"- Compañero Obama, como está?
- Rumbo a la revolución bolvariana, compañero".
Para muita gente, a atitude do governo norte-americano de Barack Hussein - esse é seu nome, e não somente "Obama" - em relação à crise institucional em Honduras é surpreendente. Washington não só condenou o "golpe" que retirou o golpista bolivariano Manuel Zelaya do poder, como engrossou a fileira dos governos latino-americanos e da OEA que exigem a devolução do trono a Zelaya. Não somente denunciou os "golpistas" como fechou os olhos ao que Zelaya vinha fazendo - e certamente fará, se voltar ao poder -, colocando-se assim no mesmo grupo de Hugo Chávez, Evo Morales, Rafael Correa, Daniel Ortega, Fernando Lugo, Cristina Kirchner, o esquerdista de miolo mole José Miguel Insulza (OEA) e o ex-ministro sandinista Miguel D'Escoto (Assembléia-Geral da ONU). Além do Apedeuta, claro - o exemplo-mor de esquerdista "vegetariano", segundo muita gente desavisada.
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Os bolivarianos não deixaram de saudar essa nova atitude do "império". O próprio Zelaya solicitou audiência com Hillary Clinton, sua mais nova aliada, e, em declarações à imprensa, defendeu que os EUA - vejam só - intervenham em Honduras... Os bolivarianos defendendo a intervenção de Washington num assunto interno de um país da região... quem poderia imaginar isso? (é... pelo visto, aquela discurseira toda contra o "imperialismo ianque" com que bombardeavam nossos ouvidos era mesmo conversa pra boi dormir).
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Como não poderia deixar de ser, a posição de Washington na questão hondurenha está sendo exaustivamente elogiada pela imprensa norte-americana, a qual, com o New York Times à frente, entregou-se com prazer à tarefa de ser um comitê de apoio, primeiro ao candidato, e agora ao presidente, Barack Hussein. De fato, quem passar os olhos pelo NYT ou pelo Washington Post nesses dias, sem falar na CNN - impropriadamente demonizada pelos esquerdistas, aliás - verá articulistas e comentaristas se revezando nos elogios à mais essa "mudança histórica", a esse "novo olhar" do governo dos EUA em relação à América Latina. Ao invés de se livrar dos bolivarianos, como tentaria o demônio Jorjibúxi, Barack Hussein quer encontrar um modus vivendi com eles. E isso é bom, segundo dizem. Será mesmo?
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Analisemos o fenômeno um pouco mais detidamente. Barack Hussein acredita ter encontrado o melhor caminho para lidar com a atual onda bolivariana que, iniciada na Venezuela e inspirada no exemplo de Cuba, ameaça tomar conta de toda a América Latina. Ao invés de se opor a ela, firmando posição em defesa do respeito à democracia e à legalidade - ameaçada em Honduras não pelo Congresso e pela Suprema Corte, mas por Zelaya -, ele deseja "mudar a imagem" dos EUA na região. Em outras palavras, ele quer entrar num concurso de popularidade com Hugo Chávez. Imagina, com isso, ser capaz de reverter o antiamericanismo endêmico na região e reverter a maré bolivariana. Posição semelhante a que ele vem adotando em relação ao islamofascismo e ao terrorismo islamita: tente amansá-los, mostrando que os EUA não são um país tão mau assim, e eles deixarão de apedrejar mulheres adúlteras e explodir bombas em mercados israelenses, é o que está dizendo Barack Hussein, entre um discurso "histórico" e outro.
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O que há de mais primário na retórica obamista é que ela parte da ideia idiota de que só há terrorismo islamita, assim como só há um Chávez ou um Zelaya, porque os EUA fizeram alguma coisa errada antes. Enfim, Blame America First, culpe primeiro os EUA, é o que diz o novo demiurgo da esquerda mundial, e tudo será resolvido. Como se o problema fosse os EUA, e não a Al-Qaeda ou Hugo Chávez. Como se estes odiassem os EUA pelo que o país fez um dia, e não pelo que é - um farol da Liberdade e da Democracia num mundo cada vez mais condescendente com tiranos e genocidas. Mas em vez de firmar posição em torno dessas bandeiras, o que faz Barack Hussein? Defende o retorno do golpista Zelaya ao poder, e tenta cair nas graças dos bolivarianos, esperando que, com isso, eles cessem seus ataques retóricos aos EUA. Não há tese mais furada. Não há empulhação maior.
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Imaginem se Franklin Roosevelt ou Winston Churchil tivessem resolvido, para se contraporem à onda totalitária do final dos anos 30 na Europa, disputar popularidade com Adolf Hitler. Quebrariam a cara, claro: o totalitarismo nazista, em seu auge, contava com o apoio entusiasmado e fanático de praticamente a totalidade da população alemã, assim como o totalitarismo soviético se sustentou, durante décadas, devido ao enorme poder da máquina de propaganda comunista (que persiste hoje, é bom que se diga). Assim como quebraram a cara, também, e de forma ignominiosa, Neville Chamberlain e Edouard Daladier, respectivamente o primeiro-ministro britânico e o presidente da França, quando acreditaram ter conseguido apaziguar Hitler em 1938, concedendo-lhe territórios em troca da "paz de nosso tempo". Todos conhecem - pelo menos todos que estudam a História - a lição da Conferência de Munique: tiranos, assim como terroristas, não devem ser adulados, nem podem ser apaziguados. Também não será uma campanha de relações públicas que os demoverá de suas intenções totalitárias. O único meio de lidar com ditadores e candidatos a ditadores é confrontando-os. Pelo menos se o objetivo em mente for a preservação da Democracia. É uma pena que essa lição, que tanto mal teria poupado no passado, tenha sido totalmente esquecida.
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O apoio de fato de Barack Hussein ao golpista Zelaya em Honduras entrará para a História como um dos momentos mais baixos, talvez o mais baixo, a que chegou o governo dos EUA, em toda sua história. Ao dar seu apoio, na prática, a quem quer jogar a democracia na lata do lixo Barack Hussein está reescrevendo a famosa Doutrina Monroe, de 1823, que queria salvaguardar a América do colonialismo europeu, assim como, mais tarde, os EUA salvaguardaram a América do marxismo. A diferença é que, em vez de "América para os americanos", temos hoje um novo lema: "A América para os bolivarianos". Não por acaso, o presidente norte-americano já está sendo chamado de Barack Hussein "Fidel Che" Obama por alguns colunistas conservadores (nos EUA, eles existem). Diogo Mainardi tem razão: Barack Hussein é um Henry Kissinger para ginasianos politicamente corretos.
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Quem diria... Enquanto a pequena Honduras está dando uma lição ao resto do mundo, tendo enxotado um farsante que queria usar as instituições do país para destruir a democracia e se recusando a recebê-lo de volta, a maior superpotência do planeta, governada por apaziguadores esquerdistas, capitula ante a maré bolivariana, perfilando-se ao lado de ditadores e caudilhos. Thomas Jefferson e Abraham Lincoln devem estar se revirando no túmulo.
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