Voltando das férias, deparo com alguns comentários. Um deles é bem engraçado. É sobre um post em que eu mostro uma foto do Filho do Barril abrindo um sorrisão ao lado do governador do DF, José Roberto Arruda (o do panetone). Escreveu o leitor sem nome, sem rosto e sem noção:
Um blog que se diz contra tudo e todos, deveria entender o espirito da coisa, ou seja, a frase do Presidente Lula fala exatamente desta foto que está sendo mostrada. Como tem gente burra e sem falta de criatividade.
Antes de mais nada, obrigado pelo "sem falta de criatividade". Significa que criatividade não me falta. Poucas vezes recebi elogio tão simpático. Visto a carapuça com muito gosto. Realmente, sou muito burro e "SEM FALTA de criatividade". Hehe...
Antes de mais nada, obrigado pelo "sem falta de criatividade". Significa que criatividade não me falta. Poucas vezes recebi elogio tão simpático. Visto a carapuça com muito gosto. Realmente, sou muito burro e "SEM FALTA de criatividade". Hehe...
O leitor diz que eu sou "contra tudo e contra todos". Injustiça para com este escriba. Sou a favor de muitas coisas. Da vergonha na cara, por exemplo. Ou, para ser mais específico: de não jogar no lixo o discurso defendido ainda ontem somente por ter trocado de lugar, da oposição para o governo.
Realmente, tenho dificuldade em "entender o espírito da coisa", como o leitor diz. Afinal, a foto que postei mostra Lula ao lado de Arruda, sorrindo ambos, com uma camiseta escrita "Arruda" nas costas. Creio que não precisa queimar muita massa cinzenta para concluir que os dois se dão muito bem, ao contrário do que pensam os petistas do DF. (Assim como Lula se dá muito bem com Collor, Sarney, Renan Calheiros, Jader Barbalho...). O que eu não entendi direito?
Aproveitando o gancho, lembrei agora de uma passagem da autobiografia de Jorge Amado, Navegação de cabotagem, que li nessas férias. O autor de Tieta escreve que, certa vez, nos anos 50, estava na URSS, onde conheceu um português, ardoroso militante comunista e incondicional do sistema soviético. O portuga começou a conversa inflando o peito e dizendo que, na pátria dos trabalhadores e do socialismo, não havia roubo, nem mesmo batedores de carteira. Ao ser desmentido com fatos - haviam roubado a bolsa da esposa de Jorge Amado, Zélia Gattai, pouco antes -, ele veio com essa: é verdade, mas a URSS tinha os melhores ladrões do mundo, os mais rápidos, os mais ágeis, com os dedos mais leves! Em seguida afirmou, novamente de forma peremptória, que na URSS não havia absolutamente prostituição, essa chaga das sociedades capitalistas. Mais uma vez os fatos trataram de mostrar que o contrário é que era verdade, como demonstrava o movimento nos hotéis de Moscou. Foi então que o comuna chovinista saiu-se com a seguinte sacada genial: é verdade, mas não há no mundo quem supere as mulheres soviéticas na cama, eram umas tigresas, as melhores do mundo, as mais fogosas, insaciáveis etc.
Por que conto essa história? Porque ela serve como uma luva para explicar o "espírito da coisa" a que se refere o leitor. Ela explica à perfeição como funciona a cabeça de um petista.
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