terça-feira, novembro 27, 2012

“GUARANI-KAIOWÁ DE BOUTIQUE” – POR LUIZ FELIPE PONDÉ


Muito bom texto. Luiz Felipe Pondé faz picadinho de mais uma "causa da moda", tão ao gosto da beautiful people devota da religião politicamente correta. E de quebra ainda nos brinda com uma ótima reflexão sobre a banalidade e a mediocridade reinantes no mundo virtual. Saiu na Folha do dia 20/11.

A propósito, alguém sabe como se escreve "viva a civilização" em guarani-kaiowá? (GB)
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GUARANI-KAIOWÁ DE BOUTIQUE


LUIZ FELIPE PONDÉ

As redes sociais são mesmo a maior vitrine da humanidade, nelas vemos sua rara inteligência e sua quase hegemônica banalidade. A moda agora é “assinar” sobrenomes indígenas no Facebook. Qualquer defesa de um modo de vida neolítico no Face é atestado de indigência mental.

As redes sociais são um dos maiores frutos da civilização ocidental. Não se “extrai” Macintosh dos povos da floresta; ao contrário, os povos da floresta querem desconto estatal para comprar Macintosh. E quem paga esses descontos somos nós.

Pintar-se como índios e postar no Face devia ser incluído no DSM-IV, o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais.

Desejo tudo de bom para nossos compatriotas indígenas. Não acho que devemos nada a eles. A humanidade sempre operou por contágio, contaminação e assimilação entre as culturas. Apenas hoje em dia equivocados de todos os tipos afirmam o contrário como modo de afetação ética.

Desejo que eles arrumem trabalho, paguem impostos como nós e deixem de ser dependentes do Estado. Sou contra parques temáticos culturais (reservas) que incentivam dependência estatal e vícios típicos de quem só tem direitos e nenhum dever. Adultos condenados a infância moral seguramente viram pessoas de mau-caráter com o tempo.

Recentemente, numa conversa profissional, surgiu a questão do porquê o mundo hoje tenderia à banalidade e ao ridículo. A resposta me parece simples: porque a banalidade e o ridículo foram dados a nós seres humanos em grandes quantidades e, por isso, quando muitos de nós se juntam, a banalidade e o ridículo se impõem como paisagem da alma. O ridículo é uma das caras da democracia.

O poeta russo Joseph Brodsky no seu ensaio “Discurso Inaugural”, parte da coletânea “Menos que Um” (Cia. das Letras; esgotado), diz que os maus sentimentos são os mais comuns na humanidade; por isso, quando a humanidade se reúne em bandos, a tendência é a de que os maus sentimentos nos sufoquem. Eu digo a mesma coisa da banalidade e do ridículo. A mediocridade só anda em bando.

Este fenômeno dos “índios de Perdizes” é um atestado dessa banalidade, desse ridículo e dessa mediocridade.

Por isso, apesar de as redes sociais servirem para muita coisa, entre elas coisas boas, na maior parte do tempo elas são o espelho social do ridículo na sua forma mais obscena.

O que faz alguém colocar nomes indígenas no seu “sobrenome” no Facebook? Carência afetiva? Carência cognitiva? Ausência de qualquer senso do ridículo? Falta de sexo? Falta de dinheiro? Tédio com causas mais comuns como ursinhos pandas e baleias da África? Saiu da moda o aquecimento global, esta pseudo-óbvia ciência?

Filosoficamente, a causa é descendente dos delírios do Rousseau e seu bom selvagem. O Rousseau e o Marx atrasaram a humanidade em mil anos. Mas, a favor do filósofo da vaidade, Rousseau, o homem que amava a humanidade, mas detestava seus semelhantes (inclusive mulher e filhos que abandonou para se preocupar em salvar o mundo enquanto vivia às custas das marquesas), há o fato de que ele nunca disse que os aborígenes seriam esse bom selvagem. O bom selvagem dele era um “conceito”? Um “mito”, sua releitura de Adão e Eva.

Essas pessoas que andam colocando nomes de tribos indígenas no seu “sobrenome” no Face acham que índios são lindos e vítimas sociais. Eles querem se sentir do lado do bem. Melhor se fossem a uma liquidação de algum shopping center brega qualquer comprar alguma máquina para emagrecer, e assim, ocupar o tempo livre que têm.

Elas não entendem que índios são gente como todo mundo. Na Rio+20 ficou claro que alguns continuam pobres e miseráveis enquanto outros conseguiram grandes negócios com europeus que, no fundo, querem meter a mão na Amazônia e perceberam que muitos índios aceitariam facilmente um “passaporte” da comunidade europeia em troca de grana. Quanto mais iPad e Macintosh dentro desses parques temáticos culturais melhor para falar mal da “opressão social”.

Minha proposta é a de que todos que estão “assinando” nomes assim no Face doem seus iPhones para os povos da floresta.

quinta-feira, novembro 22, 2012

EM DEFESA DO ÓBVIO

O Brasil - eu quase escrevi: o mundo (ainda não perdi totalmente a esperança...) - está se tornando um lugar em que afirmar o óbvio está cada vez mais difícil. E isso por culpa de "movimentos" (faço questão das aspas) que, em nome de "causas" as mais díspares - e disparatadas - querem porque querem convencer a todos que dois mais dois são cinco, como no célebre livro de Orwell.
 
Em que consiste a tática dos politicamente corretos, herdeiros diretos ou indiretos da velha "linha justa" dos partidos comunistas? Eis alguns exemplos.
 
- Fulano defende o direito de Israel se defender dos ataques terroristas do Hamas e condena o uso por este de civis palestinos, inclusive crianças, como escudos humanos (o que traz sempre dividendos propagandísticos contra Israel)? É um "sionista fanático, racista, imperialista e genocida".
 
- Quer ver os mensaleiros respondendo por seus crimes na cadeia? É um membro da "elite golpista", defensora de um "moralismo udenista de classe média".
 
- Considera o culto da ignorância promovido pelo lulopetismo uma ofensa aos pobres que estudam? É um "preconceituoso" e "elitista".
 
- É contrário ao sistema de cotas raciais no serviço público, pois se trata da oficialização do racismo (pior: num país de mestiços), e tem dúvidas quanto à sinceridade de Barack Obama no tocante à sua nacionalidade? É um "racista" e "teórico da conspiração".
 
- Não se deixa levar pelo discurso ensaiado e baseado em desinformação de celebridades televisivas contra a construção de uma usina hidrelétrica, sem a qual o país corre o risco de ficar às escuras? É um "inimigo da natureza" e defensor dos "interesses ruralistas".  
  
- É contra o desarmamentismo e a "descriminalização" da maconha, e defende leis mais severas para punir a criminalidade, como a redução da maioridade penal para 16 anos? É um "fascista".
 
- Considera revanchismo a idéia de rever a Lei de Anistia de 1979 para punir apenas um dos lados do conflito ideológico dos anos do regime militar, lembrando que a esquerda armada praticou terrorismo e assassinatos? É um "defensor da ditadura", "favorável a torturadores" etc. 
 
- Quer saber a verdadeira opinião de Dilma Rousseff sobre questões como o kit-gay e o aborto? É um representante da "direita medieval" etc. etc.
 
E, finalmente:
 
- Acredita que 1) aquilo que se faz na cama é um assunto estritamente privado; 2) preferências sexuais não devem ser fonte de direitos (nem de deveres); 3)criminalizar a "homofobia" é um disparate que levaria inexoravelmente à institucionalização da censura; 4) o Brasil está longe de ser um matadouro de homossexuais; e 5) nenhum comportamento humano está acima de crítica ou de chacota? Então só pode ser um "homofóbico", "preconceituoso" e inimigo da liberdade e da diversidade sexual etc. etc. etc. - ou seja: um leitor da VEJA (a "mídia golpista").
 
Qualquer pessoa ainda não lobotomizada pela propaganda esquerdopata e "politicamente correta" não terá dificuldade alguma em perceber que as conclusões acima são uma grossa empulhação, uma tremenda impostura decorrente da mais despudorada desonestidade intelectual. É algo facilmente notado por qualquer pessoa razoavelmente dotada de inteligência. Menos, claro, se você for um militante.

O leitor razoavelmente informado e perspicaz também já deve ter percebido do quê estou falando. Há dias, um artigo do colunista da VEJA J.R. Guzzo é motivo de revolta entre os militantes gays (que eu prefiro chamar de gayzistas) e seus simpatizantes. Estes inundaram as redes sociais de comentários indignados, supostamente por causa de uma alusão a cabras que os deixou particularmente ofendidos. Alusão esta que não passou disso: uma alusão, referente ao fato de que o casamento, em nossa sociedade, não é um direito ilimitado, daí a idéia do "casamento gay" não ser algo assim tão simples - assim como a união matrimonial entre um homem (ou mulher) e uma cabra (ou um bode). Aliás, ninguém é obrigado por lei a gostar de gays, de cabras ou de espinafre, é?
 
Em texto meu anterior, fiz questão de rebater ponto a ponto os "argumentos" utilizados por um conhecido porta-voz político-artístico do "movimento" gayzista que, para tentar desqualificar o texto de Guzzo, demonstrou claramente não ter entendido o que leu (se é que leu). E tentei deixar claro - acredito que consegui fazê-lo - que o que mexeu com os brios do pessoal LGBT (ainda é assim que se chamam?) não tem nada a ver com cabras e espinafres: foram simplesmente os fatos citados acima, que Guzzo menciona em seu texto. Principalmente dois fatos que ainda esperam ser contestados: que os gays não são uma classe especial e diferente de cidadãos e que a propaganda gayzista, ao insistir na idéia contrária, acaba confirmando a Lei das Consequências Indesejadas, segundo a qual o resultado de uma luta - nesse caso, por "igualdade" - termina sendo, paradoxalmente, o seu inverso (o mesmo pode ser dito das cotas raciais, que, a pretexto de combater a discriminição racial, acabaram oficializando-a).  Assim, o "movimento" gayzista acaba conspirando contra os próprios homossexuais (que não são todos militantes da "causa", é bom que se diga). 
 
Como eu disse, já escrevi sobre o tema, e não pretendo me repetir. Vou apenas acrescentar um dado que julgo relevante. Trata-se da definição da assim chamada "homofobia", cuja criminalização é uma das principais bandeiras do "movimento" gayzista. Assim como J.R. Guzzo, tenho sérias dúvidas sobre o que viria a ser essa tal "homofobia" de que tanto falam. E, assim como o colunista da VEJA, não consigo ver nenhum sentido em criminalizar algo que não se sabe exatamente o que é e que ninguém - repito: ninguém - até agora definiu com clareza. "Homofobia" é, para dizer o mínimo, algo extremamente vago. Ao contrário, por exemplo, de "Matar alguém" ou de "Escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou função religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso" (Artigo 208 do Código Penal Brasileiro; pena: detenção, de 1 mês a 1 ano, ou multa) - algo que costuma ocorrer, diga-se, nas paradas gay em várias capitais. Nesse caso, trata-se de um crime claramente tipificado pelas leis do país. Mas, "homofobia"? O que raios é "homofobia"? Citar uma passagem da Bíblia (ou do Corão) que condena a prática homossexual? Mas proibir tal coisa, concordando-se ou não com o trecho assinalado, é claramente um atentado à liberdade religiosa, um dos pilares da democracia. O que resta, então?  Uma piada de bar, talvez? É, sobra essa alternativa. Nesse caso, o que vai a seguir teria de ser proibido:
 
 
Pode-se considerar uma piada de mau gosto, ou discordar de um ponto de vista. Mas pode-se, sob qualquer pretexto, tentar censurá-los em um estado de direito democrático? De qualquer maneira, o que se estaria criminalizando é nada mais, nada menos, do que uma opinião. E delito de opinião só existe em ditaduras. Preciso ser mais claro?
 
Em outras palavras, é o seguinte: para que a tal "homofobia" seja transformada em crime, como pretendem os militantes gayzistas, a liberdade de expressão e de opinião - inclusive a liberdade de contar uma simples piada de bichinha - teria que ir para as cucuias. Isso significaria que todos teriam de ser obrigados a gostar, por lei, de gays. Ou de cabras e de espinafre.
 
Essa é a questão que está por trás (no bem sentido, claro...) de toda a onda de revolta e de indignação dos gayzistas contra o artigo da VEJA. Todo o resto - revolta por ser comparado a uma cabra, por exemplo - não passa de faniquito de viadinhos afetados e nervosinhos. Coisa de boiola.
 
Quando o debate está de antemão tolhido pelo discurso militante, que demoniza o antagonista em vez de analisar os fatos com honestidade, quem perde é a inteligência. Os militantes de "movimentos" como o LGBT se especializaram em satanizar seus críticos, cobrindo-os de injúrias de todos os tipos quando se dizem, eles mesmos, vítimas de injúria. Com essa tática desonesta, procuram desviar a atenção de fatos que lhes são incômodos, por destoarem frontalmente de seu discurso vitimista, fugindo do debate e colocando-se, assim, acima de qualquer crítica. A se julgar pela repercussão negativa do artigo da VEJA, a tática funciona.  

quinta-feira, novembro 15, 2012

DE GAYS, CABRAS E ASNOS


Causou furor esta semana um artigo de J.R. Guzzo publicado na revista VEJA, tão acusada de "reacionarismo" pela turma que adora dizer que não a lê (mas se enche de raiva e indignação mesmo assim, vai entender...). O pessoal da esquerda-caviar, defensora do "controle social da mídia" (o que não incluiria, certamente, os telejornais da Record e a chapa-branca Carta Capital), e em particular os defensores da chamada "causa gay", rodaram a baiana e ameaçaram fazer um grande auto-de-fé com o articulista por causa do texto "Parada gay, cabra e espinafre".
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Pois bem. Eu estava quase achando graça nas piadas com referências a cabras e à VEJA que vi no Facebook e em outras redes sociais quando, ao clicar em um link, deparei-me com um artigo do ex-BBB e deputado federal (não necessariamente nesta ordem) Jean Wyllys (PSOL-RJ). Ao lê-lo, ficou claro para mim que grande parte da raiva dos gays e cia. com o artigo de Guzzo decorreu do fato de que simplesmente se abstiveram de ler o mencionado artigo ou, se o leram, não entenderam patavina, ou não quiseram entender, o que não me surpreenderia. E me deu vontade de aplaudir o texto de Guzzo.
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Antes, porém, de começar a análise do que seria a réplica do deputado-celebridade, devo começar afirmando que uma das coisas mais funestas hoje em dia - tão funesta quanto as tentativas dos petistas de justificar ou negar o mensalão, por exemplo - é a politização (ou, melhor dizendo: a ideologização) da vida privada. O que se faz entre quatro paredes, desde que não envolva menores de idade, violência não-consensual ou animais, deveria ficar entre quatro paredes, é o que diz o bom senso. Trata-se de assunto que é, ou deveria ser, estritamente privado, pertencente unicamente à esfera particular, e não política. Pelo mesmo motivo, é absurdo querer que preferências sexuais sejam fonte de direitos ou deveres. Acho que isso é mais ou menos óbvio para qualquer pessoa civilizada, não?
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Mas vamos ao texto de Jean Wyllys. Logo no início, lê-se uma clara demonstração de intolerância por parte de um autoproclamado paladino da tolerância, quando este, dizendo haver prometido não responder à coluna do ex-diretor de redação da VEJA "para não ampliar a voz dos imbecis", afirma que o texto deste "trata sobre [sic] o relacionamento dele com uma cabra e sua rejeição ao espinafre, e usa esses exemplos de sua vida pessoal como desculpa para injuriar os homossexuais", sendo, assim, um "monumento à ignorância, ao mau gosto e ao preconceito". Fecha aspas.
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Quem quer que tenha passado os olhos sobre o artigo de Guzzo  (a íntegra vai ao final deste texto) não terá dificuldade em perceber que Jean Wyllys torce o sentido do artigo para fazer um ataque pessoal ao colunista, de baixo nível e - ironicamente - de péssimo gosto. Ao usar os pronomes "dele" e "sua", bem como a expressão "de sua vida pessoal" (de J.R.Guzzo), Jean Wyllys insinua - pior: afirma taxativamente - que o colunista teria tido um "relacionamento" com um espécime caprino. Pode-se ver no trecho destacado acima uma clara ofensa pessoal, que pode ser interpretada como injúria, crime passível de punição pelo Código Penal.
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Em seguida, Jean Wyllys, tomado de furor semântico (o policiamento da linguagem é outra característica desse pessoal), envereda por uma discussão meio acadêmica sobre os termos "homossexualismo" e "estilo de vida gay", que seriam, segundo ele, equivocados, sendo o correto falar em "homossexualidade" (homossexualismo traduziria uma tendência ideológica ou política). Não seria, tampouco, uma opção, pois "ninguém escolhe ser homo, hétero ou bi"  e "a orientação sexual é constitutiva da subjetividade de cada um/a e que esta não muda (Gosta-se de homem ou de mulher desde sempre e se continua gostando)" etc.
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Deixando de lado a questão de qual seria o termo correto segundo Jean Wyllys, o "movimento" LGBT, a ONU ou a ABNT, acho estranho esse ponto, porque são os gays os primeiros a se reivindicarem de um "movimento" (o próprio Jean Wyllys é um representante desse "movimento", como não cansa de dizer). E movimento, seja qual for, não existe sem uma ideologia que o alimente e impulsione, sem um "ismo". Fala-se em feminismo, por exemplo, e ninguém parece se indignar com a expressão. No caso aqui analisado, há claramente uma ideologia, o homossexualismo. Ou, melhor dizendo, o gayzismo, apologista da opção (ou do estilo de vida, sei lá eu) gay ou LGBT.
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Quanto a ser ou não uma opção, há registros de gays que, voluntariamente, decidiram tornar-se héteros (e vice-versa). Há alguns dias, inclusive, chamou a atenção o caso de um adolescente na Grã-Bretanha que, arrependido de ter feito uma operação de mudança de sexo, queria reverter - inutilmente, pelo visto - a cirurgia para voltar a ser menino... E assim como há libélulas que decidem, voluntariamente, deixar de ser gays há machões que, um belo e florido dia, resolvem sair do armário (os militantes gays, aliás, adoram citar casos assim, e os exibem como se fossem troféus). Longe de mim querer competir com autoridades no assunto como o deputado Jean Wyllys, mas fatos são fatos, não?
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Enfim, se o gayzismo não existe, e não é uma ideologia, uma opção de vida ou de pensamento da qual se pode fazer proselitismo, o que seria, então? Talvez o nobre deputado Jean Wyllys tenha a resposta.
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Jean Wyllys prossegue, dizendo que "esse deslize lógico só não é mais constrangedor do que sua [de J.R. Guzzo] afirmação de que não se pode falar em comunidade gay e que o movimento gay não existe porque os homossexuais são distintos. E o movimento negro? E o movimento de mulheres? Todos os negros e todas as mulheres são iguais, fabricados em série?"
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Ao que parece, para o senhor Jean Wyllys, negros e mulheres podem não ser fabricados em série, mas gays, sim. A associação do "movimento gay" com outros movimentos é um truque retórico e um primor de desonestidade. Faz parte do discurso da vitimização gayzista, que pinta os gays como uma minoria oprimida ou à beira da extinção violenta (já chego lá). Mas tudo bem, empreguemos o raciocínio do ilustre deputado. Sim, o mesmo vale para os demais movimentos. E isso porque, como falar em "movimentos" ou "comunidades" baseadas em raça ou em sexo se todos são, na verdade, INDIVÍDUOS?
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Pelo visto é isso - a existência do indivíduo, em toda a sua complexidade - o que mais incomoda o distinto legislador. Ele não vê os gays como seres individuais, com interesses e opiniões políticas diversas (inclusive, anti-gayzistas, pois nem todos os gays pactuam do credo LGBT), mas como membros de um "coletivo", uma "comunidade". Para ele, é inconcebível que haja homossexuais que não sejam militantes, que preferem, em vez de agitar bandeiras, simplesmente ser deixados em paz para viver suas vidas da maneira que escolherem (a maioria, creio). Com isso, ele parece esquecer do elemento fundamental constitutivo da subjetividade humana, preferindo enquadrá-la num rótulo, o do "movimento gay". Também pudera: afinal, ele foi eleito com essa bandeira e essa agenda política. Sem isso, sem essa "causa", ele simplesmente não existe. (A propósito: há uma comunidade ou um movimento heterossexual?) É isso que o colunista da VEJA certamente quis dizer quando escreveu que "A tendência [dos militantes gays] a olharem para si mesmos como uma classe à parte, na verdade, vai na direção exatamente contrária à sua principal aspiração – a de serem cidadãos idênticos a todos os demais."
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Jean Wyllys diz não negar que a "comunidade LGBT" seja composta de indivíduos que são diferentes entre si etc., mas acaba sempre voltando ao ponto de partida: os membros dessa "comunidade" partilhariam "um sentimento de pertencer a um grupo cuja base de identificação é ser vítima da injúria, da difamação e da negação de direitos!" (com ponto de exclamação e tudo). Muito bem. Se a base de identificação da tal "comunidade LGBT" é "ser vítima de injúria, difamação e negação de direitos", então estamos diante de um critério que se caracteriza pela extrema elasticidade. Todos os seres humanos, sejam gays, héteros, brancos, negros, índios ou torcedores do Íbis Futebol Clube, podem dizer que já foram, um dia, vítimas de injúria e difamação e que tiveram algum direito seu negado (por exemplo, um branco que foi barrado no desfile do bloco de carnaval "só para negros" Ilê-Ayê da Bahia, ou um torcedor do Vasco que não pôde assistir a um jogo de seu time junto à torcida adversária). São apenas alguns exemplos. Qualquer pessoa poderia se dizer pertencente a essa imensa comunidade, que seria a mais numerosa do mundo. E, a partir daí, "agir politicamente em nome do coletivo", como diz Jean Wyllys. Mas que coletivo? Mais uma vez: ser gay ou lésbica é fazer parte de um coletivo? Mas isso não é - deveria ser, pelo menos - um assunto privado, de cunho pessoal?
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Tamanha é a vontade de Jean Wyllys de ser o porta-voz de uma "comunidade" que só existe em sua ideologia estapafúrdia que ele chega a comparar o "movimento gay" com o movimento negro, o qual, assim como aquele, estaria baseado no "sentimento de pertença" - no caso, "preconceitos a serem derrubados, injustiças e violências específicas contra as quais lutar e direitos a conquistar".  Sem querer entrar na questão de que falar em "movimento negro" no Brasil é uma construção ideológica (aí está o absurdo sistema racista de cotas para demonstrar), e que o conceito de "raça", biologicamente, é uma falácia (quem tem raça é cachorro, como escreveu João Ubaldo Ribeiro), pode-se dizer que igualar tais movimentos é uma ofensa à razão. Igualar "raça" à homossexualidade (ou heterossexualidade) como critério de existência de um "movimento" baseado no "sentimento de pertença" é algo bizarro, que beira o grotesco. Então basta que alguém se "sinta" negro ou gay para pertencer, automaticamente, ao "movimento" negro ou gay? Pode-se falar em "comunidade de sentimentos"? É algo romântico, sem dúvida, mas isso dá (ou retira) direitos a alguém?
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Claro que o senhor Jean Wyllys, como político-artista (ou artista-político) que é, se esquiva dessas questões. E chega ao clímax da sonsice no seguinte trecho: "A luta do movimento LGBT pelo casamento civil igualitário é semelhante à que os negros tiveram que travar nos EUA para derrubar a interdição do casamento interracial, proibido até meados do século XX." Não lhe passa pela cabecinha que comparar o "casamento gay" (ou, em sua linguagem de palanque, "casamento civil igualitário") com a luta anti-racista pelo casamento interracial é um atentado ao bom senso. Primeiro, porque a proibição do casamento interracial, assim como o próprio apartheid, sendo o conceito de "raça" uma invenção ideológica, foi derrubada por ser absurda em termos políticos, sociais e biológicos. Não há homens e mulheres "brancos" ou "negros", mas, simplesmente, homens e mulheres. Que relação existe entre essa conquista (e outras, como o voto feminino) e o "casamento gay"? Nenhuma, claro
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O deputado gayzista diz ainda: "Afirma o colunista de Veja que nós os e as homossexuais queremos “ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos”, e pouco depois ele coloca como exemplo a luta pelo casamento civil igualitário. Ora, quando nós, gays e lésbicas, lutamos pelo direito ao casamento civil, o que estamos reclamando é, justamente, não sermos mais tratados como uma categoria diferente de cidadãos, mas igual aos outros cidadãos e cidadãs, com os mesmos direitos, nem mais nem menos. É tão simples!
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Não, senhor Jean Wyllys, não é tão simples. E digo por quê.
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Primeiro, a criação de uma figura jurídica chamada "casamento civil igualitário" entre dois homens ou duas mulheres não se inscreve no rol daquilo que se poderia chamar de "direitos iguais". Simplesmente porque direitos iguais (como o de herança, por exemplo), já são assegurados pela lei brasileira a casais do mesmo sexo, como explica J.R.Guzzo no texto. Sem falar que o direito ao casamento, mesmo para os héteros, está longe de ser um direito ilimitado: não se pode casar, por exemplo, com menores de idade sem o consentimento dos pais, ou com mais de uma pessoa (bigamia é crime no Brasil), ou com uma irmã, ou com a própria mãe, como também afirma Guzzo.  E essa é, goste-se ou não, a forma como a família está estruturada em nossa sociedade. Cabe ao Estado reconhecer e proteger isso, e não impor à sociedade uma forma de organização familiar, qualquer que seja esta. A lei não pode (nem deve) ser modificada para satisfazer a agenda política de um "movimento", ainda mais um cujo critério de existência é tão subjetivo. Foi isso que J.R. Guzzo quis dizer ao citar o exemplo da cabra, que tão indignados deixou os militantes gayzistas e seus simpatizantes.
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Mas o mais importante: ao negar o fato de que os militantes gays querem ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, com mais direitos do que os demais, Jean Wyllys, coerente com seu papel de militante político, falta com a verdade. Basta ver o exemplo, também citado por Guzzo e ignorado por Jean Wyllys, da criminalização da chamada "homofobia". O que seria isso? Jean Wyllys não esclarece. E DUVIDO que ele venha dar uma definição precisa e acima de qualquer dúvida. Apesar disso, como lembra Guzzo em seu texto - e Jean Wyllys não refuta esse ponto - qualquer artigo de imprensa que critique o "movimento gay" será imediatamente tachado de "homofóbico" (o próprio artigo de VEJA é uma prova de que isso é verdade). E isso mesmo sem lei nenhuma que defina o que seria a tal "homofobia"...    
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O máximo de argumentação a que chega o deputado Jean Wyllys é o parágrafo seguinte: "Guzzo também argumenta que “se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei, afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for”. Bom, nós, os gays e lésbicas, somos como o espinafre ou como as cabras. Esse é o nível do debate que a Veja propõe aos seus leitores." Jean Wyllys não quer ser comparado a uma cabra ou a um espinafre. Está no seu direito ao pensar assim. Mas incorre em sério atentado à lógica e ao bom senso ao distorcer o que diz um texto para fugir às questões por ele colocadas. A questão é: pode-se obrigar alguém, por lei, a gostar de gays, ou de cabras, ou de espinafres? 
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O próprio Jean Wyllys, tentando responder essa pergunta, acaba caindo numa contradição: "Não, senhor Guzzo, a lei não pode obrigar ninguém a “gostar” de gays, lésbicas, negros, judeus, nordestinos, travestis, imigrantes ou cristãos. E ninguém propõe que essa obrigação exista."  Mais uma vez: será mesmo, senhor Jean Wyllys? Tem certeza? E a criminalização da "homofobia", não é um passo - um passo enorme, aliás - no sentido de impor essa obrigação?
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E, mais adiante: "Pode-se gostar ou não gostar de quem quiser na sua intimidade (De cabra, inclusive, caro Guzzo, por mais estranho que seu gosto me pareça!). Mas não se pode injuriar, ofender, agredir, exercer violência, privar de direitos." Só se pode injuriar um colunista de revista insinuando que ele teria um gosto caprofílico... E de que agressão, violência e privação de direitos se está falando? Cito Guzzo: "Não há um único delito contra homossexuais que já não seja punido pela legislação penal existente hoje no Brasil". Pode-se dizer que isso é falso? Que agressão, física ou verbal, a um homossexual não está prevista e criminalizada nas leis já existentes? Aliás, que agressão, fisica ou verbal, não é punida pela legislação atual, que protege indistintamente TODOS OS CIDADÃOS, independentemente de cor, sexo, religião etc.? (Mas, para as "lideranças" LGBT como o deputado Jean Wyllys, isso não é suficiente...).
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Mas o ápice da desonestidade Jean Wyllys deixou para o final. Ao se referir à frequente alegação de um "holocausto" gay no Brasil, J.R. Guzzo lembrou números irrefutáveis (entre 250 e 300 homossexuais assassinados em 2010, em um universo de 50.000 homicídios por ano) para demonstrar o que é obvio: que o problema não é a violência contra os gays, mas a violência contra todos. Aí vem Jean Wyllys e diz o seguinte: "O que Guzzo não diz, de propósito (porque se trata de enganar os incautos), é que esses 300 homossexuais foram assassinados por sua orientação sexual!" E completa, não se esquecendo de acrescentar o ponto de exclamação: As estatísticas se referem aos LGBTs assassinados exclusivamente por conta de sua orientação sexual e/ou identidade de gênero!"  E aproveita para comparar a violência contra os gays com a violência racista etc. etc.
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Repetindo: foram 250-300 mortos em um ano. Digamos que todos tenham sido assassinados "por sua orientação sexual" (ou seja: porque eram gays). Ainda assim, entre 50 mil homicídios, trata-se de um número irrisório, menos de 0,001% do total. Mas vou além, e pergunto ao deputado Jean Wyllys (e a quem se dispuser a responder): quantos, destes 250-300 mortos, foram realmente vítimas de crimes de ódio, ou seja, mortos por gente que odeia gays, simplesmente por serem gays? Quantos desses crimes não foram praticados também por gays? (Por exemplo: o michê que mata o cliente ou vice-versa, brigas entre casais homossexuais etc.) Acredito que crimes assim acontecem, não? Quem tem essa estatística?
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Ninguém, claro. A afirmação de Jean Wyllys é mais uma tentativa de reforçar a impostura do "holocausto" homossexual no país que tem a maior parada gay do mundo. Ele irá sempre tentar distorcer números e estatísticas, tentando "adaptá-las" à sua teoria fabricada a priori. Como todo militante, se os fatos contrariam sua ideologia, pior para os fatos. E ele jamais vai admitir o óbvio: que não somos homofóbicos.  
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No final de seu mal-costurado libelo, Jean Wyllys pergunta: "Qual seria a reação de todas e todos nós se Veja tivesse publicado uma coluna em que comparasse negros e negras com cabras e judeus com espinafre?" Não sei. Mas imagino como seria se fosse aprovada uma lei dando a um grupo de indivíduos mais direitos do que ao restante dos cidadãos, com base unicamente em um "sentimento de pertença" vagamente definido, e isso a pretexto da "igualdade". Haveria, no mínimo, uma revolução contra essa tentativa de golpe contra a democracia.  
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Qualquer um que já ouviu o discurso de um porta-voz da causa gayzista provavelmente percebeu que se trata de pessoas ultra-sensíveis que, em sua maioria, vêem a si mesmas como paladinos de uma causa progressista, representantes de uma categoria à parte e especial da sociedade, a quem se deveria não garantir direitos comuns aos demais cidadãos - tais direitos já existem -, mas, na verdade, impor à sociedade uma visão de mundo, que pode ser chamada de ideológica. No caso, uma visão que se baseia tão-somente no que as pessoas fazem debaixo dos lençóis. E que, pela incapacidade de reconhecer o "outro" e de aceitar o pensamento discordante, em quase nada difere de outros movimentos de cunho totalitário, como os comunistas e os fascistas. Não por acaso, tal causa foi adotada por partidos de extrema-esquerda como o PSOL do deputado Jean Wyllys. Para quem acredita que socialismo e liberdade são compatíveis, impor as falácias gayzistas como ideologia oficial é café pequeno.
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Quem crê ser tal coisa possível não deveria ser comparado a uma cabra. Se é para ficarmos nas comparações zoológicas, há outro tipo de animal que se encaixa melhor no perfil. Dica: tem quatro patas, orelhas grandes e zurra.
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A seguir, o texto que deu origem à toda a celeuma.

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Parada gay, cabra e espinafre

por J.R. Guzzo

Já deveria ter ficado para trás no Brasil a época em que ser homossexual era um problema. Não é mais o problema que era. com certeza, mas a verdade é que todo o esforço feito há anos para reduzir o homossexualismo a sua verdadeira natureza – uma questão estritamente pessoal – não vem tendo o sucesso esperado. Na vida política, e só para ficar num caso recente, a rejeição ao homossexualismo pela maioria do eleitorado continua sendo considerada um valor decisivo nas campanhas eleitorais. Ainda agora, na eleição municipal de São Paulo, houve muito ruído em torno do infeliz “kit gay” que o Ministério da Educação inventou e logo desinventou, tempos atrás, para sugerir aos estudantes que a atração afetiva por pessoas do mesmo sexo é a coisa mais natural do mundo. Não deu certo, no caso, porque o ex-ministro Fernando Haddad, o homem associado ao “kit”, acabou ganhando – assim como não tinha dado certo na eleição * anterior, quando a candidata Marta Suplicy (curiosamente, uma das campeãs da “causa gay” no país) fez insinuações agressivas quanto à masculinidade do seu adversário Gilberto Kassab e foi derrotada por ele. Mas aí é que está: apesar de sua aparente ineficácia como caça-votos, dizer que alguém é gay, ou apenas pró-gay. ainda é uma “acusação”. Pode equivaler a um insulto grave – e provocar uma denúncia por injúria, crime previsto no artigo 140 do Código Penal Brasileiro. Nos cultos religiosos, o homossexualismo continua sendo denunciado como infração gravíssima. Para a maioria das famílias brasileiras, ter filhos ou filhas gay é um desastre – não do tamanho que já foi, mas um drama do mesmo jeito.

Por que o empenho para eliminar a antipatia social em torno do homossexualismo rateia tanto assim? O mais provável é que esteja sendo aplicada aqui a Lei das Consequências Indesejadas, segundo a qual ações feitas em busca de um determinado objetivo podem produzir resultados que ninguém queria obter, nem imaginava que pudessem ser obtidos. É a velha história do Projeto Apollo. Foi feito para levar o homem à Lua; acabou levando à descoberta da frigideira Tefal. A Lei das Consequências Indesejadas pode ser do bem ou do mal. É do bem quando os tais resultados que ninguém esperava são coisas boas. como aconteceu no Projeto Apollo: o objetivo de colocar o homem na Lua foi alcançado – e ainda rendeu uma bela frigideira, além de conduzir a um monte de outras invenções provavelmente mais úteis que a própria viagem até lá. É do mal quando os efeitos não previstos são o contrário daquilo que se pretendia obter. No caso das atuais cruzadas em favor do estilo de vida gay, parece estar acontecendo mais o mal do que o bem. Em vez de gerar a paz, todo esse movimento ajuda a manter viva a animosidade: divide, quando deveria unir. O kit gay, por exemplo, pretendia ser um convite à harmonia – mas acabou ficando com toda a cara de ser um incentivo ao homossexualismo, e só gerou reprovação. O fato é que, de tanto insistirem que os homossexuais devem ser tratados como uma categoria diferente de cidadãos, merecedora de mais e mais direitos, ou como uma espécie ameaçada, a ser protegida por uma coleção cada vez maior de leis. os patronos da causa gay tropeçam frequentemente na lógica- e se afastam, com isso. do seu objetivo central.

O primeiro problema sério quando se fala em “comunidade gay”é que a “comunidade gay” não existe – e também não existem, em consequência, o “movimento gay” ou suas “lideranças”. Como o restante da humanidade, os homossexuais, antes de qualquer outra coisa, são indivíduos. Têm opiniões, valores e personalidades diferentes. Adotam posições opostas em política, religião ou questões éticas. Votam em candidatos que se opõem. Podem ser a favor ou contra a pena de morte, as pesquisas com células-tronco ou a legalização do suicídio assistido. Aprovam ou desaprovam greves, o voto obrigatório ou o novo Código Florestal – e por aí se vai. Então por que, sendo tão distintos entre si próprios, deveriam ser tratados como um bloco só? Na verdade, a única coisa que têm em comum são suas preferências sexuais – mas isso não é suficiente para transformá-los num conjunto isolado na sociedade, da mesma forma como não vem ao caso falar em “comunidade heterossexual” para agrupar os indivíduos que preferem se unir a pessoas do sexo oposto. A tendência a olharem para si mesmos como uma classe à parte, na verdade, vai na direção exatamente contrária à sua principal aspiração – a de serem cidadãos idênticos a todos os demais.

Outra tentativa de considerar os gays como um grupo de pessoas especiais é a postura de seus porta-vozes quanto ao problema da violência. Imaginam-se mais vitimados pelo crime do que o resto da população; já se ouviu falar em “holocausto” para descrever a sua situação. Pelos últimos números disponíveis, entre 250 e 300 homossexuais foram assassinados em 2010 no Brasil. Mas. num país onde se cometem 50 000 homicídios por ano, parece claro que o problema não é a violência contra os gays; é a violência contra todos. Os homossexuais são vítimas de arrastões em prédios de apartamentos, sofrem sequestros-relâmpago, são assaltados nas ruas e podem ser monos com um tiro na cabeça se fizerem o gesto errado na hora do assalto – exatamente como ocorre a cada dia com os heterossexuais; o drama real, para todos, está no fato de viverem no Brasil. E as agressões gratuitas praticadas contra gays? Não há o menor sinal de que a imensa maioria da população aprove, e muito menos cometa, esses crimes; são fruto exclusivo da ação de delinquentes, não da sociedade brasileira.

Não há proveito algum para os homossexuais, igualmente, na facilidade cada vez maior com que se utiliza a palavra “homofobia”; em vez de significar apenas a raiva maligna diante do homossexualismo, como deveria, passou a designar com frequência tudo o que não agrada a entidades ou militantes da “causa gay”. Ainda no mês de junho, na última Parada Gay de São Paulo, os organizadores disseram que “4 milhões” de pessoas tinham participado da marcha – já o instituto de pesquisas Datafolha, utilizando técnicas específicas para esse tipo de medição, apurou que o comparecimento real foi de 270000 manifestantes, e que apenas 65000 fizeram o percurso do começo ao fim. A Folha de S.Paulo, que publicou a informação, foi chamada de “homofóbica”. Alegou-se que o número verdadeiro não poderia ter sido divulgado, para não “estimular o preconceito”- mas com isso só se estimula a mentira. Qualquer artigo na imprensa que critique o homossexualismo é considerado “homofóbico”; insiste-se que sua publicação não deve ser protegida pela liberdade de expressão, pois “pregar o ódio é crime”. Mas se alguém diz que não gosta de gays, ou algo parecido, não está praticando crime algum – a lei. afinal, não obriga nenhum cidadão a gostar de homossexuais, ou de espinafre, ou de seja lá o que for. Na verdade, não obriga ninguém a gostar de ninguém; apenas exige que todos respeitem os direitos de todos.

Há mais prejuízo que lucro, também, nas campanhas contra preconceitos imaginários e por direitos duvidosos. Homossexuais se consideram discriminados, por exemplo, por não poder doar sangue. Mas a doação de sangue não é um direito ilimitado – também são proibidas de doar pessoas com mais de 65 anos ou que tenham uma história clínica de diabetes, hepatite ou cardiopatias. O mesmo acontece em relação ao casamento, um direito que tem limites muito claros. O primeiro deles é que o casamento, por lei, é a união entre um homem e uma mulher; não pode ser outra coisa. Pessoas do mesmo sexo podem viver livremente como casais, pelo tempo e nas condições que quiserem. Podem apresentar-se na sociedade como casados, celebrar bodas em público e manter uma vida matrimonial. Mas a sua ligação não é um casamento – não gera filhos, nem uma família, nem laços de parentesco. Há outros limites, bem óbvios. Um homem também não pode se casar com uma cabra, por exemplo; pode até ter uma relação estável com ela, mas não pode se casar. Não pode se casar com a própria mãe. ou com uma irmã. filha, ou neta, e vice-versa. Não poder se casar com uma menor de 16 anos sem autorização dos pais. e se fizer sexo com uma menor de 14 anos estará cometendo um crime. Ninguém, nem os gays, acha que qualquer proibição dessas é um preconceito. Que discriminação haveria contra eles. então, se o casamento tem restrições para todos? Argumenta-se que o casamento gay serviria para garantir direitos de herança – mas não parece claro como poderiam ser criadas garantias que já existem. Homossexuais podem perfeitamente doar em testamento 50% dos seus bens a quem quiserem. Tem de respeitar a “legítima”", que assegura a outra metade aos herdeiros naturais – mas essa obrigação é exatamente a mesma para qualquer cidadão brasileiro. Se não tiverem herdeiros protegidos pela “legítima”, poderão doar livremente 100% de seu patrimônio – ao parceiro, à Santa Casa de Misericórdia ou à Igreja do Evangelho Quadrangular. E daí?

A mais nociva de todas essas exigências, porém, é o esforço para transformar a “homofobia” em crime, conforme se discute atualmente no Congresso. Não há um único delito contra homossexuais que já não seja punido pela legislação penal existente hoje no Brasil. Como a invenção de um novo crime poderia aumentar a segurança dos gays, num país onde 90% dos homicídios nem sequer chegam a ser julgados? A “criminalização da homofobia”é uma postura primitiva do ponto de vista jurídico, aleijada na lógica e impossível de ser executada na prática. Um crime, antes de mais nada. tem de ser “tipificado” – ou seja, tem de ser descrito de forma absolutamente clara. Não existe “mais ou menos” no direito penal; ou se diz precisamente o que é um crime, ou não há crime. O artigo 121 do Código Penal, para citar um caso clássico, diz o que é um homicídio: “Matar alguém”. Como seria possível fazer algo parecido com a homofobia? Os principais defensores da “criminalização” já admitiram, por sinal, que pregar contra o homossexualismo nas igrejas não seria crime, para não baterem de frente com o princípio da liberdade religiosa. Dizem, apenas, que o delito estaria na promoção do “ódio”. Mas o que seria essa “”promoção”? E como descrever em lei, claramente, um sentimento como o ódio?

Os gays já percorreram um imenso caminho para se libertar da selvageria com que foram tratados durante séculos e obter, enfim, os mesmos direitos dos demais cidadãos. Na iluminadíssima Inglaterra de 1895, o escritor Oscar Wilde purgou dois anos de trabalhos forçados por ser homossexual; sua vida e sua carreira foram destruídas. Na França de 1963, o cantor e compositor Charles Trenet foi condenado a um ano de prisão, pelo mesmo motivo. Nada lhe valeu ser um dos maiores nomes da música popular francesa, autor de mais de 1 000 canções, muitas delas obras imortais como Douce France – uma espécie de segundo hino nacional de seu país. Wilde, Trenet e tantos outros foram homens de sorte – antes, na Europa do Renascimento, da cultura e da civilização, homossexuais iam direto para as fogueiras da Santa Madre Igreja. Essas barbaridades não foram eliminadas com paradas gay ou projetos de lei contra a homofobia, e sim pelo avanço natural das sociedades no caminho da liberdade. É por conta desse progresso que os homossexuais não precisam mais levar uma vida de terror, escondendo sua identidade para conseguir trabalho, prover o seu sustento e escapar às formas mais brutais de chantagem, discriminação e agressão. É por isso que se tomou possível aos gays, no Brasil e no mundo de hoje, realizar o que para muitos é a maior e mais legítima ambição: a de serem julgados por seus méritos individuais, seja qual for a atividade que exerçam, e não por suas opções em matéria de sexo.

Perder o essencial de vista, e iludir-se com o secundário, raramente é uma boa ideia.

quinta-feira, novembro 08, 2012

QUEBRANDO O ENCANTO: RESPONDENDO A UM DEVOTO OBAMISTA

E ainda há quem acredite...
Ai, ai...
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Estava demorando para algum devoto da seita obamista vir aqui defender seu ídolo. Um tal de “Zek”, que ao que parece descobriu no blog a razão de sua vida, voltou a escrever. Ele ficou mordido com meu texto "Bye-Bye, Obama", em que digo que, independentemente de quem saísse vitorioso nas urnas nos EUA na última terça-feira, o mito Obama, o Obama demiurgo e reformador do mundo, tinha virado água. Ele, como bom obamista, não entendeu o que eu disse. E fez questão de comentar sobre o que eu não escrevi.

Obamistas, assim como seus congêneres nacionais, os lulopetistas, são criaturas estranhas, que parecem brigar o tempo todo com os fatos para manter intacto seu objeto de devoção. Nada contra as pessoas tietarem quem quer que seja. Mas bem que poderiam fazê-lo sem ofender a inteligência. Não é o caso do leitor. Vamos lá, vamos tentar trazer mais um botocudo para o lado da civilização (ele em vermelho):

Me diga uma coisa Gustavo como é que em um país racista como os EUA, onde há assumidamente grupos neonazistas e onde um garoto negro foi morto recentemente na Florida confundido com um criminoso apenas por ser negro, um presidente poderia ter sido eleito por ser negro ? a meu ver não faz o menor sentido.

Meu caro, e desde quando o racismo é somente branco? Há o racismo branco como há o racismo negro, o racismo índio, o racismo japonês, o racismo cor-de-rosa com bolinhas azuis... Principalmente o racismo dos que se dizem anti-racistas, e desejam, a pretexto de combater o racismo, dividir a sociedade em… raças, instituindo um tribunal de pureza racial (sim, estou falando das cotas, esse fetiche dos que enxergam tudo em duas cores). A vitória de Obama em 2008 (e agora, em menor escala, sua reeleição) foi uma vitoria do racismo. Por que digo isso? Obviamente não foi porque os neonazistas ou a Ku Klux Klan votaram no negão Obama, mas exatamente pelo contrário: porque a chantagem do "primeiro presidente negro (ou afro-americano)" falou mais alto nas duas ocasiões. Os negros são 13% da população dos EUA. Logo, não foi o "voto negro" ou "latino" que fez a diferença. Foi o da maioria da população americana, que é branca, protestante e come no MacDonald's, e que se deixou levar por essa conversa mole RACISTA (“não vota no Obama? então é racista” etc. etc.). Já escrevi sobre essa imensa empulhação, há quatro anos: http://gustavo-livrexpressao.blogspot.gr/2008/11/vitria-do-racismo.html

(A propósito: o garoto-negro-morto-recentemente-na-Flórida-apenas-por-ser-negro foi morto por um vigia chicano depois que este foi atacado por aquele. A história parece ser bem mais complicada do que diz a propaganda racista-obamista.)

Barack Obama era professor de Harvard, tem dois livros publicados e foi senador pelo estado do Havaí, você quer me dizer que nada disso significa nada para você ?

Sim, significa que ele foi professor de Harvard, tem dois livros publicados e foi senador pelo Havaí... E daí? Para nada disso é preciso ser um natural born citizen, um cidadão nato norte-americano. Arnold Schwarzenegger nasceu na Áustria e foi governador da Califórnia, assim como Henry Kissinger e Madeleine Albright foram secretários de Estado e nasceram, respectivamente, na Alemanha e na ex-Tchecoslováquia. Mas se quiserem se candidatar a presidente dos EUA, serão legalmente impedidos. Fora ter sido professor, escritor e senador, o que mais credencia Obama para o cargo de presidente do maior país do planeta? Aliás, o que o credencia para o papel de novo Messias? (Novamente ouço uma voz soprando no meu ouvido: "a cor da pele, a cor da pele"...)

A era Bush a meu ver trouxe incontáveis malefícios aos EUA e ao mundo, a guerra que ele sequer terminou no Iraque, deixou o país em frangalhos sem sequer iniciar a reconstrução.

OK, e quatro anos depois, tudo que Obama tem a mostrar é a continuação – na realidade, a intensificação – da "guerra ao terror" e a retirada das tropas do Iraque. Ou seja: ao que Bush começou, ele está dando prosseguimento. Por que tanto oba-oba então? Quanto à economia, se o Bush fez um estrago nessa área, Obama tem se mostrado um seguidor aplicado, pois os níveis de desemprego nos EUA só aumentaram. Não surpreende que ele tenha ganho por uma margem tão apertada no voto popular (menos de 51%).

Repetindo: Obama foi eleito e reeleito por ser negro. Como se chama isso? Racismo. Preciso ser mais claro (sem trocadilho…)?

Obama representa a mudança de uma era, a falida era Bush que fez o sentimento de anti-americanismo aumentar no mundo todo.

A única "mudança" significativa trazida pela era Obama, foi, repito, a cor da pele do governante. Sem falar que o antiamericanismo não precisa de nenhum Bush para existir. Com Bush ou sem Bush, com Obama ou sem Obama, o antiamericanismo persiste. Aí está a tal "primavera árabe" para comprovar. Na Líbia, o embaixador norte-americano foi trucidado por uma horda de islamitas antiamericanos raivosos. Culpa do Bush? O Hamas, o Hezbollah e o MST deixaram de ser menos antiamericanos por causa de Obama?

E ainda há essa conversa sem pé nem cabeça do Obama não ser americano, isso depois de ele ter sido senador , e sendo presidente já mostrou a certidão de nascimento, o que querem mais ?

Pois é, essa "conversa sem pé nem cabeça" surgiu nas hostes do próprio Partido Democrata, durante as eleições de 2008, e continua até hoje porque Sua Majestade Barack Hussein Obama não respondeu de forma cabal nenhuma das perguntas feitas sobre sua verdadeira nacionalidade. Sem falar que a "certidão de nascimento" que ele mostrou na Casa Branca (quase quatro anos depois de ser eleito!) prova tanto que ele é um natural born citizen quanto que eu sou um cidadão do Uzbequistão (há dúvidas quanto à autenticidade do documento, sem falar que o conceito de natural born citizen vai além do local de nascimento, pois diz respeito também aos pais). Para encerrar de vez essa controvérsia toda, bastaria Obama aceitar o desafio do Donald Trump e mostrar seus registros de passaporte. Além de calar a boca dos birthers e do Tea Party, ele embolsaria a bolada de 5 milhões de dólares. Por que, em vez disso, está fugindo da raia? Isso sim, algo totalmente sem pé nem cabeça.

A era Obama não acabou, e agora teremos mais quatro anos para provar este fato.

Nem eu disse que acabou. O que chegou ao fim foi o mito, o personagem inventado pela mídia. Claro que sempre haverá quem acredite no personagem. Mas isso não é problema meu; é de quem se deixou levar por essa criação do marketing politicamente correto. Estes estão além do alcance de qualquer argumento.

segunda-feira, novembro 05, 2012

BYE-BYE, OBAMA

Quem quer que seja o vencedor das eleições presidenciais nos EUA este ano, uma coisa é certa: o mito Barack Hussein Obama chegou ao fim. Acabou. Já era. Foi para o saco. Kaput.

Quando surgiu – acredito que todos se lembram – Obama era o Ungido, o Messias, o Redentor da humanidade. Poucas vezes se viu oba-oba maior na História do universo (talvez um certo Apedeuta em um país da América do Sul, mas o culto a este, diferente do de Obama, foi gestado durante décadas). Obama, o presidente histórico, saiu literalmente do nada para partir as águas do Mar Vermelho e levar todos à terra prometida, tanto que decidiram premiar-lhe com o Nobel antes mesmo da posse. Com aquela pose estudada e aquele sorriso de mil dentes, era o presidente sexy dos sonhos de Arnaldo Jabor.

Hoje, quatro anos depois e obrigado a governar sem a ajuda do teleprompter, Obama não passa de uma pálida sombra do que muitos esperavam que ele poderia vir a ser um dia. Ganhando ou perdendo, não importa: sua estrela se apagou.

Primeiro, muitos que votaram entusiasticamente em Obama em 2008 acreditando que ele seria um pacifista – a maioria, arrisco-me a dizer – quebraram a cara: ele não somente aumentou para 30 mil o número dos soldados norte-americanos no Afeganistão, como deu continuidade e até intensificou muitos dos programas do demonizado George W. Bush em sua "guerra ao terror". Diante da dura realidade, rasgou promessas de campanha como o fechamento da prisão de Guantánamo, entre outras coisas. Igualzinho ao Bush. Mas tudo, claro, com dor no coração – afinal ele, Obama, é um "progressista"...

Pior: com Obama, os EUA passaram de potência temida e exportadora de democracia para uma potência envergonhada, que mais segue os fatos do que os determina. Basta ver a reação apalermada de Hillary Clinton ao assassinato do embaixador norte-americano na Líbia há algumas semanas. Com Obama, os EUA só faltam pedir desculpas por serem atacados por fanáticos islamitas. Avanço? Para estes últimos, talvez.

No plano doméstico, a economia continua à espera da recuperação, e políticas como o Obamacare, que, se para os brasileiros parece uma maravilha – infelizmente estamos viciados no Estado-babá assistencialista e paternalista –, geraram a maior manifestação de protesto da História dos EUA, quando mais de 1 milhão de pessoas saiu às ruas de Washington contra o plano de Obama de decidir sobre a saúde do cidadão (mas isso quase não saiu no noticiário). Quanto à crise econômica, além de injetar bilhões de ajuda a montadoras falidas, tudo que Obama fez até agora foi culpar o governo anterior e satanizar o big business, como se viu na campanha contra Mitt Romney, o que certamente deixa muita gente alegre - principalmente os que adorariam ver o fim do capitalismo (e da democracia). 

Isso sem falar nas perguntas ainda sem resposta sobre a biografia do atual ocupante da Casa Branca. Obama demorou quase quatro anos para mostrar um documento que supostamente provaria ser ele cidadão nato norte-americano, portanto legalmente apto a ser eleito para o mais alto cargo da nação. Agora, esnoba a oferta de 5 milhões de dólares do bilionário Donald Trump para apresentar seus registros de passaporte e histórico escolar. O que ele está esperando para calar de vez a boca dos birthers e do Donald Trump, aquele do topete ridículo? Em vez disso, acobertado por uma imprensa condescendente (já vimos esse filme…), fecha-se num silêncio tumular, e faz de conta que não é com ele. É certamente o presidente menos transparente da História dos EUA (e não me refiro, claro, à cor da pele).

Claro que seria exagerado dizer que nada de bom foi alcançado em quatro anos de governo Obama. Em sua presidência, os Navy Seals livraram o mundo de Osama Bin Laden, despachando o terrorista para o inferno de cristãos e muçulmanos. Mas pergunto: teria sido preciso esperar o advento de Santo Obama para isso? O serial killer só foi morto porque a espinha dorsal da Al-Qaeda foi quebrada ao longo de anos de luta, que começou em 2001. Mesmo a tão festejada retirada das tropas ianques do Iraque, por exemplo, só foi possível porque Bush Junior derrubou Saddam em primeiro lugar. O que Obama fez no terreno da segurança que não poderia ter sido feito, e com mais eficiência, por George W. Bush ou por John McCain?

Desde que surgiu pela primeira vez para os holofotes, desconfiei que Obama era mais uma patuscada global, mais uma falsa esperança dos politicamente corretos. Enquanto os botocudos batiam tambor para o demiurgo eu escrevia textos e mais textos dizendo o que ninguém queria ouvir – que Obama foi eleito por causa da cor da pele, e de uma gigantesca operação de marketing, talvez a maior de todos os tempos. Como sempre, eu estava indo na direção contrária à da manada. Ainda bem.

Nada disso, claro, faz qualquer diferença para os obamistas, tanto os de lá quanto os de cá (estes, aliás, são mais numerosos do que nos EUA, segundo as pesquisas). Para os devotos da seita, Obama é como Lula: um fracasso glorioso.

Bye-bye, Obama. No, you cant't.

domingo, novembro 04, 2012

RECORDAR É VIVER

O que vai a seguir é uma seleção de vídeos sobre a maior farsa da História política do Brasil, um cidadão que há quase quatro décadas frequenta o noticiário. Trata-se de uma modesta contribuição minha à preservação da memória nacional. Nela, pretendo lembrar aos brasileiros desmemoriados o que dizia há alguns anos e quem é um estranho personagem que fez sua carreira denegrindo e atacando adversários e se dizendo o único verdadeiro representante do bom, do belo e do justo abaixo da linha do Equador.

Acometidos de estranha amnésia, muitos eleitores parecem ter esquecido completamente de quem se trata. Faço questão, portanto, de lembrar-lhes esse fato, mediante as próprias palavras do personagem. Aquele que Celso Amorim chama de "nosso guia" e que muitos consideram um "gênio".
 
Sobre o bolsa-família:
 

Sobre o Real (e Collor):

Sobre a prisão, em 1980 (ele recebeu uma indenização do Estado por isso):


Sobre o aquecimento global (uma aula de geografia):


Sobre o Mensalão:


Sobre os Sarney:


Sobre si mesmo (ao falar de outros políticos):

sábado, novembro 03, 2012

INSISTÊNCIA NA IMPOSTURA

Navegando pelas redes sociais, descobri que voltou a circular na internet um vídeo mentiroso de 2011 em que um bando de atores globais aparece desfilando lorotas sobre a construção da usina de Belo Monte (PA). Ainda por cima, a chamada diz que "este video em breve será censurado". Balela pura.

A coisa é um besteirol acintoso, que já foi totalmente desmoralizado, mas esse pessoal não desiste. Não resisti à tentação e escrevi um post a respeito quando a coisa saiu na net pela primeira vez (
http://gustavo-livrexpressao.blogspot.gr/2011/12/o-vexame-dos-globais.html). Lá, aproveito para discorrer um pouco sobre a curiosa ideologia dos marcos palmeiras e das claúdias ohanas.

Quem tiver interesse em ver reduzida a pó de traque a performance dos globais, pode ir direto ao vídeo abaixo: