Como acontece com quase todo mundo, chega um momento em que me canso de falar em política. Nessas horas, vou à estante e pego aleatoriamente um livro, sem qualquer relação com o assunto. Em geral, um romance ou uma reportagem, ou um livro de História. Mas não tem jeito. Não dá pra fugir da realidade. Por mais que tentemos dela escapar, ela sempre nos puxa de volta, como um buraco negro, engolindo tudo em sua volta.
Descobri a inutilidade desse meu esforço de passar pelo menos umas horas sem pensar em Lula, PT, mensalão, Foro de São Paulo e, agora, cartões corporativos quando comecei a folhear um livro da escritora de romances policiais Patricia Cornwell, "Retrato de um Assassino - Jack, O Estripador: Caso Encerrado", que, como diz o título, trata dos crimes do famoso serial killer inglês do final do século XIX. A certa altura, nas páginas 35 e 36, a autora se debruça sobre o conceito clínico de psicopatia. Entre outras coisas, ela diz o seguinte:
"(...) O conceito de que é errado roubar, violentar, atacar, mentir ou fazer qualquer outra coisa que degrade, defraude o outro ou o prive de suas características humanas não é assimilado pelo psicopata.
(...) os psicopatas não exibem emoções humanas normais e constituem uma pequena porcentagem da população que é responsável por uma alta porcentagem dos crimes. São pessoas extraordinariamente astutas que levam uma vida dupla. Os que lhes são próximos geralmente não têm idéia de que por trás da máscara de simpatia existe um monstro que só se revela - como o Estripador - um pouco antes de atacar.
O psicopata é incapaz de amar. Quando demonstra o que parece remorso, tristeza ou pesar, está manipulando, e a expressão dessas emoções se origina de suas próprias necessidades e não de consideração autêntica por outra criatura. Ele costuma ser atraente, carismático e de inteligência acima da média. Embora seja dado a impulsos, é organizado no planejamento e na execução de seus crimes. Não há cura. Não se pode reabilitá-lo nem 'preservá-lo da desventura criminosa' (...)".
Vocês já devem ter percebido. Ao ler as definições acima, é impossível não remeter ao que está acontecendo no Brasil de hoje. É impossível não pensar em Lula e nos petistas. As palavras de Patricia Cornwell num livro sobre Jack, o Estripador parecem ajustar-se perfeitamente à definição dos que ora nos governam.
Antes que alguém me acuse, não é minha intenção demonizar os companheiros lulistas. Mesmo se eu quisesse, não poderia demonizá-los, pois os fatos falam por si mesmos. Como diz o Reinaldo Azevedo, não se trata de demonizar os petralhas, mas de denunciá-los. E denunciá-los, convenhamos, é inseparável de algumas conclusões a respeito deles. Tomemos as denúncias de corrupção contra o governo. Quem pode dizer que a ausência de qualquer sentimento de remorso, a atrofia completa de qualquer senso de moral, que caracterizam os psicopatas, se encaixam perfeitamente na forma de os petistas lidarem com o assunto? Diante do último escândalo envolvendo os lulo-petistas, o dos cartões corporativos, o que faz o governo? Reconhece o crime, pune os culpados, pede perdão pelo delito cometido? Não: tenta atirar lama nos que o acusam, querendo com isso fazer com que todos relevem sua ladroagem. Alguém viu, até agora, um membro do alto escalão do governo, ou mesmo do baixo escalão, admitir publicamente que, sim, roubou, e que roubar é errado, é um crime e deve ser punido como tal? Em entrevista às páginas amarelas da Veja desta semana, o secretário-geral do PT, o deputado federal José Eduardo Cardozo, reconhece que o mensalão existiu. É um passo importante, sem dúvida, por destoar do que insistem em dizer os petralhas e seus amigos na imprensa. Mas o que Cardozo diz em seguida? Que houve "equívocos" de "alguns dirigentes", que se deixaram levar por "um pragmatismo equivocado", esquecendo-se do que era o partido original, e que "a questão ética é indispensável na construção de nossas bandeiras". Que questão ética, deputado? Que bandeiras? Fica parecendo que o partido tinha um "patrimônio ético" que se perdeu. O PT nunca teve patrimônio ético, tinha apenas um discurso moralista fajuto para justificar sua própria roubalheira em nome do poder, ou do socialismo, ou do que quer que seja. A raiz da corrupção petista não está num suposto "desvio de rota" da pureza do partido original, como se este fosse um clube de santos que se perderam, mas em sua própria essência original totalitária. Os arquitetos do mensalão e de outras cafajestadas, os Delúbios, os Silvinhos podem tranqüilamente dizer-se fiéis operadores a serviço da causa original petista. Seu "erro", seu "pecado", não foi terem coordenado a roubalheira: foi terem sido apanhados.
Outro exemplo: a memória dos "anos de chumbo" da ditadura militar no Brasil. A ninguém escapa o fato de que as esquerdas dela se apropriaram totalmente. Impera, nesse assunto, o maniqueísmo puro e simples. Apenas um lado, o das esquerdas, é mostrado: o lado em que elas aparecem sempre como vítimas da repressão, da censura, da tortura, dos assassinatos, dos desaparecimentos. Silencia-se completamente sobre a violência das guerrilhas, que incluiu assaltos, seqüestros e assassinatos, ou então busca-se mesmo justificar tais atos como uma forma de resistência contra a opressão e de luta pela democracia. Uma falsidade total, pois o que a esquerda armada queria não era instaurar a democracia, mas impor uma ditadura comunista. No entanto, os remanescentes dessa época, os Zé Dirceus, os Franklin Martins, as Dilmas Rousseffs, os Genoínos apresentam-se e são apresentados como devotados democratas. Considera-se crime somente o que é cometido contra as esquerdas, nunca por elas. Se os esquerdistas roubam, mentem, matam ou seqüestram, é por uma boa causa, ou então não passa de intriga da direita. Do mesmo modo, somente as ditaduras de direita estão sujeitas à obrigação moral de respeitar os direitos humanos.
Em psiquiatria, diz-se que psicopata é uma pessoa sem inibições morais, carente de remorso e arrependimento. Para um esquerdista, assim como para um serial killer, seus crimes não são crimes. Pelo contrário: são mesmo motivo de orgulho ou, quando muito, um mal necessário, um meio para atingir um fim. O esquerdismo é uma psicopatia, uma perversão moral, uma doença do espírito.
As características elencadas por Patricia Cornwell para definir a mente psicopática servem à perfeição para classificar os que nos governam atualmente. Assim como Jack, o Estripador e outros criminosos seriais, os atuais ocupantes do poder no Brasil se guiam pela astúcia infinita, pela duplicidade moral e pela manipulação mental. E, assim como ocorria com o assassino de prostitutas do East End londrino, a psicopatia esquerdista não tem cura. Jack, o Estripador jamais foi pego por seus crimes. Será que o mesmo ocorrerá com os lulo-petistas?
Um comentário:
O assunto da psicopatia me interessa muito, e eu gostaria de saber ... um psicopata pode chorar, sem falsidade ou sem alguma intenção ? Ele pode realmente chorar por algo ? Por favor, se alguém quiser discutir esse assunto, me mande um email: vontadedeajudar@yahoo.com.br
Obrigado.
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