sábado, janeiro 29, 2011

PARA RIR UM POUQUINHO


Juro que vi ontem, na televisão do "bispo" - eles devem ter editado a "melhor parte" -, o poste de saias e botox dizer, em discurso em Porto Alegre - RS (ela estava falando da seca que assola aquele estado):

"Nós vâmu tê que tê... uma... uma política determinada... no sentido da questão do combate à seca."

Anotem o que digo: um dia ainda vão duvidar que tal criatura realmente existiu. E que chegou à Presidência da República!

Agora voltamos à programação normal.

sexta-feira, janeiro 28, 2011

RECORDANDO HONDURAS: UM LEITOR ME FAZ UM DESAFIO. EU TOPO!



Deixando os caçadores de vírgulas e apostos de lado, recebo um comentário de um leitor sobre Honduras. Como o assunto me interessa de perto - basta ler quantos posts escrevi a respeito -, transcrevo-o a seguir. E como o leitor me fez um desafio, respondo. Ficou um pouco longo, mas acho que assim fica mais claro.

Carinha..
Tomara você nao seja tão extrema direita para entender isto: O golpe do 2009 em Honduras foi ilegal.. o Zelaya sem duvida é um otario, porem ele foi deposto de maneira errada e enviado ao exilio, de maneira anti-constitucional. Independentemente se ele ia violar a consitucão o não, ele nunca legalmente fiz nada..ele foi deposto sem julgamento e enviado em um avião para Costa Rica, pela força. Eu te desafio a voce ler o wikileak do embaixador de USA em Honduras, Hugo Llorens quem relata citando CORRETAMENTE nossa constitução (não como você) tudo o que aconteceu no 28 de Junho... (não o 29 como você erradamente falou).
Zelaya é um idiota corrupto (que nem Lula) como o presidente que temos hoje e todos os Presidentes que ja passaram por Honduras, porem ele foi eleito pela gente, e se a gente errou, devemos utilizar os mecanismos DENTRO da constituição para tirar ele do poder, e nunca, mais NUNCA pela força que foi o que aconteceu no 28 de Junho de 2009.
-UM HONDURENHO


RESPONDO

Minha opinião sobre o que aconteceu - e, principalmente, sobre o que NÃO aconteceu - em Honduras já é sobejamente conhecida. Quem tiver curiosidade que busque no blog, e encontrará vários textos sobre o tema. Não vou cansar o leitor repetindo aqui os mesmos fatos e argumentos que escrevi a respeito. Se quiserem encurtar caminho, estou de total acordo com a resposta do Reinaldo Azevedo ao representante brasileiro na OEA publicada aqui: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/29781/

Muito bem. Se eu já era de "extrema direita", como diz o leitor acima, antes da chanchada hondurenha - uma das maiores palhaçadas em que se meteu a diplomacia megalonanica da dupla Lula-Amorim -, depois dela eu me tornei um verdadeiro reaça, mais à direita do que Átila, o Huno... Vocês verão por quê.

O leitor me desafia a ler o telegrama que o embaixador dos EUA em Honduras, Hugo Llorens, escreveu sobre a situação política no país, telegrama este vazado pelo Wikileaks. Deve ter pensado: "Viu? Olha só o que o embaixador dos gringos escreveu sobre o golpe que derrubou o zé laia. Ele prova que houve golpe. E aí, vai manter sua opinião?".

Tenho uma notícia que, acho, não será muito do agrado do caro leitor. Eu topo seu desafio. Li o telegrama. E ele não "prova" coisa nenhuma. Pelo contrário, só CONFIRMA E REFORÇA TUDO O QUE EU DISSE AQUI. Ou seja: somente confirma e reforça que NÃO HOUVE GOLPE NENHUM EM HONDURAS, A NÃO SER O TENTADO POR MANUEL ZELAYA E SUA CORRIOLA BOLIVARIANA.

Antes de analisar o que está lá escrito, acho que vale a pena fazer um parêntese: quem está familiarizado com comunicações diplomáticas sabe que telegramas de embaixadas estão longe, mas muito longe, de significar "a verdade". Quando se trata de informação factual, sim, mas telegramas, ainda mais de análise política, estarão sempre sob a influência de fatores como a conjuntura do país, os interesses em jogo etc. Há, inclusive, a possibilidade de informação truncada ou de contra-informação (o que parece ser o caso). O conteúdo de telegramas dessa natureza, em geral, varia do extraordinariamente importante ao absolutamente irrelevante. Depende muito do momento e, principalmente, de quem o escreve. Pode captar uma certa visão a respeito de um fato, a interpretação de um ator; não é necessariamente (aliás, dificilmente é) o que "realmente aconteceu".

Pois bem. Quando Hugo Llorens escreveu seu telegrama a Washington, era o início do governo Obama, a política externa da nova administração democrata ainda não estava definida e o Departamento de América Latina do Departamento de Estado estava acéfalo - o cargo, ao que consta, estava vago há meses. Era a época em que Barack Obama se deixava fotografar recebendo o livro As VÉIAS Abertas da América Latina das mãos de um sorridente Hugo Chávez, que o chamava de "ignorante" (espera-se que ele, Obama, não se preste mais a esse papel grotesco...). Junte-se a isso a pressão internacional sobre o governo Micheletti, capitaneada pelo fanfarrão venezuelano Hugo Chávez, e a incompreensão geral do que se passara no país e você terá uma boa explicação de por que os EUA mergulharam, durante meses, na confusão total em relação a Honduras, só recobrando a razão depois que ficou claro que o lado golpista era outro.

O telegrama citado - número 09TEGUCIGALPA645, criado em 24/07/2009, classificado como "Confidencial" - reflete essa confusão. O que ele diz? Basicamente, o seguinte:

- Os argumentos legais dos defensores do "golpe" contra Zelaya não se sustentam (errado; eles se sustentam);

- Como a Constituição de Honduras não prevê o impeachment, o processo para afastar ("to impeach") Zelaya teria de ser judicial (errado novamente; a Constituição não estabelece qualquer procedimento judicial para afastar o presidente, apenas o artigo 239, como veremos adiante);

- Nenhuma das violações da Constituição hondurenha feitas por Zelaya - como propor um referendo constitucional considerado ilegal pela Corte Suprema e pelo Legislativo - justificam sua derrubada, pois ele foi deposto antes de poder fazê-lo (informação equivocada - o simples fato de propor o referendo constituiu violação da Carta Magna);

- Em outras palavras: "Zelaya na verdade nunca tentou mudar os assim chamados artigos 'pétreos' ("carved in stone")"; apenas foi "interpretado" que ele o faria (falso: ele violou um princípio fundamental da Constituição);

- Por conseguinte, ocorreu em Honduras em 28/06/2009 um "golpe de estado do poder legislativo, com o apoio do poder judiciário e dos militares" (!), pois "Não importam quais os méritos do caso contra Zelaya, sua remoção forçada pelos militares foi claramente ilegal, e a ascensão de Micheletti como 'presidente interino' foi totalmente ilegítima" etc. (Totalmente falso; havia motivos legais de sobra para depô-lo. Além do mais, se "não importam os méritos do caso", então por que o telegrama se debruça sobre eles?)

E assim por diante.

A interpretação acima está cheia de furos, além dos que já foram apontados. Eis alguns deles:

- Zelaya de fato violou a Constituição do país ao convocar, ao arrepio da Lei e do Congresso, um referendo ilegal e inconstitucional. O Artigo 239 da Constituição estipula que quem o propuser perderá DE IMEDIATO o cargo que ocupa e ficará inelegível por dez anos (o Telegrama cita de passagem o Artigo 239, mas em nenhum momento o transcreve);

- Zelaya demitiu o comandante das forças armadas, por este se negar a levar adiante o referendo ilegal. Embora a Constituição (Artigo 280) estabeleça que é direito do presidente nomear e demitir o comandante das forças armadas, a Corte Suprema determinou em 25 de junho que ele estava incorrendo em violação da Constituição ao demitir o comandante. Isso porque a demissão ocorreu devido à recusa do comandante em implementar uma decisão ilegal (o referendo). Logo, a demissão - assim como o referendo - foi, sim, ilegal;

- Embora o Artigo 239 da Constituição não especifique quem exatamente teria a incumbência de afastar o presidente - de fato, sua redação é confusa, para dizer o mínimo -, uma coisa é clara: quem tentar fazer o que Zelaya tentou perde imediatamente o cargo;

- Portanto, no momento em que foi preso e expulso do país, Zelaya já não era mais presidente da nação, segundo o Artigo 239 da Constituição de Honduras ("perde de imediato o cargo...");

- O fato de a prisão ter sido irregular, e inclusive ilegal (segundo o Artigo 102 da Constituição, que proíbe a extradição de cidadãos hondurenhos) não muda em absolutamente nada o que está no Artigo 239; Zelaya poderia ter sido preso, expulso e até fuzilado, e isso seria certamente ilegal, um crime, mas não seria "golpe de estado" (não é o Artigo 102, mas o 239, que o determina);

- Ou seja: a conclusão da embaixada dos EUA de que houve um "golpe legislativo-judicial-militar" é completamente absurda, só se sustentando por uma interpretação enviesada da Constituição de Honduras, em especial de seu Artigo 239, que deixa claro, apesar da redação esquisita, que quem propuser a prorrogação do mandato perde de imediato (ou seja: na hora, imediatamente) o cargo que ocupa. Só é possível dizer que Manuel Zelaya foi vítima de golpe ignorando totalmente esse fato.

Outros fatos que o telegrama de Hugo Llorens não menciona (até porque lhe são posteriores):

- Depois do "golpe", o governo "de facto" de Honduras manteve as eleições presidenciais, que foram realizadas livremente em novembro de 2009, inclusive com a participação de candidatos zelaystas;

- As liberdades e garantias democráticas foram preservadas e asseguradas, apesar da invasão da embaixada do Brasil e das ameaças dos partidários de Zelaya;

- Nenhum cidadão hondurenho, ao que eu saiba, foi torturado ou morto (se tiver havido algum caso, a lei do país - mesma lei que Zelaya quis jogar no lixo - dele tratará); passados quase dois anos, o país segue em paz e em ordem, e a vida continua.

Mas a maior prova de que em 28 (ou 29, tanto faz) de junho de 2009 Honduras fez uma opção pela legalidade e pela democracia foi dada pelo próprio governo a que o embaixador Llorens servia: algum tempo depois do telegrama que afirmava ter sido "ilegal" a deposição de Zelaya, o governo Obama voltou atrás e reconheceu o resultado das eleições realizadas pelo novo governo hondurenho. Ou seja: reconheceu-o como o governo DE DIREITO do país. Poucas vezes existiu confissão de erro maior do que essa.

Desde então, vários outros governos também reconheceram a legalidade do governo de Tegucigalpa, e Honduras caminha para ser readmitida na OEA (se não for, também não fará muita diferença). Cada vez mais países se dão conta de que em Honduras o lado golpista foi o deposto, não o que aplicou a Constituição. (O governo Lula, ao contrário, continuou com sua atitude caudatária a Hugo Chávez, condenando o "golpe" que não houve e exigindo o retorno IMEDIATO e INCONDICIONAL do chapeleiro maluco, juntando-se a um cerco internacional que condena no caso de ditaduras como a de Cuba.)

Então, ficou claro quem era o golpista na história?

Isso tudo à parte, é curioso como o Wikileaks se tornou o Novo Evangelho para muita gente. Não é de admirar, visto que seu criador, Julian Assange, é visto por muitos como uma espécie de mártir e messias... Sobre esse sujeito, e sobre o desserviço que ele está prestando ao mundo em nome da "liberdade de expressão" (na verdade, o vazamento irresponsável de informações secretas e confidenciais, muitas das quais um prato cheio para terroristas), já escrevi aqui alguns textos. Vou me limitar a dizer que entre o Wikileaks (ou a embaixada dos EUA) e a Constituição de Honduras, fico com a última, mesmo com seus defeitos.

Mas é claro que nem tudo que está no Wikileaks é falso ou equivocado. No mesmo arquivo referente a Honduras, existe um telegrama de outro embaixador norte-americano naquele país, Charles A. Ford. Trata-se do telegrama Secreto 08TEGUCIGALPA459, de 14/05/2008 (mais de um ano antes do "golpe"). Nele, o embaixador dos EUA traça um perfil psicológico dos mais interessantes sobre Manuel Zelaya. Ele afirma, por exemplo, o seguinte (a tradução fui eu que fiz, os grifos também são meus):

- "O Presidente hondurenho José Manuel 'Mel' Zelaya Rosales é um retrocesso [a throwback] em direção a uma era anterior centro-americana, quase uma caricatura de um 'caudilho' dono de terras em termos de seu estilo de liderança e tom. Sempre o adolescente rebelde, o principal objetivo de Zelaya no cargo é enriquecer a si mesmo e a sua família [...] se ressente da própria existência do Congresso, do Procurador-Geral e da Corte Suprema. Em seus dois anos e meio no cargo, ele se cercou de forma crescente de gente envolvida em atividades do crime organizado". (Isso é só o sumário)

- "Pessoalmente, achei Zelaya engraçado e charmoso, tendendo bastante a me dizer o que quer que ele ache que eu queria ouvir naquele momento. [...] Foi interessante ver como suas explicações diferiam de encontro para encontro, quase como se ele não tivesse qualquer lembrança de sua conversa de apenas alguns dias antes."

- "Em resumo, num período de quase três anos tornou-se claríssimo para mim que as opiniões de Zelaya mudam dia a dia ou em alguns casos hora a hora, dependendo de seu humor e de quem ele viu por último."

Ainda falando do "comportamento errático" de Zelaya, Ford observa:

- "Zelaya permanece muito como um adolescente rebelde, ansioso para mostrar sua falta de respeito por figuras de autoridade. [...] O problema é que Mel tem agido dessa maneira juvenil e rebelde durante toda sua vida e conseguiu chegar ao posto mais alto do país. [...] Ele vai continuar a levar uma vida privada caótica e altamente desorganizada."

- "Também existe um Zelaya sinistro, cercado por alguns conselheiros próximos com laços tanto com a Venezuela e Cuba quanto com o crime organizado. A defesa desesperada por Zelaya do ex-chefe de telecomunicações Marcelo Chimirri (que se acredita amplamente ser um assassino, estuprador e ladrão) sugere que Chimirri mantém muita influência sobre o próprio Zelaya. Zelaya quase certamente toma fortes medicamentos contra um problema severo nas costas e talvez outras drogas também. [...] A inabilidade de Zelaya em nomear um Vice-Ministro para Segurança empresta credibilidade àqueles que sugerem que narcotraficantes o têm pressionado para nomear um deles mesmos para essa posição. Devido à sua íntima associação com pessoas que acredita-se estejam envolvidas com o crime organizado internacional, a motivação por trás de muitas de suas decisões políticas pode certamente ser questionada. Sou incapaz de relatar a Zelaya ações sensíveis de cumprimento da lei e contra-narcóticos, devido à minha preocupação de que isso poderia pôr a vida de funcionários dos EUA em perigo."

Tem mais. Sempre nessa mesma linha. Quem quiser ler o telegrama completo, é só acessar o Wikileaks.

No final, o embaixador Ford faz uma observação que só pode ser considerada profética:

- "O último ano e meio da administração Zelaya será, a meu ver, extraordinariamente difícil para nosso relacionamento bilateral. Sua busca de imunidade para numerosas atividades do crime organizado levadas a efeito em seu governo o levará a ameaçar o império da lei e a estabilidade institucional."

Na mosca.

O leitor cujo comentário reproduzi acima e que me fez o desafio assina como "um hondurenho". Suponho que ele seja mesmo o que diz ser (e pelo nível do português, não duvido que isso seja verdade). Nesse caso, devo imaginar como ele deve ter se sentido, com um demagogo de botas e chapéu de vaqueiro invadindo uma embaixada estrangeira na capital de seu país e, juntamente com dezenas de arruaceiros, passando a usá-la para incitar a violência e a guerra civil. Imagino como ele se sentiu ao ver pela televisão cenas lamentáveis de uma embaixada transformada em palanque e quartel-general para um doido que acreditava estar sendo monitorado mentalmente por espiões israelenses arengar a seus seguidores e pregar o caos.

Certamente, como cerca de 70% da população hondurenha que queria ver o tal Zelaya fora do poder, o leitor deve ter ficado nauseado e revoltado diante de tamanha interferência em um assunto interno de seu país, patrocinada por gente como Hugo Chávez. Não sei quanto a você, caro leitor, mas eu, como brasileiro, senti uma profunda vergonha. A ponto de querer esconder minha nacionalidade.

quinta-feira, janeiro 27, 2011

PARA RIR E RELAXAR

Aí veio o caçador de vírgulas e disse:
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Ganhei meu dia.Uso de vírgula por questão de ritmo. E qual seria o ritmo, o meu ou o seu? Seria o ritmo da fala? O senhor é asmático, por isso tantas vírgulas?Faça-me o favor.Bem, pelo menos dei ao senhor alguma atenção. Seis anos de blog e impressionantes 13 seguidores. Deve ser triste.
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O ignorante soberbo que escreveu o que vai aí em cima não sabia o que é aposto. Tive que explicar-lhe. Agora diz não saber que frases têm ritmo, sim. E que uma das funções da vírgula é dar ritmo às frases. Daí em alguns casos seu uso ser facultativo.
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É, o blog tem 13 seguidores. E isso sem fazer propaganda, heim! Imagine se fizesse... Mas quem disse que estou aqui para ter seguidores? Deve ser muito triste depender dos aplausos dos outros para se sentir feliz.
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Outra coisa: o blog existe desde novembro de 2006. Tem, portanto, quatro anos e dois meses (e não seis) de existência. Parece que o aprendiz de apedeuta não é ignorante só em gramática, não. Pelo visto, fugiu das aulas de matemática também.
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Mas para quem tem como "argumento" contra o que escrevo o uso de vírgulas - ainda por cima, copiando frases de meu perfil no blog (eu, heim?) -, não saber contar é algo natural.
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É como diria aquele meu velho professor: "Quanto mais inteligente o burro quer se mostrar, maior o peso da cangalha".
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Essa foi boa. Ganhei minha semana.

AOS ADORADORES DO ÓDIO (OU: RECEITA PARA SER UM PERFEITO IDIOTA)


Nos últimos tempos, aumentou bastante a quantidade de lixo eletrônico (e não me refiro aos "spans" e correntes) no espaço de comentários. Deve ser por causa das férias (a molecada costuma ficar entendiada nessa época). Faço, portanto, um favor aos membros da Al-Qaeda cibernética que tentam transformar meu blog em esgoto de suas mentes poluídas - é incrível como eles não podem mais viver sem mim... hehe. Elenco, a seguir, uma pequena receita, algumas instruções que certamente lhes serão muito úteis para "debater" com este escriba.

As dicas que seguem já são conhecidas dos esquerdopatas e de seus sócios, e algumas delas podem ser encontradas em Como Vencer um Debate sem Precisar Ter Razão, do filósofo Arthur Schopenhauer (comentado pelo professor Olavo de Carvalho, outro alvo das patrulhas esquerdopatas). Trata-se de algo que, mais do que um método, revela uma mentalidade, o espírito de uma era.

Vamos às dicas:

- Invada o espaço de comentários do blog: Tente entupi-lo com o maior número de mensagens possível. Faça-o, de preferência, com mensagens longuíssimas, sem parágrafos. Textos longos e prolixos não precisam ser lidos para dar a impressão de que são respostas à altura, ou que são verdadeiros. Outra opção é a oposta: textos curtos, nada mais do que slogans (colocados sempre em maiúsculas). É preciso que sejam muitos, porém: quanto mais posts desancando o blogueiro, maior a impressão de que ele está isolado e que você, portanto, está com a razão.

- Chame os amigos: Ataque em bando, lembre-se que uma frase dita por mais de uma pessoa - um slogan - tem muito mais força do que um comentário solitário. Se possível, e se o tema o exigir, organize um manifesto ou um abaixo-assinado. O poder do número, a pressão esmagadora da maioria, prescinde de qualquer argumento, impondo-se pela intimidação física. A massa - ou a manada - está sempre certa, ao contrário do indivíduo.

- Tente irritar seu adversário: Use e abuse da argumentação ad hominem, descartando fatos por terem sido citados por fulano ou cicrano. Apele para ofensas e xingamentos pessoais, tentando tirar seu oponente do sério. Acima de tudo, calunie ("fascista" é uma boa pedida), insinuando que o blogueiro estaria a soldo de algum interesse obscuro. Questione aspectos secundários, como o estilo dos textos ou o tamanho das frases (muito longas ou muito curtas, não importa). Na falta de argumentos, acuse o blogueiro de delitos imaginários, como não dominar o idioma, inventando questiúnculas sobre supostos erros gramaticais (de pontuação, por exemplo). Com isso, você poderá desviar a atenção do foco do debate e passará a impressão de que seu adversário é inepto ou desequilibrado. No limite, acuse-o de falta de sexo ou de homossexualidade reprimida, ou de alguma outra frustração pessoal inconfessável. Finja-se de psicanalista, e jogue lama à vontade. Enfeite tudo com um sonoro palavrão, preferencialmente relativo à mãe de seu opositor. Não tenho escrúpulo nenhum em ser canalha.

- Pose de vítima: Se o blog em questão tiver um moderador de comentários, escreva um post indignado chamando isso de censura. Se o dono do blog se recusar a publicar o que você quiser que ele publique, ainda que seja uma mensagem insultuosa e caluniosa, saia gritando que ele é contra a liberdade de expressão. Ignore o fato de que o blog é algo pessoal e que o dono tem o direito de escolher quais comentários serão publicados. Para mostrar como você realmente preza o livre debate e a liberdade de expressão, esconda-se no anonimato. Se questionarem sua coragem, invoque seu direito a permanecer anônimo, dizendo que essa é uma opção do blog. Tome apenas o cuidado de não mencionar o direito do dono do blog de moderar os comentários. Lembre: o covarde jamais é você. O importante é pautar o blog. Quanto mais ódio, covardia e preconceito você destilar contra o dono do blog, mais este passará por odiento, covarde ou preconceituoso. E calunie, calunie sempre: no final, sempre haverá quem se deixará enganar, tomando a mentira pela verdade.

Aí está. As dicas acima são apenas uma pequena amostra de como costumam agir e de como "pensam" os militontos, que estão sempre alertas para destilar seu ódio a quem pensa diferente deles. Assim, caluniando sempre, esperam soterrar argumentos contrários debaixo de uma montanha de lixo, construída com provocações grosseiras e linguagem de sarjeta. Infelizmente para esses suínos, conheço todos os seus truques. Eles podem até tentar. Mas, aqui, vão passar por aquilo que são: um bando de idiotas.

AO CAÇADOR DE VÍRGULAS (OU: RESPOSTA A UM DESOCUPADO)


Um tal de Jota/RJ (é assim que ele se apresenta) encasquetou com as vírgulas em meus textos no blog. Ele acha isso mais importante do que a corrupção no governo dos petralhas ou o apoio deste às ditaduras mais sanguinárias do planeta. É... Cada um tem suas prioridades, não é mesmo?
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É incrível como alguém ainda acha tempo para discutir esse tipo de coisa. Seria somente idiota, se o sujeito não mostrasse pelo idioma a mesma ignorância que jura ter detectado no blog. Aí é mais que cretino: é bucéfalo. Eis o que zurrou aqui esse gênio da raça:

Copy and paste?!!!!!!
É mais um intelectualerda aculturado. Deve ser do tipo que passou a chamar Pequim de Beiging.
Jesus, Maria, José!

O tal de Jota/RJ acha que sou um "intelectualerda aculturado". Gostei do neologismo, quase chega a ser engraçado. Suponho que seja uma mistura de "intelectual" com "lerda" (no feminino!). Ele pensa assim porque usei a expressão "copy and paste" em um texto. Pelo visto, trata-se de um purista, que se ofende com estrangeirismos (mesmo que venham colocados entre aspas, como manda a regra...). Deve ser do tipo que joga uma partida de "ludopédio" em vez de futebol, ou que usa o "rato" em vez do mouse do computador. Não duvido que fale "estadunidense" também...

Só uma dúvida: que cidade vem a ser "Beiging"? Conheço Beijing, com "j", também conhecida como Pequim, capital da China. "Beiging"? Não, nunca ouvi falar. É alguma onomatopéia?

Pedi ao Jota/RJ, já que ele se diz tão preocupado com a Inculta e Bela, um exemplo de algum texto meu em que houvesse uma vírgula fora do lugar. Aí ele veio com essa:

Será que é mesmo necessário comentar a pontuação da frase a seguir?
"Sabem como é: em nome da "liberdade de expressão", vale tudo, até mandar a Lei para as cucuias."
"Vale tudo" é aposto????????????????????????????????????
Tenho mais o que fazer, embora não negue que seria uma diversão detalhar todos os erros que você comete. Mas para isso precisaria de tempo, muito tempo.

Ai, ai... (longo suspiro). Vamos lá, de volta à escolinha.

Segundo as gramáticas mais abalizadas, aposto é uma palavra que se relaciona com o termo anterior com a finalidade de esclarecer, explicar ou detalhar melhor esse termo. Alguns exemplos:

"O caçador de vírgulas, leitor que entrou no blog para tumultuar, finge que entende de gramática". (Aposto do tipo explicativo - explica o sujeito.)

"O leitor pertence à categoria dos energúmenos, inimiga de blogs que não seguem a manada". (Aposto do tipo especificador - especifica o sujeito.)

"O que falta aos petralhas são os seguintes predicados: bom senso, inteligência, honestidade e decência". (Aposto do tipo enumerador - enumera termos referidos anteriormente.)

"Burrice, estupidez, ignorância, ressentimento, malícia: são características dos petralhas". (Aposto do tipo resumidor - resume o termo anterior.)

Não é preciso ser PhD em Letras para perceber que nada do que está aí em cima tem qualquer relação com a frase "em nome da 'liberdade de expressão', vale tudo, até mandar a Lei para as cucuias". Na frase, a expressão "vale tudo" cumpre qualquer outra função, menos a de aposto. Ela não explica, nem especifica, nem resume, nem enumera o que vem antes dela. Trata-se tão-somente de uma expressão linguística, separada por vírgula por uma questão de ritmo.

A frase poderia ser escrita sem vírgula? Poderia, mas isso não alteraria em absolutamente nada seu significado. Eu poderia ter escrito "em nome da liberdade de expressão vale tudo" e o sentido da frase permaneceria exatamente o mesmo. Do mesmo modo, poderia inverter os termos da oração, sem qualquer prejuízo para seu entendimento: "vale tudo em nome da liberdade de expressão" (aqui o uso da vírgula seria errado, pois a frase está na ordem direta). O uso da virgula, no primeiro caso (ordem inversa da frase), é opcional. Como, por exemplo, "Em nome da estupidez, Jota/RJ vê cabelo em ovo". Eu poderia omitir a vírgula e o sentido da frase seria o mesmo.

Ou, em gramatiquês: a regra diz que não se usa vírgula para separar termos que estão ligados diretamente, como sujeito e predicado. Em hipótese alguma se usa vírgula entre sujeito, verbo e complemento do verbo. Pois bem. Onde está o sujeito da oração?
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(A propósito: na frase "Mas para isso precisaria de tempo, muito tempo", está faltando vírgula. Usa-se vírgula para isolar expressões exemplificativas, conformação e conjunções. Exemplo: "Gostaria muito de apontar mais erros do Jota/RJ. Mas, para isso, precisaria de tempo, muito tempo." - essa é a forma correta.)
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Pronto! Mostrei que o Jota/RJ não sabe nada de vírgula. Agora espero ele me dar um exemplo de onde espanquei a gramática. Este não colou.

(Outro parêntese: digamos que eu seja completamente ignorante em pontuação, como afirma o Jota/RJ. Gostaria de saber em que isso mudaria uma vírgula - perdão pelo trocadilho - do que escrevi neste blog sobre o fato de o governo dos petralhas ser o mais corrupto e mentiroso da História do Brasil. Será que o homem-vírgula se dispõe a responder?)

Deixa pra lá. Aposto (verbo na primeira pessoa do singular do presente do indicativo) que o dito-cujo não tem mesmo nada melhor a fazer na vida. Do contrário, não se entregaria a esse papel ridículo de caçador de vírgulas em blogs alheios. Será que esses imbecis sabem que o Português é uma língua, não uma ciência exata?
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Como dizia um velho professor meu: "Há dois tipos de ignorantes: os que sabem que o são e os que se julgam inteligentes. Para os primeiros existe cura". Preciso dizer em qual categoria o leitor acima se encaixa?
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Quando é que essa turma vai parar de relinchar e de comer alfafa?
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P.S.: Nem tinha acabado de escrever este post quando o ignorante soberbo cometeu outro comentário: "Enfim, um cara normal, (QUE VÍRGULA É ESSA, ANIMAL?) tentando manter a sanidade em um mundo de pessoas anormais." Mais uma vez, a mais completa e maiúscula ignorância sobre o uso da vírgula (plenamente facultativo, na frase em questão). Agora vem a melhor parte: sabem de onde ele tirou a frase entre aspas (as palavras em maiúsculas são dele)? Do meu perfil! Isso mesmo! Além de fingir saber o que é uma vírgula, o idiota não encontra nada melhor para me atingir do que fazer um "copy and paste" (opa!) do meu perfil do blog! Realmente, esse pessoal tem muita munição para gastar... atirando no próprio pé! Sem falar que a frase agora tem mais sentido do que nunca.

quarta-feira, janeiro 26, 2011

EU, O ANALFA

É cada um que aparece...
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Na falta de argumentos, vale tudo. Até apelar para o que não existe.
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Vejam o que escreveu um leitor, o Jota/RJ, segundo o qual este escriba não é lá muito respeitador da última flor do Lácio. Ele jura que viu aqui uma vírgula fora do lugar. Só não diz onde. Vejam só o que afirma o aprendiz de professor Pasquale:
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O senhor devia escrever frases menores, já que não domina o uso de vírgulas. Basta ver que num dos textos abaixo, acho que sobre moderação, o senhor separa com vírgula o sujeito do verbo. Imperdoável! Isso para citar apenas um exemplo. Se o senhor quer matar o Lula, tudo bem. Mas deixe a língua portuguesa em paz.
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Respondo ou ignoro? OK, respondo. Vamos lá, com frases curtas (para o Jota/RJ entender):
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- O senhor está no Céu.
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- Em que texto, parágrafo, frase eu coloquei uma vírgula entre o sujeito e o verbo? (Pode usar o “copy and paste” à vontade.)
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- Já que citou “apenas um exemplo” de mau uso da língua em meus textos, suponho que haja outros. Aponte-os, por favor.
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- Quem disse que é possível matar o Lula? Nem se eu quisesse. Não se mata um mito. Infelizmente.
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É isso. Será que terei resposta? Ou – o mais provável – era só mais alguém querendo fazer uma graça?

O WIKILEAKS E O ESTUPRO DA RAZÃO


Lembram de Julian Assange? Ele está tentando se manter em evidência na "midia" (é assim que os esquerdiotas gostam de chamar a imprensa) – a última dele foi ameaçar divulgar informações sigilosas de contas bancárias de vários figurões (o que é CRIME, diga-se). Sabem como é: em nome da "liberdade de expressão", vale tudo, até mandar a Lei para as cucuias.
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Assange, como todos sabem, tem muitos fãs no mundo todo. Um deles escreveu um comentário, anonimamente (sabe como é, a CIA pode estar de olho...), sobre meu texto "Lula, o Wikileaks e a Liberdade de Expressão: Uma Grande Palhaçada". Leiam:
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O Lula realmente foi contraditório, mas quando se trata da prisão do fundador do Wikileaks com certeza teve conspiração na parada, só sendo muito idiota pra acreditar que ele foi preso só porque amantes dele o denunciaram por não ter usado camisinha na relação sexual, (pra quem não sabe nas leis da Suécia não usar preservativos é considerado estupro mesmo que ambos os lados estejam concordando em ter relações sexuais, uma lei maluca e radical). Resumindo, as mulheres denunciaram ele por não ter feito sexo com camisinha (muito estranha essa história) mas ambas gostavam de ter relações com ele. Pra mim elas foram induzidas a denunciá-lo porque não tem lógica mulheres que gostavam dele do nada denunciá-lo só por não ter usado preservativos, portanto senhor dono do blog se informe melhor antes de dizer que FOI ESTUPRO, porque foi estupro apenas para as leis radicais da Suécia, mas não é considerado estupro no nosso país! Pessoas podem ler sua cretina notícia e pensarem que o dono do Wikileaks realmente estupra e maltrata mulheres!!!
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Pra terminar VIVA A LIBERDADE DE EXPRESSÃO! LULA VC É UM HIPÓCRITA! E O DONO DESTE BLOG NÃO É UM DO CONTRA, MAS SIM UMA MARIONETE.
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Hummm... Jura?
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Deixe-me ver se entendi direito. Segundo as leis da Suécia - é o leitor anônimo acima quem informa – estupro é quando há sexo consensual sem camisinha, e ponto. Ou seja: qualquer relação sexual sem preservativo, na Suécia, é estupro. Basta um homem e uma mulher concordarem em trocar fluidos corporais. Conclusão: eu nasci de um estupro e não sabia. Assim como, creio eu, o autor do comentário. Você, leitor, nasceu porque seu pai estuprou sua mãe. Todos nascemos de estupros, aliás.
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Não conheço a fundo a lei sueca, mas conheço o bastante de lógica para perceber que falta uma peça nesse tabuleiro. Digamos que a explicação sobre a lei sueca esteja certa, que ela seja mesmo uma lei maluca e absurda. A questão continua: Julian Assange está sendo acusado por estupro, pela lei da Suécia, não pela lei do Brasil ou de Botsuana. Isso porque o delito foi cometido na Suécia. Suponho que a lei de um país, sobretudo de um país democrático, deve ser respeitada, não?
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Mas deixa pra lá, isso tudo não passa de um detalhe jurídico, não é mesmo? O importante é que Assange está sendo vítima de uma conspiração das forças imperialistas... E isso só porque ele - vejam que absurdo! - resolveu divulgar informações secretas e confidenciais do governo americano, obtidas de forma ilegal, e que podem colocar em risco a vida de milhares de pessoas no mundo inteiro... Coisa pouca, como se vê. Para pegá-lo, só mesmo contratando duas suecas que teriam transado com ele (e gostado, ainda por cima) para acusá-lo de estupro porque ele nao usou camisinha. Tadinho dele...
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Como escrevi aqui outra vez: se um dia eu quiser expor os segredos da diplomacia mundial e botar em perigo a segurança do mundo livre, vou tomar o cuidado de estuprar - ou transar sem camisinha, como queiram - duas suecas antes. Aí, quando me acusarem de divulgar informações secretas e comprometer a seguranca mundial é só eu dizer que é tudo uma conspiração contra mim, porque afinal eu optei por não colocar uma camisinha no meu pinto... Vai chover gente jurando que sou inocente, querem apostar?
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Só estou dizendo isso, claro, porque a noticia é cretina, como escreveu o autor do comentário. Além do mais, sou uma marionete. Ao contrário dos que querem estuprar a razão com teorias conspiratórias.

terça-feira, janeiro 25, 2011

AS VÁRIAS FACES DO PETISMO (OU: RESPOSTA A UMA BOA ALMA)


Recebo um comentário do Rafael Dias, um leitor que já havia me indagado antes sobre a escravidão (parece que ele não entendeu ainda que escravidão e raça são duas coisas diferentes, mas deixo isso para outro post). Rafael, como já disse antes, não chega a ser um idiota: é apenas equivocado. Isso não o impede de ser esquerdista, como seu comentário a seguir deixa claro. E eu, como sempre, aproveito para justificar, mais uma vez, a epígrafe de Graham Greene que está no canto superior deste blog. Vamos ao comentário dele, em vermelho (e a minha resposta ao Rafael):

Caro Gustavo, apesar de ter convicções um pouco diferentes das suas, estou convencido que você defende estas idéias de forma sincera. Basta só observar o trabalho que você tem para responder todos aqueles que levantam pontos de tensão em seus textos.
Obrigado pela parte que me toca. Mas faço questao de frisar: nossas convicções não são “um pouco diferentes”, não: na verdade, elas são muito, mas muito diferentes mesmo. Adiante.

O que eu não entendi ainda é o que você chama de esquerda. SE ser a favor da justição social, da distribuição mas justa da renda e o acesso a educação de qualidade para todos os segmentos da sociedade for característica da esquerda, então faço parte desse time. Sendo assim, não consigo entender como isto pode ser uma coisa ruim.
Rafael, eu tambem sou a favor da justiça social, da distribuição mais justa de renda, do acesso à educação de qualidade etc. Também sou a favor de tudo que é bom e belo no mundo, como a paz, o amor, as flores, as borboletas, as criancinhas etc. O problema é que isso não quer dizer absolutamente nada.
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Todos - repito: TODOS - os políticos dizem a mesma coisa. Inclusive tiranos, como Hitler e Stálin, falavam em nome dessas coisas boas e bonitas. Quem iria se dizer a favor da guerra e contra a paz, por exemplo? Ou da injustiça em vez da justiça? Ou da fome em lugar da abundância? Ninguém.

A questão não é essa, como já cansei de escrever aqui. Falar nessas coisas aí em cima é fácil, facílimo. Difícil é ser coerente. Todos os esquerdistas - mais uma vez: todos, sem exceção - enfatizam a "igualdade" e a "justiça". Mas nenhum deles - nenhum! - dá a mesma ênfase à liberdade e à democracia. Sem estas, tudo o que está aí em cima não passa de palavras vazias. E isso sim, caracteriza um discurso pró-totalitário.

O leitor me pergunta o que eu entendo por esquerda. Tenho um método infalível para detectar um esquerdista. Basta perguntar a ele ou ela se condena regimes como o da ex-URSS e o de Cuba. Se ele ou ela titubear em responder, culpando o imperialismo dos EUA ou o que seja pela repressão nesses países, sei que terei diante de mim um autêntico exemplar da fauna de esquerda. Se ele ou ela for mais intelectual, e disser que condena esses regimes, pergunto se condena tambem o pai ideológico dessas tiranias, Karl Marx. Se a resposta for qualquer coisa diferente da condenação total, não terei nenhuma duvida: é de esquerda, pode apostar.

Voce tambem pode tentar um exercicio parecido. Basta tentar responder a seguinte questão: você conhece algum esquerdista que não repudie totalmente o comunismo e defenda o capitalismo, o único sistema econômico compatível com a democracia? Conhece algum esquerdista que seja também antimarxista? Até agora, esquerda democrática é algo tão real quanto um congresso de duendes.

O PT pode até ter traído suas origens, pode ter se envolvido em escândalos e até usado a máquina pública em favor da sua candidata a presiência.
Não, o PT não "traiu suas origens". As raízes da corrupção petista e de tudo o mais que caracterizou o governo Lula – os atentados contra a liberdade de expressão, o cinismo desbragado, a ideia de que os fins justificam os meios etc. - tudo isso já estava lá em sua criação, em 1980. Já escrevi sobre isso também.
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Mas, justiça seja feita, colocou o pais numa posição de respeito internacionalmente e fez uma política social de pão e circo, onde antes nem pão tinha.
Em que "posição de respeito internacionalmente" o PT colocou o Brasil? Avalizando a fraude eleitoral e a repressão política no Irã? Chamando presos políticos de bandidos em Cuba? Patrocinando um golpista frustrado em Honduras? Apoiando o tiranete Hugo Chávez na Venezuela? O cocaleiro Evo Morales na Bolívia? Vendo escancaradas suas relações com os narcotraficantes das FARC? Desprezando as leis internacionais para abrigar terroristas? Perdi a conta de quantas vezes mostrei aqui, com fatos e argumentos, que a política externa dos petralhas é um desastre e uma vergonha para qualquer pessoa decente. Rafael não leu o arquivo do blog.
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Rafael deve achar que uma politica social de pão e circo é uma coisa boa. Eu não acho. Preciso explicar por quê?
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Aliás, se tem algo que o bolsa-esmola prova, é que os populistas realmente gostam dos pobres – gostam tanto, de fato, que fazem questão que eles se multipliquem. Assim garantem a freguesia.
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O bolsa família dinamizou a economia de muitas cidades pequenas. E, pelo menos uma promessa do seu primeiro discurso de posse Lula cumpriu: o direito de todos os brasileiros ter pelo menos uma refeição por dia. Não posso negar que isto foi um grande avanço numa nação de flagelados e desassistidos pelo poder público em todos os aspectos. Um abraço.
Que o bolsa-cabresto tenha dinamizado a economia de cidades pequenas, não duvido. Do mesmo modo que as esmolas dos coronéis do sertão aumentam o consumo nesses lugares. O que é mais dinamizado com isso, entretanto, não é a economia local - aumento do consumo não leva necessariamente à diversificação econômica -, é a clientela politica de demagogos. Gente como Collor e Sarney, que agora são irmãos de sangue do Apedeuta e que estão deitando e rolando com o bolsa-coronelismo.

Outra coisa: fazer três refeições por dia não foi uma dádiva de Santo Lula dos Pobres: é o resultado do desenvolvimento capitalista brasileiro, em especial do agronegócio. Ou você acha que arroz e feijão dão em gôndola de supermercado?
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Como já disse antes, existem dois tipos de esquerdistas: os dissimulados e os ingênuos. O leitor acima parece pertencer a este último grupo.

segunda-feira, janeiro 24, 2011

É POR ISSO QUE O BLOG TEM UM MODERADOR...


Os bestalhões esquerdopatas ainda não se conformaram que o blog tenha moderação de comentários. Cheguei até a pensar, quando criei o blog, em retirar o moderador, mas aí percebi que, sem esse recurso, "eles" iriam aproveitar para tentar transformar isto aqui na Casa da Mãe Dilma. Dito e feito.
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A pérola abaixo, de autoria anônima – além de quadrúpedes, são uns valentes -, me dá mais um motivo para manter a moderação de comentários. E, para confirmar isso, segue para a lata do lixo. Ou para o esgoto, de onde partiu.
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Mais uma vez - haja paciência! -, eis o teu vômito: "Conclusão: se você tiver um blog, não tenha um moderador de comentários. Publique tudo que os petralhas quiserem."
Por que só os petralhas?! Você não diz que também é contra o PSDB?!! Ah, sim... você diz que são dondocas que não assumem seu papel de oposição. Nossa! Que crítica feroz, não?!!
Rapaz, você deve ter sido demitido por algum petista e está se roendo até hoje. Fica chateado não. Colocaram no teu lugar alguém mais competente. Acredite, existe!
Calma, não chora. Você até escreve direitinho, como eu já havia dito. rsrsrsrssr... Opa! Outra risadinha cretina. É pra "ornar" com o blog.
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P.S.: O imbecil acha que chamar alguém de dondoca e covarde, além de cúmplice da esquerdopatia, é pouco. Entendo. Deve estar se roendo porque critico também os tucanos, mas não pelos motivos que a petralhada acha que se deve criticá-los. Tadinho.
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P.S2.: Pensei até em responder a última frase do post. Mas acabei de almoçar e meu estômago não aguenta. Não quero regurgitar o que comi. Além disso, meu braço já está dormente de tanta chinelada que deu nesses botocudos.

Apertando a Tecla SAP: Explicando aos Esquerdiotas a Diferença entre o Governo e um Blog


Ai, ai...

Não falei que tentar dialogar com esquerdistas é um teste de paciência? Agora os bobalhões deram de encasquetar com o blog porque ele tem um moderador de comentários. Estão dizendo que isso é ser a favor da "censura"... Eles parecem se esforçar para não entender a diferença entre um pato e um cavalo. Eu já tinha respondido a um tal Marcos, que escreveu o seguinte (ele em vermelho, eu em azul):
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Como pode ser a favor da livre expressão se tem uma moderação nos comentários? É para impedir os palavrões, acredito,

Simples: porque o blog é meu. Publico o que eu quiser. Além do mais, quem tem que ser a favor da livre expressão é o governo, não eu. O dos petralhas já mostrou que gosta mesmo é de censura, como prova o PNDH-3, entre outras coisas.
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Pensei que tinha sido claro. Mas não é que duas alimárias viram na minha resposta acima algo mais do que está lá escrito? Vejam o que um anônimo escreveu (com aquela risadinha enlatada típica de retardados):

hahahahahahahah...
Se me permite, o amigo mostrou sua cara aqui: "Simples: porque o blog é meu. Publico o que eu quiser. Além do mais, quem tem que ser a favor da livre expressão é o governo, não eu."
Verdade. Quem tem que dar exemplo são os governantes, jamais os cidadãos. Você pode sonegar impostos, comprar DVDs piratas, estacionar em vaga para idoso etc. Afinal, você é apenas um pobre cidadão. Já dizia meu pai que o exemplo vem de dentro, de cada um.
Cara, você até escreve direitinho, mas fala muita bobagem. O ódio já te cegou.
Força aí!

Risadinha enlatada à parte, vamos lá, apertando a tecla SAP: meu filho, o blog é algo pessoal, particular. A moderação nos comentários existe exatamente por causa disso. Publico aqui o que eu quiser, o que acho que merece ser publicado – e, às vezes, até o que não merece, como esse tipo de comentário cretino. Não tenho, portanto, nenhuma obrigação de "dar exemplo", seja lá o que isso signifique. Somente um cérebro muito deteriorado pela propaganda pode enxergar qualquer analogia entre isso e sonegar impostos, comprar DVDs piratas, estacionar em vaga para idoso etc. O que faço ou deixo de fazer no blog é da minha conta. Ao contrário do governo, que tem a obrigação não somente de dar exemplo, mas de garantir a liberdade de expressão e todas as outras liberdades. O blog é meu, o governo não. Entendeu ou preciso desenhar?
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O mais engraçado é que esses borderline vêem censura na moderação de comentários em um blog particular, mas não no PNDH-3, na Confecon... Ah, tenham santa paciência!

Como ruminantes andam sempre em bandos, outra cavalgadura, um certo Pereira, resolveu relinchar também, sobre o mesmo assunto:
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Quer dizer que quando se trata de algo seu, vale ter censura? No caso, se reproduzissemos o que você disse num macropoder, caso você estivesse no poder do Estado diria que "O governo é meu e faço o que eu quiser". Não deixas de ter um espírito ditador, que apoia a censura, o totalitarismo e és contra a liberdade de expressão! Um lobo em pele de cordeiro.
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Conclusão: se você tiver um blog, não tenha um moderador de comentários. Publique tudo que os petralhas quiserem. Permita que eles transformem o blog em seu mural ou em sua porta de banheiro. Não fazer isso é "censura" e "totalitarismo"...

Quando é que esse pessoal vai retirar as ferraduras e assumir uma posição ereta?

sábado, janeiro 22, 2011

TENTANDO DIALOGAR COM UM PETISTA (UM EXERCÍCIO DE PACIÊNCIA)


Um petista, o Marco (é ele mesmo quem o diz), resolveu usar o espaço de comentários para expor seus pensamentos sobre o blog. Como espero que ele seja do tipo que pelo menos não fala de olho vidrado e com baba escorrendo pelo canto da boca (existem dois tipos de petistas: os que defendem explicitamente as petralhagens e os que acham que o petismo é o caminho para um mundo de justiça, paz e amor), faço um exercício de paciência e respondo.

Os comentários foram escritos numa língua exótica, o petistês, que lembra um pouco o português (Marco afirma ter "algumas inconsistências para te questionar"[sic]). Por isso, e porque daria muito trabalho responder a tudo que ele escreveu - outra característica desse pessoal é a incontinência verbal e a aversão a parágrafos -, selecionei alguns trechos, que seguem em vermelho. Minhas respostas vão em preto.

Como pode ser a favor da livre expressão se tem uma moderação nos comentários? É para impedir os palavrões, acredito,

Simples: porque o blog é meu. Publico o que eu quiser. Além do mais, quem tem que ser a favor da livre expressão é o governo, não eu. O dos petralhas já mostrou que gosta mesmo é de censura, como prova o PNDH-3, entre outras coisas.

Ah, e não tenho nada contra o palavrão. Já escrevi sobre isso aqui também, aliás. Sou contra a burrice e a boçalidade. Infelizmente essas coisas costumam andar todas juntas.

E outra coisa, que me fez me sentir meio acuado.. como você consegue dizer ser racional e liberal considerando que não acredita no pluripartidalismo e acusa todo esquerdita de uma idiotice (perdoe a palavra) extrema, e ainda colocando a seguinte frase em negrito: "A humanidade só será feliz quando o último intelectual de esquerda for enforcado nas tripas do último petralha" Dessa forma você me assusta sériamente...

Agora quem ficou assustado fui eu. De onde o autor do comentário tirou a conclusão de que não acredito no pluripartidarismo?! Pelo contrário, já estou até com tendinite de tanto escrever que, se as coisas continuarem como estão, daqui a pouco estaremos todos marchando em desfiles do Partido e cantando "A Internacional"... Vai ver a visão do Marco do que deve ser pluripartidarismo é o que existe em Cuba ou na Coréia do Norte.

Já ia responder à observação sobre o fato de considerar os esquerdistas uns idiotas, mas vejo que não é preciso. O que vai aí em cima basta.

Quanto a frase em negrito na lateral do blog, que assustou seriamente o companheiro, é uma paródia de um slogan que a esquerda crismou em 1968. Mas não estou com vontade de dar aula de História agora. Aproveito apenas para reafirmar o que lá está.

Sou petista sim, admito, sei que vou ser atacado.. mas colocar enquetes envolvendo nazistas para comparar com esquerdistas. Eu acredito que já sabe que Hitler e seus seguidores eram de extrema direita.

Vou criticá-lo, sim, não por ser petista, mas por ignorar a História. Hitler e os nazistas eram tão "de direita" que copiaram literalmente tudo que os comunistas fizeram (partido único, polícia secreta, propaganda massiva, campos de concentração, censura total, doutrinação da juventude, economia dirigida etc.). Já escrevi bastante sobre isso também, se quiser procure nos arquivos do blog.

Também acredito que esquerda não é o mesmo que comunismo, socialismo não é o mesmo que comunismo e marxismo não é igual a socialismo.

Eu também não acredito que seja tudo a mesma coisa. Tanto que faço questão de distinguir uma coisa de outra. Mas isso não adianta muito. A esquerda, seja que nome tiver, se nega a condenar o comunismo e a defender o capitalismo, único sistema econômico compatível com a democracia. Ainda espero que alguém prove que isso não é verdade.

Seus argumentos não tem muito estudo político, apenas se valem de estatísticas.

Confesso que essa me surpreendeu. Logo eu, que desconfio tanto de estatísticas?! Deve ter sido porque lembrei um fato óbvio, que os petralhas convenientemente esquecem quando cantam as maravilhas do governo do Apedeuta: que as condições gerais de vida da população vêm melhorando há uns 500 anos. Será que se eu usasse os dados do IPEA para dizer, sei lá, que os pobres melhoraram de vida nos últimos oito anos graças ao Bolsa Família, o leitor petista aí em cima iria fazer essa afirmação?

Mas o mais engraçado é que o mesmo Marco, logo após dizer que "Há três espécies de mentiras: mentiras, mentiras deslavadas e estatísticas", afirma o seguinte:

Ah, e provas que Lula diminuiu a desigualdade: dez anos atrás eu viajei para maceió e haviam MUITAS favelas. essas féria fui para lá de novo e não há tantas.

Que beleza! Só fiquei um pouco confuso agora: afinal, se a "prova" de que "Lula diminuiu a desigualdade" foi uma viagem do Marco a Maceió, então para que mandar as estatísticas às favas, se é o próprio pessoal do governo Lula-Dilma que usa e abusa das estatísticas para dizer que "foi Lula que fez"? Deixa pra lá, o importante é que o Marco viajou para AL e não viu tantas favelas. (Só uma pergunta: ele comparou com quantas favelas havia lá 30 ou 40 anos atrás?)

Marco diz que adora debates. Eu também. Pena que parece que ele não gosta muito de lógica.

Ele também diz que converteu todos os parentes e amigos dele ao PT. Nesse caso, pior para os parentes e amigos. Quanto a mim, não quero "converter" ninguém. Quem faz isso é pastor ou petista, como o Marco. Contento-me em ter minha opinião, e que ela esteja em sintonia com os fatos. Será que ele pode dizer a mesma coisa?

Marco escreveu ainda:

Seus argumentos são sore o Lula, não sobre seu governo, Você está atacando a pessoa, não seus feitos, então você está usando de argumentos Ad Hominem.

Juro que eu gostaria muito de poder falar um dia sobre o Lula, assim como sobre a Dilma Rousseff. Gostaria muito mesmo de falar sobre eles como pessoas, enfim, com argumentos "ad hominem". Só tem um problema, que eu já apontei aqui em outros textos: como pessoa, Lula (e Dilma) não existe. Ele (e ela) é um mito, uma invenção política. Portanto, quando eu digo que ele é a maior farsa da História do Brasil, estou falando das duas coisas: dos (mal)feitos e do mito.

Seria possível você argumentar com lógica, não com argumentos padrão de um tucano?

Qual o argumento padrão de tucano que eu uso? Dizer que PT e PSDB são ambos partidos de esquerda? Chamar os tucanos de um bando de dondocas medrosas que se negam a peitar os petralhas e a fazer oposição?

E dando uma olhada rápida nas enquetes, MEU DEUS! QUEM FOI O ASSASSINO DE LIVROS DE HISTÓRIA QUE DISSE QUE ISRAEL EXISTIA ANTES DE 48????

Eu também quero saber quem é esse historicida. Porque não vi nada disso em nenhuma das enquetes.

Outra coisa: judeus havia na Palestina há séculos (em Hebron, por exemplo). A imigração judaica para a região não começa no século XX, nem foi somente por causa do Holocausto ("Eles só se mudaram para Israel por causa do Holocausto"). Já ouviu falar em Theodor Herzl e na primeira "Aliah"? Estude História, depois a gente conversa.

Marco repete um bordão que já era gasto na época da OLP de Yasser Arafat quando este se negava a reconhecer o direito de Israel à existência: "sou anti-sionista, não anti-semita" etc. Ele diz, pelo que entendi, ser a favor de um Estado palestino laico, onde possam conviver em paz árabes e judeus etc. Beleza, é isso que Israel também quer, como está claro desde os Acordos de Oslo em 1993. Quem não quer dois Estados vivendo lado a lado não são os israelenses, são os terroristas islamitas (outro assunto sobre o qual cansei de escrever aqui). Só que o Marco, como bom petista e "anti-sionista", termina se traindo. Vejam o que ele disse (atenção para o trecho que coloquei em negrito):

E quando nós anti-sionistas dizemos que queremos mais igualidade no conflito é que queremos que haja um país chamado Palestina (porque é religiosamente neutro) que seja laico e que lá possam viver árabes e judeus em paz) Nós não somos anti-semitas, achamos apenas que um povo com apenas dois milhões de habitantes, sendo que um milhão está bem rico nos EUA, sem vontade de voltar a Israel e a outra metade esteja lá querendo ir para os EUA precise de um país. E sim acreditamos que o Hamas devia ter rifles M-16 e caças, porque os "pobres" israelenses vão lá "ajudar" as famílias palestinas cortando o suprimento de água potável.

Nem vou falar do que o Marco disse sobre os israelenses quererem ou não emigrar para Israel ("não precisam de um país"...). Vou me concentrar apenas na frase em negrito. Marco acredita que o Hamas deve ter fuzis e caças, assim como tanques e mísseis, pois Israel também tem. É esse o seu conceito de "igualdade no conflito".

Ele só se esqueceu de um detalhe: o que o Hamas iria fazer com caças F-15 ou F-16? Os estatutos do Hamas dão uma pista: DESTRUIR ISRAEL, VARRER ISRAEL DO MAPA. Aliás, o mesmo que jurou fazer seu principal patrocinador e aliado: o IRÃ de MAHMOUD AHMADINEJAD, o louco ANTISSEMITA e NEGADOR DO HOLOCAUSTO. O Irã e o Hamas juraram destruir Israel e transformar toda sua população numa pilha de ossos, instalando em seu lugar um Estado islamita. Marco acabou de dizer que acha esse objetivo perfeitamente legítimo. Pois é...

Segundo o mesmo raciocínio defendido pelo Marco, em nome da "igualdade no conflito", o Hamas e o Irã deveriam ter a bomba atômica, porque Israel tem. Mas Marco não vê problema nenhum nisso. É que ele é "anti-sionista", não antissemita... Sei.

Marco fala outras coisas também, sobre o "fato" de que a "mídia" (é assim que petistas chamam a imprensa, sobretudo a que eles não conseguiram ainda comprar) daqui reproduzir o que diz a "mídia" dos EUA, que seria influenciada pelos judeus (opa!). Mas não vale a pena responder. Creio que o que vai acima dá bem uma idéia de como "funciona" a mente de um lulo-petista.

E ainda tem gente que me pergunta por que eu pego tanto no pé dos lulo-petistas e esquerdistas em geral. Ainda tem quem não entenda por que os chamo de paspalhos e idiotas. Taí o Marco para responder por quê.

quinta-feira, janeiro 20, 2011

A MAIOR FARSA DA HISTÓRIA DO BRASIL


No último dia de seu mandato, faltando poucas horas para entregar a faixa a uma desconhecida que ele escolheu no meio da militância, Luiz Inácio Lula da Silva resolveu não extraditar o terrorista italiano Cesare Battisti, acusado de quatro assassinatos em seu país. Com isso, insultou a Justiça da Itália (que, ao contrário das de Cuba ou do Irã, considera suspeita e inidônea), as vítimas de Battisti, a decência e a humanidade.

Horas antes, ele aprontou mais uma: por intermédio de seu Chanceler, Celso Amorim, o Itamaraty presenteou com passaportes diplomáticos alguns "bispos" da Igreja Universal do Reino de Deus e vários parentes de Lula. Por lei, o passaporte vermelho é exclusivo de autoridades, diplomatas (e seus dependentes) e pessoas que dele necessitem para exercer funções oficiais em benefício da nação.

Na mesma semana, Lula aproveitou para tripudiar de milhões de brasileiros, ao comentar o aumento de mais de 60% no salário que os deputados se autoconcederam, e de mais de 100% no de presidente da República. Perguntado a respeito, ele não encontrou nada melhor a dizer senão lamentar, em tom de chacota, sua "falta de sorte", pois estaria deixando o cargo dali a alguns dias...

Se o Brasil fosse um pais sério, e não a terra da chanchada, tipos como Lula já estariam na cadeia há tempos. O que vai aí em cima é uma pequena amostra, pequeníssima - refere-se apenas à última semana de seu governo. Tem muito mais, tanto que é até difícil elencar o número de vezes que Lula da Silva ofendeu a gramática, a lógica, a honestidade e a inteligência desde que assumiu o papel de histrião-mor da República. Daqui a alguns anos, lembraremos de Lula com profunda vergonha, como se lembra hoje em dia das calças boca-de-sino ou dos penteados dos anos 70 (com a diferença de que estes, apesar de cafonas, eram inofensivos).

OK, OK, Lula é um farsante, o maior que já pisou o tapete do Palácio do Planalto. Tudo isso é público e notório etc. e tal. A questão é: por que ninguém dá a mínima? Por que o povo brasileiro não resolve imitar os tunisianos e sair às ruas pedindo a cabeça do Apedeuta numa bandeja?

A resposta-padrão, que é sempre brandida nessas horas, é a seguinte: sob Lula, o Brasil mudou. Sob Lula, os pobres melhoraram de vida etc. Isso é o que repete a propaganda oficial.

Uma leitora, a Cecília, me escreveu perguntando se isso é mesmo verdade. Cecília tem 17 anos. Não tem idade suficiente, portanto, para lembrar do Brasil antes do Plano Real. Nem do Lula líder da oposição - a mais barulhenta e irresponsável que já existiu no Brasil, ao contrário do que existe hoje, que nem merece o nome de oposição -; enfim, do Lula antes de virar presidente. De Lula, assim como todos de sua idade, ela tem apenas a imagem do "estadista", do líder que "tirou milhões da pobreza", cantado em verso e prosa por uma legião de intelectuais vendidos e por uma imprensa embasbacada e covarde. Cecília quer saber, e isso é ótimo, se o que dizem é verdade. Quer saber se o que disse sua mãe - que a vida de todos melhorou de 2003 para cá - é um fato ou não, e qual relacão existiria entre isso e o governo Lula. Eu respondi da única maneira que se pode responder: com sinceridade. Escrevi o seguinte:

Sim, a vida dos pobres melhorou nos últimos oito anos. Assim como vem melhorando, de forma quase ininterrupta, nos últimos vinte, trinta, quarenta ou cinquenta anos. Pegue qualquer dado estatístico, qualquer tabela, e você verá que a curva é sempre ascendente. Há, no Brasil de 2011, menos gente vivendo em condições subumanas do que havia em 1960 ou em 1930. Há menos pobreza, menos doenças contagiosas, menos mortos ao nascer, menos analfabetos (quer dizer, com a exceção da política...). Do mesmo modo, há hoje mais estradas, mais televisores, mais automóveis, mais geladeiras, mais fogões, mais mesas e mais cadeiras.

Por que isso acontece? Porque esse é um processo do desenvolvimento capitalista brasileiro. Por estas bandas, o capitalismo, embora muito atrasado em relação a outros paises, conseguiu retirar muita gente da miséria. Conseguiu melhorar a vida de muitos. Poderia, inclusive, ter feito muito mais, se o governo deixasse. Poderia ter criado muitos mais empregos, se não houvesse, por exemplo, tantos impostos (além do mais, mal aplicados).

A questão não é se a vida da maioria esteja ou não melhorando, inclusive em aspectos como saúde e educação. Isso é um fato. A questão é que essa melhora nas condições de vida da população não se deve a governo X ou Y, não é, enfim, uma "conquista do governo Lula", como diz a propaganda oficial (e muito menos do Bolsa-Cabresto, que não passa de uma forma de perpetuar uma clientela política). Se o Brasil hoje produz mais, por exemplo, alimentos, se é hoje uma potência agrícola, isso não se deve ao governo Lula, que pouco ou nada fez para estimular esse setor nos últimos oito anos. Tampouco ao governo FHC, ou Collor, ou Sarney. É algo que se deve, em primeiro lugar, ao agronegócio, que é visto como um bicho-papão pela companheirada do PT e do MST.

Do mesmo modo, se hoje não temos inflação fora de controle, se a economia está estabilizada, isso também não foi uma graça alcançada pela intercessão de São Luiz Inácio dos Pobres e companhia: na verdade, eles pegaram o bonde andando das reformas implementadas pelo governo FHC. Mesmas reformas a que se opuseram com tanto ardor antes de chegarem ao poder.

Enfim, a vida melhorou sim, mas não por causa do Lula e dos petistas – foi APESAR deles. O principal mérito - na verdade, o ÚNICO mérito - do governo Lula foi NÃO ter mexido no que estava certo: a economia (ou seja: o que foi bom, no governo Lula, não era novo, e o que era novo, não era bom). Eles apostam na amnésia coletiva para vender a idéia mentirosa de que tudo de bom que existe foram eles que fizeram, e antes era o caos.

Isso quer dizer o seguinte: um dos principais fatores a dar legitimidade ao governo Lula (e agora, Dilma), a idéia de que "o meu governo fez o povo melhorar de vida", é uma farsa. Embora se baseie numa verdade – sim, a vida da maioria melhorou nos últimos anos, como já vinha melhorando antes –, é uma mentira demagógica.

Esse discurso dos lulo-petistas é completamente falso, é um jeito que acharam de enganar os otários. Além disso, mesmo que a prosperidade e a melhoria da vida dos cidadãos fosse obra de governo A ou B, o fato de o governo Lula ter sido o mais corrupto da História do Brasil – sem falar nos constantes ataques às liberdades fundamentais, como a de imprensa, e a politica externa escandalosa – dele retira qualquer traço de legitimidade. Já escrevi bastante sobre isso, aliás.


Outra coisa: se você ouvir algum economista do IPEA ou de alguma fundação ligada ao PT falando no surgimento de uma "nova classe média", pode preparar a cesta de ovos e tomates, pode chamar a polícia. O que determina classe social não é a capacidade de consumo, mas o papel que cada um exerce na economia, além de fatores como a educação e o acesso a outros serviços essenciais. Cerca de 50% dos lares brasileiros continuam sem saneamento básico, e nos exames internacionais os alunos brasileiros terminam sempre dando vexame, ficando nos últimos lugares. A classe D pode estar comprando mais geladeiras e tomando mais refrigerante, mas, se não tiver esgoto, e se não souber ler e contar direito, continua sendo classe D, e nao C ou B. Aliás, essa sopa de letrinhas não quer dizer rigorosamente nada. É mais uma balela dos lulo-petistas, os inventores do Brasil-maravilha.

Resumindo: com Lula, a vida melhorou? Sim, como já vinha melhorando antes. Isso foi devido a ele e aos petistas? Não. Pelo contrário: poderia ter sido feito muito mais sem eles. A economia não precisa de Lula e dos petistas para seguir crescendo. Já Lula e os petistas precisam da economia para seguir enganando a todos. Por que se diz então que foi Lula o grande gênio por trás desse processo? Só Deus sabe.

Se há motivos de sobra para repudiar o governo dos petralhas como a maior farsa da História do Brasil, em economia isso não é muito diferente. Não, o Brasil não mudou. Em economia, então, não mudou absolutamente nada. Ainda bem. Agora, que tantos se deixem enganar por Lula e sua quadrilha, é algo que desafia a compreensão.

terça-feira, janeiro 18, 2011

SOBRE A ESCRAVIDÃO - UMA PEQUENA LIÇÃO DE HISTÓRIA


Nem todo comentário crítico ao que escrevo vem de mentes perturbadas e infantilizadas. De vez em quando - infelizmente, bem menos do que eu gostaria -, alguém consegue discordar do blog sem mandar o idioma e as normas da civilização às favas nem descer ao nível dos quadrúpedes ou dos protozoários. Um leitor, o Rafael Dias, está nessa categoria. Rafael não é um energúmeno - e isso, dada a situação geral da inteligência no Brasil de hoje, já é alguma coisa. Ele está apenas equivocado. Por essa razão, e por acreditar que ele quer aprender, respondo seu post. Ele escreveu, a respeito de meu texto ZUMBI, O ESCRAVOCRATA (os grifos são meus):

Concordo quando se diz que a unianimidade é burra. É importante ouvir os vários atores envolvidos no processo social. Realmente foi uma grande supresa para mim saber (se, de fato é verdade) que Zumbi era dono de escravos. Contudo, a visão que você expôs no seu texto é muito parcial, pois parte de casos isolados (mesmo que um exemplo seja o próprio Zumbi dos Palmares) e tenta criar a idéia de que era normal um negro escravizar o outro. Acho possível que isso tenha acontecido. Porém, você esqueceu citar em seu texto o critério fundamental para se decidir que seria escravo: a cor da pele, que tinha que, necessariamente ser negra. Não conheço registros na História do Brasil de brancos sendo escravizados. Não entenda o meu comentário como uma contra reação ideológica. Quando abordamos uma questão e temos a sincera intenção de tratá-la com transparência, não podemos esquecer de tocar em determinados pontos cruciais para que as nossas críticas não pareçam a defesa de um ponto de vista só nosso que queremos disseminar e que nem sempre dá conta de representar a realidade. Você escreve muito bem. Um texto limpo e claro. Mas peca no trato com o conteúdo, pois deixa de criticar o sitema segregador que existia formalmente, para tentar justificá-lo, alegando que os ditos segregados também eram praticantes das mesmas injustiças que sofriam. Foi um período tão nefasto da nossa história, que, até hoje irradia efeitos em nossa sociedade.
O que se pode inferir do seu texto é que a escravidão era válida, tendo em vista que alguns negros também a praticavam. É isso?

Caro Rafael,

Antes de tudo, obrigado por não ofender minha mãe nem usar adjetivos como "reacionário" ou "fascista" para se referir à minha pessoa. Nisso você já se diferencia da maioria dos que vêm aqui dizendo discordar do que escrevo. Vamos a seu comentário.

Você diz que a visão de meu texto é "muito parcial, pois parte de casos isolados" etc. Sobre ser ou não parcial, já tratei disso em outros textos, e não quero me repetir aqui. Digo apenas que, se você está se referindo ao exemplo de Zumbi dos Palmares como um "caso isolado", então só posso concluir que vivemos em mundos diferentes. Assim como Zumbi, houve muitos outros casos de ex-escravos que, uma vez alforriados, tornaram-se, eles mesmos, negociantes de escravos (alguns deles prosperaram bastante nesse negócio). Além do mais, como se pode chamar de "caso isolado" o fato de um líder escravo, não um líder qualquer, mas simplesmente o símbolo maior da luta anti-escravista no Brasil, ter sido, ele também, proprietário de escravos? É o mesmo que descobrir que Gandhi, por exemplo, era um belicista ou que Madre Teresa de Calcutá era uma devassa que mantinha secretamente um prostíbulo. Você diria que esses seriam "casos isolados" também?
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Depois disso, o mínimo que se espera é que toda instituição que leva o nome de Zumbi troque de nome imediatamente, ou que o dia 20 de novembro - dia da "consciência negra", em homenagem também a esse personagem - deixe de existir.

Rafael, não sei de onde você tirou a conclusão de que eu tento "criar a idéia de que era normal um negro escravizar outro". Primeiro, porque não se trata de uma idéia, muito menos criada por mim: é um fato histórico. Já escrevi e repito: a escravidão existia na África séculos antes de os portugueses lá chegarem no século XV, e continuou muito tempo depois, praticada pelos próprios africanos. Isso acontece, inclusive, ainda hoje, em países como o Sudão e a Arábia Saudita. Um príncipe saudita, aliás, foi preso em Londres no fim do ano passado acusado de ter espancado até a morte seu escravo de estimação... Isso é fato, não fui eu que inventei. (Aliás, gostaria de saber quando é que os descendentes dos faraós e sobas africanos irão pagar sua dívida histórica pela escravização de milhões de seres humanos...)

O que está aí em cima, Rafael, é suficiente para desmontar, como absurda, sua afirmação de que eu teria esquecido o "critério fundamental para se definir quem seria escravo: a cor da pele, que tinha que ser, necessariamente, negra". Isso porque a cor da pele, negra ou não, JAMAIS foi critério para se definir quem era e quem não era escravo, pelo menos no caso da África. Durante séculos, negros escravizaram negros, e inclusive brancos - desde a época dos faraós -, e quando os portugueses começaram a traficar escravos no Atlântico, os compravam em grande parte de tribos locais, que também praticavam a escravidão (e que eram, também, negros). Foram os europeus, não africanos ou asiáticos, que aprenderam com estes a escravizar outros povos, e não o inverso. Além disso, os portugueses, um povo muito pouco "puro" racialmente, jamais usaram o conceito de "raça" (muito menos a "cor da pele"), para escravizar quem quer que seja, até porque, como diz Gilberto Freyre, a consciência de raça era-lhes algo inteiramente estranho - o que havia era uma consciência de cultura, o que é uma coisa muito diferente. Se havia algo que definia quem seria escravo ou não, pelo menos no caso dos portugueses, não era a "raça" ou a "cor de pele": era a religião (se não fosse cristão, por exemplo; e, nas terras muçulmanas, se não fosse muçulmano etc.).

Aliás, se não me engano foi também Gilberto Freyre - leia Casa-Grande & Senzala, eu recomendo - que chamou a atenção para o fato de que o racismo moderno é uma invenção tipicamente anglo-saxônica, surgida com a Reforma Protestante a partir dos séculos XVI-XVII. Essa visão se consolida no século XIX, com as teorias científicas e pseudo-científicas então em voga, que foram instrumentalizadas para justificar o colonialismo (darwinismo, evolucionismo etc - inclusive, é bom que se diga, o marxismo). Nada que tivesse a ver, por mínimo que fosse, com o escravismo colonial português, de base essencialmente - na verdade, exclusivamente - católica e renascentista. É por esse motivo que a segregação racial foi imposta em países como os EUA ou a África do Sul, mas nunca, jamais, no Brasil, onde imperou, desde o início da colonização, a mistura racial, a miscigenação. (Quer dizer, pelo menos até agora nunca houve segregação racial no Brasil, porque, se depender dos "militantes negros", esta vai virar uma realidade por estas bandas - aliás, graças a absurdos como o sistema de cotas raciais, já está virando.)

Já escrevi o que está acima, com outras palavras, em outros textos. Se quiser, dê uma olhada nos posts O CLUBE DOS RESSENTIDOS e O FIM DE UM MITO. Você perceberá que já respondi suas questões.

Não é difícil, portanto, perceber que sua conclusão de que eu estaria "justificando" a escravidão, dizendo que ela teria sido "válida" etc. não tem nenhum sentido. Não justifico nem considero válida a escravidão, apenas chamo a atenção para o fato esquecido de que ela não foi praticada apenas por europeus de cabelos loiros e de olhos azuis. E que qualquer tentativa de se confundir escravidão com "raça" - ou, simplesmente, usar esse conceito biologicamente falso para propor "reparações" ou o que seja - não passa de grossa falsificação histórica e desonestidade intelectual.

Espero ter-lhe ajudado. Se precisar de mais algum esclarecimento, é só escrever. Ou, então, procure uma biblioteca.

EU, O ALIENADO (DIRETO DOS TEMPOS DA BRILHANTINA)


Ah sim! Tinha me esquecido de um dos apelidos clássicos que a corriola esquerdopata gosta de usar para se referir a todos aqueles que discordam deles. Acabou ficando de fora da listinha que preparei, com alguns adjetivos que essa turma cuspiu no blog. Mas, graças a uma leitora chamada Vivanny, vou poder incluir mais essa pérola aqui.

Eis o que ela escreveu:

Tsc, tsc...que triste, pessoa supostamente instruída, utilizando-se de vocabulário difícil e completamente ALIENADO!

Dizer o quê? Bem-vindos à época da brilhantina!

P.S.: Vivianny acha meu vocabulário "difícil". Não se espante, minha cara: é que escrevo numa língua há muito esquecida, e que a cada dia é mais e mais maltradada. Chama-se Português. Talvez você já tenha ouvido falar. Duvido, porém, que seja o caso dos esquerdiotas, que querem vê-la substituída por uma coleção de slogans e platitudes.

UM SINISTRO DÉJÀ VU (OU: O ELOGIO DA INCOMPETÊNCIA)


O Rio de Janeiro, o Brasil e o mundo choram os mortos na região serrana fluminense por causa das chuvas torrenciais e já se está armando mais uma picaretagem dos lulo-petistas em cima da tragédia. Enquanto todos choram, Sérgio Cabral, o novo inimputável da política brasileira (ele herdou esse posto do Apedeuta), e Dilma Rousseff, a gerentona durona e, dizem, "eficiente", dão um show de sumiço e incompetência. Mas dizer isso, neste momento, não é de bom-tom, decretou a imprensa devotada à criação de mais um mito político. A mesma imprensa que vomita boçalidades sobre Franco da Rocha, em São Paulo, acha feio acusar de incompetência os que governam (?) o Rio – e o Brasil. É a “imparcialidade” jornalística em ação...

Não, não vou escrever nada sobre o espetáculo de desídia e inépcia que o governo (?) de Cabral e Dilma estão dando no Rio. Não vou falar que, graças à ineficiência escandalosa destes, vidas poderiam ter sido salvas e o número de mortos, que já ultrapassa 600, poderia ser bem menor. Não vou falar que, até agora, não se viu um único caminhão do Exército na área devastada pelas enchentes. Nem que são os voluntários, e não os serviços públicos, que estão fazendo a diferença nos salvamentos. Sobre nada disso vou falar. Vou me limitar a lembrar do que escrevi aqui no ano passado, quando mais uma calamidade de água e lama se abateu sobre o mesmo estado governado (?) por Cabral, que pelo visto só chora pelos royalties do petróleo. Escrevi, então, o seguinte texto (em 9 de abril de 2010):

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AS CHUVAS E A POLITICAGEM

Uma das coisas mais nojentas que existem é a tentativa de politizar desastres naturais. Mesmo que não sejam tão naturais assim. Como a chuva torrencial que desabou sobre o Rio de Janeiro nesta semana - e que já deixou, segundo as últimas contagens, mais de 180 mortos. É por isso que as declarações de Lula e sua turma nesses dias exalam a esgoto.

A tragédia no Rio provocou uma onda de pesar e solidariedade raras vezes vista antes no Brasil. Jornalistas, políticos, artistas, todos enfim, demonstraram um ar compungido e de respeito às vítimas, no melhor espírito "somos todos cariocas (ou fluminenses)". De repente, todos pareceram se unir, concentrando-se no socorro aos desabrigados e deixando a política de lado, como os americanos depois do 11 de setembro. E isso é muito bom. É algo extremamente louvável. Tragédias como a do Rio não devem mesmo ser exploradas politicamente por ninguém. Quem o fizer deve ser execrado em praça pública e expulso da convivência com gente decente. Mortos não têm partido.

Exatamente por isso, a pergunta que fica no ar é: por que essa atitude serena, equilibrada, "isenta", não foi adotada por muitos que hoje choram os mortos no Rio quando das chuvas que atingiram São Paulo, há apenas algumas semanas? Por que ninguém disse, então, "agora, somos todos paulistas"?

Em São Paulo, choveu durante 47 dias ininterruptos, e o número de mortos foi bem menor do que os mais de cem que morreram no Rio (detalhe: em apenas UM DIA de temporal). Mesmo assim, petistas e assemelhados deleitaram-se com o episódio, mal contendo a alegria em atacar a "incompetência" e a "negligência" do prefeito Kassab e do agora ex-governador José Serra, em busca de dividendos eleitorais. A mesma atitude serena e compungida que os petistas e seus aliados na imprensa demonstram agora em relação aos mortos no Rio não tiveram em relação aos mortos de São Paulo. Será que é porque São Paulo é governada por tucanos e o Rio por aliados de Lula e Dilma Rousseff? Não, isso seria pensar muito mal dessa gente boa e honesta, não é mesmo?

O pior é que motivo para acusar a irresponsabilidade das autoridades lulistas na catástrofe fluminense é o que não falta. Um dia depois de um barranco desabar em Niterói e deixar mais de 200 pessoas desaparecidas, soterrando casas que haviam sido construídas em cima de um lixão (com conhecimento da prefeitura), os jornais noticiam que o governo Lula transferiu nos últimos tempos, via Ministério da Integração Nacional, algo como 64% do orçamento em "ajuda de emergência" para a Bahia, cabendo ao Estado do Rio de Janeiro 0,9% do total. O Ministério da Integração Regional, a quem cabe, entre outras atribuições, lidar com calamidades, era comandado até a semana passada por Geddel Vieira Lima (apelido: "agatunado"), que vem a ser baiano e está de olho na cadeira de governador do Estado nas eleições deste ano. O atual governador da Bahia, por sua vez, é Jaques Wagner, do PT. Lula reagiu à notícia da maneira que lhe é peculiar: chamou-a de "leviandade", considerando-a, certamente, uma tentativa calhorda de se politizar uma questão que deveria estar acima de picuinhas eleitorais. É, Lula, você tem razão. Calamidades como a do Rio devem mesmo estar acima de considerações políticas. Pergunte a Geddel Vieira Lima.

Mas, pensando bem, por que se surpreender com mais essa tragédia anunciada, tornada ainda mais grave e revoltante pela leviandade petista? Afinal, esse é o mesmo governo que considerou uma "intervenção imperialista" a pronta ajuda dos EUA às vítimas do terremoto no Haiti, transformando o desastre numa ocasião para uma disputa mesquinha com Washington em nome do "protagonismo internacional", não foi?

Nem São Pedro escapou da policanalhada lulista. Ninguém está a salvo.
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P.S.: George W. Bush quase foi crucificado por causa do desastre do furacão Katrina em Nova Orleans, em 2005. A imprensa americana atacou a demora do governo em socorrer os desabrigados. Houve até quem pedisse o impeachment do governo, por incompetência. E Cabral e Dilma, quando isso vai acontecer com eles?