Um leitor me mandou um link para que eu juntasse meu nome a um abaixo-assinado de repúdio à decisão do Ministro da Justiça, Tarso Genro, de conceder status de refugiado político ao terrorista italiano Cesare Battisti e negar sua extradição para a Itália (http://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/3794). O abaixo-assinado é uma resposta a outro, firmado por 505 figuras conhecidas e nem tão conhecidas da nossa esquerda tunipiniquim, como Oscar Niemeyer e Emir Sader, a favor da decisão. A ideia é produzir um documento com mais assinaturas do que o outro, para ser enviado a Tarso Genro.
Ainda não coloquei minha assinatura no abaixo-assinado. Considero a iniciativa válida, mas, devo confessar, manifestos desse tipo não fazem meu gênero. Sei que o objetivo é justo e bem-intencionado, e que a pessoa que me mandou o link está coberta de razão. Mas não sei se adiantaria alguma coisa. Manifestos e abaixo-assinados, para mim, são um subgênero literário, e têm mais a ver com nossos artistas e "intelequituais" de esquerda, muitos dos quais transformaram a confecção de tais documentos coletivos em sua maior - senão, a única - produção artística e acadêmica. Além do mais, o texto será endereçado a Tarso Genro, que certamente nem se dará ao trabalho de lê-lo, devendo terminar repousando, esquecido, em alguma gaveta empoeirada do Ministério da Justiça. Tudo bem que o objetivo não é convencer Tarso a mudar de ideia, mas firmar posição de uma parte da sociedade contra a concessão do refúgio a Battisti, mas não consigo evitar uma certa sensação de frustração em apôr meu nome em algo que não será lido pelo destinatário.
Muito melhor seria, a meu ver, solicitar a extradição de Tarso Genro. Não sei a quem isso poderia ser solicitado, nem se a proposta é factível (desconfio que, infelizmente, não é), mas a ideia me parece muito mais interessante do que qualquer manifesto ou abaixo-assinado contra a decisão do governo brasileiro de não devolver a Itália um terrorista homicida. Tarso Genro já demonstrou que é um perigo para os brasileiros. É uma ameaça à nossa segurança, a perfeita antítese do que se espera que seja um Ministro da Justiça. O mínimo que se poderia esperar seria querer que nos livrássemos dele de uma vez.
O que dizer de alguém que ocupa a pasta da Justiça e concede refúgio político, à revelia da lei italiana e da do próprio País, a um criminoso condenado à prisão perpétua por quatro homicídios na itália? E que, ao tentar justificar essa sua decisão, que provoca uma desnecessária crise diplomática, mentir deslavadamente, ao ter dito que o citado terrorista "não teve o direito de defesa" e "corre o risco de perseguição política" em seu país de origem, como se a Itália fosse uma ditadura bananeira qualquer? E que mentiu novamente, quando disse que a condenação de Battisti havia-se baseado tão-só no depoimento de uma única pessoa, militante do mesmo grupo terrorista de ultra-esquerda, em troca do benefício da delação premiada, quando os documentos do caso revelam claramente que a condenação se baseou no depoimento não de uma, mas de DEZ testemunhas, que viram Battisti na cena dos crimes e participando das mortes?
O que dizer de um Ministro de Estado da Justiça que, agindo como verdadeiro capitão-do-mato, mobiliza a Polícia Federal para prender dois boxeadores cubanos que tentavam fugir da ilha-prisão do Caribe e que os coloca, em tempo recorde e no meio da noite, em um avião fretado pelo governo de Hugo Chávez da Venezuela, de volta para Cuba? E que, ao tentar justificar esse seu ato, afirmou categoricamente que os dois atletas haviam se apresentado "voluntariamente" e "praticamente imploraram" para retornar a seu país, tendo sido pego mais uma vez na mentira, quando, algum tempo depois, um dos atletas, aproveitando a primeira oportunidade, evadiu-se da ilha para a liberdade? (Detalhe: os cubanos NÃO RESPONDIAM A NENHUM PROCESSO PENAL em seu país.)
O que dizer de um Ministro da Justiça que propõe a revisão da Lei de Anistia, promulgada em 1979 e que perdoou tanto terroristas de esquerda quanto agentes da repressão política, sob o pretexto de que o crime de tortura é imprescritível, mas que não diz uma palavra sobre a imprescritibilidade do terrorismo? E que, no afã de justificar o revanchismo, chega ao ponto de desmentir as próprias organizações armadas de esquerda, ao dizer que não considera terrorismo a luta armada dos anos 60 e 70?
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Ainda há quem pense que a decisão de Tarso Genro em conceder refúgio político a Cesare Battisti foi o resultado de uma leitura equivocada do processo, e não de puro e simples favorecimento ideológico. Bobagem. Basta perguntar: se Cesare Battisti fosse um ex-membro de uma organização fascista, de extrema direita, ao invés de ter militado no Proletários Armados para o Comunismo (PAC), a decisão de Tarso Genro seria a mesma?
Quando Márcio Thomaz Bastos foi nomeado Ministro da Justiça para livrar a cara de Lula e sua quadrilha das acusações do mensalão, eu achei que os petistas haviam atingido o fundo do poço. É que eu não sabia que o sucessor de Bastos seria Tarso Genro.
Que tal um abaixo-assinado pedindo a extradição de Tarso Genro para Cuba? Eu assino!
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