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segunda-feira, agosto 11, 2014

Políticos de esquerda se oferecem como escudos humanos na Faixa de Gaza

Indignados com o que chamaram de “genocídio” de Israel contra os palestinos na Faixa de Gaza, políticos de partidos de esquerda – PT, PCdoB, PSOL, PSTU e PCO – reuniram-se ontem em Brasília e declararam solenemente uma “jihad”(“guerra santa”) contra Israel, a quem classificaram como um “estado carniceiro nazista sionista imperialista racista segregacionista imperialista e de gente pão-dura”.
 
Segundo a declaração (“fatwa”) emitida após a reunião, os líderes das principais siglas esquerdistas do país decidiram unir forças com o Hamas, a quem chamaram de “amantes da paz e vítimas indefesas da máquina imperialista opressora”, oferecendo-se para ser escudos humanos em Gaza. O documento acusa Israel de “mirar intencionalmente em criancinhas por pura maldade e para provocar uma onda de indignação mundial contra si mesmo”. Por sugestão do PT, o documento finaliza com um desafio a Israel: “Anão diplomático é a mãe!”.
 
“É inadmissível o massacre brutal e genocida do povo palestino do Hamas pelas forças cruéis do judaísmo-sionismo-neoliberalismo-capitalismo”, bradou a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ). E acrescentou: “É um absurdo bombardear escolas e hospitais da ONU que estão sendo usados pelos bravos combatentes pacifistas do Hamas para estocar armas e lançar foguetes que, como todos sabemos, são usados apenas para fins pacíficos”. Afirmou que “nós, do partido do comunismo, de grandes benfeitores da humanidade como Marx, Lênin, Stálin, Mao Tsé-Tung e Kim Jong-Un, somos, acima de tudo, humanistas”. Feghali disse ainda que vai destinar 5% da renda diária de seu restaurante de luxo no Rio de Janeiro para ajudar a comprar mais armas para o Hamas.
 
Já o deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) mostrou-se ainda mais indignado. “É preciso resistir a essa atitude homofóbica de Israel, com seus mísseis falocráticos”. Wyllys garantiu ter informações seguras de que os mísseis israelenses são projetados para matar apenas gays, lésbicas, travestis e transgêneros. “Li isso numa pesquisa do IPEA, está tudo lá”, assegurou.
 
Os políticos presentes ao evento garantiram: “Não somos antissemitas, somos apenas contra Israel, essa aberração. Todos sabem que os judeus criaram Israel como parte de um complô internacional pelo controle do mundo pelas multinacionais capitalistas, como está descrito naquele livro-texto do Hamas, Os Protocolos dos Sábios de Sião”, afirmou o presidenciável Zé Maria, do PSTU.
 
Quanto ao uso da população civil palestina como escudos humanos pelo Hamas, Jean Wyllys foi enfático: “É mentira! Isso não passa de uma teoria da conspiração. É coisa dos mesmos homofóbicos que derrubaram o avião da Malásia na Ucrânia porque levava mais de 100 cientistas holandeses que iam para um congresso sobre a AIDS, como escrevi no meu Facebook”.
 
Ao ser informado de que o Hamas e outros grupos fundamentalistas islâmicos não gostam muito de gays, Jean Wyllys declarou que precisava dar uma cagada e se escondeu no toilet.
 

quarta-feira, julho 30, 2014

JEAN WYLLYS ACUSA BOLSONARO E FELICIANO PELA QUEDA DO AVIÃO NA UCRÂNIA


Depois de sugerir, em sua página do Facebook, que a queda do voo MH-17 da Malaysian Airlines na Ucrânia na semana passada, matando 298 pessoas, foi motivada por homofobia, o deputado Jean Wyllis (PSOL-RJ) voltou a surpreender ao responsabilizar pela derrubada do avião os deputados Jair Bolsonaro (PP-RJ) e Marco Feliciano (PSC-SP).
 
Segundo Wyllys, Bolsonaro e Feliciano são parte de um complô internacional que derrubou com um míssil o avião quando este sobrevoava o Leste da Ucrânia. “O avião levava mais de cem holandeses que iriam participar de um congresso sobre tratamento da AIDS”, escreveu Wyllys no Facebook.
 
“Todo mundo sabe que os homofóbicos dos países conservadores não querem a cura da AIDS. Então, só pode ter sido o Bolsonaro e o Feliciano”.
 
O deputado psolista aproveitou para acusar também a Organização das Nações Unidas (ONU), que divulgou recentemente pesquisa científica segundo a qual os casos de AIDS entre gays têm aumentado no mundo, ao contrário do que ocorre entre os heterossexuais, e que os gays são, sim, um grupo de risco.
 
“Está claro que a ciência é homofóbica”, bradou Wyllys em sua página pessoal. “Não descarto a possibilidade de que a ONU também esteja envolvida nesse plano macabro. Ou os cientistas dizem o que nós do movimento LGBT queremos que digam ou são uns preconceituosos. Humpf!”.
 
Jean Wyllys negou que suas afirmações sejam uma forma de teoria da conspiração. “Teorias da conspiração são coisa da direita reacionária homofóbica”, esclareceu o ex-BBB. “Tudo o que eu digo é baseado em fontes altamente confiáveis, como o programa do Pedro Bial e o Grupo Gay da Bahia”.
 
Procurados pela reportagem, os deputados Marco Feliciano e Jair Bolsonaro não foram encontrados. Segundo informou sua assessoria, eles estão caçando na Ucrânia.
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terça-feira, maio 13, 2014

Para quitar dívida da Copa, governo irá vender cidades-sede para a FIFA

 
O governo Dilma Rousseff decidiu tomar uma medida drástica para saldar o rombo de bilhões de reais nos cofres públicos devido à construção dos doze estádios para a Copa do Mundo: vender as cidades-sede para a FIFA.
 
A decisão sem precedentes foi anunciada no dia 16 pelo ministro dos Esportes, Aldo Rebelo, ao lado do presidente da FIFA, Joseph Blatter. “Estamos certos de que, em nome do espetáculo, a população irá entender essa medida”, afirmou o ministro. E explicou: “As doze capitais serão entregues por contrato à FIFA, que recolherá os impostos municipais e ficará encarregada dos serviços públicos essenciais, como segurança, transportes, saúde e educação, por um prazo mínimo de 99 anos, prorrogável caso seja necessário”. Completou: “Tenho certeza de que as cidades terão serviços Padrão FIFA!”.
 
Rebelo chegou a irritar-se com um jornalista que perguntou se a entrega das cidades à FIFA seria privatização, afirmando que se trata, na verdade, de uma “concessão”. “Privatização é o que o governo FHC e os tucanos fazem. Nós concedemos, como nos aeroportos”, declarou, em tom enfático.
 
Indagado sobre o que será feito a partir de agora dos prefeitos das cidades, que ficarão sem emprego, o ministro mostrou-se evasivo: “Estamos estudando algumas possibilidades. Talvez possamos aproveitá-los como gandulas nos jogos da seleção”.
 
Outra pergunta foi sobre o que seria feito depois da Copa com estádios monumentais como os de Fortaleza, Natal, Cuiabá, Brasília e Manaus: “Estamos pensando em usá-los para os jogos da Champions`League”, respondeu Joseph Blatter, acrescentando que os times de futebol locais farão parte da competição. “Certamente equipes de primeiro nível como Icasa, Alecrim, Brasiliense e São Raimundo irão encher os estádios com jogos de altíssima qualidade técnica”.
 
Garoto-propaganda da Copa, o ex-jogador Ronaldo Fenômeno elogiou a iniciativa. “Não se faz Copa do Mundo com prefeituras”, declarou. O rei Pelé também enalteceu a medida: “Morrer operário em construção de estádio é algo normal, Copa do Mundo é só de quatro em quatro anos”, entusiasmou-se. E arrematou: “Pra frente Brasil!”
 
Do blog do Joselito Müller.

terça-feira, abril 08, 2014

RELEMBRANDO OS ANOS DE CHUMBO...


Mortos pela esquerda cometeram suicídio, diz Dilma
 
Em solenidade oficial alusiva aos 50 anos do golpe que derrubou o governo João Goulart, no dia 31, a presidenta Dilma Rousseff decretou medida provisória que declara os cerca de 120 mortos pelos grupos de luta armada de esquerda nos anos 60 e 70 oficialmente mortos por suicídio.
 
“Todos sabem que jamais matamos ninguém, é tudo propaganda dessa mídia burguesa capitalista imperialista golpista”, afirmou a presidenta. “Com exceção dos nossos companheiros, os que morreram, morreram porque quiseram. Somos humanistas”, acrescentou. Afirmou, ainda, que todos os documentos das organizações armadas de esquerda do período serão reescritos. “Onde se lê ‘socialismo’e ‘ditadura do proletariado’, as pessoas vão ler “democracia’ e ‘liberdade’. Essa é a História verdadeira e ponto final”.
 
O texto enviado ao Congresso proíbe usar as palavras “subversivo” e “terrorista” em livros de História. Termos como “assalto a banco”, “sequestro”, “atentado à bomba” e “assassinato” também estão de agora em diante proibidos. Além disso, o texto determina a substituição dos nomes das organizações guerrilheiras. Vanguarda Armada Revolucionária, por exemplo, passa a ser Vanguarda Amorosa Risonha.
 
No momento de maior emoção da cerimônia, ocorrida no Palácio do Planalto, a Presidenta insistiu que tortura é um crime horrível e que torturadores devem ser exemplarmente punidos, defendendo a revisão da Lei de Anistia. “Quem torturou deve ser pendurado no pau de arara e receber choques elétricos nos testículos até confessar”, declarou.
 
A presidenta anunciou ainda a intenção de rebatizar o prédio do Quartel-General do Exército como “Palácio Carlos Lamarca”: “É uma justa homenagem ao heróico capitão guerrilheiro, assassinado em 1971 pela ditadura militar porque queria transformar o Brasil numa democracia exemplar onde se respeitam os direitos humanos, como Cuba e a Coréia do Norte”, explicou.
 
Ao final do evento, referindo-se aos trabalhos da Comissão da Verdade, criada em 2011 para investigar crimes contra os direitos humanos entre 1946 e 1988 no Brasil, a presidenta bradou, com o punho erguido e a voz embargada: “Ditadura nunca mais! Pelo direito à memória e à verdade”. E foi aplaudida.
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P.S.: Às vezes só o riso nos salva.

quarta-feira, março 19, 2014

NON È VERO MA È BEN TROVATO

 
Governo proíbe filme “Doze Anos de Escravidão” em cidades com “Mais Médicos”

A presidente Dilma Rousseff baixou hoje, dia 17, decreto que proíbe a exibição do filme “Doze Anos de Escravidão” em todos os municípios incluídos no programa “Mais Médicos”. A medida, segundo Nota da secretaria de imprensa da Presidência da República, visa “impedir que os médicos cubanos que participam do programa se identifiquem com o personagem central do filme, e se sintam assim estimulados a abandonar seus postos e a pedir asilo político”.

“Doze Anos de Escravidão”, que ganhou o Oscar de melhor filme 2014, conta a história real de um homem negro nos EUA do século XIX que, nascido livre, foi enganado e vendido como escravo para fazendas do Sul do país, antes da abolição da escravidão.

A nota do governo aproveita ainda para desmentir o boato que circulou recentemente, segundo o qual, diante dos vários casos de médicos importados de Cuba que desertaram, os cubanos integrados no programa seriam obrigados a usar tornozeleiras eletrônicas. Na verdade, explica a nota, “em vez de tornozeleiras, os médicos cubanos usarão chips de localização colocados debaixo da pele e monitorados por satélite. Assim não poderão escapar”, esclarece.

Direto de Havana, o líder eterno de Cuba, Fidel Castro, elogiou a iniciativa do governo brasileiro, e anunciou que já decidiu copiá-la na ilha de sua propriedade. “Cuba e Brasil estão cada vez mais parecidos”, afirmou o octogenário comandante, que aproveitou para agradecer à presidente Dilma Rousseff pelos milhões investidos pelo BNDES no Porto de Mariel. “Agora eu quero um aeroporto novinho em folha”, acrescentou.

Procuradas pela reportagem, as organizações de direitos humanos não se pronunciaram sobre o caso.
 
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Tecla SAP: Esta mandei pro site do meu amigo Joselito Müller (http://joselitomuller.wordpress.com/2014/03/17/governo-proibe-filme-doze-anos-de-escravidao-em-cidades-com-mais-medicos/). Como esperado, está causando a maior confusão, o que torna a coisa ainda mais engraçada. Acho que vou enveredar pelo ramo do humor. É o unico jeito de ler as notícias no Brasil de hoje sem ter um ataque de apoplexia ou morrer de raiva. Além do mais, como dizia Cícero, ridare castigat mores.
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Riam à vontade. Ainda é permitido. Ainda.

terça-feira, março 18, 2014

O VÍRUS ESQUERDISTA


O que vai a seguir não é uma notícia, é uma sátira. Mas bem que poderia ser real. Aliás, não está assim tão longe da realidade. Leiam.
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Descoberto o vírus do esquerdismo
 
Cientistas britânicos divulgaram hoje, dia 18, uma descoberta que promete revolucionar a ciência. Segundo comunidado oficial da Universidade Johnny Walker de Oxfordcambridgeshire, no Reino Unido, a explicação para tantas pessoas se deixarem levar pelo discurso e pela ideologia de esquerda é física. Mais especificamente, um vírus.
 
O micro-organismo, batizado de Mariadorosarius esquerdopaticus, atinge diretamente as áreas do cérebro responsáveis pelo humor, inteligência e honestidade, destruindo-as completamente. "Depois de décadas de experiências com milhares de pessoas, concluímos que o que leva pessoas aparentemente normais a serem de esquerda, sobretudo comunistas ou socialistas, é um vírus terrível", informou por nota a equipe de cientistas, liderada pelo microbiólogo ganhador do Nobel Sir Anthony Hannibal Lecter Hopkins.
 
"Não sabemos o que pode causar essa infecção, mas desconfiamos que ela seja transmitida via oral, e que sua origem esteja em universidades localizadas ao Sul do Equador, provavelmente no Brasil, onde impera há décadas a promiscuidade ideológica mais absoluta", afirmou a nota dos cientistas. Os principais atingidos pelo vírus seriam jovens estudantes de classe média e alta, entre 15 e 30 anos, geralmente brancos e com complexo de culpa, sustentados pelos pais e que se alimentam de toddynho e sucrilhos. 
 
A nota explica que o vírus age inicialmente sobre o lobo parietal direito, onde está localizado o humor: "As pessoas atingidas perdem qualquer senso de humor, tornando-se incapazes de entender uma piada. Com isso, tornam-se histéricas e paranoicas, considerando-se injustiçadas e perseguidas pelo  'sistema', culpando o 'capitalismo', o 'imperialismo', os tucanos e o Olavo de Carvalho pelos próprios problemas e por todos os problemas da humanidade. Isso se deve ao fato de que estão imbuídas de uma missão messiânica, e assim passam a se levar a sério, sentindo-se acima dos demais mortais, agindo de forma intolerante e patrulheira", esclareceu a nota. 
 
A mesma área cerebral que regula o humor também é responsável pela capacidade cognitiva. "Os afetados pelo vírus não distinguem mais entre sátira, ironia e mentira. Chegam a babar de ódio quando veem na Internet uma piada a respeito deles. Há casos, inclusive, de ministros de Estado que ameaçaram com processo judicial blogueiros por causa de uma sátira política de que não gostaram". Além disso, continua a nota, "perdem totalmente a capacidade de articular um pensamento racional por conta própria e passam a se comunicar somente por chavões e slogans, vivendo num mundo à parte, sem qualquer relação com o mundo real, tornando-se verdadeiros zumbis". 
 
A memória também é seriamente danificada: "como os afetados não distinguem mais entre realidade e ficção, tampouco são capazes de recordar o que disseram ou fizeram em anos recentes, e tratam de reescrever a todo custo a História, omitindo eventuais erros e crimes por eles cometidos, e chamam a isso de verdade".   
 
O mais grave, porém, afirmam os cientistas, é que o vírus, ao destruir o humor e a inteligência, afeta também a área do cérebro que lida com a honestidade: "Concluímos que os atingidos por essa enfermidade são afetados também na capacidade de fazer juízos morais, adotando atitudes do tipo dois pesos e duas medidas sempre que lhes é conveniente".
 
Os pesquisadores deram como exemplos gritantes da falta de noção moral o fato de que os afetados pelo vírus "falam em democracia e em direitos humanos, mas não sentem nenhum pudor em defender ditaduras totalitárias como as de Cuba e Coréia do Norte. Inclusive, em casos mais avançados da doença, militantes LGBT enxergam homofobia até em suicídios no Brasil, mas não veem problema algum em gays serem enforcados no Irã. E não sentem nenhuma vergonha por isso, o que é típico de psicopatas". Ainda segundo o comunicado: "Parece difícil de acreditar, mas há casos registrados de esquerdofrênicos que acreditam, piamente, que socialismo e liberdade são coisas possíveis de se conciliar, e fundam até partidos com esse nome".
 
Nos casos mais extremos, o vírus influi diretamente nas glândulas sebáceas, principalmente de feministas que deixam de raspar as axilas e as pernas como "protesto". Seu efeito mais devastador, porém, é o de distorcer qualquer noção de realidade, levando algumas pessoas a sofrerem crises de identidade, adicionando, por exemplo, Guarani-Kaiowá a seu sobrenome. Outra prova da enfermidade é o fato de passarem a falar sem parar em "justiça social", "proletariado" (ou "classe operária"),  "burguesia" etc. e a se tratarem entre si como "companheiro" e "companheira" (ou, nos casos mais patológicos, "camaradas").
 
"Infelizmente, até agora não há cura para essa doença, a não ser sessões diárias de leituras não-marxistas para deslavagem cerebral, o que leva tempo. Se a cura não é alcançada até os 40 anos, é porque o cérebro está irremediavelmente perdido. Aí, só com eletrochoque e remédio tarja-preta", concluiu a nota. 
 
Até o momento, o Ministério da Saúde não se pronunciou a respeito do assunto.

terça-feira, fevereiro 11, 2014

DOIS PESOS E DUAS MEDIDAS - por Luiz Felipe Pondé

por Luiz Felipe Pondé

Publicado na Folha de S. Paulo em 20/01/2014


Não sou religioso, só frequento templos vazios. Tampouco considero o ateísmo prova de maior inteligência ou coragem intelectual. Dias atrás, nesta coluna, ataquei as dimensões picaretas das religiões.

Por que digo isso? Porque hoje em dia, em épocas de exigências de pureza ideológica (no mundo da cultura vivemos um fascismo descarado dos bonzinhos, baseado em difamação de quem não frequenta as ideias que eles frequentam), se faz necessário apresentar algumas "credenciais" quando se vai tratar de um assunto delicado que pode ofender a sensibilidade totalitária dos bonzinhos. Quando ofendidos, os bonzinhos passam à gritaria, principalmente nessa masmorra escura que são as redes sociais.

Apesar de não ser religioso, conheço o suficiente de algumas religiões para saber que muitas delas carregam um saber de valor inestimável, fato este que escapa a muitos dos críticos banais das religiões. Você identifica um ignorante quando ele diz que a Bíblia é um livro opressor.

Dito isso, vamos ao que interessa. Há alguns anos, um cartunista dinamarquês passou por poucas e boas quando fez piadas com Maomé. Lembro-me de muitos dos bonzinhos defenderem o direito dos muçulmanos de se ofenderem com a piada e jogarem a atitude do cartunista no saco indiferenciado do preconceito ocidental contra o Islã.

Fico feliz que no Brasil ainda se possa fazer humor com as religiões e que quem faz piada com Jesus (que acho um cabra-macho, mas não acho que seja Deus) possa fazê-lo, ganhar dinheiro com isso e não ser ameaçado de morte. Ou, quem sabe, perder o emprego. Pedir a cabeça de alguém é um pedido comum dos bonzinhos quando leem algo com que não concordam.

Acho que o humor deve ser livre porque ele é uma das dimensões por meio das quais o espírito humano sobrevive, se alimenta e reflete sobre sua condição. Não partilho da ideia de que o humor seja uma forma menor de cultura. Por isso, discordo da tentativa de qualquer grupo, religioso ou não, de querer barrar ou processar quem quer que seja por ter feito piada do que for.

Mas me pergunto uma coisa: por que alguns acham politicamente incorreto fazer piadas com negros, índios, gays e nordestinos (e julgam justificados processos legais contra quem faz tal tipo de piada), mas julgam correto fazer piada com os ícones do cristianismo?

Claro, quem pratica esse tipo de critério, com dois pesos e duas medidas, é gente boazinha e com opiniões corretas. Defendem a própria liberdade, mas negam imediatamente a liberdade de quem os aborrece. O nome disso é incoerência. A democracia só vale para quem nos irrita, mas os bonzinhos não pensam assim.

Não me surpreende a incoerência dos bonzinhos, porque o que faz alguém ser bonzinho hoje é a falta de caráter. Ser do "partido dos bonzinhos" hoje dá dinheiro, ganha editais, cargos no governo, fotos em colunas sociais, convites e prêmios culturais. Identificar um bonzinho hoje em dia como resistente ao poder é uma piada e tanto! Eles estão no poder até no RH das empresas e na magistratura.

Os cristãos têm todo o direito de ficar bravos com as piadas com Jesus (que aliás, costumam ser ótimas). Mas, acho "engraçado" (já que estamos falando de humor) alguém não perceber que vivemos num mundo em que tirar sarro de cristão pode, mas de outros grupos não. Por quê?

Fácil: porque ninguém precisa ter "cojones" para tirar sarro de cristão. No mundo da cultura, falar mal de religião (menos da indígena, afro e budista) é bater em bêbado na ladeira.

Proposta: que tal tirar sarro das pautas dos bonzinhos? Tipo fazer piada com as "jornadas de junho". Ou da moçadinha que quer salvar o Ártico. Ou de gente que vive falando mal da polícia, mas treme de medo e chama a polícia logo que sente sua propriedade privada em risco. Ou do movimento estudantil. Ou de intelectual que glamoriza os "rolezinhos". Ou das feministas. Ou de ateus militantes. Ou do exército da salvação PSOL e PSTU. Ou de quem diz que bandidos são vítimas sociais.

É isso aí: que tal fazer piadas com os preconceitos dos bonzinhos? Missão impossível?

sexta-feira, dezembro 13, 2013

PRÊMIO IDIOTA DA SEMANA


E o prêmio Idiota da Semana, concedido pela Academia Brasileira de Investigadores de Débeis Mentais, Bocós e Assemelhados, vai para o Giovane Martins, o rapaz que conseguiu a incrível proeza de cometer dois textos em seu blog sem refutar nada do que escrevi sobre Nelson Mandela.  Mais que isso: negou-se a refutar o que quer que seja e ainda disse que está se lixando para os fatos. Parabéns! Ele merece!

Segue o comentário que enderecei ao moço. Tentei ser o mais claro possível:
 
Giovânus,

1 - Só li seus textos porque você colocou o link.

2 - Só lhe respondi porque você me citou.

3 - Vá à merda.
 
quarta-feira, 11 de dezembro de 2013 14:11:00 BRT
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domingo, novembro 17, 2013

Marcola e Fernandinho Beira-Mar prestam solidariedade aos mensaleiros e se declaram presos políticos

 
O ex-ministro José Dirceu e o deputado federal José Genoíno, que tiveram a prisão decretada pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no dia 15 de novembro por seu envolvimento no escândalo do Mensalão em 2005, receberam um apoio de peso. Inspirados pelo exemplo dos petistas, que se declararam "presos políticos", os líderes das facções criminosas PCC (Primeiro Comando da Capital), de São Paulo, Marcos Willians Herbas Camacho (vulgo Marcola) e Comando Vermelho, do Rio de Janeiro, Luiz Fernando da Costa (o Fernandinho Beira-Mar), presos desde 2001, lançaram hoje, dia 17, um manifesto no qual protestam de forma veemente contra a "forma arbitrária e antidemocrática" com que foram condenados, e se declaram, também, presos políticos.

No manifesto - chamado de "salve" na gíria criminal -, Marcola e Beira-Mar expressam total apoio e solidariedade aos doze condenados cujos mandados de prisão foram expedidos na última sexta-feira. Não foram poupadas palavras duras ao ministro do STF Joaquim Barbosa, que decretou a prisão imediata dos acusados: "negro traidor" e "capitão-do-mato a serviço da elite conservadora" são alguns adjetivos assacados contra Barbosa. O manifesto também acusa a "mídia burguesa" e os "interesses capitalistas" pelas detenções. "Nesse momento difícil que os manos companheiros presos políticos Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio, Valério, Pizzolato e outros estão atravessando, queremos mandar um salve e manifestar todo nosso apoio e solidariedade. Também nos consideramos presos políticos", afirma o texto do manifesto. "Assim como vocês, somos vítimas inocentes do sistema, punidos injustamente e sem provas por termos lutado por um mundo melhor, mais justo, fraterno e solidário". 
 
A nota louva ainda Dirceu, ex-ministro da Casa Civil do governo Lula, e Genoíno, ex-presidente nacional do PT, chamando-os de "heróis da luta pela democracia" e "guerreiros do povo brasileiro". Quanto a Dirceu, o texto credita sua prisão a uma "perseguição das forças reacionárias que dominam há quinhentos anos este país" e à "inveja da elite". Esta não se conformaria, segundo o texto, em consumir apenas vinhos nacionais e de segunda categoria, "mordendo-se de inveja por não poder, como Dirceu, desfrutar um Romané Conti de 2 mil reais a garrafa todo café da manhã".
 
O manifesto contesta a legitimidade das prisões e finaliza, de forma desafiadora:  "Não poderão prender nossas consciências. Abaixo o sistema! Liberdade para os presos políticos! Viva o PT!"
 
Procurado por nossa reportagem, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que se encontra de férias em Cuba, declarou por sua assessoria que não irá comentar a nota-manifesto dos dois líderes criminosos. Entretanto, afirmou que considera os petistas encarcerados "presos de consciência" e "vítimas de um julgamento de exceção". "É triste ver os cumpanhêro (sic) Dirceu e Genuíno ser preso desse jeito", lamentou o ex-presidente. E acrescentou, lembrando visita presidencial dele à ilha em 2010: "Eles (os petistas presos) são os único prêsu políticu (sic) da América Latina, hoje. Os daqui de Cuba é tudo (sic) bandido comum". 

Do lado de fora das penitenciárias de segurança máxima de Presidente Bernardes (SP) e de Catanduvas (PR), onde Marcola e Beira-Mar, respectivamente, cumprem pena por tráfico de drogas, assalto, sequestro e homicídio, um grupo de militantes e simpatizantes está desde ontem em vigília, defendendo a inocência dos acusados.

sexta-feira, novembro 08, 2013

O BLOG NA ZUEIRA

Este blog foi citado pelo destemido Joselito Muller no hangout da Conexão Conservadora deste dia, oito de novembro do Ano da Graça de dois mil e treze. Está no vídeo cujo link vai abaixo, a partir de 51:30. Registro o fato com uma ponta de orgulho e mal-disfarçado cabotinismo. Retorno o gesto sugerindo aqui, como já fiz no facebook, o blog do Joselito - um dos melhores portais humorísticos da internet no Brasil, implacável em suas sátiras à ilimitada estupidez petista: http://joselitomuller.wordpress.com/. Fico feliz que um de meus posts tenha dado origem a uma de suas notícias fictícias que tanto aborrecem os cumpanhêru.  
 
A propósito: Joselito Muller, que por acaso é meu conterrâneo, está sendo alvo de um processo kafkiano movido contra ele pela ministra Maria do Rosário, secretária nacional de direitos humanos do governo Dilma. Sua excelência acionou a Polícia Federal e quer fechar o blog de Joselito por ter confundido uma piada com uma notícia. Petistas são assim: quando não entendem uma piada, chamam a polícia e pedem censura.
 
Agora, para que minha glória seja completa, só falta a Maria do Rosário me processar.
 
Aí vai o link para o vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=PaFQDtjoAnQ

sexta-feira, novembro 01, 2013

Lei 14.356 - Trata da regulamentação do uso do humor para fins sociais e dá outras providências

A Presidenta da República, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o alto número de queixas contra humoristas devido a piadas consideradas preconceituosas e ofensivas a membros de comunidades raciais, étnicas e sexuais, bem como a autoridades do Estado, e considerando que o humor deve ter a função social de divulgar mensagens politicamente corretas e edificantes, não podendo, portanto, ser instrumento para ridicularizar minorias, decreta e manda dar ampla publicidade à seguinte Lei, que estabelece Regras de Conduta para humoristas, blogueiros e engraçadinhos em geral:
 
Art. 1: Estão terminantemente proibidas a apresentação, divulgação e propagação, por quaisquer meios, de  piadas vulgares, grosseiras e de mau gosto.
 
Art. 2: Piadas que façam menção a políticos e/ou a membros das  três esferas da Administração Pública devem antes ser submetidas a uma comissão adrede estabelecida, com a participação de membros de partidos políticos, do Ministério da Justiça e da Secretaria Nacional dos Direitos Humanos, além de ONGs, sociólogos, antropólogos e gente que usa o sobrenome "Guarani-Kaiowá" no facebook. Tal comissão de especialistas encarregar-se-á de analisar a piada em questão e de autorizá-la ou não, segundo parecer por ela preparado e por mim aprovado.
 
Parágrafo único - Piadas com ministros de Estado ou com petistas estarão submetidas a especial escrutínio, justificável em vista da possibilidade de não serem compreendidas e gerarem ações judiciais de natureza criminal por calúnia e difamação, por serem confundidas com notícias.
 
Art. 3: Ficam proibidas piadas com minorias.
 
& 1 - Em casos excepcionais, piadas envolvendo membros da comunidade de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transsexuais e Transgêneros (LGBTT) serão aceitas, desde que o alvo da sátira sejam gays não-assumidos, que posam de macho, identificados com setores que se opõem à agenda LGBTT (um pastor evangélico ou deputado conservador, por exemplo). Somente nesse caso específico o uso de palavras como "viado", "bicha" ou "boiola" está autorizado. Em qualquer outro caso - imitar os trejeitos homossexuais de alguém, por exemplo -, trata-se de preconceito e discriminação, que devem ser exemplarmente coibidos e punidos. 
 
& 2 - Incluem-se na mesma categoria do parágrafo acima piadas com afro-descendentes, indígenas, quilombolas, portugueses ou papagaios (NOTA: inserido por pressão dos militantes em defesa dos animais).
 
Art. 4: No tocante a piadas com temática religiosa, estão liberadas apenas as que versarem sobre a religião cristã, em qualquer de suas vertentes, sobretudo evangélica e católica. Permanecem vedadas piadas com outras confissões religiosas, particularmente a religião islâmica que, sendo exótica e especialmente militante, deve gozar de status especial e não ser alvo de brincadeiras, como disse o Fábio Porchat e o pessoal do Porta dos Fundos.
 
Cumpra-se e publique-se.
 
 
Brasília, 1 de novembro de 2013
Décimo ano da refundação da República
Dilma Rousseff
Presidenta da República Federativa do Brasil
Maria do Rosário
Secretária Nacional dos Direitos Humanos

sexta-feira, outubro 18, 2013

OS RIDÍCULOS

 
Semana cheia essa que passou. Em questão de dias, duas obras-primas do humorismo.
 
Primeiro, foi a ministra dos direitos humanos (?) do governo petista de Dilma Rousseff (aquela que vê cachorros ocultos atrás de cada criança - mais uma pra lista de piadistas involuntárias), a petista Maria do Rosário, indignadíssima querendo acionar a Polícia Federal para tirar do do ar um site da internet e punir os responsáveis. Chegou a divulgar uma Nota Pública a respeito etc. e tal. Alegou que o site promove a calúnia e a desinformação sobre a sua pessoa. Isso porque publicou, como notícia, que ela, Maria do Rosário, teria ficado comovida com o bandido que levou dois pipocos de um policial ao tentar roubar uma moto (o que si non è vero, è ben trovato, mas deixa pra lá...). O meliante foi baleado numa tentativa frustrada de assalto gravada em um vídeo que foi aplaudido por dez em cada dez cidadãos de bem do país, rapidamente virando um viral na internet. Tudo OK, se não fosse um pequeno detalhe, que ninguém na assessoria da ministra parece ter lembrado: o site em questão é um site de humor! (gargalhadas)
 
Depois, foi o ídolo de gerações de moçoilas e também de rapazes deslumbrados, o petista Chico Buarque, que se juntou ao clube dos censores que diz ter combatido durante a ditadura militar ao tentar impedir - e tentar justificar! - a censura em biografias de artistas como ele próprio. Chegou mesmo a escrever, com sua prosa de versejador, um artigo n'O Globo tentando justificar o injustificável. Recebeu a solidariedade de Paula Lavigne, a ex-mulher de Caetano Veloso, o mais novo "new kid on the black bloc" (e que se inscreve assim, também, na galeria nacional da ridicularia). Chico Buarque continua sendo um artista de extrema sensibilidade. Sua capacidade de entender a alma feminina é admirável. Deve ser o único capaz de compreender os sentimentos de Paula Lavigne. 
 
Os fãs-tietes-devotos de Chico Buarque, que só devem ser menos numerosos do que as torcidas do Flamengo e do Corinthians juntas, estão se dizendo decepcionados. Afirmam que o moço está mudado etc. Também, pudera:  como é que o ídolo da esquerda caviar e endinheirada, que ficou mais de quarenta anos elogiando a ditadura cubana dos irmãos Castro, pode defender agora a censura?! Que absurdo! Onde já se viu? Que falta de coerência! (gargalhadas, mais gargalhadas)  
 
Uma ministra dos direitos humanos emitindo uma Nota Pública contra uma piada e querendo tirar do ar um site de zoação. Chico Buarque mostrando que hoje ele é quem manda, falou tá falado, não tem discussão... No Brasil, os maiores comediantes são aqueles que querem continuar a ser uma piada que se leva a sério.
 
Petistas são ridículos. Só isso a dizer. São ridículos, ridículos.

terça-feira, julho 30, 2013

PROTESTOS, ONTEM E HOJE - EM IMAGENS

A evolução da consciência política do brasileiro no decorrer dos anos...
 
 
Brasil, 1968
 
 
 
Brasil, 1984
 
 
Brasil, 1992
 
 
 
Brasil, 2013



Pois é. O "gigante acordou".
 

segunda-feira, maio 27, 2013

PAUSA PARA RIR

Aí vai um texto humorístico que me mandaram. Ri bastante ao lê-lo. O autor parece uma versão menos endinheirada de Paulo Henrique Amorim ou de Luís Nassif, o tipo de gente que fala "mídia burguesa" ou "PIG (Partido da Imprensa Golpista)". Gente que lê - e leva a sério! - coisas como Caros AmigosCarta Capital

A meu ver, o "gênio" que escreveu o que vai a seguir (em vermelho) deveria estar batendo ponto no Pânico na Band ou no Zorra Total. Tive de fazer um tremendo esforço para parar de rir e escrever meus comentários (em preto). Estou rindo até agora. 
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Dez mentiras que a direita quer tornar verdades

Postado por Juremir em 25 de maio de 2013 - Uncategorized

A direita brasileira é tão bobinha que faz rir.

Sofisma sem o menor constrangimento.

E ainda cita a frase nazista sobre mentiras que se tornam verdades.
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É o que gostaria de fazer.
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Não consegue.
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Gostaria de saber do quê - ou melhor: de quem - o rapaz está falando. Que direita, cara-pálida? O DEM de Afif Domingos, o 39o ministro de Dilma Rousseff? O PP do neocompanheiro e agora lulista desde criancinha Paulo Maluf? O PSDB do estatista José Serra (ex-presidente da UNE em 1964)? Quem sobra? Collor? Bolsonaro? 

Dez mentiras da direita que não emplacam:

1) Capa da Forbes mostra Lula como bilionário.

Era uma montagem rastaquera.
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Nem vou me dar ao trabalho de investigar se a capa era uma montagem ou não. A fortuna pessoal de Lula da Silva (que não trabalha desde 1975) é de todos conhecida, e ele mesmo se encarrega de ostentá-la. Assim como a de Lulinha, que multiplicou um salário de 600 reais em 2002 por 10 milhões de reais quatro anos depois. Seria montagem?  

2) Não há liberdade de imprensa na Venezuela.

Os jornais El Nacional e El Universal provam o contrário.

Liberdade de imprensa com jornalistas presos? Com a RCTV obrigada a fechar as portas? Com milícias armadas atacando diariamente jornalistas críticos do governo? Esse pessoal da sinistra tem cada idéia esquisita...

3) Cristina Kirchner quer calar o Clarín

O Clarín tem mais de 200 concessões de televisão. A lei dos meios, inspirada na lei americana, quer evitar a concentração de mídia.

É exatamente por isso que a Rainha Louca quer calar o maior órgão de imprensa do país: porque ela não aceita concorrência. A "lei dos meios" é inspirada na Venezuela chavista, não nos EUA. Agora, dizer que uma lei criada para inibir a liberdade de expressão quer "evitar concentração de mídia" só pode ser piada... 

4) Os dois lados precisam ser investigados pela Comissão da Verdade.

Um lado, o dos que resistiram à ditadura, foi investigado pela justiça militar do regime, submetido a processo, condenado, preso, torturado, morto, exilado.

Nem todos que "resistiram à ditadura" foram investigados, muito menos processados, condenados ou torturados. E, mesmo assim, os que foram tiveram os processos extintos pela Lei de Anistia (a mesma que a esquerda quer revogar).

A história dos processos e condenações dos resistentes está em documentos, livros, depoimentos, relatos, reportagens, etc.

O mesmo para os crimes da esquerda armada. Preciso citar?

Por que o lado dos resistentes deveria ser condenado duas vezes?

Adoro esses eufemismos que a esquerda usa: "resistentes" em vez de terroristas, por exemplo... O rapaz já ouviu falar numa tal Lei da Anistia? Ela extinguiu todas as condenações. Por esse motivo a "Comissão da Verdade" não poderá condenar ninguém (apesar do que dizem alguns de seus integrantes, que mostram assim desconhecer a própria lei que criou a comissão). Pelo visto a simples memória de fatos inconvenientes para a esquerda, como os atos terroristas, seria uma forma de condenação pela História. Não deixa de ser verdade.  

Os torturadores é que nunca foram investigados nem condenados.

Nem é para isso que se propõe a tal "Comissão da Verdade". Veja o parágrafo anterior. E, mesmo que fosse: isso justificaria o silêncio sobre os crimes da esquerda?

5) O Brasil estava à beira do comunismo em 1964.

Trata-se de uma tese sem fundamentação histórica.

Alguém está precisando de uma pequena lição de História. Aí vai um pouquinho de fundamentação histórica (pus algumas partes em negrito para ajudar na compreensão):

"Tornou-se corrente na literatura acadêmica a assertiva de que, no pré-64, inexistiu verdadeira ameaça à classe dominante brasileira e ao imperialismo. Os golpistas teriam usado a ameaça apenas aparente como pretexto a fim de implantar um governo forte e modernizador.

A meu ver, trata-se de conclusão positivista superficial derivada de visão estática das coisas. Segundo penso, o período 1960-1964 marca o ponto mais alto das lutas dos trabalhadores brasileiros neste século, até agora. O auge da luta de classes, em que se pôs em xeque a estabilidade institucional da ordem burguesa sob os aspectos do direito de propriedade e da força coercitiva do EstadoNos primeiros meses de 1964, esboçou-se uma situação pré-revolucionária e o golpe direitista se definiu, por isso mesmo, pelo caráter contra-revolucionário preventivo. A classe dominante e o imperialismo tinham sobradas razões para agir antes que o caldo entornasse." - Jacob Gorender, Combate nas trevas (5a edição, São Paulo: Ática, 1998, páginas 72-73).

Então, alguma dúvida?

A propósito, Jacob Gorender, como se percebe pelos termos empregados acima, é comunista de carteirinha.

6) O bolsa-família torna as pessoas preguiçosas e dependentes.

Um milhão e seiscentos mil beneficiados saíram espontaneamente do sistema.

E quantos são os estado-dependentes, digo os "beneficiados" pelo Bolsa-Cabresto, cujos números não param de aumentar? Deixa pra lá.

Vejamos o que o próprio auto-proclamado pai dos pobres e criador do Bolsa-Esmola falava sobre iniciativas assistencialistas do tipo, antes de chegar ao poder:



Não sei quanto ao tal Juremir, mas eu concordo plenamente com o que Lula diz no vídeo acima.

7) Alunos cotistas não conseguem acompanhar o ritmo dos outros.

A média dos cotistas, numa escala comprimida, é 5.4, a dos não cotistas, 6.0. Uma diferença mínima, estatisticamente irrelevante.

Que curioso. É a primeira vez que vejo alguém dizer que uma estatística que prova o contrário do que se afirma é irrelevante. Se os números fossem o inverso, ou seja, cotistas com média ligeiramente superior aos não-cotistas, será que seriam "estatisticamente irrelevantes"? Acho que não.

8) Não havia corrupção no regime militar.

O historiador Carlos Fico e muitos outros mostram o tamanho da corrupção ao longo da ditadura. Só não se podia falar sobre ela nos jornais.

Gostaria que o Juremir citasse um único autor de direita, de esquerda ou de centro que diz não ter havido corrupção no regime militar... De minha parte, acredito que houve sim corrupção, principalmente na fase final, nos governos Geisel e Figueiredo. Mas duvido que os militares chegaram perto da malandragem dos petralhas, com seus mensalões e rosemarys. Até porque não precisavam, por exemplo, comprar o Congresso, que já estava sob controle devido às leis de exceção.

By the way, Carlos Fico é o mesmo historiador que desde 2010 luta na Justiça para ter acesso aos prontuários de Dilma Vana Rousseff no DOPS. O governo vem tentando a todo custo impedir que essa documentação seja divulgada. É esse o tal "direito á memória e à verdade" de que falam por aí?

E só para reforçar o que eu já disse: eu quero mais é que o regime militar se dane. Até porque não sou adepto do espiritismo para querer a sua volta. Quero apenas que a verdade histórica sobre o período venha à tona - TODA a verdade, e não só a metade que convém dizer. Fui claro?

9) Jango foi um presidente fraco.

Jango foi um visionário que se dispôs a antecipar reformas que teriam melhorado tanto o Brasil que os conservadores trataram de derrubá-lo.

O "visionário" Jango é assim descrito pelos próprios esquerdistas: "covarde, traidor" (Leonel Brizola); "frouxo" (Darcy Ribeiro); "despreparado" (Elio Gaspari). É pouco ou quer mais?

Quanto às "reformas que teriam melhorado o Brasil", várias delas foram encampadas pelos "conservadores". Um exemplo: o Estatuto da Terra, criado em 1964 pelo governo Castello Branco, que tratou de implementar a proposta original de reforma agrária janguista. Outro exemplo: o Mobral, que nada mais foi do que o método Paulo Freire sem a ideologia marxista.

10) O Estado mínimo produz o máximo de benefícios e não existe a divisão esquerda/direita.
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Paul Krugman, prêmio Nobel de economia, tem surrado os que acham, por ignorância ou ideologia, que a crise de 2008 nada tem a ver com Estado mínimo e com neoliberalismo.
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“EXAME - Os defensores do Estado mínimo não estão agora na defensiva?
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Paul Krugman – Claramente estão. É preciso muita ginástica intelectual para defender que o livre mercado estabiliza a si mesmo. Muitos economistas até criaram explicações para que as persistentes e elevadas taxas de desemprego não sejam mais consideradas deficiência do mercado. Mas certamente esse não é um ambiente muito amistoso a quem defenda o rigoroso funcionamento do livre mercado.”

Não saber diferenciar opinião de fato é típico de mentes débeis. Krugman expôs uma opinião - nesse caso, contrária ao liberalismo e a favor da intervenção estatal (nota: os militares brasileiros de 1964 também eram intervencionistas e estatistas; fim da nota). A superioridade do livre mercado sobre o dirigismo estatal, por sua vez, é um fato. Basta ver os países mais bem-sucedidos economicamente (dou o exemplo mais óbvio: EUA). E se for para ficar no argumento da autoridade, prefiro a opinião de um outro Nobel de Economia, Friedrich Hayek, que passou a vida toda surrando os devotos do Estado-empresário (recomendo O Caminho da Servidão, cujo título já diz tudo).
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A crise de 2008 enterrou essa vulgata de manual do neoliberalismo. A ideia de que não existem mais esquerda e direita é uma ideia de direita.
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A idéia de que a crise de 2008 "enterrou" o "neoliberalismo" é uma piada inventada pelos mesmos idiotas que inventaram esse tal "neoliberalismo".  Trata-se de uma ladainha que se repete pelo menos desde 1929 (na época se anunciou o "fim do capitalismo"... pois é). Nem para repetir a si mesmos os inimigos do capitalismo conseguem ser originais. Pudera: para ser original é preciso ter honestidade e inteligência.
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De toda essa lenga-lenga aí em cima, concordo somente com uma coisa: esquerda e direita não deixaram de existir. Aí está o Brasil, onde a esquerda é hegemônica há décadas e a direita é inexistente, para provar. Aliás, essa é  uma das causas do país ser o que é.
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Chega, né? Tenho mais o que vou fazer do que dar atenção ao Juremir. Melhor  ler alguma coisa que valha a pena.  

quarta-feira, fevereiro 27, 2013

EM DEFESA DA PIADA

 


Li há pouco na internet um texto de um humorista, ou, melhor dizendo, ex-humorista – e acredito que o que vem a seguir deixa claro por que ele, em minha opinião, abandonou o humorismo –, queixando-se de alguns colegas de profissão. Segundo o autor do texto, o humor brasileiro enveredou por um caminho de deboche e ofensa gratuita contra grupos sociais específicos, esbaldando-se em piadas de gosto duvidoso e abusando de estereótipos, como a "loira burra", o "gay travesti", o "português idiota" etc. Ele critica comediantes da nova safra do humor nacional, como Danilo Gentilli, por piadas supostamente sexistas e racistas sobre negros ("macacos"), judeus etc. No final, há um link para um documentário estrelado, entre outros, pelo deputado-BBB Jean Wyllys, figura de proa do "movimento gay" no Brasil, "denunciando" (o tom é de denúncia) os comediantes por fazerem piadas consideradas "homofóbicas" etc.
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Isso tem virado uma rotina no Brasil: uma anedota ou um comercial mais ousado fere a sensibilidade de algum militante e este resolve chamar a polícia. É espantoso que um ex-humorista – e aqui espero deixar claro o porquê do "ex" – escreva um longo texto em que pede nada menos do que a criação de um manual de correção política para comediantes!
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Na boa, fico preocupado quando vejo alguém reclamar de uma... piada! Não consigo encontrar outra palavra no dicionário para definir qualquer tentativa de enquadrar o humor em um molde "politicamente correto" do que CENSURA.
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Todo humor é necessariamente anárquico e do contra, não tem nenhuma obrigação de ser "a favor", "do bem" ou de bom gosto, apenas de ser engraçado. Também não tem nenhum dever de ser um tratado sociológico, ou mesmo fiel à realidade. Pode ser, inclusive, preconceituoso. Realismo é para cientistas. E bom gosto é para socialites.
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Se uma piada ofende as suscetibilidades de quem quer que seja (gays, loiras, feministas, militantes negros, judeus, portugueses etc.), o problema está com quem se sente  “ofendido”, e não com a piada. Nesse caso, os “ofendidos” têm a liberdade de não assistirem ao show do humorista. Ou, então, que respondam na mesma moeda, fazendo piadas com machistas, racistas etc. E vamos rir todos juntos!
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Piada é piada, não manifesto político-partidário. No momento em que um humorista, ou suposto humorista, adota uma agenda política e passa a se censurar, aceitando limites ditados não pelo humor, mas pelas conveniências de "movimentos", deixa de ser humorista. Vira militante. E todo militante é um chato que merece ser ridicularizado.
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E não pensem que tudo isso se limita às piadas ou à publicidade. Até na Literatura (com L maiúsculo), os novos censores e paladinos da moral e dos bons costumes já se imiscuíram. Há algum tempo, um burocrata ocioso incrustado em algum departamento improdutivo do MEC lulopetista entrou com um processo para censurar ninguém menos do que Monteiro Lobato, tentanto extirpar de sua obra genial passagens consideradas "racistas". Daqui a pouco vão querer censurar Shakespeare por antissemitismo, Voltaire por antiislamismo e a Bíblia por homofobia. Provavelmente, é isso mesmo que querem.
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Pessoas que não têm humor e que se levam demasiadamente a sério, além de insuportavelmente aborrecidas, são burras e autoritárias. Não se contentam em impor limites e regras para o que deve e não ser dito. São contra o próprio humor, a forma mais livre e subversiva de crítica. São contra a critica, enfim o próprio pensamento livre. O riso é a maior arma contra o autoritarismo. Não por acaso, ditaduras odeiam o humor.
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Ninguém, nenhum comportamento humano está acima da chacota, e isso é ótimo! Se é pra fazer piada com poderosos e que podem se defender, então ainda espero ver alguém fazer piada com o Islã e com Maomé. As com a Igreja, de tão repetitivas, já perderam a graça. O riso não tem agenda política nem ideologia.
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Só não aceito um tipo de piada: a que não é engraçada. E isso não vai ser uma feminista de cara amuada ou um sindicalista do gayzismo que vão determinar. Humor é liberdade. O resto é discurso ideológico de minorias afetadas e que não sabem rir. Principalmente de si mesmas. No país da piada feita, motivos para isso não faltam.