terça-feira, junho 14, 2011

VERGONHA

Se você, leitor, como qualquer pessoa que ainda mantém um mínimo de decência, também ficou horrorizado com a decisão do STF de conceder liberdade ao terrorista homicida Cesare Battisti, que escarneceu da Justiça de um país democrático e serviu para humilhar mais ainda o Brasil aos olhos do mundo, prepare-se.

Se você achava que a soltura de Battisti era o ponto mais baixo a que chegou o Brasil da era lulopetista, que já virou o cafofo de assassinos companheiros, apresento-o um caso igualmente escabroso.

Com vocês, Achille Lollo.

Noite de 16 de abril de 1973. Roma, Itália. O militante do grupo de extrema-esquerda Potere Operaio ("Poder Operário" ou POTOP), Achille Lollo, 23 anos, está prestes a cometer um ato de puro amor à humanidade. Em nome da "justiça proletária" (a mesma que deve ter movido a decisão do STF sobre Battisti), Lollo e mais alguns comparsas resolveram eliminar um perigoso inimigo do povo e da revolução, o varredor de ruas - isso mesmo - Mario Mattei, membro de uma organização política rival, o Movimento Social Italiano.

Mattei está em seu apartamento de 40 metros quadrados (um nababo, como se vê) no bairro romano de Primavalle, onde mora com seus filhos Virgilio, 22 anos, e Stefano, de 8. Lollo e mais alguns revolucionários do bem, do belo e do justo chegam ao local. Encharcam o apartamento de gasolina e ateiam fogo. O incêndio se espalha rapidamente. Num gesto de desespero, o gari Mattei, com o corpo inteiramente queimado, tenta escapar pela janela. Morre abraçado com seu filho de oito anos de idade.

Lollo e seus companheiros saem do local exultantes. Haviam acabado de fazer cumprir a "justica proletária". Três inimigos da classe operária – um deles, um perigosíssimo reacionário de oito anos de idade – estavam mortos, reduzidos a uma massa disforme de restos carbonizados. Lollo e seus amigos comemoram.

Eis uma imagem desse ato de puro amor à humanidade:

Achou revoltante? Então leia o que vem em seguida.


Após esse crime, Achille Lollo, condenado a 18 anos de cadeia por um tribunal italiano, seguiu o mesmo caminho de seu compatriota e colega de ideologia Cesare Battisti, e fugiu da Itália. Assim como aquele, passou por vários paises, vindo parar no Brasil. Aqui, encontrou amigos generosos, dispostos a dar-lhe refúgio. Durante alguns anos, filiou-se ao PT. Depois, consta que foi um dos fundadores do PSOL, aquele partido de gente maravilhosa e do bem, como o deputado Chico Alencar e o ex-BBB Jean Wyllis. Protegido por seus amigos brasileiros, ele viveu a dolce vita no Rio de Janeiro durante anos, impunemente.


Em 2005, a pena de Achille Lollo foi declarada prescrita pela Justiça da Itália. Sem o risco de parar atrás das grades, ele resolveu voltar finalmente para o país natal. Lá chegando, saiu-se com a seguinte pérola de defesa: sim, ele jogou gasolina no apartamento, mas não foi ele quem acendeu o fósforo. Ou seja, zombou da Justiça italiana até o fim.


A pena de Lollo pode estar prescrita, mas o crime que ele cometeu ficará para sempre na lembrança de todos. Provavelmente ele viverá muitos anos ainda, gozando das benesses do sistema que tentou destruir. Quanto a Mario, Virgilio e Stefano Mattei, a vida destes não poderá ser recuperada. Cometeram um erro: morreram do lado errado.


A vida no Brasil parece ter feito bem a Achille Lollo. Eis uma foto recente dele, o revolucionário humanista:


Gostaria de achar uma palavra para descrever o asco que sinto. Mas as fotos acima já dizem tudo.


Eles não têm vergonha? Eu tenho por eles.

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