sexta-feira, julho 31, 2009

A ÚLTIMA DOS BOLIVARIANOS: ARMAS, SÓ SE FOR PARA AS F.A.R.C.


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou ontem que está preocupado com o acordo militar entre a Colômbia e os EUA. Ele não vê com bons olhos a presença de militares norte-americanos no país vizinho. O acordo prevê o acesso destes a três bases colombianas por mais dez anos. Ao lado de Hugo Chávez, da Venezuela, e de outros presidentes latino-americanos, Lula pretende levar o tema para discussão no âmbito do Conselho de Defesa Sul-Americano, órgão pertencente à UNASUL - União Sul-Americana (uma espécie de OEA mais à esquerda, sem os EUA). Para Lula, o acordo militar pode provocar uma corrida armamentista no continente etc. etc.

Realmente... Os EUA, mesmo com Obama, são um perigo. Imaginem só, um acordo militar com a Colômbia? Onde já se viu isso? Só porque, reparem, o país enfrenta há mais de quarenta anos os narcobandoleiros das FARC, a maior organização terrorista do Ocidente, responsável por milhares de mortes e inúmeros seqüestros, além da maior parte da cocaína produzida no mundo? E que recebem - como mostram PROVAS abundantes - ARMAS de países vizinhos, como a Venezuela (vejam mais adiante)? Como? A Colômbia, assinando um acordo militar com o Tio Sam para se defender dessa ameaça? Que absurdo, não acham?

Ainda mais porque, vejam só que coisa!, o tal acordo militar, segundo Lula, pode acarretar uma corrida armamentista na América do Sul, o que não é bom para ninguém. É verdade... Afinal, como todos sabem, é a Colômbia de Álvaro Uribe a grande encrenqueira da região, servindo de instigadora da instabilidade na América Latina, com seu apoio em dinheiro a movimentos golpistas no continente e a governos antiamericanos como os de Evo Morales e Rafael Correa. Ora, ora: só porque a vizinha Venezuela, sob a batuta de Chávez, esse grande democrata, comprou um lote de caças russos Sukhoi, além de milhares de fuzis russos, e assinou acordos até com o Irã de Mahmoud Ahmadinejad (!), que quer ser uma potência nuclear, a Colômbia agora também quer se armar para enfrentar um inimigo interno que prometeu destruir a democracia e transformar o país numa ditadura comunista? Só porque Chávez, QUE ARMA A NARCOGUERRILHA COLOMBIANA, já interveio diretamente em vários países da região, o último deles Honduras, para exportar a sua "revolução bolivariana"? Só porque o laptop do número dois das FARC, Raúl Reyes, morto em março de 2008, revelou detalhes escabrosos de contatos secretos entre a organização terrorista e membros do alto escalão dos governos da Venezuela e do Equador? Só por isso o presidente colombiano quer assinar um acordo militar com os EUA? Mas que sujeito mau esse tal de Uribe, heim?

Lula, como sempre, dá seu total respaldo ao companheiro Chávez contra mais essa perfídia de Bogotá. Ele está com Chávez e não abre. Há alguns dias, foi noticiado com alarde (menos no Brasil, onde a notícia passou praticamente despercebida) que lança-foguetes antitanque AT-4, de fabricação sueca, foram encontrados nas mãos de narcoterroristas das FARC (ver foto acima). Foi constatado que as bazucas vinham de um lote entregue na década de 80 pela fabricante SAAB Bofors Dynamics ao (adivinhem quem) exército da Venezuela. Por causa da revelação, o governo da Suécia suspendeu imediatamente qualquer venda de armas à Venezuela e, assim como o da Colômbia, exigiu explicações de Hugo Chávez, que ele deve até agora. Em vez de explicar o que lança-foguetes do exército venezuelano faziam num acampamento das FARC, Chávez preferiu cortar relações com a Colômbia, e agora grita contra o acordo miltar de Bogotá com os EUA. Lula, também, está indignadíssimo com o acordo. Mas não com o apoio - militar, inclusive - de Chávez às FARC, nem com os dólares que estas doaram a Rafael Correa do Equador. Contra isso, ele não deu um pio. Nem dará (a propósito: o Tribunal Penal Internacional acabou de protocolar um pedido de informações ao Brasil sobre as atividades das FARC no País. Mas isso você também não verá no Jornal Nacional).

O quê? A Colômbia, uma democracia, assinando um acordo militar com o diabo imperialista? De jeito nenhum! Acordo, só se for para fornecer armas às FARC, esses anjos de idealismo e pureza. De preferência, de forma escondida, secreta, clandestina, para não dar muito na vista e garantir, com a cumplicidade de certa imprensa mancomunada ou covarde, uma certa "plausible deniability", ocultando o que a cada dia fica mais evidente. Assim, fingindo-se de "vegetarianos", jogando areia nos olhos de todos, os companheiros poderão continuar posando de "moderados" e até mesmo se oferecerem para "mediar" futuras negociações entre uma parte e outra, em que pese o óbvio comprometimento com um dos lados - o lado das FARC, obviamente. Agindo assim, é garantido, ninguém vai perceber o engodo. Afinal, esse pessoal do Foro de São Paulo é expert nesse tipo de coisa. Não é, Lula?
.
Assinar acordo militar com os EUA? Não pode: é um crime de lesa-pátria e uma agressão à soberania - é o que dizem os bolivarianos e seus aliados. Já fornecer lança-foguetes aos narcoterroristas das FARC... Por que não lhes dar logo a bomba atômica?

Nenhum comentário: