Está circulando na internet um auto-proclamado "manifesto em defesa da educação pública", assinado por algumas vacas sagradas do esquerdismo acadêmico nacional, como os petistas Marilena Chauí e Antonio Candido. Oportunisticamente, os signitários da coisa acusam a candidatura de José Serra de querer destruir a educação pública, o que o governo FHC teria quase conseguido etc. etc. Enfim, o trololó de sempre.
O texto, que está sendo repassado em blogs e sites de petistas e de incautos, é absolutamente mentiroso. Os motivos, para quem quiser saber, podem ser encontrados aqui: http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/um-manifesto-de-mentirosos-faz-campanha-anti-serra-e-pro-dilma-o-que-fara-o-tse-e-preciso-acionar-o-tse-para-que-este-acione-a-pf/. (E antes de pensarem em atacar o mensageiro, procurem primeiro refutar a mensagem e os fatos que estão lá elencados, se puderem.)
Há alguns dias, um grupo de petistas fez uma blitz em frente a uma gráfica de São Paulo. Num video que eles próprios fizeram, eles aparecem, câmeras em punho, "denunciando um crime". Um senhor, contador da citada gráfica, é acossado pelos militantes, entre os quais um que se identifica como deputado. Eles exigem saber quem pagou a impressão de uma nota da CNBB - Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - recomendando os católicos a não votarem em candidatos que apóiam a legalização do aborto. Como a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, já declarou, em várias ocasiões, ser favorável à legalidade do aborto, os jornalistas-militantes interpretaram a nota como material de propaganda a favor da candidatura rival, de José Serra.
Há alguns dias, um grupo de petistas fez uma blitz em frente a uma gráfica de São Paulo. Num video que eles próprios fizeram, eles aparecem, câmeras em punho, "denunciando um crime". Um senhor, contador da citada gráfica, é acossado pelos militantes, entre os quais um que se identifica como deputado. Eles exigem saber quem pagou a impressão de uma nota da CNBB - Confederação Nacional dos Bispos do Brasil - recomendando os católicos a não votarem em candidatos que apóiam a legalização do aborto. Como a candidata petista à Presidência da República, Dilma Rousseff, já declarou, em várias ocasiões, ser favorável à legalidade do aborto, os jornalistas-militantes interpretaram a nota como material de propaganda a favor da candidatura rival, de José Serra.
(Aparentemente, os milicianos lulo-petistas que fizeram a vigília na gráfica não se deram conta da contradição lógica em que estavam incorrendo: se Dilma Rousseff está se contorcendo para negar o que disse sobre o aborto, apresentando-se, inclusive, como uma devota católica - ou evangélica -, a ponto de chamar de "boato" ou de "campanha difamatória" o que ela mesma disse, então por que diabos se importam com o que está numa nota da CNBB que desrecomenda os fiéis a não votarem em candidatos abortistas? Enfim, vestiram a carapuça. Mas essa não é a questão principal, por ora.)
É verdade que um crime grave foi cometido no dia em que os petistas fizeram a tal blitz na gráfica. Qual crime? Um crime contra o artigo 5 da Constituição Federal, o qual garante a liberdade de expressão e a liberdade religiosa. Quem cometeu o crime? A turba que intimidou o contador da gráfica. Agora é com a Justiça.
É verdade que um crime grave foi cometido no dia em que os petistas fizeram a tal blitz na gráfica. Qual crime? Um crime contra o artigo 5 da Constituição Federal, o qual garante a liberdade de expressão e a liberdade religiosa. Quem cometeu o crime? A turba que intimidou o contador da gráfica. Agora é com a Justiça.
A nota que provocou a fúria dos lulo-petistas não era apócrifa; vinha com a assinatura de três bispos e com o selo oficial da CNBB, uma entidade não-governamental, que pagou pelo serviço. Seu conteúdo não trazia nenhum dado falso, nenhuma inverdade. Nem pedia voto para qualquer candidato - somente expressava o ponto de vista da Igreja Católica sobre o legalização do aborto, e recomendava os católicos a votarem de acordo com essa opinião religiosa. Era um documento da Igreja, não de um partido ou de uma candidatura. Mas nada disso fez diferença para a turma de lulo-petistas. Uma das militantes presentes no ato ilegal de intimidação do contador da gráfica, disfarçada de jornalista, chega a perguntar se ele imprimiria materal apócrifo do PCC... Como se um manifesto apócrifo de um bando criminoso pudesse ser comparado, sob qualquer ângulo e qualquer ponto de vista, com uma nota assinada da CNBB contendo a opinião da Igreja Católica sobre o tema do aborto! Isso dá bem uma idéia de como funciona a cabeça dos lulo-petistas...
A gráfica que imprimiu a nota da CNBB foi acusada pelos dilmistas de ligação com o PSDB - um de seus donos seria filiado ao partido (como se pertencer a um partido adversário, verdade ou não, fosse um crime...). A mesma gráfica também imprime material de propaganda do PT, inclusive de alguns candidatos a deputado que intimidaram o contador. Mas quase ninguém lembrou esse detalhe. Assim como quase ninguém, apenas alguns blogueiros "do contra", lembraram que dinheiro dos cofres públicos paga a publicação de panfletos pró-Dilma publicados por sindicatos, o que, ao contrário da nota da CNBB, é ilegal. Qual a diferença entre os panfletos dos sindicatos e o manifesto da CNBB? Além do fato de serem ilegais, porque custeados com o dinheiro dos impostos, os panfletos dilmistas não contêm nenhuma verdade. O da CNBB, por sua vez, não contém nenhuma mentira. Desafio quem quiser a provar o contrário.
Há algumas semanas, Luiz Inácio Lula da Silva convocou o eleitorado a extirpar - esta foi a palavra que utilizou - um partido político da vida política nacional. "É preciso extirpar o DEM da vida política", bradou o grande democrata a uma platéia domesticada, antes que os eleitores extirpassem qualquer esperança de sua candidata ao governo local de sagrar-se vitoriosa nas urnas. Pela primeira vez em período democrático, um presidente da República exortou abertamente à extirpação de seus adversários políticos, numa clara demonstração de golpismo (deve ter lembrado de outros governantes que extirparam a oposição, como Fidel Castro e Stálin). Isso já seria grave o suficiente, se o presidente do partido em questão, Jorge Bornhausen, não tivesse sido alvo de uma campanha calhorda há alguns anos, por ter afirmado, numa expectativa que infelizmente não se concretizou, que o mensalão iria livrar o País "dessa raça" (os petistas) por uns 30 anos. Por ter dito isso, Bornhausen viu-se retratado como racista e nazista em panfletos apócrifos - e ilegais - pagos por um sindicato em Brasília, em mais uma ilegalidade dos lulo-petistas.
Os exemplos acima são inquietantes, e vão além do jogo sujo e da baixaria que costumam caracterizar as disputas eleitorais no Brasil. Eles refletem um fenômeno perigoso. Neles estão presentes vários elementos que constituem a forma petista de fazer política - manifestos mentirosos, censura à liberdade de expressão, atentados à democracia etc. Com o agravante da inversão total da realidade, sobretudo no caso das notas da CNBB (que, absurdamente, e mostrando o poder de pressão dos lulo-petistas, um ministro do TSE mandou apreender): enquanto a CNBB era impedida de se manifestar livremente, os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, aliada do governo Lula, defendem abertamente o aborto e pregam o voto em Dilma, e nada acontece. É um acinte.
Há algumas semanas, Luiz Inácio Lula da Silva convocou o eleitorado a extirpar - esta foi a palavra que utilizou - um partido político da vida política nacional. "É preciso extirpar o DEM da vida política", bradou o grande democrata a uma platéia domesticada, antes que os eleitores extirpassem qualquer esperança de sua candidata ao governo local de sagrar-se vitoriosa nas urnas. Pela primeira vez em período democrático, um presidente da República exortou abertamente à extirpação de seus adversários políticos, numa clara demonstração de golpismo (deve ter lembrado de outros governantes que extirparam a oposição, como Fidel Castro e Stálin). Isso já seria grave o suficiente, se o presidente do partido em questão, Jorge Bornhausen, não tivesse sido alvo de uma campanha calhorda há alguns anos, por ter afirmado, numa expectativa que infelizmente não se concretizou, que o mensalão iria livrar o País "dessa raça" (os petistas) por uns 30 anos. Por ter dito isso, Bornhausen viu-se retratado como racista e nazista em panfletos apócrifos - e ilegais - pagos por um sindicato em Brasília, em mais uma ilegalidade dos lulo-petistas.
Os exemplos acima são inquietantes, e vão além do jogo sujo e da baixaria que costumam caracterizar as disputas eleitorais no Brasil. Eles refletem um fenômeno perigoso. Neles estão presentes vários elementos que constituem a forma petista de fazer política - manifestos mentirosos, censura à liberdade de expressão, atentados à democracia etc. Com o agravante da inversão total da realidade, sobretudo no caso das notas da CNBB (que, absurdamente, e mostrando o poder de pressão dos lulo-petistas, um ministro do TSE mandou apreender): enquanto a CNBB era impedida de se manifestar livremente, os pastores da Igreja Universal do Reino de Deus, aliada do governo Lula, defendem abertamente o aborto e pregam o voto em Dilma, e nada acontece. É um acinte.
É impressionante como as pessoas emburrecem no Brasil em época de eleições, ou deixam aflorar a burrice que sempre esteve lá, latente. O nível geral de inteligência, que geralmente já não é lá essas coisas, nesse período simplesmente despenca para as profundezas mais abissais. Gente que se apresenta como intelectuais assina manifestos que não contêm uma grama de verdade. Militantes de um partido político se comportam como uma tropa de choque fascista, constrangendo ilegalmente funcionários de gráficas e exigindo censura ao pensamento livre. Um presidente da República que muitos consideram democrata declara explicitamente sua intenção de extirpar um partido político. Fatos são descartados como boatos e boatos e calúnias tratados como fatos, numa brutal e absurda inversão da realidade. E o que é mais grave: com o apoio da imprensa adesista, que há tempos renunciou a fazer jornalismo para atuar contra ela própria. Há algumas semanas, houve uma manifestação no sindicato dos jornalistas em São Paulo, dominado por petistas. A pauta da manifestação: repudiar a... liberdade de imprensa! É o PIG (Partido da Imprensa Governista) em ação.
Mas a maior burrice está na falsa polarização que mostra o PSDB como um partido "de direita". É uma pena que não seja! Ao rotularem os tucanos dessa maneira, seus detratores fazem, sem querer, um elogio a um partido que, a começar pelo nome - social-democrata - sempre jogou nas hostes esquerdistas. Se o PSDB fosse de direita, seria um alento para a democracia brasileira. Seria uma garantia de pluralidade. Isso mostra até que ponto chegou a hegemonia ideológica gramsciana no Brasil. A única crítica aceitável passou a ser a de esquerda. Serra, privatista? Contem outra.
O lado bom dessa histeria eleitoral é que, nessas horas, muita gente que sempre se apresentou como "neutra" e "imparcial" sai do armário e assume de vez suas preferências ideológicas. Não é o caso deste blogueiro, que sempre deixou claro o que pensa de petistas (e de tucanos), e que faz questão de dizer: não vota em Dilma nem amarrado. O tal manifesto dos intelectuais petistas sobre educação, por exemplo, encontrei no site de alguém que sempre fez pose de imparcialidade superior. Ele até me expulsou do site, algum tempo atrás, por eu insistir em que ele deveria sair de cima do muro e se assumir como esquerdista.
"Por que você pega tanto no pé dos petistas? Por que não faz o mesmo com os tucanos?" etc. As respostas podem ser encontradas aí em cima. Há motivos de sobra para desconfiar do PT e temer pelo futuro da democracia caso esses stalinistas farofeiros permaneçam no poder. E há muito menos motivos, ou motivo nenhum, para ter a mesma apreensão em relação ao PSDB. Não é preciso ser tucano ou eleitor de Serra para perceber a diferença entre democratas e autoritários. Ou entre verdade e mentira. Basta não renunciar à inteligência.
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