domingo, junho 05, 2011

RESPOSTA A UM HUMANISTA - II

Não é que o tal do Zé, o humanista retroativo, insiste em chorar aqui a morte do Bin Laden? Ele escreveu sobre meu post RESPOSTA A UM HUMANISTA (ele vai em vermelho):

Me chamar de antiamericano etc etc. realmente resolve toda a questão. Isso não é resposta digna.

Se alguém chamou alguém aqui de antiamericano, foi o próprio Zé. Ou apelar para direitos humanos para livrar a cara de Bin Laden é coisa de quem ama os EUA? (e a humanidade, enfim)

Falo da tortura e de seus maleficios. Como um país que se diz humanista e defensor dos Direitos Humanos é capaz de torturar seus inimigos para atingir seus fins? Parece que nosso velho Maquiavel sempre esteve certo em sua célebre frase.

E eu falo do waterboarding, que pelo visto o leitor não sabe do que se trata. Falo também da necessidade de combater os terroristas, de caçá-los e puni-los, onde quer que se escondam. Procure se informar a respeito. Aí, depois, a gente conversa.

Já pensou se os EUA levassem ao pé da letra a frase de Maquiavel (no sentido que lhe dá nosso amigo, que deve conhecer d'O Príncipe só a orelha)? Não sobraria um osso inteiro no corpo de nenhum terrorista preso. Mas querer que ele entenda isso é um pouco demais.

Daí o autor deste blog, na sua sede de vingança contra aqueles que defendem a dignidade de todos os humanos, xinga-os de serem contra os americanos e amigos de terroristas e blá blá blá.

Estou curioso para saber que terrível afronta o Zé me causou para eu ter essa "sede de vingança". Será ele algum ex-coleguinha meu do jardim de infância que roubou meu lanche na hora do recreio? Ou será que é aquele moleque que certa vez furou minha bola de futebol por pura maldade e despeito?

Pelo visto o Zé é um dos que "defendem a dignidade de todos os humanos", como ele disse, para se diferenciar de mim, o vingativo, que quero o mal para todos os humanos... Enfim, ele é um humanista, uma pessoa do bem, porque acha um absurdo o que os EUA fizeram com o Bin Laden. Deve acreditar, portanto, que o moralmente correto seria deixar o terrorista solto. Eu penso bem diferente. Por isso eu sou mau, muito mau, como se vê.

Aliás, já virou praxe dos direitistas de quando uma pessoa chama atenção para um erro dos EUA, estes chamam esta pessoa de antiamericana e antidemocrata e outras palavras sem sentido.

Ele não gosta que o chamem de antiamericano e de antidemocrata, mas não vê problema em me tachar de direitista... Tudo bem, não me importo com o rótulo. Pergunto apenas: que erro os EUA cometeram? Livrar o mundo de Bin Laden?

Mas a questão, que ainda está pendente, é que Prender ou matar um homem numa guerra é viável. Mas torturá-lo não é.

Numa guerra não se luta para prender, mas para matar o inimigo. Quem tem o dever de prender é a Polícia, não o Exército, a Marinha ou a Força Aérea. E Bin Laden, desde que cometeu a atrocidade de 11 de setembro, era um alvo militar legítimo, como já cansei de escrever. Chegar a ele, mediante os métodos que foram empregados, é plenamente justificável numa situação de guerra. Ou o Zé vai querer ensinar métodos de interrogatório e táticas de combate antiterrorista aos Navy Seals? Será que ele é um expert em guerra antiterror e eu não sabia?

Querer que em troca eu dê um plano de combate militar é uma enorme hipocrisia, como sempre será uma irônia ardilosa pedir a um leigo que faça o serviço de um especialista.

Agora fiquei intrigado. Se o Zé é leigo no assunto, então por que condena a forma como os EUA acabaram com o Bin Laden? É o mínimo que se espera: se alguém critica os EUA por terem usado o waterboarding para arrancar informações de terroristas presos que permitiram chegar até o cafofo do Osama, tem o dever de, pelo menos, sugerir um método melhor. Que tal hipnotismo?

Eu durmo todo dia com minha cabeça tranquila, pois nunca torturei ninguém e nem me passa pela mente isso!

Xiiiii, Zé. Sinto dizer, mas seu caso parece mais sério do que eu imaginava. Dormir tranquilamente sabendo que, se dependesse de você, Bin Laden ainda estaria por aí lépido e fagueiro, sei não... Não parece ser coisa de quem tem um senso moral bem apurado. A cada bomba que a Al Qaeda explodisse, eu teria pesadelos com as vítimas. Veria a mim mesmo, no mínimo, como cúmplice da matança. Acho que não conseguiria nem me olhar no espelho.

Mas isso, claro, é para quem tem algum senso de proporções. Não é para esse tipo de leitor.

Um comentário:

Zé disse...

Não confunda as coisas. Não apelo para os Direitos Humanos para livrar ninguém de sua devida punição, muito menos um terrorista como Bin Laden, não me acuse de algo que eu não disse. NÃO odeio os EUA, mas também não os idolatro como alguns. Se eles cometem algo indevido não vou me fingir de cego e dizer que está tudo bem, porque afinal, “eles nos livraram de Bin Laden”.

Ter Bin Laden morto é um alívio. Mas não é esta a questão que eu coloquei, e você insiste recorrentemente em desviar tal questão. Eu estou falando de TORTURA. Agora se você não acha que waterboarding é um tipo de tortura, temos então uma outra questão a ser resolvida. Sei muito bem do que se trata o waterboarding e considero isto um tipo de tortura. Se assim não fosse, o que levaria a pessoa torturada (ou waterboardiada) a abrir o bico? Será porque ela acha legal? Uma espécie de diversão que em troca de se divertir a pessoa em questão fala o que os torturadores (ou waterboardeadores) querem saber? Ridículo! Waterboarding é tortura e, como pudemos ver, funciona muito bem!

Agora respondendo a tua pergunta: “que erro os EUA cometeram? Livrar o mundo de Bin Laden?”

Não, livrar o mundo de Bin Laden foi algo acertado. A tortura foi o erro. E a tortura sempre será um erro inadmissível independente de que seja o agente.

Quanto a sua indignação: “Agora fiquei intrigado. Se o Zé é leigo no assunto, então por que condena a forma como os EUA acabaram com o Bin Laden? É o mínimo que se espera: se alguém critica os EUA por terem usado o waterboarding para arrancar informações de terroristas presos que permitiram chegar até o cafofo do Osama, tem o dever de, pelo menos, sugerir um método melhor. Que tal hipnotismo?”

Não é porque sou leigo em assuntos militares, que eu não consiga distinguir claramente o método usado como sendo tortura. E isso me permite a crítica. Ou você concorda com todos os filmes que vê só porque não é diretor de cinema? Independente de ser um general de guerra, posso discordar plenamente do método usado. Método este condenado na declaração dos direitos humanos. Para os países signatários, não há exceção!