O Brasil agora é parte do Eixo do Mal. Graças a Lula e a Celso Amorim.
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O mundo inteiro - e incluo aí o governo Obama, que já critiquei duramente aqui neste blog, além da Velha Europa e da Rússsia - já se deu conta do perigo que representa a tirania teocrática do Irã de Mahmoud Ahmadinejad, que insiste em produzir urânio enriquecido para ter a bomba atômica e destruir Israel. Ontem, Obama fez um discurso defendendo sanções mais duras contra o Irã. Mas o governo brasileiro não está nem aí. Pior: está sim, mas de braços dados com a teocracia iraniana contra a humanidade.
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Ontem também, Celso Amorim colocou-se contra as sanções da ONU ao Irã, pois estas "só prejudicam os pobres". Esqueceu-se que, há pouco tempo, era o mais ardoroso defensor de sanções internacionais contra a pobre Honduras, que destituiu constitucionalmente um presidente que tentou rasgar a Constituição do país. Em uma entrevista, o chanceler do Aiatolula afirmou que era a favor de sanções contra Honduras, mas contra o embargo a Cuba porque "em Cuba houve uma revolução, enquanto em Honduras houve um golpe de estado desfechado pela direita mais tradicional da América Latina". A conclusão, óbvia e inevitável, é: sanções podem, mas só contra regimes "de direita", jamais contra ditaduras comunistas ou tiranias teocráticas patrocinadoras do terrorismo. Dificil conceber confissão maior de double standards do que essa.
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É impressionante o grau de alinhamento do Itamaraty com o que há de pior na humanidade. E mais impressionante ainda é como isso não está sendo denunciado como deveria. Afinal, trata-se de um escândalo muito pior do que qualquer mensalão. Além disso, pode-se tentar entender o que leva o governo Lula a envolver-se na farsa bolivariana de Honduras, ou a justificar os ataques cada vez mais constantes de Hugo Chávez à democracia dentro e fora da Venezuela, ou as manifestações explícitas de ciúmes diante da pronta ajuda norte-americana às vítimas do terremoto no Haiti. Pode-se, inclusive, entender a postura omissa (e, na prática, favorável) em relação aos narcoterroristas das FARC - afinal, assim como Chávez e Morales, eles são companheiros dos petistas no Foro de São Paulo. Mas, francamente, o que dizer do caso do Irã? O que ganha o Brasil ao se aliar politicamente a Ahmadinejad?
.Tanto do ponto de vista moral, como do ponto de vista do realismo político, o apoio incondicional a ditaduras não acrescenta nada de positivo às ambições internacionais do Brasil. É um tiro no próprio pé: além de levar à humilhação do País, isolando-o no cenário mundial, o apoio a Ahmadinejad - sem falar em figuras como Chávez, os Castro e Evo Morales - apenas afasta a possibilidade de o Brasil um dia vir a ser membro permanente do Conselho de Segurança das Nações Unidas. Isso porque o Irã é visto com desconfiança pelos países árabes, que o governo Lula também desesperadamente corteja, e de cujo apoio depende sua candidatura ao Conselho de Segurança. Ninguém no Itamaraty pareceu lembrar que os árabes desconfiam das ambições do "Império Persa" tanto quanto se opõem a Israel, e que as chances de o Brasil contar com o apoio do mundo árabe em seu pleito para uma cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU diminuem a cada declaração favorável ao regime dos aiatolás (além do mais, xiita, quando 90% dos muçulmanos sao sunitas). Não se trata somente, portanto, de algo moralmente indefensável, mas, também, de um erro crasso, de algo contraproducente.
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A política externa brasileira é um desastre. É uma coleção de fracassos, em um governo do qual já se disse, acertadamente, que o que é bom não é novo, e o que é novo não é bom. Honduras e o Irã são os exemplos mais eloqüentes, mas não são os únicos. No ano passado, o Brasil apoiou a candidatura de um antissemita e queimador de livros para a direção da UNESCO, órgão encarregado de zelar justamente pela cultura no mundo, a despeito do fato de haver um candidato brasileiro ao pleito - e viu a candidatura que apoiou ser derrotada miseravelmente. Ou seja: entre a desonra e a humilhação da derrota, ficou com as duas coisas. Se tivesse agido de caso pensado contra os próprios interesses nacionais, não teria feito melhor (ou pior). Esta tem sido uma constante nos últimos sete anos.
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Assim como é desastrosa, a diplomacia lulista é megalomaníaca - ou megalonanica. Sob Lula e Celso Amorim, o governo brasileiro transformou a mania de grandeza em motor de sua atuação internacional. Tudo o que tem conseguido é diminuir ainda mais ante a parte do mundo que presta, associando-se aos piores regimes que existem. A VEJA desta semana publicou uma matéria em que examina as notas oficiais divulgadas pelo Itamaraty desde 2003. Fica clara a preferência ideológica por regimes como o de Cuba e da Venezuela em detrimento de outros, como Israel e os EUA. Trata-se, sem sombra de dúvida, de um duplo padrão, moral e político. E, mesmo assim, a diplomacia lulista é vista com respeito por muita gente dita racional. Os psicólogos certamente dirão que a megalomania ignora o fracasso e a própria realidade para se concentrar em suas fantasias.
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Que a diplomacia brasileira atual seja louvada por gente supostamente esclarecida é algo que só pode ser explicado ou pela ignorância ou pela má-fé ideológica, ou por uma espécie de lavagem cerebral. A postura abertamente ideológica do Itamaraty não está em contradição apenas com os princípios da moral e com os interesses nacionais permanentes brasileiros. É uma afronta à democracia. Em particular, à própria Constituição brasileira de 1988. Esta estabelece, em seu artigo 4, os princípios que devem nortear as relações internacionais do Brasil:
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Artigo 4º
A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.
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A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
I - independência nacional;
II - prevalência dos direitos humanos;
III - autodeterminação dos povos;
IV - não-intervenção;
V - igualdade entre os Estados;
VI - defesa da paz;
VII - solução pacífica dos conflitos;
VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;
IX - cooperação entre os povos para o progresso da humanidade.
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Há idiotas que acham que o apoio a ditaduras como a cubana e às ambições nucleares de Ahmadinejad se justifica como uma forma de "mostrar soberania" ante os "países ricos" etc. A esses cretinos adeptos do terceiro-mundismo e do antiamericanismo mais rombudo eu respondo que o Brasil deve se colocar ao lado da democracia e dos direitos humanos não por causa do que pensam A ou B, mas POR CAUSA DELE MESMO. Ou, se preferirem, por causa do que está aí em cima.
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Felizmente para os lulistas, a política externa não é um tema muito popular no Brasil. Se o povo brasileiro desse a ela metade da atenção que dá ao futebol ou às fofocas sobre celebridades, acharia motivos de sobra para sair às ruas e pedir o fim do governo.
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