(ler primeiro o post anterior):
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Meu último post contém algumas incorreções pontuais. Culpa da pressa e da memória, que às vezes falha (alguns podem achar que não, mas também sou humano). Diferente do que escrevi, o caso por mim narrado não ocorreu na década de 70, mas numa data incerta, não especificada (deduz-se que tenha sido nos anos 40 ou 50; portanto, não nos "anos de chumbo" da ditadura militar). Nem foi em São Paulo, mas em Belo Horizonte.
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Nada disso, claro, invalida o essencial do que está escrito. Pensei em corrigir esses detalhes no próprio texto, mas isso seria facilmente notado por quem já o tivesse lido, que poderia pensar, assim, que eu estaria sendo desonesto.
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Resolvi, então, fazer algo melhor. Aí vai o trecho do livro citado do dirigente comunista Hércules Corrêa (Memórias de um Stalinista, p. 73), em que me baseei:
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"Algo também marcante aconteceu com um sujeito encarregado de zelar pela gráfica do Partido, em Belo Horizonte. O fulano, comprovadamente, não apenas entregou à polícia nossas instalações, como delatou companheiros, que acabaram presos em conseqüência disso. Aparentemente, o homem queria estabelecer-se como uma espécie de espião, dentro do PCB. Nem desconfiava que já sabíamos de sua traição. Convocado para uma reunião, foi levado a um aparelho. Lá chegando, foi sumariamente executado. Seu corpo foi derretido com ácido muriático numa banheira e os restos, despejados na latrina." (Grifo meu)
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O autor afirma ainda: "Como esses, deram-se muitos outros episódios, naqueles anos, que foram reeditados, esporadicamente, na década de 70". E ainda: "Não estou aqui, propriamente, confessando arrependimentos. Apenas expondo até onde se pode, ou se precisa chegar, não sei, quando perdemos a medida da política de convivência com a sociedade".
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É uma pena que Hércules Corrêa não tenha revelado os nomes dos autores e da vítima desse crime nefando, nem o local e a data exatos em que ele foi cometido (daí minha pequena confusão com datas e locais no post). Ele ainda tenta justificar tais barbaridades, como no caso de ditaduras, quando "isso" (ou seja: assassinar e derreter pessoas com ácido) se torna - é ele que diz - "uma necessidade". Se tivesse sido um pouco mais honesto consigo mesmo, teria percebido, também, que, longe de serem uma "necessidade", o crime e a mentira são parte essencial e inseparável do ideário comunista. Digo mais: eles são o próprio ideal comunista.
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No mais, não há o que reparar. Faço a correção, transcrevendo aqui o texto original, pelo seguinte motivo: ao contrário de Oscar Niemeyer, procuro ler antes de emitir uma opinião. E, diferentemente de nosso gênio oficial, não tenho a desculpa da idade para justificar qualquer erro que eu venha a cometer. Ele pode dar-se ao luxo de citar um livro sem tê-lo lido, a ponto de confundir denúncia com elogio a Stálin. Afinal, ele é stalinista e vive em outra realidade. Eu não.
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