sexta-feira, agosto 08, 2008

"INFILTRADOS" OU PARCEIROS?

É incrível como os petralhas parecem massa de pão: quanto mais apanham, mais crescem. Ou melhor: quanto mais aparecem provas de suas maracutaias, mais gente conseguem engabelar. A culpa disso, em grande parte, é de quem os acusa, geralmente com uma incompetência - ou cumplicidade - atroz. O escândalo da vez é a relação nada secreta entre os lulistas e as FARC, os narcoterroristas marxistas-bolivarianos. Pois bem. Quais foram as manchetes dos principais jornais brasileiros nos últimos dias, depois da informação divulgada pela revista colombiana Cambio? "FARC infiltradas no Brasil", "FARC infiltradas no governo" etc. Ao que a camarilha lulista respondeu com rapidez, e parte da imprensa assinou embaixo: "não há provas", "não há provas".

Ninguém percebeu, mas a acusação que se está fazendo ao governo Lula - de que as FARC estariam "infiltradas" na alta cúpula dos petralhas - corresponde praticamente a uma declaração de inocência dos companheiros no poder. Parece absurdo - e é -, mas é verdade.

Realmente, não existem provas de que as FARC estariam infiltradas nas altas esferas do poder em Brasília, por um motivo muito simples: as FARC não estão infiltradas no governo Lula, nem no PT. Não é isso o que mostram - de forma clara, límpida e cristalina - os e-mails de Raúl Reyes. Pelo contrário: o que demonstram, e até agora ninguém desmentiu, é que as FARC e o PT, as FARC e o governo Lula, são PARCEIROS e ALIADOS. É isso o que revela, de maneira inequívoca e irrefutável, a troca de mensagens entre o terrorista Raúl Reyes, morto em março, e Olivério Medina, o representante das FARC no Brasil e protegido político do governo Luiz Inácio. É isso que demonstram, também de forma cabal, os laços estreitíssimos entre o PT e as FARC no FORO DE SÃO PAULO durante não um ou dois, mas DEZOITO anos.
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Não se trata, portanto, de "infiltração" das FARC, até porque a noção de que estariam "infiltradas" passa duas idéias completamente equivocadas (ou mal-intencionadas) sobre o verdadeiro caráter das relações FARC-PT. Segundo essa interpretação: 1) o PT e o governo Lula estariam sendo vítimas de uma tática solerte de subversão interna, que estaria sendo utilizada por um bando de criminosos para "deturpar" uma organização e um governo limpos e inocentes; e 2) o PT e o governo Lula estariam sendo enganados pelos narcobandoleiros, como ocorre no caso do mafioso que se infiltra na polícia, ou vice-versa. Ou seja: a idéia de "infiltração", longe de ser uma acusação, seria um álibi dos petistas, que poderiam argumentar, dessa maneira, pela pureza conspurcada do partido e do governo ou, então, apelar para o velho chavão da própria ignorância como virtude. Poderiam dizer que o PT e o governo "não têm nada a ver" com as FARC, ou que - novamente - "não sabiam de nada, não viram nada".
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Quando a acusação está eivada de manipulação semântica, que traz em si o peso de décadas de lavagem cerebral cotidiana e uma carga indisfarçável de simpatia ideológica pelo acusado, o qual se colocou aos olhos de todos, há tempos, acima do bem e do mal, o resultado é - mais uma vez - o esquecimento e a certeza da impunidade. A falha de percepção da imprensa brasileira em relação aos petistas e seus aliados das FARC é algo que beira a cegueira total ou o descaramento mais deslavado. Não admira que os petralhas conseguirão se safar desta vez, como das outras. Com esses "acusadores", quem precisa de advogado de defesa?
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De fato, há um infiltrado nessa história. Mas não são as FARC em relação ao governo Lula. É a linguagem e o pensamento esquerdistas no cérebro de milhões de pessoas que, como autômatos, apenas os repetem mecanicamente, sem se darem conta disso. Estamos todos dominados.

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