segunda-feira, fevereiro 22, 2010

GIGOLÔS DO SOFRIMENTO ALHEIO

Os jornais de hoje informam que um ataque das forças da OTAN contra os terroristas do Talibã deixou 27 civis mortos no Afeganistão. Ao que tudo indica, tratou-se de um erro trágico, pelo qual o comando da OTAN no país já pediu desculpas.
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É algo terrível, claro. A morte de um inocente é a morte de um inocente, e ponto. Não há, talvez, para quem perde um dos seus em uma situação dessas, palavra de conforto que torne a dor da perda menos insuportável. Não ajuda saber, por exemplo, que o filho ou esposa morreu por causa de um acidente ou de uma operação mal-planejada. É por isso mesmo que se deve rechaçar com nojo os gigolôs do sofrimento alheio, que sempre aparecem nessas horas.
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Os inimigos da guerra ao terrorismo islamita, que tem no Afeganistão, atualmente, seu principal front, não perdem oportunidades como essa para destilar sua baba imunda. Nesse caso específico, muitos deles, claro, demorarão um pouco para dizer qualquer coisa, pois afinal o atual comandante da guerra ao terror não se chama George W. Bush, mas Barack H. Obama, que, embora com o prestígio e a aura de santidade um pouco abalados pela realidade, ainda é o queridinho das esquerdas altermundialistas. Mas não se enganem: eles nunca descansam. Já posso adivinhar o que dirão daqui pra frente: "Viram só? Mais civis inocentes mortos. Isso mostra o quão bárbaros e cruéis são os malvados imperialistas. Fora EUA e OTAN do Afeganistão!" etc. Em outras palavras: irão afirmar, mais uma vez e apelando para cenas chocantes e tocantes de gente morta e mutilada, que os terroristas e os que os combatem se equivalem moralmente.
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Esse é um truque antigo e recorrente, também usado à exaustão no Iraque e no caso da luta entre Israel e os terroristas do Hamas e do Hezbollah, em que a propaganda antiamericana e anti-israelense há muito já tomou o lugar da lógica e dos fatos, bem como da simples honestidade. Tão antigo e recorrente quanto revelador do baixo nível moral dos que o utilizam. A morte de civis em meio ao combate, não sendo proposital, revela imperícia ou imprudência, não crueldade. Já a aniquilação propostal de civis inocentes é uma marca do terrorismo que os EUA e a OTAN tentam erradicar no Afeganistão. Há pouco tempo, um terrorista tentou explodir um avião de passageiros que ia de Londres a Nova York. Foi impedido pela sua própria incompetência. Pode-se colocá-lo no mesmo patamar moral dos que, por erro de cálculo e no fragor da batalha, confundem alvos civis com inimigos?
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Ou, para que fique mais claro: O erro dos que combatem o terrorismo está em matar inocentes. O erro dos terroristas está em NÃO conseguir matar inocentes. Quando aqueles erram, civis morrem. Quando estes erram, civis vivem. No primeiro caso, há o cuidado do policial de não atingir a população inocente. No segundo caso, essa preocupação não existe, pois o objetivo mesmo do criminoso é provocar o máximo possível de morte e destruição, inclusive entre pessoas inocentes.
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Ficou claro quem está do lado da civilização e quem está do lado da barbárie? Ficou claro quem representa o bem e quem representa o mal?
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Mesmo assim - podem apostar -, vocês verão energúmenos e cretinos berrando slogans pretensamente humanistas, com a cara mais bisonha do mundo, contra o "genocídio" da OTAN no Afeganistão. É o mesmo tipo de gente que passou anos sem dar a mínima para as atrocidades do Talibã, e que enxerga "força desproporcional" na ação de Israel contra o Hamas. Pessoas que ou são idiotas úteis ou realmente acreditam que entre os EUA e a Al-Qaeda, ou entre Israel e o Hamas, não existe diferença. Ou que então aplaudem mesmo o terrorismo islamita. De qualquer maneira, estão muito mais próximas da selvageria do que da civilização.
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Quem fica indignado com a morte acidental de inocentes na guerra ao terrorismo islamita e exige punição para os responsáveis está apenas sendo humano. Quem aproveita tal fato para botar no mesmo saco os terroristas e os que os combatem não passa de gigolô do sofrimento alheio.

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