Os historiadores do futuro certamente terão muito a dizer sobre a contribuição do governo Lula para o prosseguimento das transformações pelas quais o País começou a passar nos anos 1990. Tampouco deixarão de registrar que a democracia lhe deve a decisão de não buscar um terceiro mandato mediante emenda constitucional. Mas haverão de lembrar que nunca antes neste país, em regime democrático, um presidente havia manifestado tanto ódio pela imprensa livre. Lula é o governante que, com pouco mais de um ano no poder, tentou expulsar do País o correspondente do New York Times por ter escrito uma reportagem (de duvidosa qualidade, por sinal) sobre o que seria o seu gosto pela bebida. Alertado pelo então ministro da Justiça, Marcio Thomaz Bastos, de que a expulsão seria inconstitucional (o jornalista era casado com uma brasileira), Lula explodiu: “F-se a Constituição.”
Este é um blog assumidamente do contra. Contra a burrice, a acomodação, o conformismo, o infantilismo, a ingenuidade, a abobalhação e a estupidez que ameaçam tomar conta do País e do Mundo. Seja livre. Seja do contra. - "A ingenuidade é uma forma de insanidade" (Graham Greene)
sexta-feira, março 26, 2010
"FODA-SE A CONSTITUIÇÃO!"
LULA, O PACIFISTA (OU: COMO CONSEGUIR A PAZ CONVERSANDO COM QUEM NÃO QUER... A PAZ!)

As palavras acima, vocês já devem ter adivinhado, foram ditas por ele, vocês-sabem-quem. O presidente do mundo e candidato a Messias Universal as proferiu em um evento no dia 25, para comemorar o Dia da Cultura Árabe, em São Paulo. Houve quem aplaudisse. Ele disse outras barbaridades sobre outros assuntos também, como a crise econômica mundial (que não teria sido tão grave no Brasil por causa da "diversificação dos contatos comerciais com o mundo árabe" etc.). Mas fico com as duas afirmações lapidares acima. Elas resumem com exatidão quem é, o que é e o que "pensa" nosso Mestre e Guia Genial, o estadista global, o homem que mais entende de política externa na História do Universo, a ponto de agora querer ensinar a paz a israelenses, palestinos, árabes e iranianos.
Quer saber como destrinchar o nó e alcançar a paz no conflito do Oriente Médio, que já dura mais de sessenta anos? A ONU não sabe, os EUA não sabem, a União Européia não sabe. Mas Lula sabe. Lula tem a resposta. Basta conversar com todo mundo, diz o Demiurgo. Com todo mundo? Com todo mundo. Com quem quer a paz? Sim, claro. E com quem NÃO QUER a paz também? Também, segundo Lula. Aliás, principalmente com estes. É aí que está a grande sacada! De acordo com esse grande sábio, só não há paz na região exatamente porque não se conversa com os inimigos da... paz! Segundo esse raciocínio brilhante, os israelenses, ao invés de se defenderem quando atacados, deveriam baixar as armas e se deixar imolar. Outros já tentaram no passado, inclusive com idéias de uma "solução final" para o "problema judaico". Mas com o Hamas, o Hezbollah, a Síria e o Irã seria diferente, afirma Lula... Ele deve achar que os seis milhões de judeus mortos pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial não foram o bastante. Deve acreditar que morreram tantos porque alguns, uma minoria, resistiram, e que, se todos tivessem se deixado assassinar passivamente e conversado com seus carrascos, o Holocausto não teria existido.
Não é genial? Acho que, a essa altura, Barack Obama e Benjamin Netanyahu devem estar batendo a cabeça na parede e se perguntando: "Como é que eu não pensei nisso antes?" O Hamas, o Hezbollah, a Síria, o Irã - que patrocinam os dois primeiros -, enfim, todos os que não querem a paz, que fazem tudo para sabotá-la, os que não reconhecem o direito do outro existir são... interlocutores da paz! Ora vejam só! Que descoberta incrível! Basta chamá-los para conversar, segundo Lula, que eles irão parar de lançar homens-bomba contra alvos israelenses e vão desistir do seu plano juramentado de transformar Israel numa pilha de ossos e num mar de sangue. Onde está a Academia Sueca, que não deu ainda o Prêmio Nobel a esse grande pacifista, a esse eminente pensador e filósofo da paz?
Fico cá pensando: imagine que um louco fanático com idéias homicidas e armado atés os dentes jurou que vai lhe matar e a toda sua família. Ele não reconhece seu direito a continuar respirando, e já deixou claro, com palavras e atos, que não sossegará enquanto não lhe vir com a boca cheia de formiga ou debaixo de sete palmos de terra. Ele não quer a paz, quer a guerra. Você, claro, como bom pacifista e seguidor de Lula, não tomará nenhuma providência para se defender. Em vez disso, irá ignorar essa intenção de seu inimigo e, imitando Gandhi, vai chamá-lo para um jantar ou para um bate-papo no bar. O que irão debater? Tenho um palpite: a data de seu enterro...
Já citei várias vezes esse exemplo, mas não custa nada repetir: em 1938, gente pacifista e bem-intencionada acreditou que era possível garantir a paz conversando com quem não queria a paz. Resultado: em vez da paz, tiveram a guerra, a mais destrutiva de todos os tempos. E a vergonha eterna de ter ajudado a desencadeá-la. Mas Lula não sabe do que estou falando. Ele não conhece História. Ele não sabe nada.
Estou comparando Lula com o primeiro-ministro britânico Neville Chamberlain, que passou para a História como o idiota enganado por Hitler com a promessa de "paz para o nosso tempo" e que foi, involuntariamente, um dos causadores da Segunda Guerra Mundial? Estou sendo injusto. Com Chamberlain, não com Lula. O inglês era pelo menos bem-intencionado, e acreditava que poderia apaziguar o ditador nazista, atendendo suas exigências territoriais em troca de paz. Lula é diferente. Ele não é um bobalhão equivocado, um estadista iludido pelas boas intenções. É, isso sim, um aliado incondicional da tirania iraniana. O que significa dizer: também do Hamas e do Hezbollah, que aquela patrocina e financia. Ao contrário de Chamberlain, Lula escolheu um lado - o lado dos que não querem a paz, dos que lutam contra ela.
Assim como tem lado e acredita ter descoberto a fórmula mágica para a paz no Oriente Médio, Lula já escolheu um culpado: Israel. Para ele, a culpa pelo conflito na região é dos israelenses, que não se deixam matar pelos "interlocutores" do Hamas e do Hezbollah. Assim como deve acreditar que foi deles, dos judeus, e não dos nazistas, a culpa pelo Holocausto. Para Lula, terroristas são interlocutores confiáveis numa negociação para a paz. Para Lula, a paz é feita por quem a despreza.
Em maio, Lula estará em visita ao Irã. Vai retribuir a visita espalhafatosa que seu amigo e interlocutor Mahmoud Ahmadinejad fez a Brasília, em novembro. O iraniano já disse que não quer a paz com Israel. Pelo contrário: quer destruir Israel, varrê-lo do mapa, exterminar sua população. E trabalha intensamente nesse sentido, dando armas aos terroristas do Hamas e do Hezbollah. Mas isso, para Lula, não tem importância. Sob ahmadinejad, o Irã está afrontando o mundo com um programa nuclear secreto, que até cegos de nascença já perceberam que visa a obter armas nucleares e que tem endereço certo: Israel. Mas isso, para Lula, não importa. O importante é que é preciso conversar com todo mundo, principalmente com quem não quer a paz. Com isso, Lula e Celso Amorim esperam dar um grande passo à frente, e elevar o Brasil à condição de importante mediador do conflito mais antigo do mundo. Só não sabem que o salto, no caso, será para um abismo. E que o Brasil irá, sim, converter-se em medidador internacional, mas de uma negociação para trocar cadáveres. Ou cinzas.
Lula acha que a questão do Oriente Médio é igual a uma negociação entre a CUT e a FIESP. Acredita, sinceramente ou não, que tem algo a dizer sobre o assunto, e que todos devem ouvi-lo. E ainda há quem ache que eu pego demais no pé de Lula e de sua política externa aloprada e megalonanica.
segunda-feira, março 22, 2010
RESPONDO A UM LEITOR. E APROVEITO PARA LEMBRAR CERTAS REGRAS GRAMATICAIS

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quinta-feira, março 18, 2010
A "COISA MÁGICA QUE FALTAVA" NA TERRA MÉDIA DE LUIZ INÁCIO - E MAIS UM VEXAME DA DIPLOMACIA MEGALONANICA

“Quem sabe a divergência entre Estados Unidos e Israel seja a coisa mágica que faltava para se chegar a um acordo”, entusiasmou-se o presidente Lula nesta quarta-feira, declamando o que lhe sopraram Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. ”Em fala tão breve, boçalidade tão longa, que reafirma o que o pior do antiamericanismo pode produzir”, resumiu meu amigo e vizinho Reinaldo Azevedo, sempre em ótima forma.
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quarta-feira, março 17, 2010
LULA EM ISRAEL: UM FESTIVAL GROTESCO DE CINISMO

Em seguida, o auto-proclamado reformador da geografia comercial e política do mundo fez uma visita ao Museu do Holocausto em Jerusalém, lugar dedicado à memória dos 6 milhões de judeus assassinados pelos nazistas na Segunda Guerra. Dessa vez não deu pra evitar, deve ter pensado o sábio para quem os iranianos são árabes, não persas. Lula plantou uma árvore e fez um discurso de praxe contra a barbárie do Holocausto, afirmando que crimes como aquele "nunca mais, nunca mais" deveriam se repetir etc. Até parecia que o presidente que estava ali proferindo essas palavras não era o mesmo que fez festa para receber em Brasília o negador do Holocausto Mahmoud Ahmadinejad, em novembro passado, e que irá reencontrá-lo, dessa vez em Teerã, dentro de algumas semanas. Como se o chefe de Estado ali presente fosse mesmo um humanista e um democrata, alguém sinceramente interessado na defesa dos direitos humanos, e não o aliado incondicional de ditaduras como a de Cuba, que comparou os dissidentes da tirania mais antiga do Ocidente a bandidos, enquanto posava sorridente para fotos ao lado de Fidel e Raúl Castro.
Terminada a programação em Israel, foi a vez de Lula visitar os Territórios Palestinos. Lá chegando, o Guia Genial demonstrou mais uma vez toda sua eqüidistância na questão israelo-palestina, que o credencia a se colocar como mediador no conflito, ao colocar uma coroa de flores no túmulo de Yasser Arafat. O fato de ele não ter feito o mesmo no túmulo de Theodor Herzl, claro, foi só um detalhe, nada que deponha contra a "neutralidade" do governo Lula na questão, ou um simples problema de cerimonial, apressaram-se a explicar os puxa-sacos de plantão. O fato de Arafat, uma figura de proa do terrorismo internacional nas décadas de 60 e 70, que só renunciou à luta armada e aceitou a existência de Israel em 1988, ter as mãos sujas de sangue, muito do qual de gente inocente, ao contrário de Herzl, que jamais matou alguém, é também, claro, só um detalhe insignificante.
E assim prosseguiu mais essa visita "exitosa" (segundo o Itamaraty, para o qual toda visita é "exitosa") de Lula ao estrangeiro. Tão exitosa que, acredito, Lula provavelmente não irá mais se contentar com o modesto papel de "negociador" e "peace-builder" entre Israel e seus inimigos: após equiparar moralmente Israel (uma democracia) e o Irã (uma teocracia), o Gandhi de Garanhuns e futuro secretário-geral da Organização das Galáxias Unidas vai tentar impor a paz na região com o apoio de seu notável charme e carisma e de seu aliado incondicional Ahmadinejad. Como numa reunião entre a CUT e a Força Sindical, ele vai convencer israelenses, a Fatah, o Hamas e os iranianos a se darem as mãos. E, como são todos iguais do ponto de vista moral, vai convencer os israelenses e o restante do mundo que o Irã - e, por extensão, o Hamas e o Hezbollah - tem o direito a ter armas nucleares ("afinal, Israel também não tem?", afirmam os defensores do "desarmamentismo global"). Novamente, o fato de Israel não ameaçar varrer ninguém do mapa, ao contrário do Irã, não faz a menor diferença para essa estratégia tão sábia do maior estadista e maior pacifista da história do sistema solar.
Lula não é capaz de dizer uma palavra sobre direitos humanos em Cuba ou sobre democracia na Venezuela, nem de distinguir entre um golpista destituído e um governo constitucional em Honduras, mas acha que tem alguma coisa a dizer na questão do Oriente Médio. Acredita, ou finge acreditar, que pode acabar com décadas de conflito entre israelenses e iranianos, entre israelenses e palestinos, e entre os próprios palestinos, com base unicamente na vontade, no gogó. Será apenas cinismo? Ou é loucura mesmo?
Honduras, Cuba, Israel, Irã... é o Brasil caminhando, célere, para se tornar um "global player". Nesse caso, um "global loser".
A GRANDEZA QUE LULA JAMAIS TERÁ

Bem diferente foi a atitude de Luiz Inácio Lula da Silva quando, em visita a seus amigos Raúl e Fidel Castro em Cuba, ignorou solenemente o pedido de socorro de dissidentes cubanos. Mais que isso: chamou de "pretexto" a greve de fome como forma de luta pelos direitos humanos na ilha-cárcere. Mais que isso: comparou a bandidos comuns os opositores dos Castro. Mais que isso: legitimou a repressão de que são vítimas. Mais que isso: acusou um deles, Orlando Zapata Tamayo, morto após 85 dias de greve de fome, pela própria morte. Seus auxiliares diretos não ficaram atrás em ignomínia. Celso Amorim tentou pôr panos quentes, e aproveitou para dar mais corda no culto da personalidade do chefe, ao comparar a greve de fome até a morte de Zapata com o jejum de quatro dias que Lula fez em 1980, à base de guloseimas escondidas. Marco Aurélio Garcia banalizou a repressão na ilha-presídio, dizendo que violações aos direitos humanos ocorrem no mundo todo.
Entre os prisioneiros políticos a quem Teotônio Vilela suplicou pelo perdão por seus anos de apoio a um regime que torturava e matava estavam terroristas condenados por crimes de sangue, como assassinato, seqüestro, assaltos a banco e atentados à bomba. Dificilmente algum deles, se estivesse no lugar de Vilela, faria o mesmo em relação a seus inimigos aprisionados. Não eram prisioneiros de consciência, detidos pelo "crime" de discordarem do governo. Orlando Zapata Tamayo era. Assim como Guillermo Fariñas, outro opositor do totalitarismo castrista, também em greve de fome contra o regime arbitrário idolatrado por Lula e pela esquerda brasileira. Em entrevista à Folha de S. Paulo, Fariñas deixou claro o abismo moral que separa Lula de Teotônio Vilela: "Considero Lula da Silva um assassino, um cúmplice da tirania dos Castro".
terça-feira, março 16, 2010
PERNA CURTA
A MEGALOMANIA LULISTA ALÉM-FRONTEIRAS

O SILÊNCIO DOS INTELECTUAIS

segunda-feira, março 15, 2010
É ASSIM QUE FALA UM DEMOCRATA
LULA: “Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo cubanos”.
Oscar Arias é um chefe de Estado. Lula é chefe de uma seita com cara de bando. Arias é um pensador, conhece a História e tenta moldar um futuro mais luminoso. Lula nunca leu um livro, não sabe o que aconteceu e só pensa na próxima eleição. Arias é justo e generoso. Lula é mesquinho e oportunista. Arias se guia por princípios e valores. Lula menospreza irrelevâncias como direitos humanos, liberdade ou democracia.
sexta-feira, março 12, 2010
POLÍTICA EXTERNA DEPENDENTE... E INDECENTE

Os porta-vozes do governo Lula se gabam da "independência" da diplomacia lulista. Orgulham-se das "demonstrações de soberania" do Itamaraty diante das "grandes potências". Batem ufanisticamente no peito e dizem que agora - e somente agora - o Brasil é um país respeitado (antes, devia ser um Burundi ou um Haiti). E isso graças a Lula, o maior líder da História do Universo, que refundou um país destroçado e sem rumo e que, nos momentos de folga entre uma obra e outra do PAC, fez a Grande Muralha da China e as Pirâmides do Egito. Ao mesmo tempo, acusam os governos anteriores de "ajoelhar-se" e de "subverviência" a outros países - em especial, aos EUA. Como se a data da Independência do Brasil fosse 2003, e não 1822.
É mais uma mentira da era Lula. Nunca o Brasil teve uma diplomacia tão dependente, tão pouco soberana. Nem mesmo na época do governo Dutra ou durante o regime militar - que os esquerdistas adoram citar como paradigmas de submissão diplomática aos EUA, o que está, aliás, longe da verdade -, a política externa brasileira esteve tão subordinada a Washington. Nunca antes na história destepaiz o Brasil dependeu tanto de outros para dizer o que pensa.
Desde 2003, o antiamericanismo é a única pauta da política externa brasileira. Pegue qualquer tema da agenda internacional - meio ambiente, comércio exterior, desamarmento, sem falar em temas como Cuba, Irã, Venezuela ou Honduras -, e o que se verá é o seguinte raciocínio do governo brasileiro: os EUA são a favor ou são contra? Se são contra, somos a favor; se são a favor, somos contra.
Vez ou outra, os defensores da diplomacia lulista se referem às "mentes colonizadas" que gostariam que o Brasil regredisse à condição de colônia e ao "alinhamento automático" com os EUA. Curiosamente, são os mesmos que advogam o alinhamento automático - aí sim - com as piores ditaduras do planeta, por nenhum motivo aparente senão mostrar "soberania". Apóiam a parte podre da humanidade porque os EUA estão do outro lado. Dificilmente alguém achará exemplo melhor de como funciona uma mente colonizada, incapaz de pensamento e ação próprios.
quinta-feira, março 11, 2010
A PROPÓSITO DE REAÇÕES EXAGERADAS
LULA E EICHMAN (OU: A BANALIDADE DO MAL REVISITADA)

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Num exercício de pura especulação histórica, imaginem Lula como o presidente do Brasil na década de 30, quando Adolf Hitler, o patrão de Eichman, era o Führer da Alemanha. Alguém lembra a Lula que os nazistas estão prendendo e torturando pessoas. Aí Lula responde, entre um "ou seja" e um "sabe":
“Temos de respeitar a determinação da Justiça e do governo alemães de prender as pessoas em função da legislação da Alemanha, como quero que respeitem a do Brasil”.
(Só lembrando: o presidente do Brasil na época, Getúlio Vargas, pensava de forma parecida - a deportação de Olga Benario para a Alemanha está aí para provar. Não por acaso, Getúlio é um dos ídolos de muita gente na esquerda.)
Agora pensem em Lula como o presidente do Brasil na década de 40. Em uma entrevista, ele assim se expressa sobre a greve de fome que o Mahatma Gandhi está fazendo contra a dominação colonial britânica na Índia:
“Eu acho que greve de fome não pode ser utilizada como um pretexto dos [da luta por] Direitos Humanos para libertar pessoas. Imagine se todos os bandidos que estão presos em São Paulo entrarem em greve de fome e pedirem liberdade”.
Gandhi equiparado aos bandidos do PCC. Conseguem imaginar?
Voltando à década de 30 e à Alemanha. Lula responde à mesma pessoa que lembrou das prisões de opositores políticos pelo regime nazista:
“Eu gostaria que não ocorresse [prisão de presos políticos], mas não posso questionar as razões pelas quais a Alemanha os prendeu, como não quero que a Alemanha questione as razões pelas quais há pessoas presas no Brasil”.
quarta-feira, março 10, 2010
A HORA DOS RUMINANTES

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RESPONDO:
Caro quadrúpede,
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LUIZ INÁCIO, CÚMPLICE DE TIRANOS

Os privilégios, mesuras e gentilezas dispensados ao assassino italiano Cesare Battisti ou ao narcoterrorista colombiano “Padre” Medina atestam que, em homenagem à companheirada, Lula promove a perseguido político qualquer bandido comum. O tratamento cruel reservado aos oposicionistas encarcerados em Cuba, sobretudo aos que ousam protestar no interior das cadeias, comprova que, para atender a ditadores companheiros, o presidente brasileiro rebaixa a bandido comum qualquer perseguido político.
terça-feira, março 09, 2010
LULA, O INSUPERÁVEL

"Temos de respeitar..." Temos mesmo, Lula? Uma legislação totalitária, como a que existe em Cuba, é igual a uma legislação democrática? Deve-se aceitar - mais que isso: deve-se "respeitar" (ou seja: reverenciar, aplaudir) - uma legislação de outro país que dá licença ao Estado para prender e torturar dissidentes, porque afinal é "a lei deles" e ponto final? É isso mesmo?
Sim, segundo Lula.
Se você faz parte da imensa legião de brasileiros que está entorpecida por décadas de propaganda esquerdista, e que ainda acha que Lula é um político respeitável e uma figura civilizada, vou tentar simplificar o que ele disse:
- Lula está defendendo que uma ditadura pode fazer o que quiser com os opositores.
- Lula está dizendo que a tirania cubana tem o direito de prender, torturar e matar, e que ninguém tem nada a ver com isso.
Onde foi parar mesmo aquele documento, a Declaração Universal dos Direitos do Homem?
(Um detalhe curioso: a legislação cubana, que deve, segundo Lula, ser respeitada, prevê um troço chamado "periculosidade pré-delitiva". O que é isso? O seguinte: uma pessoa pode ser presa mesmo sem ter feito nada, por ser considerada "potencialmente perigosa" para o regime. Ou seja: qualquer um pode ser preso na ilha-cárcere não pelo que fez, mas pelo que a ditadura acredita que ele possa fazer um dia... É esse tipo de aberração que Lula exige que todos respeitem!)
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Lula não pode questionar as razões pelas quais a tirania cubana mantém mais de 200 pessoas presas por pedirem liberdade e respeito aos direitos humanos na ilha (No Brasil, não há ninguém preso por esse motivo - ainda não.) Mas questiona, e como, as razões que levaram a democracia hondurenha a aplicar o que está na Constituição e destituir um presidente golpista.
Lula não pode questionar os motivos que levam a teocracia iraniana de Ahmadinejad a desenvolver um programa nuclear para varrer Israel do mapa. Mas questiona - pior: ridiculariza - os motivos que levam manifestantes a denunciar a fraude nas eleições e a ser reprimidos com violência pela polícia do regime teocrático.
Lula não pode questionar a decisão de Tarso Genro de conceder refúgio político a um terrorista homicida. Mas questiona as razões pelas quais a Justiça da Itália o condenou por assassinato. É que a Itália, assim como Honduras, não é Cuba ou o Irã.
Saibam, portanto, todos os que acreditam na democracia e nos direitos humanos:
Para Lula, qualquer um que se oponha à ditadura dos Castro, ou a qualquer outra tirania de seu agrado, é um bandido.
Para Lula, qualquer um que defenda a liberdade na ilha ou no Irã merece ser preso, torturado e morto - ou "se deixar morrer", como ele disse de Orlando Zapata Tamayo.
Para Lula, terroristas de esquerda não são bandidos - apenas os dissidentes de regimes como o dos irmãos Castro é que o são.
Para Lula, ditaduras amigas podem fazer o que quiserem com seus opositores. Segundo ele, isso não é um problema da humanidade.
Esse é Lula, o democrata.
Esse é Lula, o humanista.
Esse é Lula, o líder global.
Há apenas uma pessoa capaz de superar Lula: o próprio Lula.