Há duas semanas, um estudante universitário foi assassinado a tiros no campus da USP. Seus assassinos foram dois ladrões, que o mataram para roubar o dinheiro que ele acabara de sacar de um caixa eletrônico. Seu corpo foi encontrado, horas depois do latrocínio, ao lado do carro, no estacionamento da faculdade.
Na mesma semana, a milhares de quilômetros de distância, uma estudante, também universitária, foi estuprada dentro do campus da Universidade Federal do Acre (UFAC).
Diante de casos assim, seria de esperar que os estudantes universitários, tomados de horror e de indignação por causa desses atos bárbaros, organizassem um protesto contra a falta de segurança nos campi. O natural seria esperar que eles se mobilizassem e fizessem uma marcha, digamos, cobrando uma ação mais efetiva da polícia nas imediações da universidade, certo?
Errado. Poucos dias depois do assassinato, os estudantes da USP foram às ruas defender outra causa. Eles estavam ocupados demais preparando uma manifestação sobre um assunto muito mais urgente e infinitamente mais importante: a marcha da maconha...
Houve tempo em que a morte de um estudante era motivo para que ocorresse uma revolução por semana. Hoje, tal fato passa quase despercebido, ficando restrito aos programas policialescos da televisão. Mais importante é o direito dos descolados da USP de queimarem unzinho na sala de aula. Melhor: sem polícia por perto para atrapalhar (e prender bandidos que assaltam e estupram colegas estudantes). "Polícia má, que não me deixa fumar um baseado: má, reacionária, neoliberal, fascista e inimiga da educação..."
Seria injusto dizer que os maconhistas não estavam pensando no colega assassinado. De certa forma, eles estavam também pensando na polícia. Tanto que um dos slogans mais repetidos pelos maconheiros era "Polícia fora do campus!" - ou seja: maconha sim; polícia não. (Outros coros que fizeram sucesso com a galera foram "Ei, polícia, maconha é uma delícia!" e "Polícia sem-vergonha, seu filho também fuma maconha"...). Crêem estar prestando, assim, um grande e inestimável serviço à humanidade.
Se tem algo que a onda maconhista atual deixa claríssimo é que a idade mental de quem participa de "marchas da maconha" - agora disfarçadas, com as bênçãos paternais do STF, de "marchas da liberdade"... - é algo assim entre o jardim-de-infância e a pré-puberdade. Nessa faixa etária, as pessoas não têm ainda consciência do perigo, precisam estar sob os cuidados e a supervisão permanentes de um adulto até para ir à esquina. Nem consciência do perigo nem da liberdade, que rima sempre - sempre - com responsabilidade (outra coisa que desconhecem totalmente, e que acham que foi inventada por velhos caretas só para cortar-lhes o barato).
Na mesma semana, a milhares de quilômetros de distância, uma estudante, também universitária, foi estuprada dentro do campus da Universidade Federal do Acre (UFAC).
Diante de casos assim, seria de esperar que os estudantes universitários, tomados de horror e de indignação por causa desses atos bárbaros, organizassem um protesto contra a falta de segurança nos campi. O natural seria esperar que eles se mobilizassem e fizessem uma marcha, digamos, cobrando uma ação mais efetiva da polícia nas imediações da universidade, certo?
Errado. Poucos dias depois do assassinato, os estudantes da USP foram às ruas defender outra causa. Eles estavam ocupados demais preparando uma manifestação sobre um assunto muito mais urgente e infinitamente mais importante: a marcha da maconha...
Houve tempo em que a morte de um estudante era motivo para que ocorresse uma revolução por semana. Hoje, tal fato passa quase despercebido, ficando restrito aos programas policialescos da televisão. Mais importante é o direito dos descolados da USP de queimarem unzinho na sala de aula. Melhor: sem polícia por perto para atrapalhar (e prender bandidos que assaltam e estupram colegas estudantes). "Polícia má, que não me deixa fumar um baseado: má, reacionária, neoliberal, fascista e inimiga da educação..."
Seria injusto dizer que os maconhistas não estavam pensando no colega assassinado. De certa forma, eles estavam também pensando na polícia. Tanto que um dos slogans mais repetidos pelos maconheiros era "Polícia fora do campus!" - ou seja: maconha sim; polícia não. (Outros coros que fizeram sucesso com a galera foram "Ei, polícia, maconha é uma delícia!" e "Polícia sem-vergonha, seu filho também fuma maconha"...). Crêem estar prestando, assim, um grande e inestimável serviço à humanidade.
Se tem algo que a onda maconhista atual deixa claríssimo é que a idade mental de quem participa de "marchas da maconha" - agora disfarçadas, com as bênçãos paternais do STF, de "marchas da liberdade"... - é algo assim entre o jardim-de-infância e a pré-puberdade. Nessa faixa etária, as pessoas não têm ainda consciência do perigo, precisam estar sob os cuidados e a supervisão permanentes de um adulto até para ir à esquina. Nem consciência do perigo nem da liberdade, que rima sempre - sempre - com responsabilidade (outra coisa que desconhecem totalmente, e que acham que foi inventada por velhos caretas só para cortar-lhes o barato).
Acima de tudo, é a imaturidade, a arrogância hedonista própria da adolescência, o que explica que rapagões e moçoilas em geral bem-nascidos e bem-nutridos dediquem seu tempo a esse tipo de bobajada, vendo nos policiais - geralmente gente humilde, sem tempo nem grana para esse tipo de besteira - os substitutos do pai repressor e da mãe castradora - ou, o que é mais provável, o inverso, ou seja, pais relapsos e permissivos, que a essa hora devem estar se lamentando por não terem dado aquela palmada quando o Junior abriu o berreiro porque queria aquele carrinho de controle remoto que custava os olhos da cara... Crianças mimadas em geral viram adultos imaturos e narcisistas, que vivem apenas para satisfazer os instintos egóicos e contemplar o próprio umbigo.
Junte a isso o fato de que as universidades brasileiras há muito deixaram de ser lugares de ensino e de estudo, onde se faz qualquer outra coisa, menos estudar. Em vez disso, já viraram verdadeiras madraçais, onde militantes sindicais travestidos de professores encostados em departamentos infrutíferos doutrinam adolescentes com idéias imbecis contra o "sistema". E tome apologia das drogas disfarçada de "defesa da liberdade"...
O resultado disso tudo só poderia ser a proliferação da estupidez em níveis realmente assustadores. A ponto de a descriminalização da maconha ser considerada mais importante do que a vida de um estudante.
Pensando bem, faz mesmo todo sentido os revolucionários do toddyinho e dos sucrilhos sairem às ruas em defesa de seu direito de usar a mesada do papai para queimar neurônios tragando cannabis: afinal, eles estâo se lixando para a segurança, assim como estão se lixando para a Lei, essa imposição burguesa. Nada mais natural do que defenderem a "causa" de ajudar a enriquecer os narcotraficantes. Estes devem estar morrendo de rir da playbozada.
Que tal uma marcha em favor da volta da inteligência às universidades brasileiras? Eu topo.
Junte a isso o fato de que as universidades brasileiras há muito deixaram de ser lugares de ensino e de estudo, onde se faz qualquer outra coisa, menos estudar. Em vez disso, já viraram verdadeiras madraçais, onde militantes sindicais travestidos de professores encostados em departamentos infrutíferos doutrinam adolescentes com idéias imbecis contra o "sistema". E tome apologia das drogas disfarçada de "defesa da liberdade"...
O resultado disso tudo só poderia ser a proliferação da estupidez em níveis realmente assustadores. A ponto de a descriminalização da maconha ser considerada mais importante do que a vida de um estudante.
Pensando bem, faz mesmo todo sentido os revolucionários do toddyinho e dos sucrilhos sairem às ruas em defesa de seu direito de usar a mesada do papai para queimar neurônios tragando cannabis: afinal, eles estâo se lixando para a segurança, assim como estão se lixando para a Lei, essa imposição burguesa. Nada mais natural do que defenderem a "causa" de ajudar a enriquecer os narcotraficantes. Estes devem estar morrendo de rir da playbozada.
Que tal uma marcha em favor da volta da inteligência às universidades brasileiras? Eu topo.
Um comentário:
Você Gustavo, como a maioria dos brasileiros é um HIPOCRITA, sabia? Se você quer fazer uma marcha a favor da inteligência, pq não faz? O que te impede? A marcha da maconha é realizada em mais de 40 paises a muitos anos, ou você não sabia disso? E ainda nos chama de ignorante...
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