quinta-feira, junho 09, 2011

É CADA UMA...

Outro que resolveu acampar por aqui, sem dizer o nome, acha que o ofendi por chamá-lo de maconhista (e não de maconheiro - aliás: que nome se deve usar para quem puxa uma erva? deixa pra lá...) porque apontei seu déficit de atenção ao tratar da questão das drogas. Ele acha que faço isso porque sou um preconceituoso, é só porque ele quer achar uma solução dentro da lei para as drogas, ora que coisa! A "solução dentro da lei" que ele achou é sensacional: tornar legal o narcotráfico. Genial, não?

Ele faz uma pergunta que é, realmente, coisa de gênio. Vou reproduzir aqui, porque é mesmo uma pérola de lógica e bom senso:

Como as FARC sairiam lucrando se, pela minha premissa, não se poderia comprar de nenhuma rede ligada ao tráfico? Se a produção seria interna (interna significa dentro do Brasil, pois acho que isso não ficou claro para o senhor) como traficantes de fora do país continuariam a controlar a produção, refino, comercialização e distribuição de drogas como a cocaína?

Eu já disse, num outro post, quem controla a produção, refino, distribuição e comercialização de cocaína no mundo. Não adiantaria repetir que são as FARC, pois o leitor não sabe do que estou falando (ou já torrou todos os neurônios defendendo a idéia maconhista). Vou fazer apenas uma pergunta.

Diga-me como, caro leitor, a produção de maconha ou de cocaína "seria interna" (assim como todo o ciclo produtivo-distributivo)? Isso significa que toda a produção se destinaria somente ao mercado interno? A importação e exportação do produto seriam proibidas? Haveria barreiras comerciais e tarifas protecionistas? Por que não transformar a erva e a coca em commodities? E onde se conseguiriam as mudas e sementes? E o know-how necessário? Quem passaria a produzir em fazendas? Haveria um fundo especial do Banco do Brasil para estimular a produção? A EMBRAPA receberia verbas para pesquisas na área? E que rede de farmácias ou supermercados passaria a comercializar o produto? Pelo visto o leitor deve ter um plano detalhado de como isso se daria.

Tenho uma sugestão: já que se lançou a idéia de uma "indústria brasileira regulamentada pelo Estado" etc., proponho a criação de mais uma estatal: a MACONHABRÁS. Que tal? Vamos defender a soberania também nessa área. A cannabis é nossa! (E por que não a COCAINABRÁS, a HEROINABRÁS e a CRACKOBRÁS? Seriam ótimos cabides de emprego.)

Como se vê, falta lógica e coerência nas minhas respostas ao amigo maconhista. Quem sabe se eu ficar bem fumadão e cheiradão eu tenha uma idéia tão luminosa quanto a do caro leitor. Quem sabe eu até vire presidente de alguma dessas estatais.

É cada um que aparece, viu?

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