudo dentro da Lei e da Ordem, como diz no PiG (*) e brada a urubóloga Miriam Leitão, uma das trombetas do Golpe.

[...]

É assim o “neo-Golpe”.

Dentro da Lei.

Ele só é possível porque o PiG (*) de Honduras e o PiG (*) do Brasil trabalham incansavelmente pelo Golpe.

Um presidente de inclinações trabalhistas – Zelaya é um proprietário rural, como Jango – não tem o direito de ajudar os pobres.
Vejam como zé laia, o "presidente de inclinações trabalhistas", estava ajudando os pobres: rasgando a Constituição de Honduras, em especial o artigo 239... Mas PHA não leu a Constituição de Honduras. Por isso acha que a saída de zé laia foi "golpe".

O PiG (*) não perdoa.

E aí se sai com essas sandices, como a que está na primeira página da Folha (**) : “Golpistas acusam Lula de intromissão”.

Intromissão, como ?
Sem querer, PHA deixa cair parte da máscara: a manchete é uma sandice, sem dúvida. Não porque não tenha havido intervenção brasileira (houve), mas porque não foram "golpistas" os que acusaram Lula de intromissão. O único golpista na história toda estava dentro da Embaixada brasileira, tentando voltar na marra ao poder.


Ainda assim seria um ex-presidente deposto legalmente, conforme a Constituição que ele tentou violar. Não seria "golpe".

Até onde eu sei, permitir que a própria Embaixada seja transformada em escritório de agitação política por políticos caídos em desgraça caracteriza intromissão nos negócios internos de outro país. Ou não caracteriza?

[...]

O PiG (*) faz em Honduras um ensaio do Golpe que quer dar aqui.
Tenho só uma coisa a dizer:

Que pena que isso não é verdade!

Em Honduras, ainda há gente valente e briosa, que defende a Lei contra quem quer estuprá-la. Já no Brasil... Temos Lula. E Paulo Henrique Tamborete de Forró.

Agora você deve estar se perguntando: o que raios é PIG?

Respondo: PIG é a sigla de "Partido da Imprensa Golpista". É uma gracinha inventada pelos petralhossauros e petralhotários para tentar fazer mofa com a "mídia" (é assim que eles chamam a imprensa, sobretudo a que não se rende a seus planos totalitários) e, de quebra, alimentar o misto de vitimismo e teoria conspiratória que passa, hoje, por esquerdismo. É algo saído das mesmas mentes que acreditam que o mensalão foi um complô da "zelite".

Engraçado, não?

O mais engraçado é que, no caso de Honduras, o conjunto da "mídia", inclusive a poderosa Rede Globo, caiu como um patinho no conto do "golpe" dado em Honduras contra o "mártir" zé laia, repetindo feito disco arranhado: "foi golpe", "foi golpe". Ou seja: de PIG não teve nada.

Dos grandes veículos de comunicação, apenas a revista VEJA se deu ao trabalho de ler a Constituição de Honduras e compará-la com os fatos.

Que partidinho mixurica esse tal de PIG, heim? Limita-se à VEJA e à Editora Abril...

E ainda tem quem nos queira fazer crer que esse tipo de coisa existe, e que é capaz até de derrubar presidente.
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Pois é. Isso não cola.
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Ainda bem que existe o PUM - Partido Unificado dos Mentirosos.

Eis como age o PUM.

Um recém-convertido ao bolivarianismo tenta um golpe para se eternizar no poder. Para tanto, tenta impor uma consulta ilegal e inconstitucional, usando as Forças Armadas.

O Exército, cumprindo determinação legal do Congresso e do Judiciário, age a tempo e aplica o que está na Constituição, retirando-o do poder.

O PUM entra imediatamente em ação, e no dia seguinte todos estão gritando, indignados: "foi golpe".

Muita gente cai na esparrela, graças à propaganda insistente do PUM.

O golpista deposto, com o apoio do PUM, entra clandestinamente no país e se assenhora da embaixada de outro país, cujos governantes são membros do PUM. De lá, passa a defender a guerra civil. O PUM aplaude, e exige sanções duras contra os "golpistas" que aplicaram a Lei.

Os novos governantes aplicam o que está na Constituição, mantêm as eleições, preservam as garantias individuais e a democracia. Mas ainda assim o PUM diz que houve golpe, e não reconhece a legitimidade do governo constitucional.

Para o PUM, houve golpe, porque o companheiro deposto por tentar estuprar a Constituição estava de pijamas quando o prenderam.

Paulo Henrique Bofe de Elite Tamborim é um dos porta-vozes do PUM. Um homem de grande estatura física e moral.

Esse é o PUM. Um partido com muitos adeptos no Brasil.

É LULA. MAS PODE CHAMAR DE A ESSÊNCIA DO MAL


Luiz Inácio deu uma entrevista ao Estado de S. Paulo, publicada hoje, 19/02. O que disse o Apedeuta? O de sempre: negou que o mensalão existiu, fez o elogio dos próprios aliados corruptos, como Zé Sarney, justificou a violação da lei eleitoral, aproveitou para surfar na desgraça das chuvas em São Paulo para fazer mais campanha eleitoreira antecipada etc. etc.

Não vou comentar nada disso aqui. Até porque outros já o fizeram, e com muita competência, aliás. Vou me concentrar apenas no final da entrevista. Vejam:

Por que é que o seu governo intercede em favor do governo do Irã?
Porque eu acho que essa coisa está mal resolvida. E o Irã não é o Iraque e todos nós sabemos que a guerra do Iraque foi uma mentira montada em cima de um país que não tinha as armas químicas que diziam que ele tinha. A gente se esqueceu que o cara que fiscalizava as armas químicas era um brasileiro, o embaixador Maurício Bustani, que foi decapitado a pedido do governo americano, para que não dissesse que não havia armas químicas no Iraque.

Vamos por partes, como diria Jack, o Estripador.

A "essa coisa" a que se refere Lula, e que, segundo ele, "está mal resolvida" é o fato de o Irã, uma ditadura teocrática, estar desenvolvendo, ao arrepio do direito e da comunidade internacionais, um projeto nuclear secreto que visa a produzir armas nucleares. O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que esteve aqui em novembro passado, e que, entre outras pérolas de sabedoria, nega o Holocausto de 6 milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, já deixou claro para quem quiser saber que quer varrer Israel do mapa. Ele inclusive trabalha ativamente para isso, apoiando com armas e dinheiro os terroristas do Hamas e do Hezbollah. Seu ministro da Defesa, aliás, tem contra si um mandado de prisão internacional por estar envolvido num atentado à bomba contra uma associação judaica, ataque que deixou 85 mortos em 1994 - isso aqui do lado, em Buenos Aires. Ou seja: seu governo tem como ponto de (des)honra a destruição de outro país e o aniquilamento de sua população. Com a bomba atômica, ele estará mais perto de alcançar esse seu objetivo.

É essa a "coisa mal resolvida" a respeito do Irã de que fala Lula. E o Brasil ainda apóia isso!

Sobre a comparação com o Iraque: Lula diz que a intervenção no Iraque em 2003 foi uma "mentira montada em cima de um país que não tinha as armas químicas que diziam que ele tinha" (juro que um dia vou escrever um livro sobre a maneira peculiar de o Apedeuta construir as frases...). E quer dizer com isso, certamente, que o Irã seria um caso parecido etc. e tal. Fica parecendo que os EUA e seus aliados sabiam que Saddam Hussein não tinha armas de destruição em massa e inventaram a coisa toda para levar adiante a guerra. Aliás, é assim que muita gente pensa ainda hoje.

Pois é, meus caros. O problema é que os EUA NÃO SABIAM que Saddam Hussein não tinha as tais armas químicas. Foi JUSTAMENTE POR ISSO que os EUA e seus aliados se decidiram pela guerra - PORQUE NINGUÉM SABIA. Saddam ficou doze anos brincando de gato e rato com a ONU, descumprindo seguidas resoluções (dezessete!) do Conselho de Segurança, impedindo o acesso de inspetores a seus arsenais etc. Diante dessa dúvida - e do perigo representado pela ditadura iraquiana, que já havia, inclusive, usado essas armas contra a própria população curda, em 1988 -, os EUA e seus aliados decidiram que seria melhor agir logo, em vez de esperar para ver. Ou seja: não houve "mentira" nenhuma, a não ser as mentiras inventadas pelo ditador Saddam Hussein, que agora deve estar se lamentando no inferno.

Quanto ao Bustani, outra balela do Apedeuta: ele não foi "decapitado a pedido do governo americano" para que "não dissesse que o Iraque não tinha armas químicas". Isso é falso. Ele foi, sim, retirado do cargo por pressão dos EUA, que agiram, pode-se dizer, de forma arrogante. Mas o motivo não foi esse. O motivo de sua queda da direção da OPAQ ele mesmo deixa claro qual foi. Leiam o que ele disse em entrevista à revista VEJA (edição 1749, 1/05/2002, páginas amarelas):

Parte de minha função era atrair novos países para dentro da organização, algo que fiz com enorme sucesso. O número de Estados membros saltou de 87 para 145 países, entre eles o Irã e o Sudão. Há cinco anos, tento convencer o Iraque a entrar para a Opaq, mas não consegui convencer seus representantes. Não havia sinal algum de que estivessem prestes a mudar de idéia. Caso o Iraque entrasse na Opaq, teria de aceitar as inspeções. Talvez haja interesses contrários a isso.

Ou seja: ele, Bustani, caiu não porque soubesse que o Iraque não tinha as tais armas proibidas - ninguém sabia -, mas porque tentou atrair o Iraque para a organização que presidia, coisa que o regime de Saddam rejeitou categoricamente por cinco anos. Ele queria que o Iraque fizesse parte da OPAQ e se submetesse às inspeções, mas Saddam disse não e continuou com seu jogo de mentiras com a ONU. Os EUA se cansaram desse joguinho e pediram a saída do brasileiro da organização, pois concluíram - acertadamente, diga-se - que ele estava sendo enganado pelo ditador iraquiano. Pode-se acusar os EUA de arrogância, mas não se pode dizer, como faz Lula, que o diplomata brasileiro perdeu seu cargo "para que não dissesse que não havia armas químicas no Iraque". Simplesmente porque isso seria impossível, como o próprio Bustani admite, ainda que por vias oblíquas.
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Além de a análise do caso iraquiano ser equivocada, para dizer o mínimo, a comparação que Lula faz com o caso do Irã não tem qualquer fundamento. Pois Ahmadinejad já deixou claro que seu programa nuclear não tem nada de pacífico. Ou seja: nem esconder a realidade, como fazia Saddam, ele se dá ao luxo de fazer. Somente Lula e o Itamaraty parecem não ter percebido isso ainda. Ou perceberam, mas, por algum motivo difícil de entender, prosseguem com essa política suicida.
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Mas o melhor vem em seguida. No final da entrevista, Lula diz o seguinte:

O sr. continua achando que a Venezuela é uma democracia?
Eu acho que a Venezuela é uma democracia.

E o seu governo aqui é o quê?
É uma hiper-democracia. O meu governo é a essência da democracia.

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