domingo, março 02, 2008

Resposta a um leitor "viajante"...

Confesso que alguns comentários sobre meus textos neste blog me deixam meio desnorteado. Não pelos insultos e ofensas pessoais, às vezes recheados de cabeludíssimos palavrões, que vez ou outra são vomitados contra este que escreve estas linhas pelos militantes da Al Qaeda eletrônica. Nem pelo nível em geral pedestre dos argumentos contrários que alguns apresentam - exceção que faço ao Pablo Capistrano, com quem venho mantendo um debate estimulante nos últimos dias sobre a questão de Cuba, com argumentos racionais e alto nível intelectual -, mas pela lógica, digamos, pouco ortodoxa de seus autores. É o caso de um comentário - longuíssimo, aliás - que recebi no dia 29/02, às 19h45, de alguém que assina Luiz Maurício, a propósito de meu texto "Fidel, o discurso isentista e a filosofia dos eunucos morais" (o post, que transcrevo aqui na íntegra, está em vermelho a seguir).

Já na primeira frase, Luiz Maurício me surpreende com uma afirmação peremptória: "A Polêmica gerada por uma pessoa que se auto-denomina polêmico é no mínimo duvidosa". Por que seria? Luiz Maurício não explica. Aliás, essa é uma constante em todo o seu post: ele faz uma afirmação definitiva, mas não a justifica, não com argumentos. Quando ele se refere à minha discussão com outro leitor, que se apresentava como João, sobre o mesmo assunto (ver meu post "Resposta ao leitor"), ele diz:

Tanto o autor deste blog quanto o senhor João são pessoas afetadas. Um por defender a direita Veja e o outro por defender a esquerda Carta Capital. Ambas as revistas (e eu repito ambas) possuem um jornalismo fraco e irregular. Para estar por dentro do assunto que discutem, resolvi ler a matéria sobre Fidel Castro das duas revistas. A Veja defende uma direita neoliberal e a Carta Capital uma esquerda de centro, mas acabam por convergir num jornalismo precário, de matérias fracas e pouco elucidativo. O capitalismo sempre aparece transvestido (sic) de “liberdade” e o socialismo sempre aparece transvestido (sic) de “igualdade”, mas pecam por serem ilusões oferecidas a sociedade. Não gosto do Mino Carta, Diretor de Redação da Carta Capital, assim como não gosto do Roberto Civita, Presidente e Editor da Veja. Considero-os tendenciosos e de opiniões por demais inconseqüentes. Não comento a revista Época, primeiro porque não a li e depois por não me interessar a sua neutralidade. Feito a presente introdução vamos as análises pertinentes de cada revista:

Trocando em miúdos: ele me chama de afetado por elogiar a Veja, fala das revistas, mas não justifica nenhuma de suas afirmações. Não explicou por que acha que elas possuiriam um "jornalismo fraco e irregular". Critica a Veja por ser "de direita" e a Carta Capital por ser "de esquerda", mas não explica por que afirma que estas praticariam "um jornalismo precário, de matérias fracas e pouco elucidativo" (no caso da Carta Capital, aliás, estou de total acordo). Enfim, usa e abusa de adjetivos para não dizer absolutamente nada.

Mas deixemos que ele fale:

A Veja utiliza cada página que pode da revista para agradecer o fim do regime do Fidel, algo que considero altamente desnecessário.

Primeiro, o regime de Fidel Castro não chegou ao fim (o que é uma pena). Fidel renunciou a cargos formais que tinha, como a presidência, mas mantém o de secretário-geral do Partido Comunista (ou seja: continua mandando as cartas na ilha). Segundo, por que o fim dessa ditadura seria algo desnecessário? Nosso amigo parece desinformado sobre o que aconteceu na ilha, o que não me surpreende. E, mais uma vez, fica nos devendo uma explicação.

Quando realmente chega a matéria principal, [a revista] peca pela escolha do jornalista Diogo Schelp, que confunde a defesa de um ponto de vista da revista com o direito de falar qualquer besteira que ele quer. Pouco me interessa se ele pensa que o Fidel é um farsante, tirano e assassino.

Velho método de atacar o mensageiro, e não a mensagem. O que me importa se o fulano não gosta do autor da matéria na revista? Que refute seus pontos de vista, se não concorda com eles. Se não o faz, então tudo o que diz é argumento ad hominem, ou seja, não passa de uma impressão subjetiva, na linha "não gosto de fulano", e ponto final. Mas em vez disso o sujeito prefere dizer que pouco lhe interessa o que o autor do artigo pensa sobre o farsante, tirano e assassino Fidel Castro, apenas para comentar o texto em seguida, o que é no mínimo uma contradição.

Utilizar termos como subversão e dizer que Fidel “vive como um cônsul romano” (p.70) são puras alegorias da cabeça dele.

Mais uma vez, uma afirmação sem justificação. Por que seria uma alegoria? De fato, concordo com a afirmação de que o tirano cubano não vive como um cônsul romano. Os cônsules romanos eram agentes do Império. Funcionários subalternos, portanto. Ao contrário de Fidel, que há 49 anos manda e desmanda em sua ilha particular como bem quer. É mais apropriado dizer que ele governa sua ilha-prisão como um imperador romano, ou como um faraó egípcio. Em outras palavras, um verdadeiro deus - inclusive com sacerdotes e devotos, entre nós.

Fora que a História (essa com H maiúscula) não é escolha deste jornalista, e se Fidel será ou não absolvido pela História não cabe a ele decidir.

De fato, não cabe a esse ou aquele jornalista dizer se Fidel será ou não absolvido pela História - com H maiúsculo. Esta já o condenou faz tempo, na forma dos milhões de refugiados e da calamidade que ele impôs a Cuba.

Por acaso o termo “céu dos comunistas” (p. 71) é alguma piada? Na minha opinião uma total falta de profissionalismo. Que entende ele [Diogo Schelp] de comunismo? Que sabe ele sobre Marx? Já por acaso tocou num livro deste autor? Pelas coisas que disse tal jornalista, eu duvido...

Pelo visto, o rapaz é um especialista em marxismo. Nesse caso, seria interessante que ele desse uma olhada no meu texto "Conhecendo o Velho", neste blog. Tenho certeza de que ele vai se divertir bastante com as afirmações de Marx sobre os "povos inferiores"...

Respondam-me aqueles que entendem do assunto: o que interessa o termo PIB e renda per capita num país socialista? Se a economia é planificada, pra que salários altos? Toda esta crítica feita pelo senhor Schelp não tem o menor cabimento em Cuba.

Que maravilha! Acabamos de aprender que coisas como PIB, renda per capita e salários altos não valem nada em economias planificadas como a cubana, que certamente se guia por outros indicadores - o nível de pobreza generalizada da população ou a falta da liberdades, quem sabe. Trata-se de uma revelação, sem dúvida. Significa que toda a torrente de estatísticas que os regimes marxistas sempre adoraram despejar para "provar" que suas economias eram superiores às dos países capitalistas não valem um tostão furado, como realmente não valiam.

O que pude perceber é que na defesa da liberdade, tal jornalista peca por não permitir a liberdade de escolha de um país seguir um outro regime que não seja o capitalismo. Que liberdade é esta que tanto fala? Ora, dizer que o regime castrista matou pessoas é uma verdade, outra é não permitir que os cubanos sejam socialistas.

Não é uma graça? O que o sujeito está dizendo é o seguinte: o fato de Cuba ser uma ditadura totalitária há 49 anos, com partido único, sem eleições livres e centenas de presos políticos, decorre única e exclusivamente da própria vontade do povo cubano! Sim, isso mesmo, vocês leram certo: se o país é hoje uma ruína miserável, sem liberdade de expressão nem qualquer outra liberdade, se não é permitido ao povo dizer o que pensa e manifestar-se livremente, e inclusive sair do país se o desejar, isso é porque os cubanos querem! É porque eles gostam de "viver" assim! É preciso, segundo esse raciocínio, resguardar a "liberdade de escolha" de um país em que há quase meio século se aboliu a liberdade de escolha para seu povo (!). Do mesmo modo, poder-se-ia dizer que seria preciso defender o "direito" de os alemães viverem sob o nazismo ou de os cambojanos serem trucidados pelo regime do Khmer Vermelho. Enfim, os cubanos, de acordo com nosso amigo, devem ser masoquistas, no mínimo. Não é uma beleza?

Mas a maior baixeza não veio de Schelp, mas sim do artigo inserido na matéria e assinado por Reinaldo Azevedo. Uma total falta de respeito do senhor Azevedo com Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Frei Betto. Chamar o Chico de “um talentoso idiota moral” (p.78) foi a gota d’ água. O grande ponto alto da revista Veja foi a conversa com o cubano Héctor Palacios Ruiz, que soube falar de forma franca e respeitosa sobre um regime que não concorda.

Ai, ai. Esses tocadores de tuba de Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Frei Betto... Eles me dão vontade de chorar de rir. O sujeito se morde de indignação pela "falta de respeito" do Reinaldo Azevedo com a sagrada trindade da idiotice esquerdóide nacional, vejam só. Quanto à múmia paralítica Oscar Niemeyer e ao padreco de passeata "Frei" Betto, não vou nem falar, já tratei deles antes aqui neste blog, mais até do que eles merecem. Já quanto ao bardo Chico Buarque, vou dizer apenas que gosto de suas músicas, principalmente de "Apesar de Você", cuja letra até reproduzi em outro post meu aqui, pois se aplica à perfeição à realidade de um certo país do Caribe, dominado há quase cinco décadas por um tirano homicida e mentiroso que ele sempre idolatrou... É preciso ter em mente que talento artístico - sem falar na capacidade de seduzir moçoilas e destruir casamentos no Leblon - não é um álibi para justificar posições favoráveis ao totalitarismo. Toda vez que defende Fidel Castro, nosso Chico justifica plenamente a alcunha de talentoso idiota moral. Mas sempre vai aparecer algum bocó para defender o ídolo, assim como ocorre com o "gênio" oficial Oscar Niemeyer, que acredita que sua idade avançada lhe dá o direito de repetir velhos chavões cretinos comunistas e defender o indefensável. Reinaldo Azevedo escreveu no blog dele que falar mal de Deus, no Brasil, pode, mas de Chico, não. Deve ser uma questão de hierarquia, disse.

A Carta Capital, apesar das acusações do autor deste blog, fez o mesmo tipo de jornalismo da Veja, mas evitou os ataques e opiniões pessoais do jornalista encarregado da matéria. Não perdeu com isto o ponto de vista da revista que é a defesa do regime cubano. A revista foi um pouco relevante quanto as mortes do regime, mas teve como ponto alto a conversa com Tariq Ali, que demonstra os pontos altos e baixos do regime cubano.

Dizer que o "ponto alto" de uma publicação é uma entrevista com o perfeito idiota paquistanês Tariq Ali só pode ser algum tipo de piada de mau gosto. Ali não é apenas um dos, vá lá, "intelectuais" mais desonestos da atualidade, é um militante de causas antiamericanas e totalitárias, um delinqüente político da mesma estirpe de um Noam Chomsky ou de um Ignácio Ramonet. Para se ter uma idéia do nível do sujeito, ele acabou de escrever um livro, Piratas do Caribe, em que defende que o Coma Andante Fidel e seus cupinchas Chávez, Morales e Corrêa formam um "eixo da esperança" (!) na América Latina contra o "imperialismo ianque", é de lascar... Na entrevista citada, ele não diz outra coisa senão defender que "os exilados de Miami" não voltem a seu país, o que corresponde ao mesmo que alguém se opor, nos anos 70, à volta dos exilados brasileiros - aliás, essa foi também a posição defendida por Lula um dia desses. Como se vê, mais uma vez se confirma o adágio romano, Asinus Asinum Fricat - um jumento se esfrega em outro jumento.

Apesar dos problemas do presidente Lula, com uma frase dele eu devo concordar: “Esse negócio de a gente ficar aqui do Brasil dizendo que bom é assim ou assado, vamos deixar que os cubanos cuidem do que eles querem para a política e vamos cuidar do que queremos para o Brasil. O que complica é quando cada um começa a dar palpite nas coisas dos outros. Aí pode dar conflito. Os cubanos têm maturidade para resolver todos os problemas, sem precisar de ingerência brasileira ou americana” (Caderno especial do jornal O Globo: “O Comandante Sai de Cena” de 20 de fevereiro de 2008, p.5). Lula está certo: os cubanos têm maturidade para decidirem seu próprio caminho. Assim como também diz o escritor Pio E. Serrano, exilado cubano desde 1974: “Reconduzir o país não é direito dos exilados”, “Esse papel quem deve desenvolver são os cubanos que se mantiveram em Cuba. Os exilados não têm esse direito”. (mesmo Caderno citado acima, p.8). Quem disse que o melhor caminho para Cuba é a democracia e a economia de mercado? Platão, o grande filósofo grego do século IV a.C., desconfiava abertamente da democracia como sendo o melhor regime. Ele tinha duras críticas à democracia e defendia um governo de filósofos. Não quero aqui implantar o governo de Platão em Cuba, mas defendo que se Cuba assim o quiser deverá continuar sendo Socialista.

Que beleza... O sujeito cita o Apedeuta para justificar a continuidade de uma ditadura que não dá o menor direito de escolha aos cubanos, pois afirma que isso deve ser algo decidido pelos próprios cubanos, enfim... Uma pérola de lógica, que só poderia ter saído mesmo da boca do Grande Molusco. É o mesmo que esperar que os próprios alemães se livrassem do nazismo, ou que a tarefa de se livrar da tirania de Saddam Hussein fosse dos próprios iraquianos, como se na Alemanha de Hitler ou no Iraque de Saddam - e na Cuba de Fidel e de seu irmão Raúl - o povo fosse realmente livre para decidir alguma coisa sobre seu futuro. Ora, foi justamente isso - a liberdade de escolha - que foi arrancado dos cubanos há 49 anos pela ditadura de Fidel Castro! A mesma ditadura que o companheiro Lula da Silva acha que devemos manter sossegada, pois afinal não devemos "dar pitaco no governo dos outros"... Há um jeito muito simples de saber se os cubanos querem ou não permanecer sob uma ditadura socialista: basta Fidel, ou a direção do Partido-Estado, convocar um plebiscito, como é há anos pedido pela oposição, para decidir se o país deve ou não ter partidos livres para disputar as eleições. Ah, mas eu me esqueci: nosso amigo aí em cima acredita que a democracia e a economia de mercado não são necessariamente os melhores caminhos para Cuba. Deve crer que ausência de liberdade de pensamento e fuzilamentos de opositores não é problema da humanidade, afinal...

Fidel tinha um ideal de um mundo melhor. Não se pode dizer que sua ideologia deu totalmente certo, mas devemos louvar o ideal de um mundo melhor, por que não? Platão foi um dos maiores idealistas e acreditava no Bem como a idéia de maior valor. Em sua obra A República criou aquela que seria a polis ideal, pensando numa revitalização de seus cidadãos de uma Atenas em plena decadência política.

Que bonito, deu até vontade de chorar... Fidel, o idealista. Fidel, o revolucionário romântico. É incrível como ainda há gente que acredita piamente nessa balela. Pena que, como nosso amigo diz, esse seu ideal não "deu totalmente certo", né? Imagine se tivesse dado. Ora, ora, só porque o Coma Andante transformou um país que era um dos mais prósperos na América Latina numa ditadura cujo nível de vida só ganha hoje, na região, para o Haiti? Só porque seu regime, em nome da, sei lá, igualdade, ou do que quer que seja, produziu uma tirania totalitária em que uma pequena casta burocrática privilegiada desfruta das delícias do poder, enquanto o povo vive na penúria total e sem qualquer perspectiva de uma vida melhor, buscando no mar a liberdade e esperança perdidas? Ah, esses críticos de Fidel, que malvados... Deveriam olhar para Platão, ou, quem sabe, um outro defensor da igualdade entre os homens, em que Fidel certamente se inspirou para impor seu regime, como Stálin ou Mao Tsé-tung...

Ser “do contra” não é só dizer não acreditar em Deus, dizer ter opiniões fortes ou se auto-denominar polêmico (termo este que vem do grego polemikos – que quer dizer hostil, disposto à guerra, bélico). Ser “do contra” já se auto admite como a favor de algo. Ser “do contra” como se diz o autor deste blog com todo orgulho é ser totalmente a favor de um outro lado que ele considera obviamente melhor. Ouçamos, portanto, a voz da verdade deste cidadão. Verdade unicamente dele que ele pensa ser a melhor para todos nós, sem dar direito de escolha para os demais. Pois na defesa que ele faz da liberdade ele esquece de permitir que outros tenham o direito de ter outros pensamentos e escolhas políticas e ideológicas diferentes.
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Eu até poderia responder ao cidadão acima por que escolhi esse nome, "Do Contra", para o blog, mas, francamente, depois do que ele disse, e inclusive dessa "aula de etimologia grega" que ele nos brindou, acho que não vale a pena. Não vale a pena comentar uma opinião de quem acredita saber até se o nome do blog é ou não apropriado. Vou me concentrar apenas numa outra afirmação injustificada que ele faz, quando diz que eu penso que a verdade que eu aqui defendo "é a melhor para todos nós, sem dar o direito de escolha para os demais". Primeiro, não penso que os princípios que eu defendo neste blog - a liberdade de pensamento, a democracia, a recusa a qualquer ideologia totalitária - interesse a todo mundo. Ao cidadão que me escreveu, certamente não interessa, como visto por seus elogios à ditadura de Fidel Castro. Segundo, e principalmente, esses mesmos princípios que eu defendo e que ele despreza me impedem de querer impedir, como ele afirma, outras pessoas "de ter outros pensamentos e escolhas políticas e ideológicas diferentes". É essa mesma liberdade de pensamento e de divergir ideologicamente que defendo para Cuba, na forma de eleições livres e fim da censura, para começar. Ou seja: exatamente o oposto do que nosso amigo chama de "direito de escolha" dos cubanos de viverem sob a tirania mais antiga do mundo.

São textos "viajantes" e descabelados como o do cidadão acima que me convencem a continuar denunciando a tirania de Fidel Castro e seus defensores e simpatizantes. Não apenas porque estes costumam agredir a verdade mais elementar e a História - afirmando, por exemplo, que o povo cubano é livre para escolher continuar sob a ditadura castrista - para tentar impingir-nos seus pontos de vista. Mas também porque cometem verdadeiros atentados contra a lógica. Comprovam, assim, que a defesa de tiranias e o bom senso, definitivamente, não combinam.

3 comentários:

Stefano di Pastena disse...

Esse tipo de petralha é o pior, para mim: O Ignorante Soberbo...Só porque decorou um pouquinho melhor o besteirol esquerdoso, esse papagaio semi-analfabeto se acha inteligente...Ô raça xexelenta!

Anônimo disse...

Boa resposta, Gustavo! Mas há uma pequena contradição nela. Quando você diz: “É o mesmo que esperar que os próprios alemães se livrassem do nazismo”. Afinal, o nazismo teve forte apoio da população alemã. Era escolha unicamente dela seguir o nazismo ou não segui-lo, e eles preferiram seguir o regime nazista e apoiar Hitler. Os alemãs poderiam se livrar do Nazismo, mas não quiseram.

Anônimo disse...

Gustavo,

Demorei a responder, mas é porque não tenho muito tempo de visitar o teu blog. Afazeres do mundo real me impedem de me conectar ao mundo virtual. Antes de tudo quero deixar bem claro para o Stefano que não sou de esquerda. Portanto, o comentário desagradável que ele fez sobre mim, não se encaixa. Depois eu não sabia que você tinha um mascote. Só falta ele abanar o rabo, concordando com tudo que você fala (ou será que ele já abana?). Agora indo direto a resposta da resposta:

Eu já esperava que tua resposta fosse dessa maneira. Cheia de retórica, se aproveitou do meu texto para armar uma grande cena. Começou por recortar o meu texto, sendo desta forma mais fácil desconstruir as minhas idéias levadas pela separação das mesmas. Depois, construiu o teu texto em cima do meu, criando um texto único e só teu. Aproveitou para jogar com a platéia tentando dizer o que eu não disse, ou ridicularizando coisas que eu disse como se fossem absurdas. Aproveitou para pular coisas relevantes que eu disse, talvez por um desconhecimento do assunto ou simplesmente porque não vinha ao caso dizer. Um texto esperto, muito esperto.

Digo que o motivo para eu não concordar com a mensagem do senhor Schelp foi explicado em todo o meu argumento e não preciso fazê-lo novamente. Quanto ao Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Frei Betto, digo que não sou fã ou seguidor de nenhum deles, mas não vejo de bom tom uma revista atacar diretamente uma pessoa com xingamentos explícitos como o senhor Azevedo fez ao utilizar o termo “idiota moral” para se referir a Chico Buarque.

Minha posição é ser contra o terrorismo, e também contra qualquer tipo de guerra. E assim como não concordo com atitudes como “homens-bomba”, também não concordo com ataques americanos a outros países. Sobre o lema de combate ao terror, muitos inocentes são mortos e isso é inegável. Portanto, pessoas como Noam Chomsky, que você inclui entre os delinqüentes políticos, possuem atitude para acusar o terrorismo de Estado, exercido pelos E.U.A. e por Israel.

É certa ingenuidade, Gustavo, pensar que o povo não escolhe aquele que os governa. O poder do povo é muito maior do que o de apenas um. Hitler foi eleito, repito ELEITO. Foi escolhido pela maioria da população alemã. A maioria representa o povo. Talvez você deva ler “O Príncipe” de Maquiavel se ainda não o leu, ou relê-lo se já o fez, pois Maquiavel demonstra claramente que não há governante sem o apoio do povo. Disse ele: “[...] um príncipe deve ter em pouca conta as conspirações enquanto o povo lhe for favorável, mas, quando este se tornar seu inimigo ou lhe tiver ódio, deverá temer todas as coisas e todo mundo”. Demonstra claramente que a minoria não tem vez perante o poder da maioria. Achar que a falta de liberdade dos cidadãos de Cuba impede que eles demonstrem a sua insatisfação, ou achar que a população alemã não queria o nazismo é pura inocência. O povo sabe o que quer e sabe lutar pelo que quer. A liberdade pode ser suprimida pelo poder, mas o poder sempre estará com o povo e não o contrário. Se há uma parcela de insatisfeitos (como há em qualquer lugar), esta parcela não representa o povo em sua maioria. Você pode ler “O Contrato Social” de Rousseau para comprovar isto. Quanto ao desconhecimento sobre a proposta de Platão para algo que não seja a democracia, pude logo perceber, já que não houve uma única manifestação para o nome de Platão.

Me diverti muito conhecendo a sua “Terra do Nunca” (ou seria Terra do contra?). Nada mais é do que um mundinho divertido, onde você escreve o que quer, mas em nada afeta o mundo real. Você aqui não existe, eu não existo. Somos todos frutos de uma realidade virtual, que em nada nada afeta o mundo real. Estamos brincando num mundo de faz-de-conta. Eu estou me divertindo muito! E quanto a resposta que você tanto queria para a minha frase: "A Polêmica gerada por uma pessoa que se auto-denomina polêmico é no mínimo duvidosa". Eu não sabia que deveria explicar o obvio ululante, mas se assim devo fazê-lo, eu faço. Se alguém se auto denomina algo, não necessariamente este algo é verdadeiro. Se eu digo: “Eu sou forte”, não é pelo que eu disse que será comprovada a veracidade de minha força. Se você diz ser polêmico, o mero uso da palavra para afirmar isto não indica que você realmente seja polêmico. Portanto, a polêmica gerada por alguém que se auto-denomina polêmico é duvidosa sim. Assim como este blog e todos os outros que se encontram num meio virtual são duvidosos pela sua correspondência falha com o Real.

Abraço,

Luiz Maurício