segunda-feira, junho 06, 2011

OS HUMANISTAS DO TERROR

Mais uma do Zé, o humanista, que acha muito feio o que os EUA fizeram para despachar o Bin Laden. Ele não desiste. Para seu azar, eu também não.

Não confunda as coisas. Não apelo para os Direitos Humanos para livrar ninguém de sua devida punição, muito menos um terrorista como Bin Laden, não me acuse de algo que eu não disse.

OK, Zé, você não apela para os Direitos Humanos etc. e tal. Vou lembrar disso até o final do texto.

NÃO odeio os EUA, mas também não os idolatro como alguns. Se eles cometem algo indevido não vou me fingir de cego e dizer que está tudo bem, porque afinal, “eles nos livraram de Bin Laden”.

Nao odeia os EUA, apenas o que eles fizeram... O “algo indevido” a que Zé se refere é o waterboarding, que para ele é tortura e invalidaria toda a operação que levou à morte de Bin Laden no Paquistão. Falarei sobre isso mais adiante.

Ter Bin Laden morto é um alívio. Mas não é esta a questão que eu coloquei, e você insiste recorrentemente em desviar tal questão. Eu estou falando de TORTURA.

E eu estou falando de waterboarding. Quem está se desviando da questão?

Agora se você não acha que waterboarding é um tipo de tortura, temos então uma outra questão a ser resolvida. Sei muito bem do que se trata o waterboarding e considero isto um tipo de tortura. Se assim não fosse, o que levaria a pessoa torturada (ou waterboardiada) a abrir o bico? Será porque ela acha legal? Uma espécie de diversão que em troca de se divertir a pessoa em questão fala o que os torturadores (ou waterboardeadores) querem saber? Ridículo! Waterboarding é tortura e, como pudemos ver, funciona muito bem!

Tá bom, waterboarding é tortura etc. e tal. Os cadetes de West Point que passam pelo ritual anualmente têm, portanto, que buscar imediatamente um advogado e acionar as Forças Armadas norte-americanas por causa dessa prática abominável. Também todos aqueles que ficaram aleijados ou incapacitados para o resto da vida por terem sido submetidos a esse tormento medieval devem entrar sem tardar com um processo no Tribunal Internacional de Haia contra os EUA. Sem falar nos parentes dos cidadãos mortos em alguma sessão dessa prática cruel e desumana.

Só tem uma coisa que está me deixando encafifado: se o waterboarding, como o próprio Zé admitiu, funciona muito bem, e foi o que permitiu aos Navy Seals meterem uma bala no Bin Laden, o Zé está dizendo que toda a ação que eliminou o Bin Laden foi errada, certo? Sim, porque se um método "funciona muito bem", e foi o que permitiu a eliminação do terrorista, a questão deixa de ser se waterboarding é tortura ou não, mas se leva ou não ao fim almejado. Ou seja: foi errado não porque é tortura, mas porque funciona! (E muito bem, como reconheceu o Zé.) Portanto, ele está preocupado não com os direitos humanos do Bin Laden, mas com o fato de que práticas como o waterboarding se mostram eficazes no combate aos terroristas.

Agora respondendo a tua pergunta: “que erro os EUA cometeram? Livrar o mundo de Bin Laden?”
Não, livrar o mundo de Bin Laden foi algo acertado. A tortura foi o erro. E a tortura sempre será um erro inadmissível independente de que seja o agente.

Assino embaixo. Tortura é um erro. Mais que isso: é um crime, independentemente do agente (e do agido, faltou dizer). Por isso é preciso que alguém diga que método de interrogatório menos desumano que o waterboarding existe para arrancar informações vitais de fanáticos da Al-Qaeda. Talvez o Zé saiba.

Quanto a sua indignação:

Acredito que ele quis dizer indagação (e não “indignação”...).

“Agora fiquei intrigado. Se o Zé é leigo no assunto, então por que condena a forma como os EUA acabaram com o Bin Laden? É o mínimo que se espera: se alguém critica os EUA por terem usado o waterboarding para arrancar informações de terroristas presos que permitiram chegar até o cafofo do Osama, tem o dever de, pelo menos, sugerir um método melhor. Que tal hipnotismo?”
Não é porque sou leigo em assuntos militares, que eu não consiga distinguir claramente o método usado como sendo tortura. E isso me permite a crítica. Ou você concorda com todos os filmes que vê só porque não é diretor de cinema? Independente de ser um general de guerra, posso discordar plenamente do método usado. Método este condenado na declaração dos direitos humanos. Para os países signatários, não há exceção!

OK, Zé, você acha que waterboarding é tortura. Só me resta repetir o que disse antes sobre o assunto.

E mais uma vez, não custa lembrar: continuo a esperar um plano elaborado de captura do Bin Laden que exclua o waterboarding. Quem condena os EUA pelo que fizeram tem a obrigação moral de dizer como deveriam ter agido. Se não o fizer, vou me convencer que é só mais um antiamericano empedernido em busca de um pretexto para atacar o “império”. Até porque os inimigos dos EUA estão se lixando para Direitos Humanos. Aí estão Cuba e Coréia do Norte para provar.

Mas o mais interessante: Zé começou o comentârio dizendo o seguinte: “Não apelo para os Direitos Humanos para livrar ninguém de sua devida punição, muito menos um terrorista como Bin Laden, não me acuse de algo que eu não disse”.

Eu não acuso, Zé. Aí está você que não me deixa mentir.

Em outro post, escrevi que invocar os Direitos Humanos no caso do Bin Laden (ou dos criminosos nazistas) é uma obscenidade. Aí está o leitor novamente para comprovar o que eu disse.

Um comentário:

Zé disse...

Ok, eu desisto. Você acaba por vencer a conversar não pelo argumento, mas sim pela tua burrice excessiva!
Se os tais cadetes de West Point aceitam tal ritual imbecil, problema deles, afinal foi o direito deles de escolher entrar para o lugar. Mas acho que um prisioneiro não escolhe ser torturado. Não misture coisas com sua ironia vulgar. Incluir época medieval e etc. não faz o menor sentido para a discussão.

Se disse que waterboarding funciona, é porque foi através deste método que os EUA conseguiram informações de seus prisioneiros (apesar de não duvidar que outros métodos poucos amistosos não tenham sido usados, apenas não foram divulgados). Mas o método é errado porque é tortura! E convenhamos, qualquer tortura funciona, basta ter o tempo necessário para isto. Não inverta as coisas. Tortura é crime, seja ela qual for.

Você disse: “Assino embaixo. Tortura é um erro. Mais que isso: é um crime, independentemente do agente (e do agido, faltou dizer). Por isso é preciso que alguém diga que método de interrogatório menos desumano que o waterboarding existe para arrancar informações vitais de fanáticos da Al-Qaeda. Talvez o Zé saiba.”

Você não me parece considerar a tortura um erro, pois se assim considerasse não defenderia o waterboarding (que também é tortura). Se você quer um método menos desumano, por que não começa a procurar fora da tortura?

Aí você diz a pérola do dia: “Até porque os inimigos dos EUA estão se lixando para Direitos Humanos. Aí estão Cuba e Coréia do Norte para provar”.

Belíssimo argumento! Quer dizer que porque nossos inimigos torturam, nós vamos torturar também. Muito bem! Terroristas explodem duas torres nos EUA, devem os EUA atirar dois aviões no Irã e matar 3000 inocentes também? Cuba é comunista. Devemos nos converter ao comunismo também? Por favor, se os EUA são defensores dos Direitos Humanos, é errado agir ao contrário disto, mesmo com os inimigos. Responder na mesma moeda é agir fora da lei e do correto!

Não utilizo os Direitos Humanos para livrar Bin Laden de nada. Os Direitos Humanos devem ser respeitados em si mesmos e não apenas parcialmente. Se Cuba trucida seus inimigos, a Coréia invade o espaço aéreo do Japão, os EUA são os primeiros a se manifestarem contra. Mas se o seu exército tortura seus inimigos, então está tudo certo, pois estes inimigos são terrorista (e, pelo teu argumento, não humanos), e por isso devem ser torturados!

Você considera os Direitos Humanos com algumas exceções, ou seja, parcialmente. Os Direitos Humanos são universais, independente de quem seja.