quarta-feira, dezembro 23, 2009

FÉRIAS


Este blog entra de férias até janeiro, pois este escriba, mesmo sendo ateu, também é filho de Deus (e isso não quer dizer que seja filho do "filho do Brasil"...).
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Voltarei com novidades e mais chineladas nos devotos do lulismo apedêutico. Isto é, se o aquecimento global não derreter a Terra até lá...(a propósito, viram como está quente na Europa?)
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Para todos os que acreditam (e também para os que não acreditam), UM FELIZ NATAL E UM ÓTIMO ANO NOVO! (2010 promete...).

segunda-feira, dezembro 21, 2009

Esse leitor não entendeu nada. E merece ser educado.


(ver primeiro post anterior)
Eu sei que o comentário não vale uma réplica. Mas faço assim mesmo:

INCRÍVEL QUE EXISTAM PESSOAS QUE FAÇAM TAL COISA COMO ESTA.O GUSTAVO QUIS INSINUAR ALGO A RESPEITO DE LULA PRESIDENTE DA REPUBLICA? POR CAUSA DE UMA FOTO COM UM GOVERNADOR ELEITO POR MILHARES DE CIDADÃOS REPRESENTANTE LEGAL E INSTITUCIONAL DO DISTRITO FEDERAL E P.S.D.B ENTÃO? PARCEIROS,COLIGADOS AO D.E.N E MUITO MAIS PRÓXIMOS? TEM CULPA DISSO??

Quem escreveu o que está acima - em letra de fôrma, como se isso desse mais verdade ao que vai escrito - preferiu ficar no anonimato. Compreendo. E traduzo: a "tal coisa como esta" (sic) a que ele(a) se refere é a foto que eu coloquei em meu último post, a que mostra o Apedeuta ao lado do governador do DF, um sorridente José Roberto Arruda.

O(a) tal leitor(a), que deve ser fã do Filho do Barril, ficou indignado(a) com a "insinuação". Como se eu - ou a foto - estivesse "insinuando" alguma coisa. A foto mostra, não insinua nada. Só isso. Ou: fala por si mesma, ao contrário do que disse o Guia Genial sobre as imagens de Arruda recebendo dinheiro de propina.

Para não ir muito longe: até há pouco tempo, quando estourava um escândalo de corrupção envolvendo outros partidos, os petistas tinham por hábito escancarar fotos de Maluf ao lado de Collor, ou de ACM ao lado de Collor, ou de ACM ao lado de Maluf, sei lá, para reforçar a idéia de que eram todos (menos, claro, os petistas) uns ladrões safados. Agora, quando alguém faz isso com o "Noço Guia"... aí não, isso é uma "insinuação" absurda! Não entendo. Ou melhor: entendo, sim.

Também pra não ir muito longe, já que o comentário não merece mais do que esse registro, vou aproveitar e repetir aqui as mesmas duas perguntinhas que fiz em outro post, e que até agora permanecem sem resposta:

- POR QUE OS QUE AGORA PEDEM O IMPEACHMENT DE ARRUDA NÃO PEDIRAM O IMPEACHMENT DE LULA EM 2005?

- O DEM fez pressão, e Arruda já não é mais membro do partido, nem irá concorrer às próximas eleições. E JOSÉ DIRCEU, GENOÍNO, DELÚBIO SOARES, PALOCCI, SÍLVIO PEREIRA E OUTROS MENSALEIROS E ALOPRADOS, QUANDO SERÃO EXPULSOS DO PT?

Alguém aí pode me dar uma resposta?
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Para quem, assim como eu, acha que imagens valem mais do que palavras, aí vai uma galeria de imagens interessantes do filho de Dona Lindu com alguns honoráveis personagens de nossa ex-república.


Lula com Belzebu
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Lula com Asmodeu



Lula com Renan Calheiros, Jader Barbalho e Severino Cavalcanti.

Paro por aqui. Meu estômago não agüenta.


quinta-feira, dezembro 17, 2009

Alô, petistas do DF! Vejam esta foto...

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Agora eu entendi o que Lula quis dizer quando afirmou que "as imagens não falam por si"...
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O problema é que falam, sim. E valem mais do que mil palavras.
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Mais um achado do blog de Augusto Nunes. Especial para os petistas do DF.

BRASIL DECLARA GUERRA A HONDURAS


Calma! Ainda não chegamos a esse ponto... Quer dizer, ainda não: com a diplomacia megalonanica do Itamaraty lulista, nada é impossível. Coloquei o título acima por causa do texto que vai a seguir, com algum atraso, de Augusto Nunes, publicado em seu blog em 12/12. Nada a comentar. Recomendo-o a todos que insistem em ver na chanchada do governo Lula em Honduras algo menos do que o maior fiasco da História da diplomacia brasileira.

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A MANHÃ DE JANEIRO EM QUE LULA ACORDOU INVOCADO

Na manhã de 28 de janeiro de 2010, o presidente Lula acordou invocado, saiu da cama sem falar com Marisa Letícia, vestiu o mesmo terno da véspera e foi para o Planalto sem fazer a barba. Entrou no gabinete em silêncio, chamou aos berros o secretário Gilberto Carvalho, ordenou-lhe que lesse em voz alta o noticiário sobre a posse festiva do presidente Porfírio Lobo, ocorrida na manhã anterior, e perdeu a paciência com Honduras.

Mais invocado que nunca, ligou para o Obama sem chamar o intérprete, exigiu que o companheiro conversasse em brasileiro, quis saber se a Uáite Rause iria mesmo reconhecer o segundo governo golpista e, ao ouvir que sim, soltou o tremendo iú ar a san ófi a bítichi que aprendera dois dias antes com Celso Amorim. Antes que o ianque desse um único pio, em inglês ou português, do outro lado da linha, proibiu Barack Obama de chamá-lo de Cara, rompeu relações com os EUA e jogou o celular pela janela.

Colocou os pés sobre a mesa, ordenou a Gilberto Carvalho que parasse de bater palmas e convocasse para uma reunião, em caráter de urgência urgentíssima, os companheiros Marco Aurélio Garcia, Celso Amorim, Dilma Rousseff e Nelson Jobim. Pediu o jornal da véspera, trancou-se no gabinete, escreveu duas letras na linha horizontal superior das palavras cruzadas, parou para descansar e começava a dormir quando ouviu batidas na porta. Os convocados estavam lá, avisou Gilberto Carvalho.

Na abertura da reunião, o presidente declarou instalado o Conselho de Guerra da República, composto pelos presentes, e nomeou o ordenança Gilberto Carvalho para cuidar da ata. No improviso de 25 minutos, encarregou Marco Aurélio Garcia da montagem da Frente Bolivariana de Combate aos Golpistas em Geral e da América Central em Particular, incumbiu Celso Amorim de conseguir o apoio logístico da Nicarágua, mandou Dilma Rousseff incluir no PAC as obras necessárias para a ocupação do país inimigo e promoveu Nelson Jobim a almirante-de-esquadra e chefe da Marinha Brasileira de Ataque e Conquista.

Depois de nomear-se Chefe Supremo do Conselho de Guerra, proclamou a independência do prédio da embaixada em Tegucigalpa, transformou-o em sede da República Bolivariana de Honduras, decidiu que a caçula da ONU teria como presidente o companheiro Manuel Zelaya e ordenou a Gilberto Carvalho que enviasse um buquê de rosas à primeira-dama Xiomara.

Terminada a reunião histórica, Lula resolver contar o que fizera ao amigo hondurenho, pediu a Dilma Rousseff que emprestasse o celular e ligou para o casarão em Tegucigalpa. E então soube pelo senhor Catunda, antigo encarregado de negócios, que não havia mais hóspedes por lá. No meio da madrugada, depois de reconhecer o novo governo, Zelaya abandonara a pensão. Sem pagar a conta.

ESSE LEITOR ENTENDEU TUDO. E MERECE MEU APLAUSO


Ao contrário do que alguns podem pensar, este blog não vive somente de atirar pedras, mas também de aplausos. É o que faço agora, sem qualquer ironia, em relação a um comentário que recebi sobre o post a respeito do artigo pró-Ahmadinejad e pró-diplomacia lulista do mensaleiro Zé Dirceu, publicado ontem na Folha de S. Paulo. O leitor entendeu tudo, e aproveitou para colocar questões interessantes, que não estavam no texto. É uma pena que ele (ou ela) tenha preferido permanecer anônimo.

Seja quem for, saiba que só tenho uma coisa a dizer sobre o que você escreveu: parabéns!

Eis o comentário:

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Zé Mané Dirceu:
"Mesmo o terrorismo islâmico tem como uma de suas razões históricas a hipertrofia dos EUA e do sionismo no Oriente Médio, que condenam o povo palestino a ser uma nação sem Estado, os países árabes a um cerco permanente e o Irã a uma ameaça constante de agressão militar por parte de Israel."

Essa foi a pior parte, daquelas que faz voce pensar qual é o limite da estupidez humana. Mas não é surpresa, pois os esquerdistas são mestres na arte de inversão da relação sujeito-objeto, agente-paciente. Querem fazer parecer que a vítima é na verdade o criminoso.

A culpa do terrorismo islâmico é do próprio islamismo que tem em si as raízes da intolerância em suas crenças. Querer jogar a culpa do terrorismo pra cima dos EUA é um cinismo.

Existe um paralelo aqui com a criminalidade urbana, que militantes do pensamento marxista querem explicar jogando a culpa no capitalismo, ou seja, na parte da sociedade que por escolha própria estuda, trabalha e produz.

Daí o menor de idade infrator é considerado "um adolescente em situação de risco e vulnerabilidade social."(!!) É um faz-me-rir: e a adolescente que foi atacada e roubada quando saía da escola por este mesmo infrator, esta é o que então?

Terrorismo internacional ou crime de rua,em ambos os casos, o acéfalo de esquerda sempre diz, na prática, que as vítimas merecem a violência.

A doença marxista está espalhada em todos os lugares e comtempla todos os tipos de criminosos e pessoas de má índole - desde o bandido comum, assaltante de rua, até os grandes bandidos chefes de nações, como o cínico Ahmadinejad e o ignorante Lula e seu bando.

A RELIGIÃO AQUECIMENTISTA E A COMÉDIA DE COPENHAGUE


Nesses dias em que só se fala na reunião da COP-15 e em coisas como aquecimento global, acho importante dar uma parada e pensar um pouco.

Vi ontem, na TV, o bufão venezuelano Hugo Chávez e seu pupilo, o índio de araque bolivano Evo Morales, falando na tal Conferência do Clima. Chávez culpou a "dominação imperialista" pelos problemas ecológicos do mundo. Morales pediu o fim do sistema capitalista. Enquanto isso, Dilma Rousseff, Carlos Minc, Marina Silva e José Serra não se entendiam sobre a melhor maneira de pedir mais dinheiro aos países ricos e reduzir as emissões de CO2. Do lado de dentro e de fora, uma multidão de ongueiros enfrentava a polícia e culpava os "países ricos" pelo aquecimento global, enquanto sentiam na pele os efeitos desse aquecimento... tiritando de frio.

O que está acontecendo em Copenhague merece uma reflexão mais profunda. Trata-se de uma super-reunião de ONGs patrocinada pela maior delas, a ONU, para servir de palanque anticapitalista e "discutir" - coloquemos assim - as melhores soluções para um problema sobre cuja existência não há nenhum consenso científico. É uma espécie de Forum Social Mundial do meio ambiente, no qual ninguém parece chegar a um acordo, e que caminha para ser um estrondoso fracasso.

O mais surreal de tudo isso é que, como já afirmei aqui, não há nada, absolutamente nada, que prove cientificamente que o motivo mesmo da reunião - o aquecimento global antropogênico, ou criado pelo homem - é uma realidade. Isso mesmo. Ao contrário do que você cansou de ouvir nesses dias na Jornal Nacional e no Fantástico, onde a frase mais repetida foi "estudos com-pro-va-ram que as temperaturas estão aumentando" etc., não existe uma mísera evidência, uma prova consensual qualquer, de que o que está sendo discutido em Copenhague seja verdadeiro. Ao mesmo tempo, um escândalo envolvendo o vazamento de e-mails comprometedores trocados por cientistas da Universidade East Anglia, ligados ao Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas da ONU (IPCC), pegos em flagrante manipulando dados para esconder ("to hide") estatísticas que contrariam a tese do aquecimento global, foi rapidamente abafado pelos grandes jornais. Há algo de podre nesse reino, que por coincidência é o da Dinamarca.

Em Copenhague, está ocorrendo um dos maiores eventos religiosos da História da humanidade. A questão ecológica, sobretudo o chamado aquecimento global, já deixou há muito tempo de ser um assunto científico para se tornar uma questão de fé, de religião. É uma nova religião, com todas as características de culto milenarista, inclusive uma elaborada escatologia.
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Isso quem diz não sou eu. São cientistas com décadas de experiência no estudo do clima, e que, por motivos desconhecidos, constituem vozes isoladas, sistematicamente ignoradas pela chamada grande mídia. Cientistas como o meteorologista da Universidade Federal de Alagoas Luiz Carlos Molion, representante dos países da América do Sul na Comissão de Climatologia da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Em entrevista recente, o professor Molion, que tem 40 anos anos de estudos sobre o clima nas costas, afirmou o seguinte (vejam a entrevista aqui:http://www.noticiasagricolas.com.br/noticias.php?id=59089):

- Não existe aquecimento global. Muito menos provocado pelo homem. Medições científicas mostram que a temperatura dos oceanos, que correspondem a 71% da superfície da Terra, está, na verdade, diminuindo. Não há nenhuma comprovação científica de que o nível do mar está aumentando: em alguns lugares, ele avança; em outros, retrocede; em outros, ainda, permanece o mesmo há séculos. "E o derretimento das geleiras?" Não são geleiras, são blocos flutuantes de gelo. É um processo totalmente natural. E não tem qualquer influência na mudança do nível dos oceanos. (Aliás, estudos recentes mostraram que o gelo no Ártico está, ao contrário do que se passou a dizer, maior do que antes.)

- O CO2, apontado como o grande vilão do aquecimento global, não tem absolutamente nada a ver com o clima da Terra. Não é o CO2 que controla o clima. É o Sol. Em um período de mais ou menos 90 anos, ocorrem variações no nível de radiação solar, com períodos de radiação mais intensa e outros de menor intensidade. Nos próximos 20 ou 25 anos, a previsão é que a atividade solar irá diminuir, logo a tendência será um resfriamento, e não aquecimento da Terra.

- O CO2 não tem qualquer influência no aquecimento ou resfriamento da Terra. Pelo contrário: o CO2 é o gás da vida. Sem ele, não haveria natureza, tampouco vida no planeta. O CO2 é uma resposta. Quanto mais CO2, maior é a produção das plantas. (Nota à margem: lembram de seu professor de Biologia falando em como se dá o processo de fotossíntese?)

- As emissões de CO2 pela ação humana (fábricas, automóveis etc) não respondem absolutamente por qualquer mudança de temperatura do planeta. Calcula-se em cerca de 200 bilhões de toneladas a quantidade de CO2 emitida anualmente de forma natural (pela vegetação, vulcões etc.). A margem de erro é de 40 bilhões de toneladas, para cima ou para baixo. Desse volume, a atividade humana responde por cerca de 6 bilhões de toneladas/ano, ou seja, por aproximadamente 3% (três por cento) de todo o CO2 emitido na atmosfera. É mais de três vezes menos a margem de erro admitida para medir o total de CO2 emitido pela natureza todos os anos. Uma quantidade ínfima, insignificante mesmo. O que provoca algum dano ao meio ambiente não é o CO2, assim como não era o tal CFC o culpado pelo tal buraco na camada de ozônio (outra farsa, uma espécie de "ensaio" para o "aquecimento global"), mas outros elementos, como o enxofre, além das queimadas e da devastação das florestas.

Você deve estar se perguntando: mas, se o aquecimento global é um mito, desprovido de qualquer base científica, o que representantes de 192 países estão fazendo em Copenhague? Por que tanto dinheiro, tantos cientistas, governantes, diplomatas e artistas de Hollywood, gente como Al Gore e os membros do IPCC, estão sustentando uma mentira? Molion arrisca uma resposta:

"Na verdade, o aquecimento não é mais um assunto científico, embora alguns cientistas se engajem nisso. Ele passou a ser uma plataforma política e econômica. Da maneira como vejo, reduzir as emissões é reduzir a geração da energia elétrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz calcada nos combustíveis fósseis, não há como diminuir a geração de energia elétrica sem reduzir a produção."

Não sei quanto a vocês, mas eu sempre desconfiei dessa conversa de "aquecimento global". Ainda mais "criado pelo homem". Principalmente quando se percebe que o discurso aquecimentista, de uns tempos para cá, virou uma espécie de dogma, contra o qual não se admite a menor contestação. Não vi, até agora, nenhum especialista em clima contrário à tese de aquecimento global sendo chamado para expor sua tese na Rede Globo, por exemplo (Molion deu uma entrevista para a Band), muito menos na COP-15. Vi, sim, foi o Al Gore com aquele seu power-point, tentando explicar como, se o gelo do Ártico está aumentando em vez de diminuir, as calotas polares irão desaparecer assim mesmo. E muita propaganda, muitos comerciais emocionantes na TV mostrando apelos de criacinhas e imagens de ursos polares com seus filhotes. Há dois anos, quando Al Gore recebeu o Nobel da Paz juntamente com os cientistas do IPCC, escrevi um texto dizendo que o mundo vai acabar. Não por causa das previsões dessa turma, mas porque ele, Al Gore, ganhou o Nobel da Paz... Lula, claro, não poderia ficar de fora: outro dia, ele deu também sua contribuição à Ciência, dizendo que o problema do aquecimento global é que a Terra é redonda - se fosse quadrada, o problema não existiria...

O que parece claro, além de todas essas batatadas, é que o discurso ambientalista constitui uma forma de controle social, com um viés claramente ideológico, direcionado contra um sistema político e econômico - o capitalismo. O caráter maniqueísta da propaganda é indisfarçável: de um lado, a turma de bem, os defensores do maior controle da emissão de CO2 e pregadores do apocalipse que afirmam que, se nada for feito, o mundo caminhará para a destruição; de outro, o lado mau e perverso, os ricos industriais que só pensam no lucro e que estão se lixando para a preservação do meio ambiente e para o derretimento das calotas polares... A isso soma-se uma tentativa de submeter os hábitos pessoais ("ande menos de carro", "coma menos carne" etc.) ao que se convencionou chamar de "interesse coletivo". Já sabemos no que isso vai dar. E não é coisa boa.

Verdadeiro ou falso, o certo é que o discurso do aquecimento global não está sendo debatido como deveria. Observações como as do prof. Molion continuam sendo ignoradas pelo mainstream, que continua despejando milhões de dólares e emitindo toneladas de carbono para convencer a todos de algo que, tudo indica, é uma imensa farsa. O que me dá o direito, mesmo não sendo especialista na matéria, de pensar que o discurso aquecimentista não passa de uma fraude ideológica feita sob medida por e para ONGs ripongas e caudilhos terceiro-mundistas. Pelo menos até que se veja alguma coisa parecida com um debate, e não slogans demagógicos anticapitalistas.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

DIRETO DAS TREVAS: O ANTISSEMITISMO DESCARADO DE UM CHEFÃO PETISTA


Ah, não! Essa eu tenho que comentar!

Lembram de José Dirceu, o homem do mensalão petista? Pois é. O sujeito resolveu sair das sombras de negócios meio heterodoxos como "consultor" para escrever um artigo na Folha de S. Paulo de hoje, 16/12. Sabem sobre o que fala o impoluto? Da política externa brasileira. Mais especificamente: de um Artigo (que, aliás, trascrevi aqui há alguns dias) que critica a visita do maluco Mahmoud Ahmadinejad ao Brasil.

Se havia alguma dúvida de que a diplomacia lulista é mesmo um descalabro, e que a visita de Ahmadinejad foi mesmo o flerte com o Mal, o artigo de Dirceu se encarrega de acabar com ela de forma eloqüente e definitiva. São mentes como a desse senhor, de onde brotou o maior esquema de corrupção da História do Brasil, que estão por trás da diplomacia pró-tiranias e megalonanica do governo Lula. Pensei até em rebater o que diz o ex-chefe da Casa Civil da presidência da República. Mas percebi que outro já o fez, de forma muito competente. Pelo menos não terei de remexer nessa matéria fecal.

Segue o post que Reinaldo Azevedo publicou em seu blog sobre o assunto. Não tenho nada a acrescentar. Só a lamentar que um jornal como a Folha se preste a servir de tribuna para gente desse naipe.

Sempre que alguém falar da política externa do governo Lula, lembrem desse artigo de Zé Dirceu.

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O LIXO FEDORENTO PRODUZIDO POR JOSÉ DIRCEU

Cada um faça o que quiser do seu jornal. Eu me dou o direito apenas de comentar e de fazer indagações que partilho aqui com vocês. Por que o ex-deputado José Dirceu, cassado em razão de seu comportamento indecoroso mesmo para os padrões vigentes no Congresso brasileiro, réu no mensalão, escreve artigos num jornal como a Folha? Só pode ser porque a imprensa brasileira, que os petistas chamam “mídia”, adora botar uma corda no próprio pescoço; adora encontrar um abrigo no peito do inimigo; adora flertar com aqueles que fazem de tudo para silenciá-la.

Certamente há quem acredite que devemos, em nome dos nossos princípios, ter com aqueles que nos querem destruir a tolerância que eles, em nome dos princípios deles, não têm com a gente. O resultado dessa equação é que os que odeiam a democracia ganham sempre. De resto, Dirceu conta com uma equipe, certamente paga com o que ele consegue amealhar como “consultor de empresa privada”, para produzir um site. O chato, para ele, é que ninguém lê aquela porcaria, a não ser a rede petista infiltrada na “mídia”, que, invariavelmente, se encarrega de reproduzir coisas que são escritas lá.

Dirceu odeia a imprensa — menos a que fala bem do PT, é claro — e tem seu próprio canal para escoar o lixo intelectual que produz. O que justifica que ocupe também um lugar no mundo dos vivos? Posto isso, faço um vermelho-e-azul com o artigo que ele publicou hoje na Folha.

O PROFESSOR da USP José Augusto Guilhon Albuquerque escreveu nesta Folha (9/12) crítica à visita ao Brasil do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad. Disse ter ficado confuso quanto ao que é paz e o que é desejável e, em exercício inaceitável de distorção dos fatos, afirma que houve cumplicidade brasileira com as atrocidades cometidas pelo governo iraniano. Primeiramente, o professor omite que o iraniano foi recebido após as visitas dos presidentes de Israel, Shimon Peres, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
A estupidez está dada já nas primeiras linhas. Peres e Abbas não são compensações à presença de Ahmadinejad no Brasil. Mas pensemos um pouco com a cabeça marota de Dirceu: digamos que fossem. Dado que o petista, como se verá, é claramente simpático à causa iraniana, entende-se que Peres — e talvez até Abbas — sejam, vejam que formidável, o “Mal” que serve de contrapeso ao “Bem”. Assim, Lula teria feito uma concessão, recebendo gente não muito decente, como os líderes israelense e palestino, para depois abrir os braços a este gigante moral que é o presidente do Irã. Tenho de notar à margem que Abbas tem em Ahmadinejad um de seus maiores inimigos: o Irã financia os terroristas do Hamas.

Quer dizer que o professor acha ruim receber Ahmadinejad, mas nada tem contra a recepção a Peres, presidente de um país que seguidamente viola as resoluções da Organização das Nações Unidas e cujo governo é responsável, pela via da força, por negar seguidamente ao povo palestino o direito de ter seu próprio país?
Dou de barato que Dirceu ignore as seguidas resoluções da ONU contra o Irã, com a diferença de que o fórum que costuma “condenar” Israel é o Conselho de Direitos Humanos, coalhado de “antiimperialistas” e anti-semitas militantes. O que realmente é formidável é a afirmação, sem quaisquer outras considerações, de que Israel nega ao povo palestino o direito a seu próprio país. Como se sabe, os pacíficos palestinos querem um país, negado por beligerantes judeus. Por que Dirceu não pergunta ao próprio Abbas o que ele pensa da “luta” do Hamas? Em segundo lugar, o que a causa palestina tem a ver com Ahmadinejad? Tivessem os palestinos o seu estado, seria outra a política do Irã?

Mas o ardil de Albuquerque veio acompanhado da ausência de leitura da cobertura que a Folha fez do encontro com o iraniano. No caderno Mundo (24/11), somos informados de que Lula “aproveitou a presença de Ahmadinejad para transmitir cobranças quase unânimes da comunidade diplomática”, deixando “claro que repudia a hostilidade aberta de Ahmadinejad a Israel” e que “o Brasil, embora busque os melhores vínculos possíveis com o Irã, tem ressalvas em relação a algumas posições do iraniano”. O jornal publicou ainda as seguintes frases do presidente Lula: “A política externa brasileira é balizada pelo compromisso com a democracia e o respeito à diversidade. Defendemos os direitos humanos e a liberdade de escolha de nossos cidadãos e cidadãs com a mesma veemência com que repudiamos todo ato de intolerância ou de recurso ao terrorismo” e “Defendemos o direito do povo palestino a um Estado viável e a uma vida digna, ao lado de um Estado de Israel seguro e soberano”.
As frases que Dirceu tão bem selecionou para indicar a suposta contraposição do governo brasileiro a Ahmadinjad deixam, então, claro que aquele senhor não respeita a democracia, a diversidade e a tolerância. Mais: deixam claro que, com efeito, ele recorre ao terrorismo.

Isso não importa, não é mesmo, professor? Afinal, a política externa que o sr. defende é a adotada no governo Fernando Henrique Cardoso, que desejava uma ordem unipolar, com os EUA dando as cartas. O professor não se incomoda com essa concepção de política externa nem com a invasão do Iraque sem autorização da ONU ou com os centros de tortura americanos mundo afora. Não há limites à hipocrisia, professor? A cumplicidade com essa submissão é que é inaceitável.
Aqui, a delinqüência intelectual de sempre com o governo ao qual os petistas devem, na prática, a sua própria existência por razões tantas vezes elencadas. A ordem multipolar petista compreende o apoio a um terrorista como Ahmadinejad, a proteção ao genocida do Sudão, o apoio a todas as transgressões à ordem democrática dos bolivarianos, o flerte com os narcoterroristas das Farc. Os EUA e aliados atacaram o Iraque em março de 2003. Lula já era presidente da República — logo, o governo anterior, de FHC, não pôde se pronunciar a respeito daquele fato em si e de outros que dele decorreram, como as acusações de tortura. As ilações de Dirceu são descabidas porque mentirosas.

A diretriz do governo Lula para a política externa é, reconhecidamente, responsável pelo papel de destaque no mundo que o Brasil conquistou.
É mentira! Essa política externa que apóia tudo quanto é bandido mundo afora não trouxe um centavo para o Brasil. A boa posição que o país ocupa na economia mundial nada deve à política externa. Desafio Dirceu a provar com números. Ele não vai porque sabe que se trata de uma clamorosa, vergonhosa e absoluta MENTIRA!

Ela se pauta, entre outros fatores, pela compreensão de que nossos interesses nacionais serão tão mais ressonantes quanto maior for o caráter multipolar da nova ordem internacional. E esse caminho passa por integrar os países em desenvolvimento e seus blocos regionais e por construir novas pontes diplomáticas.
Embromação disfarçada de retórica integracionista. O Irã não integra “bloco” nenhum — ou ele diga qual é. Nem os países árabes vêem com bons olhos a hipertrofia dos seus , no mais das vezes, inimigos persas do xiismo. O único bloco que o Irã integra é o dos países párias, que ameaçam a ordem internacional com o apoio ao terrorismo.

O Brasil não aceita o jogo da vilanização, cujo único propósito é reforçar a supremacia de uma superpotência e seus aliados.
O patriotismo é último refúgio dos canalhas. E o antiamericanismo é o penúltimo dos canalhas latino-americanos.

O presidente Lula age como interlocutor de distintos parceiros, com respeito à autodeterminação e mantendo sempre como horizonte estratégico a superação do unilateralismo como caminho único para a paz.
Sem dúvida! Como Chamberlain e Daladier dialogando com Hitler em nome de um mundo mais plural…

A passagem de Ahmadinejad pelo Brasil serviu também para que a comunidade internacional se fizesse ouvida pelo iraniano. E Lula deixou isso claro no encontro.
Claro, o mundo precisa ouvir Ahmadinejad. Precisamos lhe dar o palco para que ele defenda a destruição de Israel (ele não recuou) e para que ele negue o Holocausto (ele não recuou). Com efeito, José Dirceu: se não for Lula a lhe dar tal chance, quem será?

Se o professor escolheu torcer os fatos, não pode alegar desconhecimento de que a principal ameaça à paz mundial é a existência de um mundo unipolar.
O período não faz sentido. Ainda que fosse uma bobagem, o certo seria escrever: “Se o professor NÃO ESCOLHER torcer os fatos…” Afinal, para não “alegar” o desconhecimento — e, pois, expressar o reconhecimento de um ponto de vista que é do próprio Dirceu —, o professor teria de escolher apegar-se àquilo que Dirceu considera os fatos… É uma questão de linguagem e de lógica. Dirceu atrapalhou-se com uma espécie de dupla negação que há em “NÃO pode alegar DESconhecimento”. É coisa típica de uma mente um tanto perturbada, que não consegue distinguir o certo do errado, o bem do mal e, como estamos cansados de saber, o mocinho do bandido. Daí a escolha invariável dessa gente pelo errado, pelo mal… e pelo bandido!

As principais guerras recentes (Iugoslávia, Iraque, Afeganistão) foram produto desse desequilíbrio.
Como é que é? O que tem a “guerra da Iugoslávia” a ver com a do Iraque e com a do Afeganistão? Digamos, para efeitos de pensamento apenas, que a do Iraque tenha sido injustificada. Mesmo no mundo perturbado de Dirceu, a intervenção americana no Afeganistão padece da mesma falta de motivos? E a da Iugoslávia? O Ocidente deveria ter permitido que a limpeza étnica se consumasse, inclusive contra os islâmicos da região? Dirceu não sabe o que diz.

Ou, pior, sabe, como demonstra o parágrafo seguinte.

Mesmo o terrorismo islâmico tem como uma de suas razões históricas a hipertrofia dos EUA e do sionismo no Oriente Médio, que condenam o povo palestino a ser uma nação sem Estado, os países árabes a um cerco permanente e o Irã a uma ameaça constante de agressão militar por parte de Israel.
Entenderam? O terrorismo é uma reação à hipertrofia dos EUA e ao sionismo. Assim, entende-se, é preciso antes dar um jeito nessas duas deformações. Segundo Dirceu, é Israel quem ameaça permanentemente o Irã, não o contrário. Agora entendi: os verdadeiros culpados pelos atentados de 11 de setembro foram as próprias vítimas. Quando um terrorista palestino joga foguetes em Israel ou explode um bomba num ônibus ou numa pizzaria, os culpados por isso são os judeus. Faltava-nos esta iluminação: para Dirceu, o terrorismo, que qualquer pessoa decente considera sempre culpado, é inocente quando ataca e quando é atacado.

Os sucessivos acordos de paz fracassados pedem que outros países, como o Brasil, contribuam com uma interlocução positiva no Oriente Médio. Por isso, receber Ahmadinejad foi, sim, uma decisão acertada.
Está dada qual é a”contribuição positiva” que o Brasil tem a dar: apoio ao terrorismo e às ditaduras e censura às democracias americana e israelense. E não pensem que Dirceu fala por si mesmo. Ele vocaliza o pensamento petista. Felizmente, o mundo começou a se dar conta dessa picaretagem. Já percebeu que o Brasil resolveu ter os párias como aliados.

Concluindo
Por que um jornal como a Folha precisa de Dirceu? Respondo como leitor: talvez porque, a exemplo do resto da grande imprensa, o jornal esteja preocupado em demonstrar que é plural e não tem lado. Eis um gigantesco equívoco mesmo segundo esse princípio.

A grande imprensa, entendo, tem mesmo de ser plural, o que, convenham, de hábito, não é. Cadê as vozes críticas à tese do aquecimento global, para citar um exemplo quente? A defesa do terrorismo, no entanto, deve fazer parte da pluralidade aceitável? Quando Dirceu livra os terroristas de suas responsabilidades, ele os defende por vias oblíquas. Acatar tal voz não revela pluralidade, mas concessão à defesa de um crime de lesa humanidade. “Ah, é importante saber o que eles pensam”. Para tanto, ele conta com os seus próprios meios.

Eis aí o verdadeiro PT! O mensaleiro Dirceu, pensando essas porcarias, é hoje um dos principais articuladores da candidatura de Dilma Rousseff à Presidência.

Com a serenidade possível, sem paranóia, os judeus que vivem no Brasil, brasileiros ou não, devem refletir profundamente sobre as palavras de Dirceu. O anti-sionismo sempre foi um excelente armário para esconder o anti-semitismo. Não ouso dizer que Dirceu seja um anti-semita por convicção porque lhe faltam cultura política e informação mesmo para escolher essa ignomínia. Deve-se prestar atenção às escolhas de um governo, de um partido, de um político. O governo Lula, o PT e José Dirceu escolheram o Irã de Ahmadinejad. E a escolha de Ahmadinejad, como sabemos, é destruir Israel e, por conseqüência, os judeus. É ele quem diz isso, não sou quem lhe atribui tal intenção.

Ah, sim: se judeus há no PT, aí já considero que não seja matéria de política, mas de psicanálise. Cumpre saber a origem psíquica da atração pelo algoz.

HONDURAS: ENTERRANDO A FALÁCIA DO "GOLPE"

Ontem fiz uma coisa inédita neste blog: estimulado por um leitor que encasquetou que sou um defensor do "vale-tudo institucional" e da execução sumária porque, ao contrário da maioria, eu li a Constituição de Honduras e não vi golpe de Estado no país (a não ser o tentado por Zelaya e sua trupe), postei dois textos num único dia, sobre o mesmo assunto.
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Quem acompanha o blog deve ter percebido que ando meio monotemático ultimamente. Não é por falta de vontade minha de tratar de outros temas. É que os comentários do leitor anônimo, além do colossal fiasco brasileiro em Honduras, me levaram a me concentrar na questão. Os ensinamentos advindos daquele país, em especial sobre como age o golpismo bolivariano e como ele encara coisas como a Constituição e a democracia, são importantes demais para ser ignorados. A esse respeito, terminei meu meu último post com uma pergunta. Até agora não recebi resposta. Começo a desconfiar que não a terei nunca.
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Creio que, a esta altura, está mais do que claro, para qualquer pessoa que tenha algo além de vento acima dos ombros, que a trapalhada em que o governo Lula se meteu em Honduras foi uma das maiores da História. Está mais do que claro, pelo menos para os 0,01% da humanidade que pensam, que golpistas, no caso, são Manuel Zelaya e Hugo Chávez, além de Daniel Ortega e seus amigos brasileiros. Mesmo assim, vou me permitir uma última observação.
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Falou-se muito, desde que Zelaya foi deposto e expulso de Honduras, em "devido processo legal". O leitor que insiste na tese do golpe contra Zelaya mencionou-o diversas vezes. Confrontado com o impeachment de Fernando Colllor no Brasil em 1992, este disse mesmo que o próprio impeachment foi o devido processo legal etc., e que em Honduras não houve nada disso. Deixando de lado o fato de que o impeachment é um processo político, e não jurídico, e que o STF absolveu Collor de todas as acusações - foi isso que chamei de devido processo legal -, OK, digamos que o impeachment foi, ele próprio, o devido processo legal etc. e tal. Nesse caso, teria havido golpe de Estado em Honduras em 28/06 porque esse "devido processo legal" não foi obedecido, certo?
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Errado! E PROVO por quê.
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Mesmo admitindo-se que o impeachment em 92 foi o "devido processo legal", isso não muda em absolutamente nada a legalidade da deposição de Zelaya. Por um motivo muito simples, para o qual quase ninguém, inclusive o chanceler Celso Amorim, prestou atenção: não existe impeachment na Constituição de Honduras. Simples assim.
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Se não há impeachment, que foi o "devido processo legal" para afastar um presidente no Brasil em 92, então a deposição de Zelaya foi um golpe, certo? Mais uma vez: NÃO, ERRADO! A Constituição de Honduras, nesse ponto específico, é falha, até omissa, como já disse. Mas as condições para o impedimento do presidente estão colocadas, de forma clara, no Artigo 239 da Constituição, já por mim tantas vezes mencionado. O que diz o Artigo 239? Que qualquer um que propuser a reforma da Carta a fim de reeleger o presidente ou vice-presidente - o que Zelaya tentou fazer com sua "consulta popular não-vinculante" - perde DE IMEDIATO ("de inmediato") o cargo que exerce e fica inelegível por dez anos. Está lá, é só ler o que está escrito.
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O que isso significa, na prática? O seguinte: que - repito para ficar ainda mais claro -, quando Manuel Zelaya foi preso pelos militares, vestindo, dizem, pijama, ele JÁ NÃO ERA MAIS PRESIDENTE. Do mesmo modo que Fernando Collor, após o impeachment, perdeu o cargo. A expulsão extralegal de Zelaya do país não muda esse fato, assim como a absolvição de Collor no STF não alterou um milímetro a constitucionalidade do impeachment. Em outras palavras: assim como o impeachment foi o "devido processo legal" no caso de Collor, a deposição imediata de Zelaya foi o "devido processo legal" no caso de Honduras.
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Grande parte da confusão jurídica, decorrente da ignorância da Constituição de Honduras (em especial do Artigo 239), poderia ter sido evitada, é verdade, se existisse na Carta Magna hondurenha o instrumento do impeachment. Mas isso não muda nada na questão. Com ou sem impeachment, a Constituição hondurenha prevê a perda imediata do cargo do presidente que tentar reformá-la. E ponto. Pode-se achar isso uma tolice, discordar dessa forma de resolver as questões, mas é o que está na Constituição do país. E o que está na Constituição, seja no Brasil, em Honduras ou em Kiribati, deve ser respeitado. Alguma objeção?
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Resumindo: os hondurenhos conseguiram depor um presidente, de forma legal e sem derramamento de sangue, com os recursos legais à sua disposição - recursos falhos, como toda obra humana, mas, ainda assim, é o que eles têm. Mesmo assim, o governo Lula e a "comunidade internacional" se recusaram a levar em conta o que diz a Lei Maior de Honduras e condenaram o "golpe de Estado", enquanto pressionaram pela volta "imediata e incondicional" de um golpista, ameaçando lançar o país numa guerra civil. Mas esbarraram na determinação de um povo que se recusou a virar súdito de Hugo Chávez. De forma legal, constitucional. Sim, constitucional! Apesar da expulsão de Zelaya.
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Os bolivarianos e seus parceiros basearam toda a teoria do "golpe" na seguinte mentira: entre um Artigo da Constituição que proíbe a expulsão de qualquer cidadão hondurenho (o 102) e outro que pune com a perda imediata do mandato quem propuser a reeleição (o 239), escolheram o primeiro Artigo e mandaram o segundo às cucuias. Ou seja: entre uma democracia imperfeita e democracia nenhuma, preferem democracia nenhuma!
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Como se não fosse o bastante, a teoria do "golpe" em Honduras foi totalmente desmoralizada pelas eleições presidenciais de 29/11. Desde então, a "comunidade internacional", antes unânime na condenação ao "golpe", se dividiu: os EUA e outros países anunciaram que vão reconhecer o novo governo hondurenho saído das urnas. Ao fazê-lo, caíram numa contradição: se o governo sob o qual as eleições foram realizadas é "golpista", como é possível reconhecer o pleito? O Itamaraty lulista, sempre mais sábio, sempre principista, achou a solução perfeita: simplesmente não vai reconhecer o próximo governo eleito democraticamente no país. Com isso, optou por manter-se coerente em relação à posição anterior. Ou seja: entre a contradição e a mentira, preferiu a mentira.
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Fico aqui pensando: se os militares brasileiros ou chilenos que tomaram o poder em 1964 e em 1973 tivessem agido como agiram os militares hondurenhos que depuseram Zelaya a pedido da Suprema Corte - de forma profissional, buscando seguir à risca o que está na Constituição -, será que teria havido o que ocorreu depois no Brasil e no Chile? Com certeza, não. Quanto sofrimento, quanto sangue e quanta mentira nos teriam sido poupados!
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Sei que, para certos cérebros, nada disso que está aí em cima vai adiantar muito. Estes já estão trabalhados na idéia de que, se os fatos - ou a Constituição - contrariam o discurso ideológico, pior para os fatos (ou para a Constituição). Felizmente, a democracia, pelo menos em Honduras, continua a se basear na Lei, não na vontade de Manuel Zelaya, Hugo Chávez ou Lula.

terça-feira, dezembro 15, 2009

MAIS HONDURAS: RESPOSTA A UM LEITOR QUE ENTENDE TUDO DE LEIS E GOLPES DE ESTADO

Ai, ai... (suspiro longo). Confesso que o tema já cansou. Mas não adianta: sempre vai aparecer alguém que me dá mais argumentos, enxergando golpismo onde há defesa da democracia e da Constituição, e negando-se a ver golpismo onde ele realmente existe, sempre que isso convenha a um certo viés ideológico. Refiro-me, claro, à questão de Honduras.
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Talvez um dia alguém escreva um livro, ou uma biblioteca inteira, com todas as mentiras, falácias, engodos, asneiras e cretinices que a turma zelaysta ou pró-zelaysta, inclusive alguns supostos "juristas", disseram sobre o famoso "golpe de Estado" desfechado em 28/06 para preservar a Carta Magna do país de um caudilho que queria atirá-la no ralo. Enquanto isso, sou obrigado a rebater os, digamos assim, "argumentos" dessa patota.
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Vamos lá. Respondo a um leitor que, por motivos que posso deduzir, prefere o anonimato (deve estar tão certo da justeza de seus argumentos que não quer aparecer...). Ele em vermelho, cor dos que acham que constituições são uma mera formalidade burguesa ou simples escadas para a "revolução":
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De alguém que se acha especialista em leis e em golpes de Estado para um verdadeiro especialista:
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Antes de mais nada: não sou especialista em leis e em golpes de Estado. Aliás, não sou especialista em coisa nenhuma: entendo tanto de leis, sobretudo estrangeiras, quanto Lula entende de gramática ou Al Gore entende de aquecimento global (a diferença deste é que não finjo entender). Sou apenas alguém que, embora não esconda de ninguém suas preferências ideológicas, não deixa que elas o ceguem para a realidade e a boa e velha lógica. Ao contrário de muita gente "neutra" ou "imparcial" que coonesta o golpismo bolivariano. Adiante.
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Eu disse “Bem ou mal” porque não interessa a correção ou erro da decisão. O importante é que foi (ou, ia ser, antes que fosse dada a ordem preventiva) descumprida.Agora:
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Ah, bom, que alívio! Estava pensando que o autor escreveu "bem ou mal" quando falou de uma decisão de uma Suprema Corte ("bem ou mal, ela decidiu que...") porque desconhece o que diz a Constituição de Honduras, especialmente seu Artigo 239. Mas, pelo visto, o autor, que insiste em ignorar esse detalhe, sabe tudo da Constituição de Honduras, como se verá mais à frente...
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Pois é, meu caro: Lei é Lei, é algo que se cumpre, não se discute. E o mané zé laia descumpriu uma cláusula pétrea da Constituição de seu país (lá vamos nós de novo...), tendo sido seu governo declarado ILEGAL e INCONSTITUCIONAL pela Suprema Corte do país. Isso é golpe?
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1- Por favor, me esclareça sobre essa história de devido processo legal para alterar cláusula pétrea. Não consigo imaginar uma cláusula pétrea que preveja o modo de sua própria modificação.
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O distinto leitor não sabe como se dá o "devido processo legal" para alterar uma cláusula pétrea da Constituição? Tudo bem, eu esclareço. Já ouviu falar em Assembléia Constituinte?
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2- Se o devido processo legal (que você erroneamente exige para a alteração de cláusula pétrea) é irrelevante para depor o presidente, uma vez que o Zelaya descumpriu a constituição, você deve considerar correta a execução sumária, se o sujeito for criminoso mesmo, não? Eu discordo disso, acho que, mesmo tendo praticado o ato, o tipo deveria ter a possibilidade de expor suas razões e o órgão competente deveria avaliar a pena adequada a aplicar. Essas coisas às quais você não dá importância. Quanto ao Collor, devido processo legal houve e foi o próprio processo de impeachment (um juízo político, com defesa, advogado e tudo, o que não houve com o Zelaya).
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Já respondi sobre o devido processo legal para mudar cláusula pétrea. Mesmo assim, repito para que fique claro: não, não acho que o devido processo legal é "irrelevante" para "depor o presidente". Aponte onde eu falo isso. O que disse, e repito porque o leitor parece que não entendeu, é que, no caso hondurenho, o que se fez de Zelaya após sua deposição é irrelevante para caracterizar golpe de Estado (lembremos: quando ele foi expulso, ele já não era mais presidente, segundo o Artigo 239 da Constituição). Quando foi detido e embarcado para a Costa Rica, ele, Zelaya, poderia até ser fuzilado, e isso seria qualquer outra coisa (assassinato etc.), menos GOLPE DE ESTADO. Creio que deixei isso muito claro em meu último post.
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Também já respondi sobre o fato de a deposição de Zelaya ter sido legal. Só não entendi o que tem a ver isso que eu escrevi com a idéia de ser a favor de execução sumária de criminosos... (!!??) De onde o leitor tirou esse raciocínio brilhante? Deve ter sido do mesmo balaio de idéias desconexas de onde tirou a tese do "golpe" dado para preservar a Lei em Honduras...
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Não, meu amigo, não sou a favor da execução sumária, nem se o sujeito for pego em flagrante matando ou estuprando minha avó. Sou a favor de que todos tenham direito a se defenderem, assim como sou a favor de todas as coisas boas, belas e puras criadas pela humanidade. Enfim, para mim, ao contrário do que você diz, essas coisas têm importância, sim, tanto que não canso de denunciar o que se passa em lugares como Cuba e a Coréia do Norte, países da predileção de muitos que condenaram o "golpe" em Honduras. Só não consigo entender como é que se pode chamar de golpe de Estado (ou, pior, de "golpe militar") um movimento que cumpriu o que está na Lei para depor um governante que tentou rasgar a Constituição. Assim como não vejo como um erro de procedimento (a expulsão extralegal) pode anular o motivo mesmo da deposição (o Artigo 239). A menos que se considere o que está no Artigo 102 uma cláusula pétrea, ou algo mais importante do que o que está no artigo 239. Zelaya "deveria ter tido a possibilidade de expor suas razões e o órgão competente deveria avaliar a pena adequada a aplicar"? Claro que sim, concordo plenamente. Aliás, era isso que Micheletti queria que tivesse ocorrido, como ele disse em entrevista recentemente. Mas o fato de isso não ter acontecido invalida o que diz o Artigo 239 da Constituição de Honduras? Sim ou não?
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Quanto ao Collor, chegamos aqui a uma questão interessante. O leitor deve admitir que impeachment é um juízo político, como ele mesmo disse. "Devido processo legal", por sua vez, é como o nome diz: um julgamento jurídico, não político. Isso começou, efetivamente, DEPOIS do impeachment, e não antes ou durante. E Collor foi absolvido, pois juridicamente (não politicamente) o STF decidiu que não havia provas contra ele. E a legalidade do impeachment não ficou comprometida por causa disso. Ou ficou?
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Mais uma coisa: presumo que o caro leitor esteja sugerindo que em Honduras houve golpe porque, ao contrário do impeachment de Collor, o "devido processo legal" não foi seguido. Nesse caso, o "devido processo legal" seria o próprio impeachment, tal como o Celso Amorim disse em entrevista. Perfeito. Só tem um probleminha: o impeachment não existe na Constituição de Honduras...
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3- No mais, se a sua solução é que a primeira ilegalidade, inconstitucionalidade ou golpe (o nome que você desejar) abre espaço para um vale tudo institucional, você deveria dizer isso com todas as letras. E aplicar em outros casos também. Por exemplo, segundo essa tese, tudo que o Chavez fez depois de 2002, está plenamente justificado pela tentativa de deposição dele.
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Não, um golpe contra as instituições como o que Zelaya tentou dar não abre espaço para um "vale-tudo institucional". Essa conclusão só pode sair de mentes incapazes de distinguir o que é legal do que não é. Nem eu, nem, quero crer, o atual governo CONSTITUCIONAL de Honduras defenderia esse absurdo. Tanto que o que se viu em seguida à deposição legal de Zelaya não foi qualquer "vale-tudo" por parte do novo governo, muito pelo contrário: as instituições foram preservadas, a Constituição defendida, as eleições previstas realizadas normalmente (apesar das ameaças dos zelaystas). O único "vale-tudo" que se verificou foi o de Zelaya e sua turma (ou seja: Chávez, Ortega e o Itamaraty lulista, entre outros), que ignoraram solenemente a Constituição de Honduras e tentaram levá-lo ao poder na marra. A analogia com Chávez após 2002 não faz qualquer sentido, até porque, até o momento, apenas a versão chavista sobre o que aconteceu é que foi ouvida. A única coisa certa é que Honduras, ao enxotar o golpista Zelaya, se recusou a se tornar uma nova Venezuela.
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Assim, talvez provaria o seu ponto, que sua posição serve tanto para condenar a esquerda como a direita.O que não dá é ficar falando em “erro” do regime e “golpe” do zelaya, fingindo que essa manipulação de qualificações constitui uma argumentação decente, quando na verdade tudo é uma questão de preferência pessoal: você acha que um descumprimento de ordem judicial por um governo, justifica sua deposição, na lei ou na marra. Mas pensa assim, somente porque o governo deposto era (ou tendia a ser) aliado do Chavez.
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O leitor parece ter certa dificuldade em interpretar textos corretamente. Eu não disse que minha posição sobre Honduras "serve tanto para condenar a esquerda como a direita". Disse que serve para saber quem tentou violar a Lei e quem agiu para defendê-la. E quem tentou rasgar a Constituição e foi impedido legalmente de fazê-lo foi Manuel Zelaya. Ponto.
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Quanto a "erro" e "golpe", se o distinto leitor não sabe a diferença entre uma coisa e outra, entre descumprir uma norma legal e tentar abolir à força uma cláusula pétrea da Constituição, só posso lamentar sua falta de senso de proporções. É algo normal em quem coloca a ideologia, disfarçada ou não, acima da realidade. É só isso que explica, por exemplo, enxergar golpe num movimento respaldado pela Constituição, ou uma diplomacia que se recusa a reconhecer as eleições em Honduras mas as reconhece em Cuba ou no Irã.
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Gostaria que me explicasse uma coisa: como eu posso achar que o descumprimento de uma ordem judicial por um governo justifica sua deposição "na lei ou na marra"? Se não cumpriu a Lei, e existe uma ordem legal da Suprema Corte determinando a ilegalidade do governo, como isso pode ser "na marra"? Afinal, a Suprema Corte determinou que a consulta que Zelaya tentou fazer era ilegal ou não?
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Como se vê, não penso assim ou assado "somente porque o governo deposto era (ou tendia a ser) aliado de Chávez" (aliás, "tendia a ser", não: ERA aliado - Chávez violou inclusive a soberania de Honduras, planejando um banho de sangue e invadindo seu espaço aéreo para restabelecer o golpista bigodudo no muque). Mas de nada adianta dizer isso a quem já botou na cachola que golpismo é apanágio da "direita" e que os esquerdistas, sejam de que tipo forem, são sempre democratas. Para quem acredita que a expulsão extralegal de um presidente deposto invalida uma decisão da Suprema Corte determinando a ilegalidade de seu governo, isso é mais que natural.
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Finalmente, se o distinto leitor quiser responder a este post e não quiser lê-lo na íntegra, como não deve ter lido a Constituição de Honduras, vou poupá-lo desse sacrifício. Basta que me responda a seguinte pergunta, que já fiz neste post e repito aqui em termos jurídicos:
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O ARTIGO 102 DA CONSTITUIÇÃO DE HONDURAS, QUE PROÍBE A EXPULSÃO DE CIDADÃOS HONDURENHOS, INVALIDA, ANULA OU TORNA SEM EFEITO O ARTIGO 239, QUE PUNE COM A PERDA IMEDIATA DO MANDATO QUEM PROPUSER A REELEIÇÃO DO PRESIDENTE?
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Ou, em português mais claro:
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O FATO DE ZELAYA TER SIDO EXPULSO DO PAÍS, EM VEZ DE PRESO E LEVADO A JULGAMENTO, INVALIDA, ANULA OU TORNA SEM EFEITO O QUE ELE, ZELAYA, TENTOU FAZER EM HONDURAS?
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SIM OU NÃO?

AINDA SOBRE HONDURAS E O GOLPE QUE NÃO HOUVE


Precisa traduzir?
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Recebo um comentário contestando o que digo em meu último texto sobre Honduras. Pelo visto, trata-se de alguém que se acha especialista em leis e em golpes de Estado. Faço um rápido vermelho-e-preto:

Golpe de Estado não é violação de cláusula pétrea, mas a uma ruptura institucional promovida por um poder legitimado pela constituição. É um conceito vago, portanto.

Eu não disse que golpe de Estado é violação de cláusula pétrea. Vou repetir o que disse: "O que caracteriza golpe de Estado é a ruptura da legalidade constitucional no que ela tem de mais essencial, como sua cláusula pétrea". Uma cláusula pétrea é a base mesma sobre a qual se sustenta o edifício constitucional. Mesmo assim, pode ser mudada e até abolida, desde que seguido o devido processo legal. Isso significa que tentar a reeleição em um país onde a proibição da reeleição é cláusula pétrea da Constituição, como Honduras, como Manuel Zelaya tentou fazer, é golpe. Fazer o mesmo no Brasil, onde a reeleição não é cláusula pétrea, não é golpe. No primeiro caso, houve uma tentativa de violar a ordem constitucional; no Brasil, não. Ficou claro?

Esse assunto já deu o que tinha que dar, mas é importante se ater aos fatos (coisa que nenhum dos lados fez):

Pelo visto, o assunto ainda não deu o que tinha que dar, não. Ainda há gente que acredita ter havido golpe em Honduras em 28/06, ou que ambos os lados são golpistas e o jogo está, portanto, zerado. Essas pessoas precisam ler o que vai em seguida.

1- Zelaya queria convocar um plebiscito, não vinculante, para consultar a população sobre a eleição de uma constituinte a constituição no mesmo dia das eleições.

2- A Suprema Corte de Honduras, bem ou mal, considerou inconstitucional o plebiscito.

Por que "bem ou mal", cara-pálida? A tal consulta convocada por Zelaya era, sim, ILEGAL e INCONSTITUCIONAL de acordo com a Constituição hondurenha (Artigo 239 - que ninguém parece muito disposto a ler, pelo visto). O Artigo 239 deixa claro que quem propuser a reeleição perde DE IMEDIATO (ou seja: imediatamente, na hora) o mandato que exerce. Vou até transcrever o que ele diz aqui, em espanhol mesmo:

ARTICULO 239.- El ciudadano que haya desempeñado la titularidad del Poder Ejecutivo no podrá ser Presidente o Vicepresidente de la República.
El que quebrante esta disposición o proponga su reforma, así como aquellos que lo apoyen directa o indirectamente, cesarán de inmediato en el desempeño de sus respectivos cargos y quedarán inhabilitados por diez (10) años para el ejercicio de toda función pública.


Querem discutir se houve golpe ou não em Honduras? Então leiam a Constituição do país.

3- Zelaya queria reformar a constituição mesmo assim.

Ou seja: VIOLOU abertamente uma cláusula pétrea da Constituição, incorrendo automaticamente na perda imediata de seu mandato. Saiu da legalidade, enfim.

4- A Suprema Corte ordenou que fosse impedido.

Isso mesmo: a SUPREMA CORTE, ou seja, o Judiciário do país, ordenou que ele fosse impedido de levar adiante uma consulta ILEGAL e INCONSTITUCIONAL. O que ele fez, então? Insistiu no troço. Conclusão: perdeu IMEDIATAMENTE o mandato, de acordo com o que diz a Constituição (leiam acima o que diz o Artigo 239).

5- O presidente teve sua residência invadida e foi expulso do país de pijamas (de verdade), sem devido processo legal.

E daí? O "presidente" já não era mais presidente (perdeu DE IMEDIATO o cargo, é o que diz a Constituição). O procedimento foi equivocado? Sim, e já falei disso aqui exaustivamente. A expulsão contrariou o Artigo 102, que a proíbe. Mas isso anula o Artigo 239 da Constituição? De jeito nenhum: o 239 dispõe sobre uma cláusula pétrea, ao contrário do 102 (expulsar um cidadão de Honduras é ilegal, mas não é "golpe"). Então é isso que caracteriza golpe de Estado: o fato de o sujeito estar vestindo pijamas na hora de ser detido? Eu não sabia que pijama foi inventado para dar dignidade a quem quer que seja.

Sobre o "devido processo legal", é importante observar o seguinte: a Constituição hondurenha é omissa nesse ponto. Mas isso não muda nada: quando Zelaya foi detido e expulso do país, de pijamas, fraque ou baby-doll com rendinhas (não importa), ele já não era presidente da República. Mesmo se o tivessem fuzilado, não teria havido golpe de Estado, pois seria o assassinato de um cidadão comum, não do mandatário. O procedimento adotado em seguida à deposição é irrelevante para caracterizar o movimento como golpe. Com ou sem devido processo legal, a deposição foi constitucional. Não é assim porque eu quero: é o que está na Constituição de Honduras.

Para ficar mais claro: ninguém pode dizer que Fernando Collor foi vítima de golpe em 1992, embora o "devido processo legal" só tenha ocorrido após ele ter sido apeado do poder por um processo de impeachment (após o qual, aliás, ele foi inocentado pelo STF). Até onde eu sei, não houve golpe de Estado no Brasil em 92. Houve?

6- Foi lida uma carta de renúncia falsa do presidente no parlamento e eleito um substituto.
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A carta, que foi lida por um deputado da oposição, não teve nada a ver com a deposição de Zelaya. Ele perdeu o mandato por ter tentado estuprar a Constituição, não por causa da carta. O substituto eleito foi o presidente do Congresso, Roberto Micheletti, conforme estabelece a Constituição do país em caso de impedimento do titular e do vice (que havia se licenciado do cargo para concorrer às eleições). Tudo conforme a Lei.
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É óbvio que qualquer tentativa de qualificar um dos lados como golpista depende das preferências do analista e da gravidade que se atribua a cada um dos fatos ocorridos. O que não vale é distorcer os acontecimentos para dar aparência de objetividade à conclusão de cada um.
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A última frase está correta, mas não o resto do parágrafo. Qualquer que seja a preferência do analista (e eu, ao contrário de muitos, não a escondo, mas não a uso como biombo para fugir à realidade), golpe é golpe, ponto final. Honduras tem uma Constituição, e isso foi sistematicamente ignorado pelos que gritaram "golpe militar" após a deposição legal de Zelaya. Considerar golpe de Estado um movimento previsto na Constituição, realizado pelo Congresso e pelo Judiciário, com apoio popular, que manteve o calendário eleitoral e preservou a democracia não tem nada a ver com objetividade: é ignorância ou ingenuidade, ou safadeza ideológica mesmo.
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Resumindo: segundo os "imparciais" que acham que um erro cometido no calor da hora pelos que derrubaram Zelaya anula o golpe que ele tentou dar e "zera o jogo", ele, Zelaya, foi vitima de golpe porque:
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- O Artigo 102 da Constituição de Honduras anula o 239.
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- Alguém leu uma falsa carta de renúncia de Zelaya no Parlamento.

- Ele estava vestindo pijama.

Pelo visto, em Honduras não ocorreu apenas o maior fiasco da diplomacia brasileira em todos os tempos: lá surgiu uma verdadeira revolução na Ciência Política. É a Teoria do Pijama dos Golpes de Estado. Segundo essa teoria revolucionária, golpe só é golpe quando é praticado pela "direita", jamais pelos "companheiros bolivarianos". Estes estão sempre do lado do povo e da democracia, mesmo quando - na verdade, principalmente quando -tentam violar as leis de um país.
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Em Honduras, os bolivarianos tentaram dar um duplo golpe: primeiro, contra as instituições do país; depois, contra a inteligência. No primeiro, eles saíram derrotados; o segundo, porém, está em plena marcha, e muitos se deixam cair nele de forma voluntária e inconsciente.

segunda-feira, dezembro 14, 2009

HONDURAS: POR QUE NÃO HOUVE GOLPE


Se há uma certeza na vida, além da morte e dos impostos, é que os esquerdistas sempre acharão um jeito de mentir um pouquinho mais, de agredir um pouco mais a verdade e o bom senso. Vejam o caso de Honduras. Há alguns dias, o país realizou eleições limpas e democráticas, do tipo que o Irã ou Cuba, por exemplo, não vêem há décadas, e o que fez a nossa diplomacia tupiniquim? Contrariando as normas mais comezinhas da lógica e até a posição oficial do governo dos EUA, que parece ter acordado para a realidade, o governo Lula se recusa a reconhecer o resultado das eleições. E por quê? Porque o governo que as convocou, dizem os sábios do Itamaraty, carece de legitimidade; é um governo "ilegal" e "golpista", dizem.

A posição da diplomacia lulista tem o mérito, pelo menos, da coerência em comparação com a confusão reinante no Departamento de Estado norte-americano nos dias da crise hondurenha. Mas isso não deve ser contado a seu favor. Pelo contrário: mostra apenas que, entre a confusão e a estupidez, o governo brasileiro escolheu a estupidez. Washington optou por reconhecer o resultado das eleições realizadas pelo governo "golpista" que manteve o calendário eleitoral (já viram algo parecido antes?). Com isso admitiu, tacitamente, que sua posição anterior, de condenação ao governo Micheletti, estava errada. Já o Brasil prefere persistir no erro mesmo, mantendo-se, coerentemente, do lado da mentira.

Já escrevi bastante neste blog mostrando, com fatos e argumentação lógica, que não houve golpe nenhum em Honduras, a não ser o tentado por Manuel Zelaya. Deixei claro - provei, para ser mais exato - que Zelaya foi deposto para que se cumprisse a Lei, e até agora não vi ninguém comprovar o contrário. Mostrei, mais de uma vez, que a idéia de que tenha havido golpe só se sustenta pela ignorância a respeito da Constituição de Honduras, em especial de seu Artigo 239, que pune com a perda IMEDIATA do mandato quem tentar reformá-la. Mesmo assim, ainda há quem acredite piamente que ele, Zelaya, foi vítima de golpe. Ainda há quem, embora reconheça que a atitude brasileira em relação às eleições presidenciais de 29/11 está errada, insiste na ladainha do golpe etc.

O mais novo argumento que defrontei foi o seguinte: houve golpe, pois Zelaya não teve o direito ao devido processo legal. Em vez disso, ele foi sumariamente deposto e expulso do país, não tendo sido respeitados seus direitos constitucionais. Enfim, houve golpe porque o procedimento que se seguiu à sua deposição foi ilegal etc. etc.

Já tratei aqui do que está acima, e faço questão de repetir: sim, a expulsão de Zelaya foi um erro, e foi, sim, ilegal, pois contraria o Artigo 102 da Constituição hondurenha. Ele não deveria ter sido expulso, mas preso e levado a julgamento. Já afirmei e reafirmei isso várias vezes. Do mesmo modo, já afirmei e reafirmei que não é isso - sua expulsão do país, supostamente de pijamas, como foi dito - o que caracteriza golpe de Estado.

Para dizer que houve golpe em Honduras em 28/06 baseado nisso - a expulsão extralegal de Zelaya para a Costa Rica - seria preciso ignorar completamente o que diz o Artigo 239 da Constituição, que deixa claro que quem tentar a reeleição perde - mais uma vez, é o que diz a Lei - DE IMEDIATO o cargo que exerce e ficará inelegível por dez anos. Pois bem: de acordo com esse Artigo, quando os militares bateram à porta de Zelaya, ele já não era mais presidente do país. A perda do mandato fora imediata. O que se seguiu à sua deposição legal é irrelevante para definir o que aconteceu. Não há o que discutir.

A expulsão de Zelaya de Honduras foi um erro? Certamente que sim. Foi um ato ilegal? Sem dúvida. Elimina o fato de que ele tentou rasgar a Constituição do país e caracteriza um golpe de Estado? Faço questão de dizer: Não! Mil vezes não!

A questão já foi colocada por Reinaldo Azevedo em resposta ao representante brasileiro na OEA, mas eu vou resumi-la aqui: o Artigo 102, que proíbe a extradição de cidadãos hondurenhos, pode ser defendido juntamente com o 239, que motivou a deposição de Zelaya - é possível conjugá-los e dizer que não houve golpe. Já para dizer que houve golpe é necessário, antes de tudo, aferrar-se ao Artigo 102 e jogar o Artigo 239 na lata de lixo, fazendo uma leitura seletiva da Constituição hondurenha, como se um Artigo tornasse o outro sem efeito. Foi exatamente isso o que fez o governo do Brasil e a chamada "comunidade internacional" na questão.

Na verdade, toda a gritaria que se ouviu nos últimos meses contra o governo "golpista" (ou "de facto") de Honduras, incluindo uma das maiores pressões internacionais a que um povo esteve submetido nos últimos tempos, não partiu de nenhuma análise jurídica, mas tão-somente política e ideológica, da situação hondurenha. Basta fazer um exercício simples para perceber isso. Digamos que os militares hondurenhos que depuseram Zelaya a pedido do Congresso e da Suprema Corte do país (mais uma vez: isso caracteriza golpe?) tivessem, em vez de o expulsado, o prendido e levado à barra dos tribunais. A gritaria contra o "golpe" teria sido menor? É pouco provável. Ainda mais porque os governos da região, entre os quais o do Brasil, condenaram desde o primeiro dia a queda de Zelaya e passaram a exigir seu retorno "imediato e incondicional" ao poder, mostrando com isso que estavam se lixando para o que ele tentou fazer com a Constituição do país. Se estão tão preocupados com o Artigo 102 da Carta Magna de Honduras, a tal ponto de dizerem que houve golpe porque este foi desrespeitado, então por que ignoram o Artigo 239, que motivou a queda de Zelaya?

É uma questão de lógica, claro. Mas não é assim que pensam os bolivarianos de todos os tipos. Para esse tipo de gente, que está além do alcance de qualquer racionalidade, um golpe só é golpe se dado por alguém "de direita", jamais por um de seu próprio grêmio. E, se são incapazes de sustentar uma mentira por muito tempo, tratam logo de inventar outra, a fim de se safar. Muita gente caiu no conto-do-vigário do "golpe militar" em Honduras, acreditando, por pura ignorância ou ingenuidade, que Manuel Zelaya é um democrata. Ao perceberem que ele foi deposto porque tentou estuprar a Constituição, viram que a situação eram bem menos maniqueísta. Mas não abandonaram a tese do "golpe": ambos os lados são golpistas, passou-se a dizer. Havendo golpistas de lado a lado, o jogo estaria zerado.

Discordo totalmente dessa tese. Não creio que, por causa de um erro dos militares encarregados de depor Zelaya, tomado no calor dos acontecimentos e por temor a uma reação violenta dos zelaystas, e de modo algum incompatível com o Artigo 239 da Constituição (a verdadeira razão de tudo), ambos os lados sejam golpistas e o jogo esteja, portanto, zerado. O lado golpista é claramente o de Zelaya. E isso pelos motivos já enumerados acima, e que continuam a ser ignorados pela maior parte da opinião pública, anestesiada pela propaganda bolivariana.

No tocante a Honduras, por influência de Hugo Chávez e da "comunidade internacional", inverteu-se a questão: a forma (ou o procedimento) como os militares se livraram de Zelaya no dia de sua queda passou a ser vista como mais importante do que o que ele, Zelaya, tentou fazer com as instituições do país. Se ele tivesse sido, digamos, morto pelos militares hondurenhos ao tentar resistir à prisão, ainda assim não teria havido golpe nenhum: talvez assassinato, mas não golpe. Isso porque, além de ele não ser mais presidente de acordo com a Constituição, o que caracteriza golpe de Estado não é como um governante é deposto - de dia ou à noite, com ou sem pijama, com ou sem o "devido processo legal" (embora, reitero, este seja necessário) -, mas, sim, a quebra da legalidade constitucional no que ela tem de mais essencial como sua cláusula pétrea. E a proibição da reeleição do presidente é, gostem ou não, uma cláusula pétrea da Constituição de Honduras. Diferentemente, até onde eu sei, da não-expulsão do presidente deposto por tentar violar esse preceito constitucional fundamental.
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O erro do governo Lula no imbróglio hondurenho não está somente em não reconhecer o resultado das eleições democráticas de Honduras, ou em ter permitido que Manuel Zelaya transformasse a embaixada em Tegucigalpa em seu cafofo e escritório de agitação política - o erro principal, o pai de todos os erros, foi não ter sabido, ou querido, distinguir um movimento para preservar a Constituição de uma clássica quartelada latino-americana. Foi ter-se colocado incondicionalmente do lado de um golpista como se ele fosse um democrata, ficando a reboque do golpismo bolivariano. Daí veio toda a trapalhada que se seguiu.
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Em Honduras, a legalidade e as instituições democráticas não somente não foram rompidas pelo governo "de facto", como foram por ele preservadas, inclusive mantendo-se o calendário eleitoral. O Congresso e o Judiciário não somente não foram fechados nem sofreram intervenção, como tomaram as rédeas do país, garantindo a alternância democrática no poder. Nenhum parlamentar foi preso ou teve os direitos políticos cassados, e os direitos individuais, como o de associação e reunião - inclusive dos zelaystas -, foram mantidos e respeitados. O estado de emergência, que durou apenas 15 dias, obedeceu inteiramente ao que diz a norma legal (Artigo 187 da Constituição). E isso a despeito de toda a pressão internacional, das ameças de sanções e das exortações à insurreição e à guerra civil, inclusive ao terrorismo, por parte de Zelaya em seu bunker no que foi um dia a embaixada brasileira em Tegucigalpa. Mas não é assim que parecem ter entendido muitas pessoas, para quem a verdadeira cláusula pétrea da Constituição hondurenha está no Artigo 102, e não no 239, da Carta Magna.

Os bolivarianos não se contentam mais em tentar mudar as constituições de seus próprios países para implementar seus projetos autoritários e continuístas. Agora tratam de reinterpretar as de outros países também, de acordo com suas próprias conveniências. Tomando a forma como o essencial, ou desprezando cláusulas pétreas em favor de filigranas jurídicas, o que pretendem é semear a confusão, pintando golpistas como democratas, e vice-versa. Em Honduras, pelo menos, eles quebraram a cara. A democracia venceu.

sexta-feira, dezembro 11, 2009

DUAS PERGUNTINHAS AOS "IMPARCIAIS" QUE ACHAM QUE A CORRUPÇÃO DE LADO A LADO "ZERA O JOGO"

Outro dia respondi aqui a um engraçadinho que me perguntou se eu não ia falar também da "corrupção da direita". Muito bem: faço-o agora, mesmo sem saber ao certo o que o referido entende por "direita" (o DEM? o PSDB?). Não porque eu aceite ser pautado pelos petralhas (o que, ao que parece, era a intenção do dito-cujo), mas porque o atual escândalo que envolve diretamente o governador do DF, José Roberto Arruda, traz algumas lições importantes.
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Ao contrário do que podem estar pensando alguns, principalmente aqueles que acham que a corrupção alheia é uma espécie de álibi para mensalões petistas e aloprados, estou acompanhando com atenção as notícias sobre o tal "mensalão do DEM" no DF. Também ao contrário do que estes pensam, não tenho a menor intenção de defender Arruda e os outros envolvidos no caso. Pelo contrário: quero mais é que Arruda se dane, que perca o cargo e que os demais acusados sejam punidos conforme a lei. É justamente por isso que não posso aceitar uma manipulação grosseira que os petistas, essas vestais da ética e dos bons costumes políticos, estão fazendo do caso.
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A questão é: a corrupção do DEM, ou de que quem quer que seja, "zera o jogo" em 2010? Melhor dizendo: a ladroagem de um torna justificável e invisível a do outro? Ou, como está em A Arte de Furtar, texto anônimo (e atualíssimo) do século XVIII: devemos aceitar que haja ladrões que roubam e são enforcados, e ladrões que roubam e enforcam?
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A resposta, pelo menos para qualquer pessoa que ainda tenha um mínimo de decência, é, claro, um NÃO bem rotundo. Mas, desgraçadamente, não é assim que pensam muitos. Vejamos:
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- Não bastou uma semana após a divulgação das imagens de corrupção na TV para que estourassem protestos e manifestações indignadas de estudantes pedindo o impeachment de Arruda e a punição dos culpados. "Fora Arruda" já virou um bordão. Pois bem. Não vi nada parecido em 2005, quando estourou o escândalo do mensalão do PT - muto maior, em dimensão e gravidade, a qualquer coisa que veio antes ou depois. Não me recordo de ter visto ninguém com um cartaz escrito "Fora Lula", por exemplo, nem gente invadindo a Câmara dos Deputados, nem cargas de cavalaria contra manifestantes. Pelo contrário: lembro bem de uma passeata da UNE, a qual presenciei de meu local de trabalho, contra a corrupção e a favor de... Lula! Pergunto: POR QUE OS QUE AGORA SAEM ÀS RUAS PARA PEDIR O IMPEACHMENT DE ARRUDA POR CAUSA DO MENSALÃO DO DF SE NEGARAM A SAIR ÀS RUAS PARA PEDIR O IMPEACHMENT DE LULA POR CAUSA DO MENSALÃO PETISTA?
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- Ontem, Arruda anunciou que não faz mais parte das fileiras do DEM, e que não irá se candidatar no ano que vem. E quanto a José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Sílvio Pereira, Luis Gushiken, Paulo Okamoto... foram desfiliados do PT? O DEM exigiu desde o início, e conseguiu, a saída de Arruda dos quadros do partido. Pergunto: E O PT, QUANDO FARÁ O MESMO COM SEUS MENSALEIROS E ALOPRADOS?
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Li que um dos deputados distritais do DF mais atuantes pelo impeachment de Arruda, um tal de Paulo Tadeu, compareceu um dia desses a uma confraternização num restaurante badalado de Brasília em homenagem a José Genoíno e a outros implicados no mensação petista de 2005. É assim que age esse pessoal: de dia, atacam e exigem a cabeça dos corruptos de outros partidos; à noite, trocam abraços e tomam uísque com os mensaleiros de sua própria grei.
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Trocando em miúdos: para os petistas e seus cúmplices, a corrupção dos outros é uma coisa muito feia e merece toda punição; já a corrupção própria, não, porque é feita por uma boa causa, com a melhor das intenções... Se eu não fosse caridoso, eu diria que isso é malandragem e safadeza da pior espécie. Como sou caridoso, digo que é duplo padrão moral. De qualquer jeito, é uma baita de uma enganação.