sábado, julho 30, 2011

A ARTE DE ENGANAR OS TROUXAS

Em Filosofia existe uma falácia chamada generalização apressada. Falácia, para quem não sabe, é um argumento falso ou tendencioso, geralmente preconceituoso. É o resultado de um erro de raciocínio e/ou de uma tentativa de enganar a si próprio ou os outros. Consiste essa falácia, como o próprio nome indica, em retirar, de alguns fatos, conclusões apressadas e generalizantes, resultando daí uma falsa associação, em geral coletiva.

Em outras palavras, a generalização apressada busca tirar uma conclusão com base em evidências insuficientes, e julgar todas as coisas de um determinado universo com base numa amostragem muito pequena. Consequentemente, ela ignora detalhes, fatores, circunstâncias e mesmo os casos que poderiam refutar a universalidade de suas premissas. Alguns exemplos:

1. “Minha avó tem dor de cabeça crônica. Meu vizinho também tem e descobriu que o motivo é um câncer. Logo, minha avó tem câncer.”
2. “Nas duas vezes em que fui assaltado, os bandidos eram negros. Bem que minha mãe fala que todo negro tem tendência para ladrão!”.

3. “O pastor da igreja X roubou o dinheiro dos fiéis. Fulano é pastor. Logo, também é ladrão.”
4. “Meu tio é candomblecista e já matou um bode para oferecer ao orixá. Beltrano foi ao terreiro de candomblé. Logo, ele também mata animais para o orixá.”
5. “Fulano entrou para a igreja X e ficou fanático. Logo, todos os fiéis da igreja X são fanáticos.”
6. “Fulano entrou para uma igreja protestante e ficou fanático. Logo, todos os protestantes são fanáticos.”
7. “Crentes/muçulmanos/bramanistas/etc. são todos fanáticos.”
8. “Todo americano é racista.”


Qualquer pessoa com um mínimo de inteligência e que ainda não foi lobotomizada pela propaganda esquerdista já deve ter percebido que estamos assistindo à repetição desse padrão falacioso no caso do masssacre cometido na Noruega por Anders Behring Breivik, o maluco que está sendo mostrado como exemplo de "direitista" na Europa. Subitamente, como eu suspeitava desde o início, passou-se a culpar a "direita", tida como uma coisa única e monolítica, pelos atentados terroristas. Um boboca até me enviou um link para uma notícia segundo a qual um senador italiano de direita elogiou as "idéias" de Breivik. Sim, e daí?

A conclusão, apressada e falaciosa, é a seguinte: a direita – toda ela, sem exceção – é "islamófoba, xenófoba e racista". Pior: "a direita" – novamente: toda ela, sem exceção – é terrorista. (Curiosamente, o mesmo tipo de argumentação costuma ser imediatamente rechaçado, no tocante à esquerda e ao Islã, no caso de ataques terroristas de extrema-esquerda ou islamitas.)

Já apontei a óbvia empulhação que está por trás desse argumento calhorda. Em outras palavras, o que se está afirmando a partir do caso de Breivik é o seguinte:

- Breivik se diz antimarxista. Portanto, todos os antimarxistas são assassinos.

- Breivik se diz antimulticulturalista. Logo, todos os que tenham qualquer crítica a fazer ao muliticulturalismo são assassinos perigosíssimos.

- Breivik se diz antiislâmico. Voltaire também era.

E mais:

- Breivik se diz cristão. Logo, todos os cristãos são assassinos e merecem estar na cadeia.

Eu poderia estender essa mesma linha de raciocínio e chegar às seguintes conclusões sobre Breivik:

- Ele é norueguês. Logo, todo norueguês é assassino e terrorista.

- Ele é branco, loiro e de olhos azuis. Nunca dê as costas para um branco, loiro e de olhos azuis.

Agora, o meu argumento preferido:

- Breivik é pró-homossexuais (está no tal "manifesto" que ele escreveu). Vou pensar nisso na próxima vez que vir um bando de travestis desfilando alegremente em alguma parada gay.

Na boa: querem achar um jeito bom de enganar os otários e caluniar a direita? Aceitem meu conselho: tentem fazer melhor da proxima vez.

Um comentário:

GRAÇA NO PAÍS DAS MARAVILHAS disse...

prof gustavo, leia

Breivik esteve várias vezes na Belorússia, aí recebendo treinamento terrorista da seção local da FSB
O próprio Anders Behring Breivik deu-nos uma indicação preciosa ao declarar, no seu Manifesto, que não era um cristão, mas apenas um darwiniano persuadido de que a civilização cristã Ocidental era evolutivamente superior às outras. Isso não apenas desmentia a versão oficial da "grande mídia", mas alinhava decididamente Breivik no padrão ideológico da Nouvelle Droite Francesa, materialista e evolucionista, chefiada por Alain de Benoist.
Para tornar as coisas ainda mais claras, Breivik, no seu Manifesto (v. http://www.asianews.it/news-en/Russia-as-the-mass-murderer%E2%80%99s-political-model-22193.html) declara
que o alvo ideal de sua luta seria substituir a estrutura política europeia, que ele qualifica de "disfuncional", por um modelo de democracia autoritária "similar à da Rússia" (sic).

E, de quebra, faz os maiores louvores a Vladimir Putin.