quarta-feira, dezembro 02, 2009

Resposta a um leitor muito sábio

Um leitor, que por motivos que posso imaginar prefere se esconder no anonimato virtual, escreveu o seguinte na área de espaços de meu texto "Zé Celso, o malucão chapa-branca", aqui postado em 12 de novembro:

Seu texto é de reacionário do rebanho, ignorante e colonizado. Vc sabe bem seguir regras, como as do Português, mas te falta muita arte ainda para compreender o que não compreende. Quando você se orgulha da sua ignorância e baforeja a raiva que afinal deve ter de si mesmo, porque não há outra razão para tamanha necessidade de ser o juiz supremo, dá a maior bandeira de sua burrice. Mas ainda deve haver tempo para você nesse mundo, para livrar-se de si, libertar-se. Corra, pois tem de recuperar o tempo perdido!
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Após meditar um pouco diante de tamanha sabedoria, enviei a seguinte resposta ao distinto leitor:
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Meu caro Anônimo, vc tem razão: sou um reacionário "de rebanho", além de ignorante e colonizado. Isso porque, como vc disse, eu sigo regras, como as de Português (ao contrário de Lula) e, sobretudo, da lógica (ao contrário do Zé Celso e outros aduladores do Apedeuta).
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Quem sabe vc não seja a pessoa que será capaz de sanar essa minha falta de "arte" para compreender o que não compreendo, como, por exemplo, o que leva alguém a escrever um texto bajulatório a um sujeito analfabeto e cafona que despreza a própria educação e que transformou esse desprezo pelas luzes em trunfo eleitoral... Devo mesmo ser alguém que se orgulha da própria ignorância e burrice (será que sou lulista e não sei?) e que baforeja a raiva que afinal devo ter de mim mesmo, pois sou incapaz de enxergar a auréola que muita gente jura ver em torno da cabeça de nosso Mestre Iluminado.
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Faço apenas uma pequena ressalva ao que vc disse: não pretendo arvorar-me em juiz supremo, pois esta posição, mesmo se eu a quisesse para mim, seria impotente diante do Deus-Pai-Todo-Poderoso-de-Caetés-filho-de-uma-mulher-que-nasceu-analfabeta. Mas, por via das dúvidas, vou seguir seu conselho. Vou tentar livrar-me de mim mesmo e libertar-me. Vou correr agora mesmo para o cinema para assistir e reassistir umas trinta vezes à hagiografia cinematográfica de Nosso Líder e Guia Genial, até que minhas lágrimas sequem e meu cérebro vire um maracujá. Quem sabe assim eu veja a luz e me torne petista. Amém.

Um comentário:

Anônimo disse...

Abre o olho. Os caras mais inteligentes já estão pulando fora:

http://andrewsullivan.theatlantic.com/the_daily_dish/2009/12/leaving-the-right.html