sexta-feira, fevereiro 19, 2010

RELEMBRANDO HONDURAS: O QUE ELES DISSERAM


Militante do PUM em ação contra a "mídia golpista".


Vocês se lembram, claro, de Honduras. Recordam-se, certamente, do vexame que o Itamaraty lulista deu naquele país, sobre o qual já escrevi extensamente aqui. O Brasil condenou um "golpe" que não existiu e deu apoio incondicional a um golpista de verdade que tentou rasgar a Constituição do país, oferecendo-lhe inclusive a Embaixada em Tegucigalpa como seu escritório político e palanque. Terminou desmascarado como cúmplice de uma tentativa de golpe bolivariana tramada juntamente com Hugo Chávez.

Pois é. Andei vasculhando na internet para saber o que os jornalistas brasileiros andaram dizendo na epoca. Deparei-me com o seguinte texto, no blog de Paulo Henrique Amorim, do dia 25/09/2009 - quatro dias depois de mané zé laia ter transformado a Embaixada brasileira em seu cafofo.

O que o assalariado da Igreja Universal do Reino de Deus escreveu a respeito? Disse o Bofe de Elite:
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Honduras é o neo-golpe. Por isso o PIG (*) gosta tanto dele
O "neo-golpe" de que fala o gigante é o que o Congresso e o Judiciário, juntamente com os militares e a sociedade civil hondurenha, fizeram em 28/06/2009, quando afastaram LEGALMENTE zé laia do poder. Já falarei sobre o que é o tal PIG e seu rival, o PUM.

O PiG (*) gosta do Golpe de Estado em Honduras, porque ele é o Golpe que o PiG (*) quer dar no Brasil e não consegue.

É o Golpe by proxy.
Antigamente, quem dava o Golpe eram os militares, com a mão de gato dos americanos.
Ainda falta me convencer que defender a Lei e destituir um presidente que tentou violar a Constituição, ao convocar uma consulta ilegal e inconstitucional, é "golpe". Sendo que, nesse caso, não foram nem os militares, nem os americanos, que deram o tal "golpe"- os militares agiram em cumprimento de uma ordem legal do Congresso e do STF hondurenhos, e os americanos ficaram contra, como Lula e Paulo Henrique Tamborim.
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Tinha sempre a desculpa de o presidente de inclinação trabalhista (Allende, Jango) querer dar um Golpe e o Golpe era um Contra-Golpe para salvar a democracia.
"Inclinação trabalhista" foi ótimo... Allende era marxista convicto, não escondia de ninguém sua intenção de construir, no Chile, o "socialismo por meios legais". E isso tendo sido eleito com pouco mais de 30% dos votos. Jango não só queria, como estava preparando um golpe. O próprio Brizola, que Paulo Henrique Tamborim sabe quem foi, admitiu isso. Desculpa?
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O Elio Gaspari, por exemplo, autor de interminável obra para provar que Geisel e Golbery são o Washington e o Thomas Jefferson da Democracia brasileira, rodou, rodou e não conseguiu demonstrar que Jango ia dar um Golpe.

Isso não cola mais.
E o que o Brizola disse das intenções golpistas de seu cunhado Jango, que Gaspari menciona em seus livros, não cola? E os Grupos de Onze, as Ligas Camponesas, as revoltas dos sargentos e dos marinheiros, a agitação sindical, a tentativa de estado de sítio etc.? Nada disso cola?

Obama não é Nixon, não é Johnson, não é Bush.
Na época, Obama ainda ainda era visto como aliado dos petistas-bolivarianos, pois os EUA também condenaram o "golpe" que não houve e pressionaram Honduras a aceitar o retorno do "democrata" zé laia. Hoje, não sei se PHA diria a mesma coisa do ídolo da esquerda mundial, pois até ele, Obama, se deu conta de que é difícil chamar de golpe um movimento que preserva a lei e mantém as eleições. Com isso e mais o Afeganistão, é possível que PHA tenha mudado de idéia a respeito do ex-demiurgo.

Então, é preciso um “neo-Golpe”, como o neo-liberalismo, que jaz num rodapé da História.
É mesmo? Diga-me em que país o tal "neo-liberalismo" - da maneira como o entende a esquerda e o PHA - foi implantado in totum? (Uma dica: no Brasil, é que não foi.) Como jaz no rodapé da História algo que nunca existiu? (Ao contrário do comunismo, que este sim existiu, e que, se depender da vontade dos PHAs da vida, vai continuar insepulto.)

(Aliás, Golpe e neo-liberalismo andavam de mãos dadas. O primeiro teórico do Estado Mínimo foi Mussolini. Quem, primeiro, o colocou em prática foi o General Pinochet, com a ajuda dos Chicago Boys. Aqui, foi o Farol.)
Fala sério! Mussolini e "estado mínimo" combinam tanto quanto PHA e honestidade intelectual. Desde quando o fascismo, regime que tinha no lema "Tudo com o Estado, nada contra o Estado", tem alguma coisa a ver com o "neo-liberalismo"? É exatamente o contrário! É verdade que o regime militar autoritário (e não fascista) de Pinochet realizou reformas liberais na economia, mas e o que dizer do governo Geisel, o presidente que mais criou estatais em todos os tempos?

Como funciona o “neo-Golpe” ?
Simples.
Acusa-se o Presidente da República de montar um “Semanão” para corromper a oposição.
Ou seja: para PHA, o mensalão de 2005 não existiu... (deve ter sido uma "conspiração das elites").

Acusa-se o Presidente da República de ter aspirações continuistas, com um terceiro mandato.
Para ele, isso também não existiu...
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Instala-se uma CPI no Congresso.
Vai depor um Varão de Plutarco, notável parlamentar de ilibada reputação, Roberto Madison.
Atentem bem para isso: a idéia aqui é desqualificar o depoente (Roberto Jefferson), para que ninguém leve em conta o depoimento. Ou seja: o que vale é o mensageiro, não a mensagem.

Ele brada: a corrupção está ali ao lado, no Palácio do Vale !
E está mesmo. Que o diga o Ministério Público e os 40 indiciados no processo do mensalão.

É um mar de lama.
Idem.

O Presidente da Câmara, Thomas Noblat, declara o impeachment do Presidente da República.
Infelizmente isso não aconteceu.

O Governo e a situação recorrem.

O Presidente Supremo do Supremo Gilmar Diamantino, notável educador, nas férias do Supremo concede duas liminares em 48 horas aos Golpistas.


E o Presidente da República tem que deixar o país em direção ao Uruguai.
Por que não Cuba? Ou a Venezuela? Ou o Irã?

O presidente interino convoca eleições presidenciais.
Tudo dentro da Lei e da Ordem, como diz no PiG (*) e brada a urubóloga Miriam Leitão, uma das trombetas do Golpe.

[...]

É assim o “neo-Golpe”.

Dentro da Lei.

Ele só é possível porque o PiG (*) de Honduras e o PiG (*) do Brasil trabalham incansavelmente pelo Golpe.

Um presidente de inclinações trabalhistas – Zelaya é um proprietário rural, como Jango – não tem o direito de ajudar os pobres.
Vejam como zé laia, o "presidente de inclinações trabalhistas", estava ajudando os pobres: rasgando a Constituição de Honduras, em especial o artigo 239... Mas PHA não leu a Constituição de Honduras. Por isso acha que a saída de zé laia foi "golpe".

O PiG (*) não perdoa.

E aí se sai com essas sandices, como a que está na primeira página da Folha (**) : “Golpistas acusam Lula de intromissão”.

Intromissão, como ?
Sem querer, PHA deixa cair parte da máscara: a manchete é uma sandice, sem dúvida. Não porque não tenha havido intervenção brasileira (houve), mas porque não foram "golpistas" os que acusaram Lula de intromissão. O único golpista na história toda estava dentro da Embaixada brasileira, tentando voltar na marra ao poder.


Ainda assim seria um ex-presidente deposto legalmente, conforme a Constituição que ele tentou violar. Não seria "golpe".

Até onde eu sei, permitir que a própria Embaixada seja transformada em escritório de agitação política por políticos caídos em desgraça caracteriza intromissão nos negócios internos de outro país. Ou não caracteriza?

[...]

O PiG (*) faz em Honduras um ensaio do Golpe que quer dar aqui.
Tenho só uma coisa a dizer:

Que pena que isso não é verdade!

Em Honduras, ainda há gente valente e briosa, que defende a Lei contra quem quer estuprá-la. Já no Brasil... Temos Lula. E Paulo Henrique Tamborete de Forró.

Agora você deve estar se perguntando: o que raios é PIG?

Respondo: PIG é a sigla de "Partido da Imprensa Golpista". É uma gracinha inventada pelos petralhossauros e petralhotários para tentar fazer mofa com a "mídia" (é assim que eles chamam a imprensa, sobretudo a que não se rende a seus planos totalitários) e, de quebra, alimentar o misto de vitimismo e teoria conspiratória que passa, hoje, por esquerdismo. É algo saído das mesmas mentes que acreditam que o mensalão foi um complô da "zelite".

Engraçado, não?

O mais engraçado é que, no caso de Honduras, o conjunto da "mídia", inclusive a poderosa Rede Globo, caiu como um patinho no conto do "golpe" dado em Honduras contra o "mártir" zé laia, repetindo feito disco arranhado: "foi golpe", "foi golpe". Ou seja: de PIG não teve nada.

Dos grandes veículos de comunicação, apenas a revista VEJA se deu ao trabalho de ler a Constituição de Honduras e compará-la com os fatos.

Que partidinho mixurica esse tal de PIG, heim? Limita-se à VEJA e à Editora Abril...

E ainda tem quem nos queira fazer crer que esse tipo de coisa existe, e que é capaz até de derrubar presidente.
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Pois é. Isso não cola.
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Ainda bem que existe o PUM - Partido Unificado dos Mentirosos.

Eis como age o PUM.

Um recém-convertido ao bolivarianismo tenta um golpe para se eternizar no poder. Para tanto, tenta impor uma consulta ilegal e inconstitucional, usando as Forças Armadas.

O Exército, cumprindo determinação legal do Congresso e do Judiciário, age a tempo e aplica o que está na Constituição, retirando-o do poder.

O PUM entra imediatamente em ação, e no dia seguinte todos estão gritando, indignados: "foi golpe".

Muita gente cai na esparrela, graças à propaganda insistente do PUM.

O golpista deposto, com o apoio do PUM, entra clandestinamente no país e se assenhora da embaixada de outro país, cujos governantes são membros do PUM. De lá, passa a defender a guerra civil. O PUM aplaude, e exige sanções duras contra os "golpistas" que aplicaram a Lei.

Os novos governantes aplicam o que está na Constituição, mantêm as eleições, preservam as garantias individuais e a democracia. Mas ainda assim o PUM diz que houve golpe, e não reconhece a legitimidade do governo constitucional.

Para o PUM, houve golpe, porque o companheiro deposto por tentar estuprar a Constituição estava de pijamas quando o prenderam.

Paulo Henrique Bofe de Elite Tamborim é um dos porta-vozes do PUM. Um homem de grande estatura física e moral.

Esse é o PUM. Um partido com muitos adeptos no Brasil.

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