Imagem meramente ilustrativa
.
.
Digamos que o presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, resolvesse mudar radicalmente as instituições do país, de modo a garantir, via uma série de plebiscitos, sucessivas reeleições até o ano de 2021 (ou mais além, sabe-se lá). Para tanto, ele subordina, mediante uma série de medidas legais, os demais poderes da República, o Judiciário e o Legislativo, acabando, na prática, com a separação de poderes no país. Não contente com isso, Uribe decide fechar um canal de TV oposicionista, enquanto ameaça jornalistas de prisão, usando os mais variados pretextos legais. Enquanto isso, organiza a criação de milícias armadas, formadas por militantes fiéis a seu ideário político, que não hesitam em intimidar e agredir fisicamente a oposição.
.
.
Não satisfeito em assegurar seu poder internamente, Uribe resolve usar as riquezas do país para intervir abertamente nos assuntos de países vizinhos. Passa então a distribuir fartamente dinheiro a grupos políticos de direita na Bolívia e no Equador, ajudando a eleger os presidentes nesses dois países. Faz o mesmo no Paraguai e na Argentina, inclusive com malas recheadas de dólares. Onde enfrenta resistência a seu projeto expansionista, como no Peru, trata de apoiar, também com largas somas em dinheiro, uma tentativa de golpe por um grupo ultra-nacionalista e racista que resulta em várias mortes. Ele quer porque quer se impor como um novo Napoleão, o senhor absoluto do continente latino-americano.
.
Suponha que Álvaro Uribe, indo mais longe em seu projeto de exportar a "revolução adamsmithsoniana" (também conhecida como "capitalismo do século 21"), apóia de forma explícita a tentativa de golpe civil de um seu aliado em Honduras. Este, visando a repetir o que ele, Uribe, fez na Colômbia, convoca um referendo ilegal e inconstitucional, chocando-se com os demais Poderes, sendo por eles deposto, num movimento de resistência cívico-militar que conta com o apoio da maioria da população. O aliado de Uribe, deposto, tenta voltar ao poder, e conta para isso com o apoio declarado de seu mentor, que inclusive ameaça intervir militarmente no país caso seu aliado não seja reconduzido ao cargo e mude a Constituição para eternizar-se no poder. Uribe planeja, inclusive, um banho de sangue, para que seu aliado seja restituído ao trono. O plano macabro tem até um nome: "Plano Bogotá".
.
Imagine ainda que as forças armadas da Venezuela, em uma operação de combate aos narcoterroristas de extrema-direita que operam a partir de território colombiano, apreendem um laptop do número dois da organização, morto em combate, no qual constam provas irrefutáveis de que altos funcionários do governo Uribe mantêm contatos regulares com os terroristas, aos quais fornecem proteção e abrigo. O caso provoca uma grave crise diplomática entre os dois países, que por pouco não resulta em guerra aberta.
.
.
Pouco tempo depois, o exército da Venezuela descobre provas concretas, apreendidas com os narcoterroristas, de que lança-foguetes de fabricação sueca, pertencentes ao exército da Colômbia, foram parar nas mãos dos tais narcoterroristas de extrema-direita que atuam contra o governo de Caracas. As provas de que os mísseis apreendidos com os paramilitares de direita foram repassados pelo exército colombiano são contundentes e irrefutáveis, mas Uribe nega tudo, e, numa manobra diversionista, até rompe relações com a Venezuela, acusando a vítima.
.
Entenderam aonde eu quero chegar?
.
.
Pois é, caro leitor. Se você captou a mensagem, então entenderá perfeitamente a pergunta que vem a seguir:
.
SE FOSSE ÁLVARO URIBE VÉLEZ, E NÃO HUGO CHÁVEZ FRÍAS, O AUTOR DAS FAÇANHAS DESCRITAS ACIMA, SERÁ QUE A ATITUDE DO GOVERNO LULA (e da OEA, e da ONU, e da União Européia, e de Barack Hussein Obama...) SERIA A MESMA? CONSEGUEM VISLUMBRAR O ESCÂNDALO?
.
Quem tem olhos para ver e cérebro para pensar já sabe a resposta. Para os demais, nem desenhando.
Nenhum comentário:
Postar um comentário