quarta-feira, junho 02, 2010

PERGUNTE QUE EU RESPONDO - II

"Carlão" volta a carga. E me dá mais motivos para defender Israel contra quem quer transformá-lo em pó. (Em resposta a post meu anterior):
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Ok, ok! Pra começo de conversa você toma a parte pelo todo. Fala como se todo palestino apoiasse a política do Hamas e ao invés de querer paz e dignidade, quisesse destruir Israel e promover uma "guerra sangrenta destruindo todos os israelenses", como você mesmo disse. No entanto, não me parece que todo palestino apoie a violência promovida pelo Hamas, assim como não me parece que todo israelense seja a favor do bloqueio promovido pelo governo de Israel.
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Para começo de conversa, Carlão, quem confunde a parte com o todo é você, não eu. Por favor, aponte onde eu escrevi que "todo palestino" apóia a política do Hamas etc. Estou curioso para saber onde eu digo essa besteira. Pelo contrário: escrevi, já várias vezes, que o Hamas não representa o povo palestino, justamente porque sua política de destruição de Israel lhe retira qualquer legitimidade. Não é por outro motivo que existe o bloqueio de Israel a Gaza (controlada, repito, pelo Hamas).
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Para que nao fique no disse-que-disse, vou reproduzir exatamente o que eu escrevi no post anterior:
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Pergunta: Quem se recusa a reconhecer o direito de um povo existir como Estado e jurou exterminar sua população, contando inclusive com o apoio de "ONGs" como a turca IHH?
Resposta: O Hamas, o Hezbollah, a Jihad islâmica, o Irã, a Al-Qaeda...
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Aí está. Falei do Hamas e dos outros terroristas islamitas, não dos palestinos. Onde é que eu tomo "a parte pelo todo" etc.?
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Sim, há palestinos que se opõem ao Hamas. Os membros da Fatah, por exemplo. Em 2006, logo após vencer as eleições em Gaza, o Hamas tratou de resolver suas divergências políticas com a Fatah. Como fez isso? Fuzilando e passando os militantes da organização rival pelo fio da espada... Além de jurar destruir Israel, o Hamas mantém a própria população palestina sob o mais absoluto terror. E é esse tipo de coisa que os "humanistas/pacifistas" da "ONG" turca IHH avalizam, inclusive com "ajuda humanitária"!
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Quanto a haver israelenses que não apóiam a política de Israel em relação a Gaza, isso se deve ao fato de que Israel, ao contrário da Faixa de Gaza, é uma democracia, onde evidentemente há opiniões divergentes. Mas duvido muito que, mesmo o maior crítico israelense do bloqueio a Gaza vá perder de vista a existência do terrorismo do Hamas ou do Hezbollah. Algo que, no episódio do "ataque" israelense à tal "ONG" pró-Hamas, está sendo sistematicamente ignorado no noticiário.
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Não me parece que sou eu quem toma a parte pelo todo. Parece-me, sim, que é você, caro leitor, que toma o todo - os palestinos -, e não a parte - o Hamas - como os alvos da ação israelense. Aliás, é exatamente isso que os fanáticos do Hamas querem que todo mundo pense (usando civis como escudos humanos, por exemplo). O que, é forçoso admitir, eles conseguem fazer com bastante competência.
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Ilustremos tal fato com uma imagem contrária a situação.Imagine que um judeu more numa simples casa. Chega um palestino bem forte e arranca o judeu de casa e passa a morar na casa. Anos mais tarde, o palestino devolve a casa ao judeu, mas diz que este não deve mais sair da casa e que todo o acesso a esta será pelo palestino controlado, não podendo o judeu fazer nada que deseje sem a concordância do palestino. O que você se fosse o judeu faria? Ficaria parado sem nada fazer? Atacaria o palestino? Chamaria um amigo mais forte pra espancar o palestino? Ou qualquer outra coisa?
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Agora transportemos a imagem para o real. A casa é a Faixa de Gaza, quem mora nela é o povo judeu sem ter um Estado consolidado e no lugar do Estado de Israel existe um Estado Palestino que devolveu a Faixa de Gaza ao povo judeu ao mesmo tempo que controla o acesso a esta.
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Todos os papéis estão trocados no exemplo dado. Minha pergunta é se neste caso você apoiaria o bloqueio palestino aos israelenses ou defenderia o povo judeu que tanto já sofreu nesta vida.
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Deduzo - alguém me corrija se estou errado - que Carlão esteja falando, no exemplo invertido acima, da situação da Faixa de Gaza, ocupada por Israel de 1967 a 2005, quando foi devolvida aos palestinos, de forma UNILATERAL e INCONDICIONAL, repito -, e que desde 2007 está sob bloqueio. Ele acha absurdo que um território devolvido permaneça sob bloqueio etc. e tal. Muito bem. Até aí, nada de extraordinário. Mas falta uma peça nesse xadrez...
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O que falta no raciocínio descrito acima? Falta o seguinte: o bloqueio só existe porque quem domina o território devolvido - a Faixa de Gaza - o utiliza como base para atacar o vizinho e implementar uma política de extermínio desse último, além de manter sob terror a própria população. Diante disso, fosse eu o judeu do exemplo (ou, na vida real, o palestino), o que eu faria? Endossaria o terrorismo de quem jurou varrer o país vizinho do mapa e estabelecer, em seu lugar, sei lá, um Estado teocrático judaico? Atiraria mísseis contra alvos civis a partir de uma casa cheia de velhos e crianças, que eu usaria como escudo humano, esperando provocar uma reação do outro lado que provocasse mártires e me rendesse alguns pontos na guerra de propaganda?
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Não! Em vez disso, eu denunciaria aqueles que não querem a paz. Deixaria claro que, somente reconhecendo o direito do outro existir, que somente renunciando à violência, o outro lado retiraria o bloqueio e poderia
existir então um Estado palestino (ou judeu). Somente assim, eu afirmaria, poderia haver paz na região, e todos poderiam viver com dignidade.
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Para usar o mesmo método que o leitor usou: suponha que os israelenses estivessem confinados na Faixa de Gaza sob um bloqueio palestino. Imagine que o território de Gaza esteja sob o domínio de uma organização extremista e terrorista judaica que jurou aniquilar todos os palestinos e instituir, na região, um regime teocrático. O que eu faria? Apoiaria o bloqueio palestino? Seria a favor do rígido controle das fronteiras desse território, de modo a impedir a ajuda externa aos terroristas judeus? Deixaria claro que, enquanto os fanáticos não abandonarem suas posições extremistas, o bloqueio deve continuar? Com certeza!!!!
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Agora, mais uma perguntinha, que certamente, como as demais, ficará sem resposta: suponha que uma "ONG" com notórias ligações com os terroristas judeus que juraram exterminar os palestinos tentasse furar o bloqueio naval estabelecido à Gaza, supostamente para enviar "ajuda humanitária" à região. O que as autoridades palestinas deveriam fazer? Permitir que o bloqueio fosse furado, e assim abrir um rombo em sua segurança? Ou interceptar o comboio, a fim de verificar que tipo de "ajuda humanitária" seria essa? E se, no ato da intercepção, depois de vários avisos terem sido ignorados, militares palestinos fossem atacados com canos de ferro e facas, e inclusive disparos de armas de fogo, por ativistas ávidos por criarem um incidente internacional sangrento, e tivessem suas vidas colocadas em risco, o que deveriam fazer? Deveriam deixar-se linchar para não afrontar a opinião pública internacional?
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Fui claro agora, Carlão? Ou será que tomei a parte pelo todo?

Um comentário:

Carlão disse...

Você foi bastante claro. Mas, como na Faixa de Gaza não mora só o Hamas, julgo que não é apenas a parte (o Hamas) que sai prejudicado com o bloqueio, mas sim o TODO (o que infelizmente inclui o resto dos palestinos).