sexta-feira, julho 15, 2011

A MARCHA DOS VAGABUNDOS

De uns tempos para cá, virou moda a realização de marchas e manifestações de protesto no Brasil. Há marchas para tudo, para todos os gostos. Tem uma marcha da maconha, uma marcha das vadias, uma parada gay (a maior do mundo, e um desfile de bizarrices)... Só não há marchas contra ou a favor do que realmente importa.

Convenhamos, há mais e melhores razões para sair de casa e carregar cartazes nas ruas. Há motivos de sobra para se indignar e organizar marchas de protesto no Brasil. Só não há quem as realize.

Onde está uma marcha contra a corrupção no governo dos petralhas, que somente este ano já custou o cargo de dois ministros (um deles, pela SEGUNDA vez)? Ou uma marcha contra a empulhação das obras do PAC, que, apesar de toda a fanfarra, não saem do papel? Ou contra a lerdeza nas obras da Copa do Mundo, que, pelo visto, será um festival de ladroeira como foi o Pan do Rio em 2007? Ou pela divulgação dos documentos sigilosos do governo? Ou contra o abrigo a terroristas estrangeiros, que mancha a imagem do País no exterior? Ou por mais segurança, mais saúde, mais educação, mais esgotos etc.? Motivo é o que não falta.

Enfim, cadê a "sociedade civil", os sindicatos, a CUT, a UNE, numa hora dessas? (Só para constar: é claro que eu sei onde estão, e por que não protestam; por que iriam protestar contra aquilo de que fazem parte e de que se beneficiam?)

Até parece que, em vez de se indignarem e saírem às ruas cobrando seus direitos e exigindo punição aos corruptos, os brasileiros têm outras prioridades. Em vez de luta contra a roubalheira e a sem-vergonhice, a marcha das vadias...

Se eu não fosse tão caridoso, eu poderia até pensar que os brasileiros já estão todos anestesiados e dominados por um discurso vigarista que inverteu o senso de prioridades, ou que foram comprados por um prato de lentilhas. Acharia até que quem marcha por aí nos dias de hoje não passa de um bando de pelegos e vagabundos sustentados pelo dinheiro estatal. (Mas não, é claro que não pode ser nada disso, imagina; pensar assim é coisa da elite...)

Por que, em vez de uma marcha da maconha, não organizam uma marcha contra a vadiagem e a cafajestagem na política? Por que não uma marcha em defesa da ética e da inteligência?

No Egito, na Síria, na Espanha, na Grécia, a população indignada sai às ruas exigindo mudanças e reformas. Nesses países, a revolta popular já derrubou governos. Só no Brasil causas como a liberação da maconha e a parada gay são mais importantes. Uma verdadeira marcha à ré.

2 comentários:

GRAÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS disse...

PROF GUSTAVO, É UMA VERGONHA..ENFIM, O PT NOS LEVOU PARA A LAMA.FEZ DAS MULHERES MERETRIZES E DOS HOMENS SODOMITAS OU LADROES
ENFIM...
SEGUE O LINK DO JORNAL DO GRUPO RESISTENCIA DEMOCRATICA
http://www.newsflip.com.br/pub/resistenciademocratica/

Renato Lellis disse...

A resposta para isso se divide em duas partes:

1- Não temos tempo para isso

As pessoas que trabalham, estudam e tem responsabilidades estão ocupadas demais para ficar organizando marchas e afins.

Quem normalmente participa disso são os que são aliciados pelos órgãos de apoio ao governo: sindicatos, entidades estudantis e outras entidades dos "movimentos sociais". Todos alinhados ideológica ou financeiramente com o petismo.

Sem falar que só funcionários públicos podem arcar com uma falta no trabalho sem temer perder o emprego.

2- Não existe espaço para a divergência

Quando houve uma marcha do "Basta" alguns anos atrás, contra a corrupção, os organizadores apanharam de todos os lados, como se estivessem tentando um golpe de estado. Até o Jô Soares espinafrou os manifestantes.

O mesmo ocorre toda vez que se esboça um movimento da sociedade que não seja pautado pelos órgãos de apoio ao governo, seja uma marcha evangélica (são tachados de homofóbicos) ou uma manifestação contra a construção de uma estação de metrô (são tachados de preconceituosos).

Nenhum político vai querer assumir o ônus de ser associado a esses rótulos, por isso eles ficam distantes dessas manifestações legítimas. E a população não se mobiliza sozinha. Alguém (organização, partido ou liderança) precisa tomar a frente do assunto.
Não existe isso de manifestação espontânea.