O militonto a que respondi em meu último post - o tal que tentou espancar números para que eles confessassem que o Brasil começou em 1/01/2003 e que a estabilidade econômica foi uma conquista do governo Lula, e não de FHC - andou espalhando por aí que eu sou um "patrulheiro ideológico compulsivo". Mais: disse que eu, por dizer o que penso e discordar do que alguém escreve em um site, seria um "patológico psicanaliticamente falando", movido por sentimentos mesquinhos como a inveja e a vontade de aparecer, como se eu fosse uma espécie de Darlene virtual etc. (basta contar quantas fotos minhas aparecem no blog para ver como isso é verdade...) O mesmo bestalhão afirma que eu uso o site dos outros como escada, e que isso é muito feio etc. etc. (Como se eu, com 713 posts escritos até agora, sendo uns 10 diretamente relacionados ao site em questão, precisasse subir nos ombros de alguém, como faz uma certa candidata-laranja à Presidência da República.)
.
Ai, ai... Confesso que é chato tentar explicar o bê-a-bá da democracia a quem se recusa a descer das árvores e a adotar uma postura ereta. Principalmente a alguém que se atribui ares freudianos, arrogando-se a capacidade de compreender os recônditos da psique alheia... (O sujeito chegou a dizer que, ao falar, num comentário, da TFP, eu estaria cometendo um "ato falho", porque estaria resgatando "das profundezas do seu [meu] inconsciente a sua [minha] verdadeira identidade social e política", vejam só...) Mas vamos lá. Mesmo sabendo que, provavelmente, será inútil, vou tentar trazer um botocudo para a civilização.
.
Não, bobão! Não "patrulho" ninguém. Quem entende de patrulhas é a esquerda. Foi ela que durante décadas - ainda hoje - se especializou em vigiar jornalistas, professores, artistas e intelectuais para que todos abdicassem de pensamento próprio e, em vez disso, pensassem e agissem conforme a "linha justa" do Partido (hoje isso se chama "politicamente correto"). Minha ambição é bem mais modesta. Em vez de exigir obediência cega aos dogmas de uma ideologia, como fazem os esquerdiotas, limito-me a apontar incoerências e a discordar do que acho errado, apresentando fatos e argumentos. Quando vejo alguém tratar igualmente democracias e tiranias, por exemplo, ou colocar no mesmo saco terroristas e os que os combatem, não resisto à tentação - na verdade, o dever moral - de defender a opinião contrária, que considero a certa. E faço questão de ter lado, de maneira clara, sem relativismos nem ambigüidades. Faço isso com quem respeito intelectualmente e com quem mantenho discordâncias pontuais, assim como com quem não merece resposta, pois acha que isso é "patrulha". Não é.
.
É engraçado como os mesmos que se acostumaram, durante décadas, ao papel de patrulha e polícia ideológica, impedindo e punindo - muitas vezes literalmente - o pensamento discordante, agora têm a cara de pau de se dizerem vítimas de "patrulhamento" porque alguém veio e denunciou as suas falácias e imposturas. E ainda por cima tentam desqualificar a crítica, como o produto de inveja ou de algum desequilíbrio psicológico. Isso mostra como esses esquerdopatas não entenderam ainda, nem aceitam, a natureza da democracia, cuja base fundamental é o respeito e a garantia da diversidade e da divergência (na ex-URSS, vale lembrar, os dissidentes eram internados em hospitais psiquiátricos).
.
É uma característica do marxismo de galinheiro que impera por estas bandas e que, muitas vezes, passa por filosofia ou ciências humanas a inversão psicótica da realidade, aquilo que é chamado, no jargão científico, de dissonância cognitiva (o mesmo que a "novilíngua" de Orwell). Assim, quando um comunista fala em democracia, o que está defendendo, na verdade, é seu oposto, a ditadura (que eles chamam "do proletariado"). Quando um petista, por sua vez, fala em "democratização dos meios de comunicação", o que está querendo, na verdade, é censura mesmo (que eles chamam de "controle social da mídia"). Do mesmo modo, os esquerdistas acusam seus adversários de calúnia e boataria, quando são eles os que espalham calúnias e boatos aos quatro ventos. E assim por diante. Posam de vítimas do crime que eles mesmos cometem, agindo como a dona do bordel que se finge de pudica.
.
Agora, pelo visto, esses stalinistas farofeiros e revolucionários do toddynho e do sucrilho deram de acusar os outros de patrulhamento ideológico, algo que sempre fizeram. Para essa gente, os militontos do credo totalitário, a crítica a eles, qualquer critica, será sempre "patrulha". É que a única linguagem que eles entendem e aceitam, nesse caso, é o aplauso. O meu, pelo menos, eles não têm.
Nenhum comentário:
Postar um comentário