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sábado, março 09, 2013

10 MOTIVOS POR QUE HUGO CHÁVEZ NÃO VAI DEIXAR SAUDADES

Não sou do tipo que se regozija com a morte de alguém. Esta sempre nos diminui, diz a sabedoria convencional. No entanto, é forçoso admitir que, em alguns casos - ditadores, por exemplo -, o desaparecimento físico de um indivíduo constitui, senão uma solução, pelo menos um alívio, uma libertação.

Hugo Chávez, o ditador in the making da Venezuela, encaixa-se perfeitamente nesse figurino. Falecido após longa doença no dia 5 de março - mesma data do 60. aniversário da morte de Josef Stálin, talvez o tipo perfeito de ditador -, Chávez não vai deixar saudades, a não ser para sua corriola.

Assim como Stálin, ele foi pranteado por milhões de admiradores, dentro e fora de seu país. Seu funeral, que se arrastou durante a semana, foi seu último gesto teatral, um espetáculo grotesco de necrofilia digno de Evita Perón, Khomeini e Kim Jong il. E, assim como nesses casos, há razões de sobra para não derramar uma lágrima por ele. Vejamos dez dessas razões:
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1 - Destruição da democracia - Chávez apareceu pela primeira vez para o mundo como o chefe militar de uma tentativa fracassada (e sangrenta) de golpe, em 1992, contra o governo constitucional do desacreditado Carlos Andrés Pérez. Preso, passou somente dois anos na cadeia, lançando-se então candidato a presidente. Nesse meio tempo, passou a cortejar a opinião pública, enquanto buscava o conselho político do tirano cubano Fidel Castro (a quem considerava seu mentor) e de uma figura hoje esquecida, o sociólogo argentino Norberto Ceresole, um personagem sinistro, defensor de idéias claramente neonazistas e antissemitas.

Chávez e Norberto Ceresole: o chefe da "revolução bolivariana" e seu guru
 
Munido da ambição de Castro e das teorias racistas e totalitárias de Ceresole, e
amparado num eficiente esquema de marketing político, Chávez conseguiu eleger-se em 1998, apresentando-se como um moderado. Uma vez no poder, rasgou suas promessas de campanha e pôs em ação seu projeto totalitário, à semelhança de Fidel. Em pouco tempo, impôs sua própria Constituição, interveio no Judiciário nomeando juízes dóceis e acabou com a independência dos Poderes, garantindo, por meio de referendos (como Hitler fez), uma permanência de 14 anos no poder, chamando a isso de "democracia participativa e protagônica".
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Não satisfeito com isso, o coronel tratou de dar sua própria interpretação casuística do texto constitucional sempre que os fatos teimavam em não se adaptar a seu esquema bolivariano, descumprindo a própria Constituição quando lhe convinha - a última vez que isso ocorreu foi em janeiro, quando, doente terminal em Cuba, conseguiu que fosse empossado ilegalmente na presidência o vice Nicolás Maduro, agora confirmado no cargo, novamente de forma ilegal (segundo a Constituição, em caso de morte ou ausência do titular, deve assumir a presidência da República o presidente da Assembléia Nacional, Diosdado Cabello).
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O candidato Chávez em 1998: e ele se dizia um democrata...

2 - Populismo desenfreado - Como todo tiranete que se preze, Chávez adotou o populismo com gosto, passando a adular as massas, sobretudo os mais pobres, ignorados por sucessivos governos oligárquicos. Desse modo, usou e abusou dos recursos públicos, garantidos pela renda do petróleo, para financiar projetos assistencialistas, as chamadas misiones, transformadas no carro-chefe de seu governo demagógico e paternalista (e que muitos vêem como seu "legado positivo").
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Como não poderia deixar de ser, as misiones transformaram-se num instrumento de controle político, criando uma grande rede de clientelismo e servindo para forjar uma legião de estadodependentes, que compõem, juntamente com os burocratas estatais e do PSUV (Partido Socialista Unificado da Venezuela, um nome copiado do partido criado por Fidel Castro em Cuba nos anos 60), o grosso da militância chavista. Esta, tornada dependente e infantilizada pelas benesses estatais, hoje chora a morte de seu "paizinho". 
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Nada disso, porém, adiantou muito: passados 14 anos de chavismo, os níveis de pobreza praticamente não mudaram, e 60% da população venezuelana continua pobre. Antes de Chávez, havia pobreza e democracia. Hoje, há pobreza e populismo. A política social foi talvez o maior fracasso do governo Chávez.
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3 - Desperdício de recursos públicos - O populismo não existe sem gastança, e nisso Chávez foi pródigo. Em seu governo, a gigantesca estatal de petróleo do país, a PDVSA, mandou às favas qualquer noção de meritocracia e virou um grande cabide de emprego para a militância, que se entregou gostosamente à tarefa de saquear o Erário. Recursos que deveriam ter sido investidos em tecnologia e produção foram desviados para financiar as misiones assistencialistas ou foram parar no bolso da companheirada. O resultado foi que o país aumentou sua dependência da exportação do petróleo, deixando de investir na diversificação da economia, o que gerou escassez e inflação (hoje, 80% dos alimentos consumidos no país são importados). Chávez também desperdiçou recursos para alimentar sua megalomania, gastando milhões em armas, iniciando uma corrida armamentista na América do Sul. Também desperdiçou recursos de outros países, como no caso da refinaria de petróleo Abreu e Lima, em Pernambuco, que já custou milhões aos cofres públicos brasileiros e que até agora não saiu do papel (não, presidenta Dilma, ele não era um "amigo do Brasil"...).   
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4 - Ataques à liberdade de expressão - Talvez a principal marca registrada de Chávez tenha sido os constantes atentados à liberdade de imprensa, que ele rotulava como "aliada das oligarquias". Chávez foi o presidente que fechou a emissora de rádio e TV mais antiga em funcionamento da América Latina, a RCTV, fundada em 1953. Perseguiu jornalistas, muitas vezes utilizando-se de subterfúgios, como acusá-los judicialmente de calúnia e de evasão fiscal, levando à prisão de vários e ao exílio de tantos outros. Embora a imprensa seja, ainda, teoricamente livre na Venezuela, seu espaço de atuação tem sido cada vez mais reduzido. Diariamente, militantes chavistas acossam jornalistas de oposição, e uma deputada chavista já chegou a invadir ao vivo uma emissão de TV para agredir um apresentador. Além disso, Chávez criou sua própria rede de TV, a Telesul, dedicada 24 horas a louvar seu governo e a fazer propaganda antiamericana. Outros políticos da região, como a argentina Cristina Kirchner e o equatoriano Rafael Correa, seguem na mesma direção. Deve ser por isso que Chávez angariou tantos simpatizantes também no Brasil, onde o governo Lula e o PT tudo fizeram para calar a imprensa não-alinhada - só não conseguiram porque o Brasil felizmente (ainda) não é a Venezuela.
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Milicianos chavistas: qualquer semelhança com o fascismo não é mera coincidência...

5 - Violência contra opositores - Em um regime como o chavista não poderia faltar o elemento da violência contra os que discordam do governo. Com a diferença de que, nesse aspecto, o chavismo resolveu inovar. Em vez de fuzilamentos, como em Cuba, Chávez preferiu terceirizar a repressão, entregando-a a milícias armadas pelo regime, inspiradas nos CDRs (Comitês de Defesa da Revolução) cubanos. Essas milícias, ou "círculos bolivarianos" intensificaram sua ação principalmente após o controverso "golpe" de abril de 2002, no qual Chávez foi temporariamente afastado (ou renunciou, até hoje não se sabe) depois do massacre de 15 manifestantes oposicionistas que participavam de uma marcha contra Chávez em Caracas. Desde então, a intimidação dos adversários políticos do chavismo, de forma ostensiva, tem sido comum na Venezuela, assim como começa a virar lugar-comum em outros países da região.

6 - Aumento do crime e da corrupção - Resultante diretamente dos fatores acima, o crime e a corrupção tornaram-se fora de controle na Venezuela do coronel Chávez.  Hoje, o país é o mais violento da América do Sul, com uma taxa de homicídios per capita superior a qualquer outro da região. Mais que isso, a Venezuela tornou-se, sob o chavismo, um paraíso do tráfico de drogas, convertendo-se num importante corredor de escoamento da cocaína proveniente da Colômbia para os EUA e a Europa. A isso soma-se a corrupção generalizada nos altos escalões governamentais, com o surgimento de uma burguesia bolivariana, tão entusiasta do "socialismo do século XXI" quanto rapace: nos últimos anos, a Venezuela tornou-se um dos maiores mercados consumidores mundiais de carros de luxo e de uísque, e a "revolução bolivariana" passou a ser conhecida popularmente como robolución. Sob Chávez, a Venezuela deixou de ser uma democracia corrompida para se tornar uma proto-ditadura corrupta.

7 - Apoio ao narcoterrismo - Se o regime chavista fosse somente corrupto e leniente com a violência, já seria um escândalo de grandes proporções. Mas Chávez foi além, e transformou a Venezuela num valhacouto de narcotraficantes e terroristas, apoiando abertamente as FARC colombianas, a quem classificou como uma "força beligerante". Em 2004, o "chanceler" das FARC, Rodrigo Granda, foi capturado em pleno centro de Caracas, onde vivia tranquilamente sem ser importunado pelo governo local, e entregue às autoridades colombianas. Chávez, em vez de reconhecer o absurdo de um chefe terrorista abrigado em seu país, ameaçou uma guerra com a Colômbia, ameaça que repetiu em 2008, quando Bogotá matou numa operação de guerra o número dois das FARC, Raúl Reyes, em cujo laptop foram encontradas provas incriminadoras das ligações dos narcoterroristas colombianos com o governo venezuelano (e também brasileiro, o que foi abafado). Pouco depois, descobriu-se que as FARC mantêm campos de treinamento em território venezuelano, e caixas de mísseis anti-tanque AT-4 pertencentes ao exército da Venezuela foram descobertas nos arsenais dos terroristas colombianos. A cada denúncia, Chávez respondeu sempre da mesma maneira: com ameaças de guerra e declarações de apoio às FARC. Foi também no seu governo que se descobriram planos do ETA basco juntamente com militantes chavistas de  assassinar membros do governo espanhol, denúncia esta que, uma vez feita, simplesmente sumiu do noticiário.    
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8 - Aliança com ditadores - O chavismo jamais escondeu suas ambições continentais e mesmo extra-continentais. Como todo regime autoritário e megalômano, sentiu-se atraído por regimes semelhantes, com os quais forjou, graças à ideologia antiamericana comum e aos dólares abundantes do petróleo, sólidas alianças. Entre as tiranias com as quais Chávez se aliou, está a de Cuba, cuja ditadura comunista sobrevive hoje à base dos 100 mil barris de petróleo diários e dos seis bilhões de dólares de ajuda anuais fornecidos pela Venezuela, que substituiu a finada URSS como principal lastro do falido regime cubano. Juntamente com os Castro e com outros governos afins da América Latina (Equador, Bolívia, Nicarágua etc.), Chávez criou uma organização, a ALBA (Aliança Bolivariana das Américas) para confrontar os EUA (seu antiamericanismo, porém, não o impediu de continuar a abastecer o Tio Sam com 15% do petróleo que os americanos importam). 

Outros regimes tirânicos que contaram ou contam com o apoio camarada de Caracas são o do finado ditador líbio Muamar Kadafi, a ditadura teocrática iraniana do antissemita, patrocinador do terrorismo, negador do Holocausto e louco nuclear Mahmoud Ahmadinejad, o regime assassino sírio de Bashar al-Assad e a Bielorússia do último ditador da Europa, Alexander Lukashenko. Todos eles (com a exceção, claro, de Kadafi) mandaram representantes, ou estiveram presentes, bastante emocionados, nas exéquias do coronel em Caracas. Chávez também assinou acordos militares e buscou uma aliança estratégica com a Rússia de Vladimir Putin e com a China dos burocratas comunistas, novamente com o objetivo de enfrentar o "imperialismo ianque". 
O mestre e o pupilo
 
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9 - Ingerência nos assuntos internos de outros países - A proto-ditadura chavista não se contentou em restringir-se a suas próprias fronteiras. Obcecado por Simón Bolívar, o "libertador das Américas", Chávez quis ser ele próprio o Bolívar do século XXI, esquecendo-se, porém, de que Bolívar lutou para libertar as colônias sul-americanas do jugo espanhol, enquanto ele, Chávez, tratou de intervir descaradamente em vários Estados soberanos. As ambições megalomaníacas de Chávez levaram-no a patrocinar uma tentativa de golpe no Peru, em 2005; a arquitetar a volta clandestina (com a vergonhosa cumplicidade do governo Lula) de um presidente golpista deposto legalmente em Honduras, em 2009; e a tentar insuflar um golpe militar para derrubar um presidente constitucional empossado após o impeachment de um aliado no Paraguai, em 2012 (em vez de ter sido repreendido por isso, Chávez foi recompensado com a entrada - ilegal - da Venezuela no Mercosul...). Sem falar no apoio às FARC e nas malas de dinheiro para a candidatura dos Kirchner na Argentina. 

Em todos esses movimentos, Chávez contou com o apoio e a cumplicidade dos companheiros do Foro de São Paulo, criado por Lula e por Fidel Castro em 1990 para "restaurar na América Latina o que se perdeu no Leste Europeu". Tentando emular seu ídolo Bolívar, o coronel igualou-se a Fidel Castro, que apoiou diversos movimentos terroristas na América Latina nos anos 60, tentando igualmente "exportar" sua "revolução". Só conseguiu, na verdade, equiparar-se a um Napoleão de hospício com sonhos grandiloquentes.


Chávez, o pistoleiro maluco
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10 - Falsificação da História - A exemplo de todos os ditadores, Chávez, um obcecado pela História, tentou reescrevê-la para que se ajustasse a sua "revolução bolivariana". O culto de sua personalidade precisava de um símbolo, um herói nacional, e ele foi encontrá-lo na figura de Simón Bolívar, que ele buscou apresentar sob uma roupagem "socialista". Logo Bolívar, um aristocrata que desprezava negros e mestiços, a quem o próprio Karl Marx, num célebre artigo de 1858, chamou de incompetente e covarde, um "Napoleão das retiradas"... Chávez não deu importância a esses fatos, tratando de levar o culto ao Bolívar por ele idealizado até o nome do país, rebatizado de República Bolivariana da Venezuela. E assim como inventou uma cabala da oligarquia colombiana para matar Bolívar, chegando ao ponto de desenterrar o corpo do Libertador para tentar provar essa tese, estimulou todo tipo de teorias conspiratórias. Estas seriam somente ridículas se não revelassem também um forte e inegável traço de insanidade: por exemplo, o terremoto que devastou o Haiti em 2010 teria sido obra de uma "arma secreta" da Marinha dos EUA, e o capitalismo teria destruído a civilização em Marte! (Aliás, os chavistas nem esperaram o defunto esfriar para começar a falar que Chávez foi vítima de um "ataque" de seus inimigos...)

A todos esses fatos poderíamos acrescentar, ainda, a desmoralização do Mercosul, transformado num palanque político para Chávez e suas diatribes antiamericanas, de um nível capaz de corar de vergonha até um militante da UNE. Ou a redução da política a um circo (literalmente), uma palhaçada comandada por um bufão que fez do próprio histrionismo uma forma de se comunicar com as massas... A lista seria interminável.  

Resta, porém, um alento: por suas próprias características, regimes autoritários personalistas, como o de Chávez, quase sempre chegam ao fim com a morte de seus líderes. Desaparecido o chefe, o guia genial e iluminado, simplesmente surge um grande vazio, pois em sua volta não floresce mais do que a sabujice e a mediocridade. Este parece ser o destino do chavismo: ser engolido por sua própria vacuidade ideológica.

Enfim, o legado de Chávez é uma prova de que o populismo não somente destrói as instituições; ele também emburrece e infantiliza. Chávez já vai tarde. Espero somente que a democracia retorne à Venezuela, e que não se cumpra o vaticínio do próprio Bolívar: “Lutar pela liberdade na América Latina é o mesmo que arar no mar".

domingo, julho 29, 2012

UMA CONSPIRAÇÃO A CÉU ABERTO - E A MAIOR OPERAÇÃO-ABAFA DA HISTÓRIA DO BRASIL

O vídeo que vocês verão a seguir deveria dispensar comentários. Digo deveria porque, apesar de ser a confissão de um crime - no caso, um crime contra a democracia em escala continental -, o delito e o delinquente certamente continuarão impunes. Pior: tanto um quanto o outro seguirão ignorados, como se o que está sendo dito logo abaixo não fosse real.

No vídeo, o Molusco Apedeuta, agora sem barba e com a voz rouca por causa da doença, envia uma mensagem de solidariedade aos "companheiros do Foro de São Paulo", que realizava então uma renião em Caracas, Venezuela, no começo de julho.  Praticamente não saiu uma linha sequer, não se falou absolutamente nada sobre o assunto, na imprensa brasileira. Mas Lula dá o serviço. Eis o que ele diz, com a cara mais lavada do mundo:

- Em primeiro lugar, ele lembra que, em 1990, quando o Foro foi criado (para, lembremos, restabelecer na América Latina o que se acabara de "perder" no Leste Europeu - ou seja: o comunismo), a esquerda estava no poder em apenas um país na América Latina - Cuba - e que, desde então, "governamos" - o "nós" inclui, obviamente, quem está hoje no poder na ilha caribenha - vários países do continente; 

- Afirma - e nisso está certo - que o Foro tem mudado radicalmente a face do continente, e que mesmo onde os partidos do Foro são oposição, eles têm uma influência crescente em seus países (o que também é verdade, infelizmente);

- Com a mesma desfaçatez com que nega, até hoje, a existência do mensalão, que está (finalmente!) para ser julgado no STF, repete mentiras deslavadas, afirmando que, graças ao Foro, os países por ele governados passam por uma fase de grande "crescimento econômico" - os números não mostram nada disso - e que "somos uma referência internacional de alternativa de sucesso ao neoliberalismo". Alternativa? De sucesso? Ao "neoliberalismo"?;

- Elogia as "conquistas extraordinárias" do governo populista e autoritário de Hugo Chávez na Venezuela, que vem arrastando o país para o caos econômico e social, dizendo que nunca as classes populares daquele país foram tratadas "com tanto respeito, carinho e dignidade" (sic); 

- Lamenta que Honduras e Paraguai, em que governos populistas e irresponsáveis foram destituídos de forma constitucional, tenham resistido às tentativas de Chávez de intervir nos assuntos internos para aniquilar as instituições. Lula não acha que Honduras e Paraguai sejam democracias. Democracia, para ele, é o que existe em Cuba e na Venezuela;

- Prosseguindo no desfile de cretinices, Lula fala ainda na existência de "colônias" na região, citando as Malvinas, cujos habitantes britânicos Cristina Kirchner quer porque quer converter em argentinos;

- Termina pedindo votos para seu companheiro Hugo Chávez - haverá eleições presidenciais na Venezuela em 7 de outubro -, dizendo "tua vitória será nossa vitória", no melhor estilo eternizado pelo deputado Cândido Vacarezza - aquele do "você é nosso, nós somos teu (sic)", lembram?.

Durante anos, o Foro de São Paulo foi um tabu na imprensa brasileira. Somente o Olavo de Carvalho falava do tema. Negava-se até mesmo a existência do Foro - falar sobre ele era coisa de alucinados e de teóricos da conspiração que viam comunistas em cada esquina etc. Somente em 2005, 15 anos depois da criação do Foro - isso mesmo: 15 anos depois! -, é que parte da imprensa brasileira, com a VEJA à frente, "descobriu" que a coisa existia de fato, e não era uma fantasia de mentes delirantes.  Mesmo assim, jornalistas companheiros acharam um jeito de botar panos quentes e evitar que a história crescesse: o Foro existia, mas era apenas um convescote sem consequências, uma simples reunião de amigos e nada mais, sem nenhuma influência na realidade dos países da região  - e isso apesar de farta documentação, que inclui resoluções (alguém já viu uma reunião de amigos com resoluções?). Enfim, uma coisa assim, sem importância (deve ter sido por isso que, assim que o assunto veio à baila, as atas do Foro sumiram do site oficial da Presidência da República). Agora essa teoria é desmentida, de forma acachapante, por ninguém menos do que um dos criadores do Foro, que faz questão de mostrar, até vangloriando-se, que a organização mudou e vem mudando radicalmente - para pior - a realidade política da América Latina. 

Um fato que vale a pena lembrar: quem até um dia desses participava ativamente do Foro de São Paulo, além de partidos como PT e PCdoB e da ditadura comunista cubana dos irmãos Castro, sem falar em governos "progressistas" como os de Hugo Chávez, Evo Morales e Rafael Correa, eram as FARC, os narcoterroristas colombianos.  Desnecessário dizer que, assim que a VEJA mencionou pela primeira vez a existência do Foro, não faltou quem se apressasse a "esclarecer" que as FARC dele não mais faziam parte e que isso era coisa do passado etc. e tal (isso depois de terem negado, durante uma década e meia, que o Foro existia). Só esqueceram de mencionar que tal organização narcoterrorista jamais foi expulsa, tendo-se retirado discretamente assim que se tornou impossível esconder a notícia da existência do Foro - e da vinculação das FARC com o PT. Vinculação que a descoberta dos arquivos do computador pessoal do número dois das FARC, Raúl Reyes, morto no Equador em 2008, tornou mais difícil esconder - outro assunto que estranhamente continua ignorado na grande imprensa nacional. Alguma relação com o fato de o governo brasileiro, pela voz de Marco Aurélio Garcia (ex-presidente do Foro e habitué de suas reuniões), declarar-se "neutro" em relação às FARC, colocando os narcobandoleiros, portanto, no mesmo nível de legitimidade do governo colombiano democraticamente constituído? Tirem suas próprias conclusões.

Em qualquer país sério, os fatos acima seriam suficientes para levar figuras como Lula às barras de um tribunal ou, pelo menos, a ser intimado a dar explicações numa CPI. Por muito menos do que está no vídeo, seria algemado e expulso da vida política para sempre. Mas estamos no Brasil, onde não há oposição. Por estas bandas, simplesmente proclamar um fato, juntar lé com cré, é visto como a pior das heresias. Daí vídeos asquerosos como este não causarem escândalo, sequer um comentário.

Nunca na História do universo uma conspiração internacional, envolvendo inclusive terroristas e narcotraficantes, para tomar o poder e destruir as instituições democráticas em um continente inteiro esteve mais bem documentada. E nunca - nunca mesmo - houve uma operação tão abrangente para ocultá-la dos olhos do público. E com tanto êxito. O que leva à seguinte conclusão: não basta divulgar a verdade; é preciso encontrar pessoas dispostas a ouvi-la.  Se estiverem narcotizadas por um estupefaciente mental chamado lulopetismo, continuarão cegas, surdas e mudas ao que se passa em sua volta. Os brasileiros, esses distraídos, estão anestesiados. Ou corrompidos.

Claro, certamente haverá quem procure diminuir o que está no vídeo, dizendo que ele não "prova" nada, no máximo que Lula e o PT se movem, em termos ideológicos, no terreno da ambigüidade e da duplicidade, o que não é nenhuma novidade etc. etc. Nesse caso, seria forçoso admitir que Lula e o PT têm uma agenda secreta. Com o detalhe de que nem secreta ela é.

Assistam e comprovem:

segunda-feira, agosto 08, 2011

LULA FOI À LONA EM BOGOTÁ



Na imagem, o momento em que Alvaro Uribe aplicava um poderoso cruzado de direita em um megalomaníaco boquirroto amigo das FARC, no primeiro round
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por Augusto Nunes

O pastelão encenado no picadeiro do Circo do Planalto por Dilma Rousseff, Nelson Jobim e Celso Amorim acabou ofuscando o fiasco do palanque ambulante em Bogotá, onde fez escala na quinta-feira passada para animar um encontro entre empresários brasileiros e colombianos. Lula estava lá para discorrer sobre as relações entre os dois países. No meio da discurseira, resolveu discutir a relação com Alvaro Uribe. Foi nocauteado no primeiro assalto.

Caprichando na pose de consultor-geral do mundo, com os olhos voltados para o presidente Juan Manuel Santos, Lula cruzou a fronteira da civilidade com a desfaçatez dos inimputáveis. “Estou certo que você e a presidenta Dilma Rousseff podem fazer mais do que fizemos o presidente Uribe e eu”, começou. Pararia por aí se fosse sensato. Nunca será, confirmou a continuação do falatório: “Tínhamos uma boa relação, mas com muita desconfiança. Não confiávamos totalmente um no outro”.

Lula confia em delinquentes, cafajestes, doidos de pedra, assassinos patológicos, sociopatas, ladrões compulsivos ─ e em qualquer obscenidade cucaracha. Hugo Chávez é um bolívar-de-hospício, mas o amigo brasileiro participou até de comícios eleitorais na Venezuela. Evo Morales tungou a Petrobras e anistiou os ladrões de milhares de carros brasileiros, mas Lula tem muito apreço por um lhama-de-franja. Cristina Kirchner não perde nenhuma chance de atazanar exportadores brasileiros, mas Lula não resiste ao charme da inventora do luto de luxo. O único problema do subcontinente é Uribe.

Embora desprovido de razões para desconfianças, Lula foi permanentemente desrespeitoso ─ e frequentemente grosseiro ─ com o colombiano que também conseguiu dois mandatos nas urnas, despediu-se da presidência com 85% de aprovação nas pesquisas e transmitiu o cargo ao sucessor que escolheu. Embora sobrassem motivos para desconfiar de Lula, Uribe sempre o tratou com respeito e elegância. E suportou pacientemente, durante oito anos, as manifestações unilaterais de hostilidade.

A paciência chegou ao fim, avisou a devastadora sequência de mensagens divulgadas por Uribe no Twitter. “Lula criticava Chávez em sua ausência, mas tremia quando ele estava presente”, pegou no fígado o primeiro contragolpe. Outros três registraram que “Lula se negou a extraditar o Padre Medina, terrorista refugiado no Brasil”, que “Lula procurou impedir que a televisão transmitisse a reunião da Unasul em Bariloche que discutiu o acordo militar entre a Colômbia e os Estados Unidos” e que “Lula jamais admitiu que os integrantes das FARC são narcoterroristas”.

O quinto contragolpe ─ “Lula fingia durante o governo que era o nosso melhor amigo” ─ não seria o último. Mas o nocaute já se consumara quando foi desferido. É compreensível que o viajante ainda estivesse grogue no dia seguinte, como comprovam a forma e o conteúdo da entrevista publicada pelo jornal O Tempo. “Sinceramente, estranhei muito a reação do companheiro Uribe, por quem tenho profundo respeito”, recuou o palanqueiro, que se negou a comentar o teor das mensagens.

“Se ele tem alguma dúvida com alguma coisa que eu disse, seria mais fácil me chamar em vez de tuitar”, queixou-se. O uso do neologismo parece ter induzido o repórter a acreditar que Lula tem intimidade com modernidades virtuais. Pretendia usar o twitter para responder a Uribe? , quis saber o jornalista. “Não, porque é preciso pensar antes de dizer as coisas, e muitas vezes no Twitter a pessoa não pensa, simplesmente escreve”, desconversou.

Como o entrevistador não replicou, pode-se deduzir que não conhece direito o entrevistado. Deveria ter-se informado com Uribe, que sabe com quem está falando. O ex-presidente colombiano sabe que Lula é do tipo que primeiro fala e depois pensa ─ se é que pensa. Sabe que Lula não escreve, em redes sociais ou num guardanapo do botequim, pela simples e boa razão de que não quis aprender a escrever.

Lula comprou a briga usando o microfone. Colidiu com a palavra escrita e acabou nocauteado pelo Twitter.

quinta-feira, julho 31, 2008

As FARC e o Brasil - Com a palavra, o TPI


Não custa nada lembrar o que disse o promotor-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Luís Moreno-Campo, e que reproduzi aqui num post de 21/07:

Aqueles que dão apoio financeiro às Farc compartilham da intenção de cometer os delitos praticados pelo grupo. Por isso, podem ser considerados participantes em crimes contra a humanidade. O apoio político a um grupo como as Farc igualmente pode ser considerado um delito e, dependendo das circunstâncias, passível de ser investigado pelo país ou pelo TPI. Estamos avaliando agora o caso de grupos ou pessoas de fora da Colômbia, tanto da América do Sul quanto da Europa, que aparentemente apóiam as Farc. Queremos saber se é o caso de iniciar um processo. Por enquanto, só o que eu posso dizer é que estamos coletando informações sobre esse tema.

Diante disso, só resta perguntar o seguinte:

E AGORA, JOSÉ?

(E Roberto, e Gilberto, e Erika, e Celso, e Marco Aurélio, e Perly, e Paulo, e Selvino...?)

As FARC e os lulistas, os lulistas e as FARC...

Notícia quentinha, saída do forno. Leiam e tirem suas próprias conclusões (revista Cambio, da Colômbia, número 787, "El Dossier Brasileño", matéria de capa):

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Sem querer dar uma de profeta, vou me permitir lembrar a mim mesmo:

http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2008/07/o-brasil-e-as-farc-ou-por-que-no.html

http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2008/07/nota-do-governo.html

http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2008/07/barbrie-terrorista-golpeada-na-colmbia.html
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Agora vejamos o que os petralhas terão a dizer sobre essa verdadeira "bomba". Será que vão afirmar, também desta vez, que "todos fazem igual"? Ou que é tudo uma "conspiração das elites e da mídia"? Ou o Apedeuta virá a público dizer-se "traído"? Ou, melhor, que "não sabe de nada, não viu nada"?...
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O mais triste de tudo é que muita gente, certamente, vai engolir - mais uma vez! - a lengalenga dos lulistas... Até quando?

quarta-feira, julho 09, 2008

O BRASIL E AS FARC, OU POR QUE NÃO É POSSÍVEL SER "NEUTRO" DIANTE DA BARBÁRIE

Prisioneiros em campo de concentração das FARC: "neutralidade" do Brasil favorece o terrorismo
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Como todo mundo que acompanha as notícias sabe, o governo de Lula da Silva se declara "neutro" em relação às FARC. O argumento do governo pode ser resumido da seguinte forma:

1) Se o País se colocasse abertamente contra as FARC, considerando-a uma organização terrorista, perderia a possibilidade de intermediar a libertação dos reféns;

2) O conflito entre as FARC e o governo colombiano é uma questão interna da Colômbia; e

3) Logo, qualquer posição que não seja a neutralidade seria uma forma de intervenção nos negócios internos da Colômbia.

Muita gente, inclusive gente que não tem qualquer simpatia ideológica pelas FARC, concorda com essa posição do governo brasileiro, a qual consideram equilibrada e responsável. É claro que estão iludidas. É claro que a "neutralidade", nesse caso, não passa de outro nome para a cumplicidade com o terrorismo e o narcotráfico.

Primeiro, a afirmação de que o não-reconhecimento das FARC como terroristas se justificaria diante da necessidade de intermediação para a soltura dos reféns não se sustenta. Ao adotar tal posição, o governo brasileiro está, na verdade, reconhecendo as FARC como um interlocutor legítimo. Isso significa ceder à chantagem terrorista, e nada mais. As FARC são um bando de criminosos que utilizam o seqüestro e o narcotráfico como forma de ação. Recusar-se a chamá-los pelo nome sob a alegação de que é preciso negociar é o mesmo que considerar o Comando Vermelho ou o PCC atores políticos respeitáveis. Com bandidos e terroristas não se negocia - é essa a lição que o governo Uribe está dando ao mundo.

Segundo, as FARC há muito deixaram de ser um problema interno somente da Colômbia. Devido ao tráfico de drogas, cujas rotas passam pelo Brasil e chegam até as periferias das grandes cidades e às favelas do RJ, essa questão tornou-se um assunto continental. Não é segredo para ninguém que os traficantes brasileiros se abastecem de cocaína nas selvas colombianas, e que as FARC estão entre seus principais parceiros e fornecedores. Fernandinho Beira-Mar, por exemplo, foi preso em um acampamento das FARC na Colômbia. O Brasil, ao que se saiba, não produz um grama de cocaína. No entanto, é um dos maiores consumidores do mundo. Como dizer então que se trata de um problema interno de um único país?

Terceiro, e finalmente, afirmar que chamar as FARC de terroristas seria uma forma de intervenção nos assuntos internos da Colômbia significa, por si só, escolher um dos lados do conflito. O princípio da não-intervenção se aplica no caso da disputa política entre dois ou mais contendores, em que tomar partido por um dos lados significa ingerência. Mas não é esse o caso da Colômbia. Lá, o que ocorre não é uma disputa pelo poder político entre dois concorrentes com ambições mais ou menos semelhantes: é o confronto entre o governo legalmente constituído e um bando de seqüestradores e narcotraficantes. A neutralidade existe para impedir que terceiros modifiquem o equilíbrio interno em favor deste ou daquele lado. Não para lavar as mãos diante de crimes comuns. Acrescente-se que é o próprio governo da Colômbia que solicita há anos, em vão, o reconhecimento, pelo Brasil, das FARC como um grupo terrorista. Logo, não há sentido em falar aqui em intervenção nos assuntos internos colombianos.

Imaginem se a situação fosse inversa. Se o Brasil, e não a Colômbia, estivesse há décadas acossado pelo terrorismo e pelo narcotráfico de uma organização que jurou destruir a democracia no país. E se um país vizinho, alegando neutralidade, se recusasse a considerar essa organização terrorista e narcotraficante? Certamente, os brasileiros não ficariam nada satisfeitos.

A posição do Brasil em relação às FARC é insustentável. Moralmente, é um escândalo. Ideologicamente, é uma impostura. Politicamente, é um contra-senso.

Alguém poderia ainda argumentar que a posição do governo Lula é correta, pois, ao se manter neutro, impede algum tipo de retaliação por parte das FARC, evitando, assim, que o conflito colombiano transborde para dentro das fronteiras brasileiras. Acontece que as FARC já estão no Brasil! Basta olhar para os morros cariocas. O narcotráfico é hoje o principal problema de segurança pública brasileiro. Cerca de 50 mil pessoas morrem devido à violência no Brasil, todos os anos. É muita ingenuidade - ou cumplicidade criminosa - achar que isso não tem nada a ver com o que acontece na Colômbia.

Não somente as FARC estão presentes no Brasil, como têm, no atual governo, um valioso aliado: seu representante no País, Olivério Medina, que responde a vários processos na Colômbia, inclusive por assassinato, circula livremente entre as altas esferas do PT e o governo nega-se a extraditá-lo. Recentemente, sua esposa foi contratada pelo Ministério da Pesca, a pedido de Dilma Rousseff. Como falar em neutralidade, portanto?

A "neutralidade" do Brasil no conflito colombiano é mais uma cortina de fumaça dos lulo-petistas para enganar a todos. O governo Lula já escolheu seu lado. E não é o lado da liberdade e da democracia.

quinta-feira, julho 03, 2008

A BARBÁRIE TERRORISTA GOLPEADA NA COLÔMBIA


A espetacular operação militar que resultou no resgate da ex-candidata à presidência da Colômbia Ingrid Betancourt e de mais 14 reféns, sem que um só tiro fosse disparado, em plena selva colombiana, foi uma vitória histórica não apenas do presidente Álvaro Uribe, ou do povo da Colômbia, mas da civilização e da humanidade. O resgate feriu de morte não somente as FARC, organização narcoterrorista que goza de reconhecimento oficial pelo governo do caudilho fanfarrão Hugo Chávez da Venezuela, e da condescendência cínica do governo Lula da Silva, mas todos aqueles que apóiam, aberta ou veladamente, os facínoras colombianos. Ambos ficaram totalmente desmoralizados.

Como não poderia deixar de ser, o governo Lula reagiu diante da notícia desfavorável a seus companheiros de luta usando o método de sempre: a mentira. O governo emitiu uma nota oficial absolutamente anódina e ridícula, na qual tenta disfarçar sua frustração com o desfecho do epísodio. Na nota, o governo envia seu "abraço fraternal aos reféns" e Lula manifesta sua "satisfação" com a notícia. Expressa ainda "a esperança de que tenha sido dado um passo importante para a libertação de todos os demais seqüestrados, a reconciliação de todos os colombianos e a paz na Colômbia". É o abraço do algoz, a satisfação de quem quer salvar a cara e a esperança de quem compactua com o terrorismo e o narcotráfico. Nem precisa dizer, mas a nota não faz nenhuma menção ao governo Uribe.

Ai, ai. Como diria o rei Juan Carlos da Espanha: por que não se calam?... As declarações oficiais do governo Lula sobre a soltura de Ingrid Betancourt são uma das coisas mais cínicas e cretinas que já foram pronunciadas em qualquer lugar, em qualquer época. Lula e companhia não estão satisfeitos com a vitória do exército colombiano coisíssima nenhuma. Estão é se remoendo por dentro. Vamos lembrar um pouco.
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Praticamente desde que o governo Uribe declarou guerra total às FARC, Lula e seus companheiros Hugo Chávez e Rafael Correa pressionam o governo colombiano a "negociar" com os narcobandoleiros, e repudiam a ação militar contra eles, inclusive usando o argumento cínico de que isso poderia colocar em risco a vida dos reféns - como se a vida deles não estivesse sob ameaça dos seqüestradores. Queriam que Uribe baixasse as armas e "negociasse" - ou seja, cedesse - aos terroristas traficantes. Com isso, esperavam mediar a libertação dos reféns, como fez Hugo Chávez no começo do ano, para aparecer assim como um humanitário e, de quebra, conseguir o reconhecimento das FARC como "força beligerante", passando totalmente por cima da autoridade legalmente constituída do governo democraticamente eleito da Colômbia - Lula não foi tão longe, mas o governo brasileiro ainda insiste em não reconhecer as FARC como uma organização terrorista. Quando o número dois das FARC, Raúl Reyes, foi morto pelo exército colombiano em março passado, o governo brasileiro colocou-se inteiramente ao lado dos governos Correa do Equador e Chávez da Venezuela, ignorando solenemente as provas de vinculação desses dois com a narcoguerrilha descobertas no computador de Reyes. Chegou-se mesmo a cogitar, nas esferas diplomáticas, em fazer com que as FARC, aproveitando os laços que têm com o PT, entregassem os reféns a ele, Lula. Agora, com o resgate de Ingrid Betancourt pelo exército colombiano, todos eles - Lula, Chávez, Correa - perderam sua principal moeda de troca para fazer demagogia política em torno do conflito colombiano, explorando, para fins propagandísticos, o sofrimento dos reféns e de suas famílias. Sofreram uma terrível derrota, e agora tentam manter as aparências, saindo de fininho.

A desfaçatez dos lulistas não tem mesmo limites. Sua cara-de-pau é um insulto à inteligência alheia. Em declaração à imprensa, Marco Aurélio "Top, Top" Garcia se disse "aliviado" com a libertação de Ingrid e dos reféns. Porque "aliviado"? Não foi ele mesmo que disse, não faz muito tempo, que o Brasil era "neutro" em relação às FARC? Para ser coerente, deveria dizer-se igualmente neutro em relação à libertação de Ingrid Betancourt. Ou, pelo menos, calar a boca. Seria covarde do mesmo jeito, mas pelo menos seria um pouco menos indecoroso. Se querem ouvir um comentário inteligente sobre o que está acontecendo na Colômbia, acessem aqui http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM850143-7823-HISTORIADOR+MARCO+ANTONIO+VILA+COMENTA+RESGATE+DE+INGRID+BETANCOURT,00.html.

A nota do governo e as declarações dos lulistas devem ser compreendidas sob o mesmo prisma do recente "recuo tático" de Hugo Chávez em relação às FARC. Chávez conclamou seus aliados narcoterroristas a soltarem os reféns e abandonarem a luta armada, não porque tenha se convertido, subitamente, à democracia, mas porque percebeu que a guerrilha está fazendo água. Do mesmo modo, Lula agora corre para demonstrar solidariedade aos reféns e suas famílias, tentando disfarçar sua cumplicidade com os seqüestradores e assassinos. Puro fingimento.

Essa cumplicidade dos lulistas com a narcoguerrilha colombiana já está mais do que demonstrada. Vamos lembrar mais uma vez. O representante das FARC no Brasil, Olivério Medina, vive livremente no País, sem ser incomodado, graças á condescendência das autoridades brasileiras, que se opõem à sua extradição para a Colômbia, onde ele responde a vários processos. A esposa de Medina, Angela Maria Slongo, é funcionária contratada do Ministério da Pesca, a pedido da ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, que conseguiu sua transferência para Brasília, onde ela se dedica, segundo a assessoria do Ministério, a alfabetizar milionários do Lago Sul... Foram as FARC que agradeceram publicamente ao PT e a Lula por terem salvo o comunismo da extinção na América Latina, ao criarem, em 1990, o Foro de São Paulo. Tudo isso são fatos, não são opiniões. Na última reunião do Foro, realizada em Montevidéu, Uruguai, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, tido em alta conta pelos petistas, lamentou a morte do chefão das FARC, Manuel Marulanda, tendo sido fervorosamente aplaudido pela platéia, na qual estavam presentes petistas proeminentes como Marco Aurélio Garcia. Por que não estão chorando agora pela libertação dos reféns?

O presidente colombiano Álvaro Uribe está dando uma aula ao mundo de como lidar com narcotraficantes e terroristas. Sairá do episódio certamente fortalecido. Já os cúmplices do narcotráfico e do terror preferem esconder-se por trás de uma cortina de mentira e de dissimulação.

segunda-feira, março 10, 2008

URIBE, O VENCEDOR


A semana que passou começou com o rufar dos tambores de guerra na América Latina e terminou com um aperto de mão meio acabrunhado e um tapinha nas costas entre o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e seu homólogo do Equador, Rafael Correa. Resumidamente, o que houve entre um momento e outro foi o seguinte:

- O Exército da Colômbia atacou uma base das FARC, a narcoguerrilha colombiana, estabelecida em território do Equador, matando o número dois da organização, Raúl Reyes;

- O governo do Equador protestou energicamente contra essa "violação de sua soberania" e exigiu uma retratação de Bogotá;

- O governo da Venezuela juntou-se imediatamente ao do Equador, deslocando tropas para a fronteira com a Colômbia e elevando o risco de guerra na região;

- Na operação militar que resultou na morte de Reyes, foram apreendidos vários laptops com informações que comprometem diretamente os governos do Equador e da Venezuela, comprovando que estes dão refúgio e apoio às FARC;

- Após muito bate-boca e guerra verbal, o Equador finalmente aceita o pedido de desculpas da Colômbia e a crise é encerrada.

A crise teve um vencedor? Teve, sim senhor. Chama-se Álvaro Uribe. O presidente da Colômbia escancarou para quem quiser ver aquilo que os governos dos companheiros Correa, Chávez e Lula querem a todo custo esconder: a cumplicidade desses governos esquerdistas com as FARC. Não liguem para o pedido de desculpas. Nem para as arengas demagógicas de Correa e Chávez. Nem para a sonsice de Lula. Se a crise demonstrou algo de forma cristalina, foi a parceria e cumplicidade entre esses três e os narcoterroristas das FARC. Depois disso, ninguém poderá negar que Chávez e Correa são aliados do grupo terrorista mais antigo em atividade na América Latina, contra um governo democraticamente eleito. Nessa condição, dão guarida e até dinheiro aos narcobandoleiros colombianos, o que é uma clara violação de pelo menos três resoluções da ONU que condenam quem abriga terroristas. Quem violou a soberania de quem?

A santa aliança esquerdista contra Uribe não surpreende. Correa, Chávez e Lula, como todos sabem, jogam no mesmo time. O brasileiro até finge - e como finge! - ser "moderado", convencendo muita gente que é uma alternativa a seus colegas mais radicais (a Veja desta semana, por exemplo, embora fale no Foro de São Paulo, parece ter caído nessa esparrela). Mas aos poucos esse véu de ambigüidade vai caindo por terra, revelando a verdadeira face do lulo-petismo. Essa verdadeira face está presente não nos salões atapetados das recepções e encontros diplomáticos oficiais, mas nas reuniões do Foro de São Paulo, em que os três - Correa, Chávez e Lula, mais o índio de araque Evo Morales da Bolívia e o tiranossauro Fidel Castro de Cuba - são parceiros e aliados, juntamente com as FARC. Álvaro Uribe não pertence ao clube. Ao contrário: jurou lutar até o fim contra a praga das FARC, que está conseguindo derrotar militarmente - há alguns dias, o número 3 da organização foi assassinado pelos próprios companheiros de guerrilha, enquanto o número 1, Manuel Marulanda, o "Tiro fijo", ao que tudo indica, está escondido em algum lugar na Venezuela. Nessa tarefa, conta com o apoio da esmagadora maioria da população de seu país, cansada de tantos anos de morte e terror. Isso - a guerra de Uribe contra as FARC, sua recusa em compactuar com o terrorismo - os companheiros não podem perdoar.

Nesse meio tempo, a posição do governo do Brasil consistiu em condenar a "violação da soberania" do Equador e exigir mais desculpas do governo da Colômbia - o pedido inicial de desculpas de Bogotá foi considerado insuficiente -, colocando-se, assim, inteiramente ao lado de Equador e Venezuela. Enquanto isso, o assessor especial do presidente Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, defendia em entrevista a um jornal francês a neutralidade do Brasil em relação às FARC ("nem grupo terrorista, nem força beligerante"). Da posição do Brasil na crise, resultam as seguintes conclusões:

- Abrigar e proteger terroristas, pode; caçá-los onde quer que estejam, não;

- Dar refúgio a terroristas que cometem atentados contra um país vizinho não é violação da soberania - nem do país que os abriga, nem do que atacam;

- Terrorismo é só o que é praticado pela direita. Como as FARC são de esquerda, não é considerada uma organização terrorista.

Ao desferir um ataque ao coração das FARC, Álvaro Uribe desmascarou a aliança secreta dos narcoterroristas com governos da região. Revelou a cumplicidade e a hipocrisia destes com o terrorismo. Mostrou, de forma inequívoca, que há governos que dão abrigo e ajuda a seqüestradores e assassinos. Enquanto isso, o Brasil prefere fechar os olhos, insistindo numa falsa neutralidade que serve apenas para disfarçar sua parceria com criminosos. Alguém tem dúvida sobre quem venceu e quem perdeu no episódio?

quinta-feira, março 06, 2008

O BRASIL E AS F.A.R.C.: A FALSA NEUTRALIDADE PETISTA

Eu lhes lembro que o Brasil tem uma posição neutra sobre as Farc: nós não as qualificamos nem de grupo terrorista nem de força beligerante”.
(Marco Aurélio Garcia, assessor especial para assuntos internacionais do Presidente Lula)
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Não sei mais o que dizer sobre a crise entre Colômbia e seus vizinhos Equador e Venezuela, com o Brasil servindo de fiador desses últimos. Sei apenas que o caso todo é uma enxurrada de mentiras, que parece não ter fim. Quando parece que todos os absurdos já foram ditos pelos governos dos companheiros e na OEA, condenando-se a "violação da soberania" do Equador pela Colômbia, que caçava terroristas das FARC abrigados no país vizinho (cujo governo, pelo visto, não se importa muito com o fato de os bandoleiros usarem seu território para violarem a soberania da Colômbia), vem alguém e consegue superar os demais em quantidade de mentiras e cinismo.

O troféu peroba vai para Marco Aurélio "Top, Top, Top" Garcia, o ghost-chancellor do Brasil. Sim, vocês sabem de quem eu estou falando. Trata-se do mesmo senhor que coordenou, até alguns anos atrás, o Foro de São Paulo, aquela organização de movimentos de esquerda e de extrema-esquerda (inclusive as FARC) que durante anos muitos insistiram em dizer que era uma fantasia de meia dúzia de direitistas paranóicos. Pois agora o Marco Aurélio dá uma entrevista ao jornal francês Le Figaro, em que reafirma que o Brasil é neutro em relação às FARC, não as considerando "nem grupo terrorista, nem força beligerante".
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Em que consistiria essa tão alardeada "neutralidade" do Brasil, em relação às FARC? No seguinte: as FARC mantêm mais de 700 pessoas como reféns, algumas há anos, em campos de concentração na floresta? Não é terrorismo. Torturam e assassinam quem se recusa a pagar o "imposto revolucionário" que elas extorquem de comerciantes e agricultores? Não é terrorismo. Praticam atentados à bomba em que matam e mutilam civis inocentes? Não é terrorismo. Usam o território dos países vizinhos, como Equador e Venezuela (e inclusive do Brasil) como base e refúgio para lançar esses ataques contra o governo constitucional da Colômbia? Não é terrorismo. Sem falar que é difícil crer que um governo possa ser neutro em relação às FARC, quando participa ao lado delas do mesmo Foro (ou Desaforo). Não é preciso muito esforço mental para perceber que a "neutralidade", aqui, é apenas outro nome para cumplicidade.
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Já falei neste blog de como a visão esquerdista distorce a realidade, a ponto de classificar de forma diferente o mesmo fenômeno, de acordo com suas conveniências políticas. Trata-se de uma perversão da linguagem, já denunciada por George Orwell em seus livros e ensaios. Se um governo ou um grupo usa da violência, a questão, para as esquerdas, não é a violência em si, não é a tortura, o assassinato, nada disso. É a que fim ela se destina. Se a violência tem uma finalidade, digamos, de direita, como os paramilitares colombianos das AUC, então é algo extremamente grave, que deve ser condenado com veemência. Se o objetivo da luta armada é, sei lá, a "igualdade", o "socialismo", a luta contra o "imperialismo" (ou seja: os EUA), então a violência, por pior que seja, é algo necessário e louvável.

Para as esquerdas, um grupo só é terrorista se é de direita. É isso que o governo Lula, por meio de seu ghost-chancellor, está dizendo. Como as FARC proclamam-se marxistas, e lutam contra um Estado "burguês" e o "imperialismo", todas as suas ações - seqüestros, assassinatos, torturas, tráfico de drogas - são justificadas. Não sendo capaz de fazer como Hugo Chávez, que perfilou-se abertamente do lado dos narcoterroristas colombianos, o governo dos petralhas tenta dourar a pílula, afirmando-se "neutro" em relação às FARC. É o mesmo que se dizer "neutro" diante do estupro e do assassinato. Marco Aurélio Garcia diz que não adianta nada chamar as FARC de terroristas (ou seja, chamá-las pelo nome), pois isso "não ajudaria em nada nas negociações para a libertação dos reféns". Poucas vezes vi lorota maior do que essa. Significa curvar-se ante a chantagem terrorista, como se a vida dos reféns estivesse ameaçada não pelos seqüestradores, mas pelo governo. Além disso, tal postura corresponde a reconhecer as FARC, na prática, como um ator político respeitável, e não como o bando de criminosos que é. Sem falar que, do ponto de vista da realpolitik, a afirmação também não faz nenhum sentido, pois tudo que as FARC querem, nas negociações, não é depor as armas e libertar os reféns, mas conquistar mais espaço de manobra para continuar seqüestrando, matando, torturando e traficando. Para usar uma analogia histórica: alguém se recusaria a chamar os nazistas de assassinos esperando que eles, sei lá, libertassem os presos dos campos de concentração? A posição "neutra" do Brasil, como já disse antes, significa apenas uma forma disfarçada de compactuar com o crime e a mentira.

O mesmo no caso de ditaduras. Se é de esquerda, como a de Fidel Castro, então devemos apoiá-la. Ou, então, ser "neutros". Se a ditadura é de direita, como era a de Pinochet, então sua condenação é uma obrigação moral. Se é a do Coma Andante e serial killer do Caribe, então é "extremismo de direita". Vai entender...

A atual crise político-diplomática na América do Sul é uma excelente ocasião para perceber o duplo padrão moral adotado pelas esquerdas. É uma aula de cinismo e manipulação por parte dos companheiros esquerdistas. E ainda querem nos convencer de que o Brasil pode exercer um "papel moderador" na questão. Uma ova!

quarta-feira, março 05, 2008

ENTRE A COLÔMBIA E O TERRORISMO, O BRASIL ESCOLHEU O SEGUNDO

Correa e Lula: aliados de Chávez contra Uribe - e a favor das FARC
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Rafael Correa, o filhote de Hugo Chávez que ora ocupa a presidência do Equador, está no Brasil. Veio para agradecer o apoio do seu companheiro Lula da Silva, que condenou a "violação da soberania" do território equatoriano pela Colômbia, que lá matou há alguns dias o número dois das FARC, o facínora Raúl Reyes. Nada poderia demonstrar de forma mais eloqüente qual lado o governo do Brasil escolheu na atual crise político-diplomática na América do Sul: entre a Colômbia e o terrorismo das FARC, os petralhas escolheram o último. Em vez de apoiar uma democracia que se defende, optou por cerrar fileiras ao lado dos terroristas que a atacam e dos governos que os apóiam e protegem.

Correa, já está sobejamente demonstrado, é parceiro e cúmplice das FARC. Foi o que os militares colombianos revelaram ao mundo ao abrir a caixa-preta dos laptops de Raúl Reyes. O mesmo no caso de Chávez. A narcoguerrilha colombiana, que o governo brasileiro se recusa a chamar de organização terrorista - terrorismo, pelo visto, para os companheiros petistas, é só o de direita -, usam há anos o território do Equador e da Venezuela como refúgio e base para atacar o território colombiano. Correa e Chávez sabem disso, e fazem vistas grossas - quando não, apóiam abertamente, inclusive com dinheiro, os narcobandoleiros, como demontram os documentos apreendidos de Raúl Reyes. Ao fazer isso, cometem uma clara violação do direito internacional, inclusive de várias resoluções da ONU, que condenam quem dá abrigo a terroristas. Mas, para o governo Lula, a soberania violada foi a do Equador, não a da Colômbia. É o mesmo que dizer que, após os atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA, a intervenção norte-americana no Afeganistão, cujo governo dava refúgio a Al Qaeda, foi um "atentado à soberania" dos Talibãs...
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A posição do governo Lula em relação à atual crise entre os três países é uma das páginas mais vergonhosas, senão a mais vergonhosa, da história da diplomacia brasileira. O que diria o Barão do Rio Branco ao ver o conceito de soberania nacional, princípio basilar das relações internacionais, prostituído de maneira tão covarde e leviana? O que diria ele ao presenciar o triste espetáculo de o Chanceler brasileiro se perfilando ao lado de um governo, o de Correa, que dá guarida a narcoterroristas, contra outro, o de Uribe, que há anos luta para se defender dos ataques contra ele lançados pelas FARC a partir das fronteiras? Tenho certeza de que o Barão deve estar se revirando no túmulo com tamanha degradação de seu legado.
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Nem tudo parece estar perdido, porém. Diante de tão grotesca pantomima dos companheiros Correa, Chávez e das FARC, parte da imprensa brasileira, ainda não cooptada pela propaganda e verbas oficiais, pelo visto parece acordar para o que está acontecendo. Em editorial, O Estado de S. Paulo de hoje, 5/03, resume, de forme didática, a atual crise, afirmando que o apoio de governos a grupos terroristas como as FARC é algo tão ou mais grave do que a invasão do território equatoriano. Recorda a cumplicidade de Correa e Chávez com os narcoterroristas colombianos, e que tal aliança é parte fundamental da estratégia "bolivariana" do caudilho de Caracas. Lembra, inclusive, que o Equador já extraditou membros das FARC para a Colômbia em outro governo. Refere-se, até mesmo, embora de forma um tanto acanhada, ao Foro de São Paulo, verdadeiro instrumento de "articulação estratégica" dos grupos esquerdistas da América Latina - inclusive as FARC -, criado por Lula e Fidel Castro em 1990. É pouco, mas já é alguma coisa. Se tivéssemos o costume de ligar os pontos, perceberíamos sem dificuldade por que o atual governo do Brasil não perde a oportunidade de se colocar ao lado dos populistas Chávez e Correa - e das FARC - contra Uribe.

"Presenciar um crime em silêncio é cometê-lo", dizia o poeta e patriota cubano José Martí (hoje transformado em ícone prostituído de uma ditadura fracassada, a de Fidel Castro). No caso da crise entre Colômbia, Equador e Venezuela, o Brasil nem sequer se recolheu ao silêncio envergonhado. Anunciou, abertamente, seu apoio a quem protege e ajuda terroristas, contra um governo que tenta há anos extirpar essa chaga da América do Sul. Colocou-se, enfim, do lado do mal, confundindo, propositadamente ou não, defesa da soberania com abrigo a terroristas. Diante do crime, nem sequer se cala: apóia abertamente o criminoso. Nunca pensei que o Brasil desceria tão baixo.

terça-feira, março 04, 2008

O BRASIL PRECISA PARAR DE FAZER CORPO MOLE PARA TERRORISTAS E NARCOTRAFICANTES

Do blog de Reinaldo Azevedo, comentário postado ontem. Há um outro, sobre o mesmo assunto, de hoje. Escolhi o mais light (em azul, meus comentários em seguida):
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O governo brasileiro já tem uma posição: de joelhos para o terror

(...)

A reação do ministro Celso Amorim, que traz a posição oficial do governo brasileiro — e a posição oficial do governo brasileiro é de joelhos para o terrorismo — é qual? Censura à Colômbia. Isto mesmo: o Equador abriga terroristas; há evidências de que um acordo estava em curso, mas Amorim quer falar da invasão de fronteira.

Um governo que dá guarida a terroristas reconhece fronteiras? Dizer o quê? O Itamaraty, nesse caso, repete aquela que tem sido a sua política constante: apoio a delinqüentes.

Segundo Amorim, o tema principal a ser debatido pela OEA não é a proteção ao terror garantida pelo Equador ou a ameaça de guerra de Chávez. Não, não. O tema principal é a invasão da fronteira equatoriana. Ele também disse que o Brasil quer uma solução para a crise. Não se disse uma miserável palavra de censura às Farc. Nada!Rafael Correa abriga terroristas, mas Amorim quer que a Colômbia peça desculpas sem condicionantes.

Querem saber de uma coisa? O comportamento do governo brasileiro consegue ser mais asqueroso do que o do Beiçola de Caracas.

A diplomacia brasileira nunca desceu tão baixo.

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Sei que corro um risco danado ao dizer o que se segue, pois afinal o personagem citado aí acima é ninguém menos do que meu patrão. Mas não é pelo fato de eu ser funcionário de carreira do Itamaraty - concursado, portanto - que eu vou deixar de ter opinião. Não estava escrito em nenhum lugar quando eu prestei o concurso para o MRE, em 2002, que uma das condições da profissão seria deixar de pensar por conta própria. Além disso, sempre achei que opinião que não se expõe fica encalavrada na garganta e pode gerar úlcera. Vamos lá, tentarei ser diplomático.

Vi a entrevista de nosso Chanceler na TV. Foi uma coisa, como direi?, difícil de engolir. Os motivos estão citados acima. Ele praticamente responsabilizou a Colômbia - e não as FARC - pela atual crise política na região, dizendo que Uribe deve desculpar-se mais uma vez junto ao Equador por ter matado um terrorista que se escondia atrás de suas fronteiras. Não houve nenhuma menção ao apoio de Chávez e de Correa aos narcoterroristas colombianos. Aliás, não houve nenhuma menção às FARC. Nada. Celso Amorim pareceu mesmo descer ao nível vocabular de seu chefe, o Apedeuta, usando as mesmas metáforas vulgares, coisa lamentável num diplomata tão gabaritado. "Imaginem se seu vizinho entrasse em sua casa sem pedir licença" etc., disse ao se referir à incursão das forças colombianas contra as FARC no Equador. E se o vizinho em questão abrigasse bandidos que começassem a seqüestrar meus parentes e atirar bombas em direção à minha casa, o que eu deveria fazer?, poderia perguntar, usando o mesmo tipo de linguagem.
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A fala de Amorim foi ainda mais revoltante pelo fato de que o governo do Brasil, sob Lula da Silva, é há anos parceiro das FARC no Foro de São Paulo, que durante muitos anos a imprensa brasileira se ocupou em esconder do público. Já falei do tal foro aqui. É algo que está longe de ser uma associação inofensiva, um clube de senhoras bebedoras de chá ou de filatelistas. Seu coordenador até 2001 foi ninguém mais, ninguém menos do que Marco Aurélio Garcia, atual ghost-chancellor do Brasil. Pergunto: um governo, que se diz democrático, perfilar-se ao lado de uma organização criminosa como as FARC, comprova ou não a existência de uma associação criminosa? Deixo que vocês mesmos dêem a resposta.
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Os jornais de hoje informam que os laptops de Raúl Reyes apreendidos pelo exército colombiano revelam a conexão entre as FARC e os governos de Correa e de Hugo Chávez. Este último teria fornecido US$ 300 mil a seus companheiros narcoguerrilheiros. Deve ser por isso que Chávez anda tão esquentadinho. Deve estar com medo de que as autoridades da Colômbia revelem todo seu esquema com as FARC. Será que agora o princípio da não-intervenção, algo tão caro à nossa diplomacia, será finalmente aplicado pelo governo Lula para condenar o que Chávez e Correa vem fazendo na Colômbia? Será que os atuais ocupantes do governo brasileiro terão coragem de denunciar seus próprios companheiros por esse atentado à soberania de um país democrático (a Colômbia, não o Equador)?
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O Brasil está de joelhos para o terror. Aliás, de joelhos não. Em outra posição, bastante conhecida, de submissão. E não é de hoje.

"A COLÔMBIA É O ISRAEL DA AMÉRICA LATINA", DIZ CHÁVEZ. E A VENEZUELA É O IRÃ


Frase do fanfarrão venezuelano Hugo Chávez dita ontem, quando estourou a crise político-diplomática com a Colômbia por causa da morte de um facínora das FARC: "A Colômbia é o Israel da América Latina".

Pela primeira vez vou concordar com algo dito pelo palhaço de Miraflores. Sem querer, ele fez uma analogia correta. A Colômbia pode mesmo ser comparada a Israel. Afinal, ambos os países estão há décadas sitiados por movimentos terroristas que agem dentro de suas fronteiras e por governos hostis, que lhes dão apoio. E ambos são constantemente atacados por exercerem o direito elementar de se defenderem, tendo muitas vezes de realizar incursões nos países vizinhos para caçar terroristas que lá buscam - e conseguem - refúgio. Sim, a Colômbia pode ser comparada a Israel. E os narcoterroristas das FARC são o Hamas, o Hizbollah. A Venezuela de Hugo Chávez é o Irã. E o Equador de seu pupilo Rafael Correa é a Síria.

Hugo Chávez não dá ponto sem nó. O Napoleão de circo sabe que grande parte da opinião pública latino-americana já está adestrada ideologicamente a se colocar de forma automática contra os EUA e Israel, e ao lado dos terroristas palestinos. Nisso ele conta com décadas, senão séculos, de propaganda anti-semita. Sabe que muita gente, inclusive gente que se considera ilustrada e progressista, que fica indignadíssima quando o exército israelense responde a algum atentado terrorista palestino, como está ocorrendo agora mesmo na Faixa de Gaza, não se importaria se os assassinos do Hamas ou do Hizbollah cumprissem o que juraram fazer há anos, promovendo um novo Holocausto e atirando os judeus ao mar. Preferem protestar contra uma declaração infeliz do vice-ministro da Defesa israelense, que ameaçou os facínoras do Hamas com duras represálias caso continuem atacando Israel, a condenar de forma clara e sem ambigüidades o terrorismo anti-Israel. O mesmo faz agora o governo "moderado" e "progressista" do Brasil, que prefere pedir que a Colômbia se desculpe ante o Equador por uma "violação de soberania", enquanto se recusa a condenar as FARC e até mesmo a chamá-las de terroristas. Coloca-se, assim, ao lado das FARC/Hamas contra a Colômbia/Israel.

Ao comparar Colômbia e Israel, enquanto fornece apoio e dinheiro aos narcoterroristas das FARC, Chávez se iguala a seu companheiro Mahmud Ahmadinejad, do Irã. O coronel venezuelano está se esforçando para transformar a América Latina num novo Oriente Médio. Com o apoio de seus aliados equatorianos e brasileiros, está conseguindo.

segunda-feira, março 03, 2008

A COMÉDIA DE CHÁVEZ, CORREA E DAS F.A.R.C: A GUERRA DOS "COMPAÑEROS"


Aconteceu. Hugo Chávez conseguiu o que queria. Finalmente o Napoleão de circo venezuelano deflagrou uma crise política e diplomática séria com a Colômbia, que pode vir a degenerar em guerra aberta. Espera, com isso, igualar-se a seu ídolo, Bolívar, realizando seus sonhos de grandeza. Não contente em arruinar a economia de seu país, apesar da abundância do petróleo, ele agora quer arrastar toda a região para o abismo. Está a um passo de fazer isso. Certamente fará, se não for detido.

O mais curioso, ou nem tanto assim, em se tratando de Chávez, foi o estopim da atual crise entre Venezuela e Colômbia: um ataque do exército colombiano, em território do Equador. No ataque, foram mortos 17 guerrilheiros das FARC, os narcoterroristas que Chávez quer ver elevados à categoria de "força beligerante", inclusive seu porta-voz e número dois, Raúl Reyes. O governo do Equador, presidido por um pupilo de Chávez, o enfant terrible Rafael Correa, protestou pelo que considerou uma invasão de seu território e mandou retirar seu embaixador em Bogotá. Chávez, cujas relações com o presidente colombiano Álvaro Uribe já andavam estremecidas por seu apoio velado às FARC e sua insistência em "intermediar" as negociações entre os narcoterroristas colombianos e o governo de Bogotá, fez o mesmo, rompendo relações com a Colômbia e enviando tanques e aviões para a fronteira entre os dois países. Enquanto isso, o governo colombiano apresenta documentos que provam que o Equador dava refúgio aos guerrilheiros. Falta pouco para estourar uma guerra na região.

Por que Chávez está tão bravo? A resposta é simples: o governo da Colômbia assestou um duro golpe contra um seu importante aliado. Como todos sabem, Chávez é parceiro e cúmplice das FARC, assim como Correa. Isso ficou claro como o mar do Caribe quando do caso dos reféns seqüestrados pelos bandidos colombianos, que Chávez tentou transformar num circo midiático para se promover internacionalmente, ao mesmo tempo em que interferia abertamente na política interna colombiana, reconhecendo as FARC como "força beligerante". A morte de Raúl Reyes, portanto, significa a perda de mais um compañero. Não por acaso, Chávez chegou mesmo a prantear o narcoterrorista morto com um minuto de silêncio na televisão, enquanto chamava a eliminação do facínora de "assassinato" - pelo visto o que as FARC fazem há quarenta anos, segundo ele, deve ser filantropia -, num gesto equivalente a Lula decretar luto oficial pela morte de um chefe do narcotráfico numa favela carioca... Quanto a Correa do Equador, deveria estar grato à Colômbia por ter livrado a humanidade de mais um criminoso, traficante e assassino, mas, em vez disso, vocifera contra Bogotá. Explica-se: assim como Chávez, ele é parceiro das FARC.

Há tempos venho denunciando, aqui neste blog, as artimanhas do sargentão Hugo Chávez e seus aliados. Nem ele, nem Correa, estão interessados numa solução pacífica para o conflito colombiano, ou qualquer coisa que o valha. Pelo contrário. Chávez não se conforma com o fato de que a Colômbia seja governada por um homem que transformou a eliminação das FARC numa questão de honra para si mesmo e para seu país. O que ele, Chávez, deseja é explorar ao máximo o conflito, tanto por motivos políticos como narcisísticos. Isso ficou demonstrado claramente no caso dos reféns colombianos. Chávez cultiva a lógica do confronto, do enfrentamento, buscando aparecer como o campeão da "luta contra o imperialismo" (ou seja: contra os EUA) na América Latina, assim como já fez seu ídolo e mentor Fidel Castro, que ainda tem admiradores devotos. Desse modo, ele espera projetar-se na arena internacional, ao mesmo tempo em que consolida seu poder interno, armando suas milícias e sufocando a oposição. O governo de Álvaro Uribe na Colômbia é uma pedra no sapato dessa sua estratégia. Daí a corrida armamentista que ele vem implantando nos últimos anos (para "enfrentar uma invasão imperialista", diz), com a aquisição de milhares de fuzis russos Kalashnikov - o mesmo tipo utilizado pelas FARC - e modernos caças SU-30. Ele quer ser, enfim, o novo Napoleão das Américas. Só precisa de uma guerra.

Não é a primeira vez que a oportunidade para tanto se apresenta ao fanfarrão venezuelano. No final de 2004 e começo de 2005, outra grave crise estourou entre a Venezuela e a Colômbia, quando policiais venezuelanos capturaram e entregaram às autoridades colombianas, em troca de uma recompensa, o "chanceler" das FARC, Rodrigo Granda. Granda, que tinha dupla nacionalidade, se encontrava em Caracas, como representante das FARC, num congresso patrocinado e realizado sob os auspícios do governo da Venezuela. Chávez acusou então a Colômbia, como Correa o está fazendo agora, de "violar a soberania" do país, transformando em patriotada o que era, na verdade, um caso escandaloso de um governo dando guarida e refúgio a um procurado terrorista. A história, agora, parece repetir-se, com um ingrediante explosivo de alta intensidade.

E o Brasil, como fica nisso tudo? Como não poderia deixar de ser, o governo Lula da Silva já deu sinais de sua notória pusilanimidade, tentando esconder o que até cego já viu: sua cumplicidade com Chávez e Correa. O ghost-chancellor Marco Aurélio "Top, Top, Top" Garcia já foi à imprensa para dizer que o Brasil está disposto a "usar toda a força da diplomacia brasileira para ajudar na solução da crise" etc. e tal. Balela, pura balela. Nessa crise, o governo dos petralhas já escolheu de que lado está. E não é o da paz e da democracia. Pelo contrário: Lula e Marco Aurélio Garcia também devem estar bastante tristes, pois afinal Raúl Reyes, o número dois das FARC morto pelos soldados colombianos, era seu companheiro no Foro de S. Paulo, do qual já falei aqui várias vezes. Por isso tenho fortes razões para crer que, caso irrompa uma guerra declarada entre Bogotá e Caracas, a frase do camarada Garcia - "usar toda a força da diplomacia brasileira" - não deixará dúvida alguma sobre seu real significado. O governo Lula já entregou dois atletas cubanos que queriam escapar para o exílio de volta à ditadura comunista cubana, metendo-os às pressas, na calada da noite, num jatinho fretado pelo governo venezuelano, agindo assim como capitão-do-mato a serviço de Fidel Castro. Alguém duvida de que lado se colocarão os companheiros petistas numa eventual guerra entre Uribe e o compañero Hugo Chávez?

Claro, não faltarão idiotas que darão ouvidos às arengas demagógicas de Chávez, acreditando, por exemplo, que o culpado pela crise é o governo do "americanófilo" Uribe, que, ao fechar o cerco sobre as FARC, estaria "colocando em risco a vida dos reféns", vejam só... Já começou a aparecer quem afirma essa absurdo. Ora, se alguém ameaça a vida dos reféns das FARC, não é o governo colombiano, que está cumprindo sua função, mas os narcoterroristas que os mantêm acorrentados a árvores e ameaçam fuzilá-los em caso de ataque do governo. Também haverá almas piedosas que lamentarão a morte de Raúl Reyes e seus capangas, e afirmarão que a ofensiva militar do governo Uribe contra as FARC é um passo atrás nas negociações etre governo e guerrilha... Como se o que as FARC realmente quisessem, nessas negociações, fosse a paz, e não estabelecer um "território independente" dentro da selva colombiana, de onde continuariam a realizar suas operações terroristas, matando, extorquindo, traficando e seqüestrando. A situação na Colômbia pode ser resumida da seguinte maneira: de um lado, um governo democraticamente eleito, que luta para fazer valer o império da lei e neutralizar uma guerrilha que há mais de 40 anos ensangüenta o país. De outro, um movimento armado terrorista, um subproduto da Guerra Fria, sustentado pelo narcotráfico e pelos seqüestros de quase 800 pessoas, que luta para instaurar no país uma ditadura comunista, e que conta com o apoio dos governos mais autoritários e retrógrados do continente. A Colômbia é, hoje, um país duplamente sitiado: internamente, pelas guerrilhas narcoterroristas das FARC e do ELN; externamente, pelos governos irresponsáveis e populistas de Chávez e Correa. Mesmo assim, tem gente que acha difícil discernir entre o bem e o mal nesse caso, assim como acham maniqueísmo simplista dizer que a ditadura de Fidel Castro é uma ditadura.

Em outro texto, afirmei que, com figuras como Chávez e Correa, a fascistização da América Latina está apenas começando. Eu me enganei. Este processo já vai bem adiantado. Chávez está prestes a cruzar o Rubicão.