terça-feira, março 04, 2008

O BRASIL PRECISA PARAR DE FAZER CORPO MOLE PARA TERRORISTAS E NARCOTRAFICANTES

Do blog de Reinaldo Azevedo, comentário postado ontem. Há um outro, sobre o mesmo assunto, de hoje. Escolhi o mais light (em azul, meus comentários em seguida):
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O governo brasileiro já tem uma posição: de joelhos para o terror

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A reação do ministro Celso Amorim, que traz a posição oficial do governo brasileiro — e a posição oficial do governo brasileiro é de joelhos para o terrorismo — é qual? Censura à Colômbia. Isto mesmo: o Equador abriga terroristas; há evidências de que um acordo estava em curso, mas Amorim quer falar da invasão de fronteira.

Um governo que dá guarida a terroristas reconhece fronteiras? Dizer o quê? O Itamaraty, nesse caso, repete aquela que tem sido a sua política constante: apoio a delinqüentes.

Segundo Amorim, o tema principal a ser debatido pela OEA não é a proteção ao terror garantida pelo Equador ou a ameaça de guerra de Chávez. Não, não. O tema principal é a invasão da fronteira equatoriana. Ele também disse que o Brasil quer uma solução para a crise. Não se disse uma miserável palavra de censura às Farc. Nada!Rafael Correa abriga terroristas, mas Amorim quer que a Colômbia peça desculpas sem condicionantes.

Querem saber de uma coisa? O comportamento do governo brasileiro consegue ser mais asqueroso do que o do Beiçola de Caracas.

A diplomacia brasileira nunca desceu tão baixo.

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Sei que corro um risco danado ao dizer o que se segue, pois afinal o personagem citado aí acima é ninguém menos do que meu patrão. Mas não é pelo fato de eu ser funcionário de carreira do Itamaraty - concursado, portanto - que eu vou deixar de ter opinião. Não estava escrito em nenhum lugar quando eu prestei o concurso para o MRE, em 2002, que uma das condições da profissão seria deixar de pensar por conta própria. Além disso, sempre achei que opinião que não se expõe fica encalavrada na garganta e pode gerar úlcera. Vamos lá, tentarei ser diplomático.

Vi a entrevista de nosso Chanceler na TV. Foi uma coisa, como direi?, difícil de engolir. Os motivos estão citados acima. Ele praticamente responsabilizou a Colômbia - e não as FARC - pela atual crise política na região, dizendo que Uribe deve desculpar-se mais uma vez junto ao Equador por ter matado um terrorista que se escondia atrás de suas fronteiras. Não houve nenhuma menção ao apoio de Chávez e de Correa aos narcoterroristas colombianos. Aliás, não houve nenhuma menção às FARC. Nada. Celso Amorim pareceu mesmo descer ao nível vocabular de seu chefe, o Apedeuta, usando as mesmas metáforas vulgares, coisa lamentável num diplomata tão gabaritado. "Imaginem se seu vizinho entrasse em sua casa sem pedir licença" etc., disse ao se referir à incursão das forças colombianas contra as FARC no Equador. E se o vizinho em questão abrigasse bandidos que começassem a seqüestrar meus parentes e atirar bombas em direção à minha casa, o que eu deveria fazer?, poderia perguntar, usando o mesmo tipo de linguagem.
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A fala de Amorim foi ainda mais revoltante pelo fato de que o governo do Brasil, sob Lula da Silva, é há anos parceiro das FARC no Foro de São Paulo, que durante muitos anos a imprensa brasileira se ocupou em esconder do público. Já falei do tal foro aqui. É algo que está longe de ser uma associação inofensiva, um clube de senhoras bebedoras de chá ou de filatelistas. Seu coordenador até 2001 foi ninguém mais, ninguém menos do que Marco Aurélio Garcia, atual ghost-chancellor do Brasil. Pergunto: um governo, que se diz democrático, perfilar-se ao lado de uma organização criminosa como as FARC, comprova ou não a existência de uma associação criminosa? Deixo que vocês mesmos dêem a resposta.
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Os jornais de hoje informam que os laptops de Raúl Reyes apreendidos pelo exército colombiano revelam a conexão entre as FARC e os governos de Correa e de Hugo Chávez. Este último teria fornecido US$ 300 mil a seus companheiros narcoguerrilheiros. Deve ser por isso que Chávez anda tão esquentadinho. Deve estar com medo de que as autoridades da Colômbia revelem todo seu esquema com as FARC. Será que agora o princípio da não-intervenção, algo tão caro à nossa diplomacia, será finalmente aplicado pelo governo Lula para condenar o que Chávez e Correa vem fazendo na Colômbia? Será que os atuais ocupantes do governo brasileiro terão coragem de denunciar seus próprios companheiros por esse atentado à soberania de um país democrático (a Colômbia, não o Equador)?
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O Brasil está de joelhos para o terror. Aliás, de joelhos não. Em outra posição, bastante conhecida, de submissão. E não é de hoje.

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