Essa história de responder ao gaiato que pôs em questão o nome - e a existência - do blog me deu uma oportunidade de explicar por que o escolhi (o nome, não o gaiato). O.k., vou explicar.
Tudo começou lá por volta de 2002 ou 2003 - não lembro bem o ano -, quando eu estava numa aula do curso do Instituto Rio Branco. Nem me recordo exatamente de que era a aula, mas me lembro bem do debate que surgiu então. Era sobre o Oriente Médio, mais especificamente sobre a questão palestino-israelense. Na ocasião, a turma em peso se colocou ao lado dos palestinos contra os "imperialistas" israelenses. Eu, claro, fui o único de minha turma a ousar colocar "o outro lado" da questão, lembrando - para horror da maioria dos presentes - que o Estado de Israel tem, afinal, direito a existir e se defender dos ataques terroristas que lhe são dirigidos quase diariamente pelo Hamas ou pelo Hizbollah. Em meio à onda de indignação geral que se ergueu por causa de minhas declarações, fiquei com a nítida impressão de que os presentes na sala estavam dispostos a me calar a boca com esparadrapo - um ou outro de meus colegas ainda pedia timidamente que me deixassem falar, embora fizesse questão de deixar claro que não concordava com uma palavra do que eu estava dizendo.
Desde então, ganhei fama de dissidente, o cara que não esconde suas opiniões de ninguém, o que, em minha profissão, admito que tem lá seus inconvenientes. Já me acostumei com esse meu isolamento opinativo e, para ser franco, até me divirto com isso. Para não chatear meus colegas e amigos enviando longos textos meus por e-mail ou alugando seus ouvidos atarefados nos corredores, resolvi fazer o blog. Logo surgiu o problema: que nome dar a ele? O primeiro que escolhi, e que ficou por algum tempo, foi "Liberdade de Expressão". Por considerá-lo anódino e demasiadamente sem sal, resolvi trocá-lo por outro, mais chamativo. Lembrei então da discussão naquele dia sobre a questão israelo-palestina, e o apelido que me deram desde então: "Do Contra". Taí. Blog do Contra. Gostei. Fui no google e até coloquei um desenho do personagem meio esquecido do Maurício de Souza que tinha esse nome, para ilustrar o blog. Acho que ficou legal.
Esta é a história do nome do blog. Não é nenhum título que eu me atribuí, como chegou a dizer o fulano admirador de Platão e de Fidel Castro. Não há nenhuma cabala ou sinistra conspiração por trás dessa escolha. Talvez alguém fique desapontado com essa explicação. Mas é a mais pura verdade. Não há nada mais a dizer sobre isso.
Um comentário:
Bacana, gostei da história
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