quinta-feira, julho 28, 2011

O MASSACRE NA NORUEGA: MAIS UMA TAPEAÇÃO ESQUERDISTA

Vamos pensar um pouco?

Sou visceralmente contra análises rasas e superficiais. Simplesmente não consigo me contentar com opiniões simplistas sobre temas complexos. Principalmente quando se está diante de uma tremenda empulhação, uma tentativa grosseira de manipulação das mentes de todos em nome de uma agenda politico-ideológica.

Anders B. Breivik, o canalha que matou 76 pessoas na Noruega numa explosão de ódio assassino, é um terrorista. Não resta a menor dúvida quanto a isso. Ninguém com um mínimo de decência deixaria de execrá-lo e condená-lo com todas as forças. Seu lugar é a cadeia – em minha opinião, pelo resto de sua vida miserável. Ponto.

Até aí, estou chovendo no molhado, alguém poderia dizer. Mas até o óbvio – aliás, principalmente o óbvio, nesses tempos bicudos –, precisa ser reiterado. Breivik é um canalha e um terrorista. E é louco. Aqui é que está o problema.

A essa altura, quem acompanha o noticiário e lê jornais, a começar pela Rede Globo e pelo New York Times, deve estar convencido que de maluco Breivik não tem nada, e é, ao contrário, um representante da “direita racista cristã fundamentalista” etc. Suas ações, longe de mostrarem loucura, revelariam a ponta de um complô, de uma cabala de partidos e forças políticas "antimarxistas-xenófobas-islamófobas” etc. etc. Mais que isso: revelariam a “essência” da direita. A responsabilidade pelo massacre não seria individual, de Breivik, mas sim dos “partidos de direita” (ou de "extrema-direita") europeus. Estes seriam os verdadeiros culpados, ou pelo menos os “responsáveis morais” pela chacina, diz o subtexto.

Isso é claramente uma mentira, uma gigantesca tapeação. Mais uma.

Atentados terroristas de islamitas fanáticos acontecem praticamente todos os dias no Oriente Médio e em outros lugares, e, no entanto, não vejo ninguém na esquerda dizer que os assassinos representam a “essência” do Islã. Pelo contrário: os extremistas são sempre descritos como loucos psicopatas e qualquer associação que se tente fazer entre seus atos e o Islã é imediatamente rechaçada como preconceito antiislâmico. Também não vejo ninguém na esquerda propor maior vigilância sobre organizações islamitas após cada atentado do Hamas ou da Al Qaeda. Pelo contrário: muitas vezes esses contam com a condescendência e até mesmo com a justificação de muitos “humanistas”, para quem terrorismo é só o que o Ocidente e a direita fazem. E não vejo ninguém apontar a responsabilidade moral (para dizer o mínimo) daqueles pelo terrorismo islamita.

(Aliás, já começaram a aparecer vozes na imprensa dizendo que o Hamas é um interlocutor legítimo, e não uma organização terrorista que quer destruir Israel... O grupo, aliás, também aproveitou para condenar o massacre em Oslo, culpando - vejam só - o "sionismo"...)

Há outros exemplos a demonstrar esse duplo padrão ideológico e moral. As ditaduras comunistas mataram 100 milhões de pessoas no século XX, mas nenhum esquerdista que se preze dirá jamais que Karl Marx teve alguma culpa nisso, embora tais regimes não tenham feito mais do que aplicar suas teorias. Nesse caso, há um claro liame entre Marx e Stalin, entre Marx e Mao Tsé-tung, entre Marx e Fidel Castro. Por que ninguém admite, pelo menos, a “responsabilidade moral” de Marx pelo que ocorreu?

No caso do terrorista norueguês, a lógica se inverte. Bastou um maluco com idéias psicóticas e destrambelhadas entrar em ação para a esquerda mundial começar a alardear a existência de um grande plano de dominação mundial direitista. Estão esfregando as mãos, atacando a “direita”…

Na verdade, por trás de todas as demonstrações de indignação moral pela morte das 76 pessoas, de todos os editoriais condenando a “intolerância racial” pelo ocorrido, o que se quer, no caso do louco terrorista norueguês, é (coloco em maiúsculas para deixar claro) DEMONIZAR A DIREITA. Nada mais do que isso. O assassino da Noruega forneceu um pretexto para a esquerda atacar seus adversários ideológicos. E, como em todo pretexto, pouco importam os fatos. O importante é alcançar o objetivo de pichar e satanizar o oponente, desqualificá-lo ao ponto de torná-lo irreconhecível, como se representasse o que de pior existe na humanidade. Os propagandistas de esquerda infiltrados na imprensa estão se esforçando para mostrar todo indivíduo com idéias de direita (antimarxistas e críticas do multiculturalismo) como cúmplices ou co-autores intelectuais do massacre. Por ignorância ou safadeza, não importa. Aliás, é assim que agem os fascistas: pela calúnia, pela difamação do outro. Hoje é a satanização da “direita”; ontem foram os Protocolos dos Sábios de Sião.

Isso é muito grave! Estão usando o caso da Noruega como uma desculpa para atacar um dos pilares da democracia, que é a pluralidade de idéias. Pior: estão fazendo isso posando de democratas e de tolerantes, fingindo indignação e humanismo. Pior ainda: mediante a distorção do que seria o “pensamento da direita”, supostamente representado por um louco.

Quem tiver a pachorra de ler a maçaroca que Brevik escreveu não terá dificuldades em perceber que o autor é simplesmente um maluco, não tem nada de ideólogo (muito menos “de direita”). Não há um minimo de racionalidade ali. Um sujeito que mistura Cavaleiros Templários com John Stuart Mill mostra no mínimo desconhecimento, não pode ser normal da cabeça. No tal manifesto, quando cita o Brasil, ele mostra tão-somente ignorância, culpando, de forma atabalhoada, a mistura de raças pela corrupção (é que ele não conhece o PT…). Lembrei em outro texto que Breivik, ao mesmo tempo em que se diz um “radical cristão”, se define como pró-homossexuais (convenhamos, é um tipo bem estranho de radical cristão). Nem por isso vou sair por aí dizendo que ele fez o que fez porque é pró-gay, ou que todo gayzista é um assassino em massa. Se alguém disser isso, serei o primeiro a denunciá-lo como um farsante e um pilantra.

A conclusão de tudo isso é a seguinte: para a esquerda, quando se trata de outros, não existem loucos solitários, e terroristas são apenas os de “direita”. Jamais os de esquerda ou os islamitas (os quais são tratados quase sempre como "ativistas"). Estes merecem, em vez de condenação, compreensão e apoio. Aí está Cesare Battisti que não me deixa mentir.

Um comentário:

Anônimo disse...

http://www.cartacapital.com.br/internacional/deputado-italiano-elogia-ideias-do-terrorista-noruegues
"O parlamento italiano Mario Borghezio causou polêmica na Europa ao elogiar o terrorista norueguês Anders Behring Breivik nesta quarta-feira 27. “Algumas das ideias que ele expressou são boas, exceto a violência. Algumas outras são ótimas”, disse Borghezio, em entrevista à rádio Il Sole-24 Ore, de seu país, segundo a BBC. Breivik é o idealizador e executor do massacre que vitimou 76 pessoas na Noruega na sexta-feira 22.
Borghezio é membro do Liga do Norte, partido de extrema-direita da base governista do premiê Silvio Berlusconi, e também eurodeputado. Na entrevista à rádio, ele disse concordar com Breivik “na oposição ao Islã e na sua acusação explícita de que a Europa se rendeu antes mesmo de lutar contra a islamização”."

http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2011/07/integrante-do-partido-de-berlusconi-aprova-algumas-ideias-de-breivik.html
"Francesco Speroni - ex-ministro de Silvio Berlusconi - afirmou que "as ideias de Andres Breivik estão em defesa da civilização ocidental"."

Contra fatos não há argumentos...