Escreve-me um simpático leitor, o Rodolfo Mello, em 3/03, às 18h55, sobre meu texto Resposta a um leitor "viajante":
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Boa resposta, Gustavo! Mas há uma pequena contradição nela. Quando você diz: “É o mesmo que esperar que os próprios alemães se livrassem do nazismo”. Afinal, o nazismo teve forte apoio da população alemã. Era escolha unicamente dela seguir o nazismo ou não segui-lo, e eles preferiram seguir o regime nazista e apoiar Hitler. Os alemãs poderiam se livrar do Nazismo, mas não quiseram.
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Comento:
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Caro Rodolfo, obrigado por seu comentário. Sua observação é muito interessante, mas devo discordar de algo que você falou. Sim, você tem razão quando diz que o nazismo teve forte apoio da população alemã. Mas isso não constitui nenhuma contradição com o que eu disse em meu post. Nem significa que os alemães, sob a ditadura nazista, fossem livres para seguí-la. Vou pedir licença para citar a mim mesmo, se não se importa. No post citado, escrevi o seguinte, quando respondi ao Luiz Maurício, que acha que a continuidade da "castradura" cubana é uma questão da simples vontade dos cubanos (em azul a citação):
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Que beleza... O sujeito cita o Apedeuta para justificar a continuidade de uma ditadura que não dá o menor direito de escolha aos cubanos, pois afirma que isso deve ser algo decidido pelos próprios cubanos, enfim... Uma pérola de lógica, que só poderia ter saído mesmo da boca do Grande Molusco. É o mesmo que esperar que os próprios alemães se livrassem do nazismo, ou que a tarefa de se livrar da tirania de Saddam Hussein fosse dos próprios iraquianos, como se na Alemanha de Hitler ou no Iraque de Saddam - e na Cuba de Fidel e de seu irmão Raúl - o povo fosse realmente livre para decidir alguma coisa sobre seu futuro.
.Coloquei a última frase em itálico e em negrito de propósito. Você deve saber por quê. Ela explica meu ponto de vista. A questão não é se os alemães amavam ou não Hitler - e nem todos o amavam, como demonstram as várias conspirações para matá-lo -, mas se, sob o nazismo (como sob qualquer outro tipo de regime totalitário), a população tem a liberdade de escolher sobre seu próprio destino. Como está lá na minha resposta ao cidadão que quis me dar lição de moral sobre o nome do meu blog, demonstro que isso é impossível. Aliás, esta é justamente a primeira liberdade que os totalitarismos abolem. Foi assim na Alemanha de Hitler e na Rússia de Stálin, assim como é hoje na Cuba do Coma Andante. Com a diferença de que, na Alemanha nazista, pode-se dizer que a maioria da população, hipnotizada pela propaganda, apoiava sinceramente o regime. No caso de Cuba, porém, não se pode dizer o mesmo - a menos que se considere a realização de comícios-monstro com milhares de pessoas em Havana, ali tangidas não por vontade própria, mas por medo de sofrerem represálias se não comparecerem, sem falar nos cerca de 2 milhões de exilados, como sinais de "apoio popular" ao regime...
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É isso. Mais uma vez, obrigado por seu comentário. Mas é sempre bom ler mais de uma vez. Como diz um conhecido meu, keep on the beat!
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