quarta-feira, maio 11, 2011

A MAIS NOVA “CAUSA NOBRE” DOS ÓRFÃOS DE BIN LADEN

Ah as viúvas de Bin Laden... Acabaram de descobrir uma nova causa nobre para a qual se dedicar. Não se conformam que o megaterrorista Osama Bin Laden esteja agora junto a Alá. Precisam porque precisam de alguma coisa para continuar a atacar o “império”... Mais que isso: afirmam, como o senador Eduardo Suplicy, que a morte do assassino que não dava a mínima para o direito internacional foi uma violação do direito internacional etc.

Um desses humanistas retroativos postou um comentário sobre meu último texto, O LAMENTO DAS VIÚVAS DO TERRORISTA. Eis o que ele escreveu. Respondo a seguir.

Caro, mesmo sendo Bin Laden um terrível terrorista, o direito internacional deve ser respeitado!

Concordo plenamente. Sobretudo em tempo de guerra a um inimigo solerte, que não respeita qualquer regra ou convenção internacional. Seria interessante lidar com fanáticos assassinos que cultuam a morte (principalmente dos outros) de modo a não ferir o “direito internacional”, tal como o coloca o leitor... Só não sei se seria o meio mais seguro.

Por falar nisso, ao que me consta, abrigar terroristas também é uma violação da lei internacional, não é?

1) Os EUA declararam abertamente que se utilizaram de tortura para achar Bin Laden.

Não me diga! Então a morte do Osama foi ilegal porque, para chegar até ele, alguns militares norte-americanos brincaram de waterboarding com algum prisioneiro? "Olha aqui, vocês não podem ir lá pegar o Bin Laden porque fulano confessou sob pressão"...Talvez o autor do comentário tenha uma sugestão melhor de método de interrogatório. A propósito, citem o nome de algum terrorista preso em Guantánamo que tenha morrido por causa do waterboarding.

2) Bin Laden foi morto desarmado.

O governo Obama divulgou versões diferentes de como Bin Laden foi morto (já pensaram se tivesse sido o Bush? deixa pra lá...). Numa delas, Obama está com um fuzil AK-47 ao alcance da mão. Mesmo que estivesse desarmado, porém, os Navy Seals já tinham sido recebidos a tiros no prédio. O que deveriam fazer? Ler-lhe a Declaração Universal dos Direitos do Homem? (By the way, suponho que matar Hitler desarmado seria também um ato ilegal, não?)

3) O Paquistão, sendo um país reconhecido pelos EUA, deveria ter sua soberania respeitada. A invasão é ILEGAL!

Concordo em gênero, número e grau que se deve respeitar a soberania do Paquistão, como a de qualquer outro país. E a maior agressão que um país pode sofrer à sua soberania é permitir que terroristas se abriguem em seu território, com o apoio, ao que tudo indica, de funcionários do governo. Foi por causa disso que o Talibã foi enxotado do poder no Afeganistão.

4) A invasão do Paquistão sem o devido aviso é digna de uma declaração de guerra. Imagine se fosse o contrário? Caso o Paquistão invadisse os EUA, a resposta imediata destes seria, no mínimo, um bombardeio.

É mesmo, invadir o Paquistão para matar Bin Laden equivaleu a uma declaração de guerra dos EUA etc. Por que o governo paquistanês não declara guerra a Washington? Tenho um palpite: Osama estava no país há anos sem ser incomodado, praticamente ao lado de um quartel do Exército... Eu me surpreendo que os EUA não tenham declarado guerra ao Paquistão.

Respondendo a pergunta retórica: o que eu faria se o Paquistão, ou qualquer outro país, “invadisse” os EUA, em busca de um terrorista procurado, que se encontraria abrigado em solo americano, protegido e acobertado pelo governo americano? Eu aplaudiria! Claro! Agora, diga-me o nome de algum terrorista procurado abrigado em solo americano, protegido e acobertado pelo governo.

Toda essa lenga-lenga sobre soberania e direito internacional serve apenas para dar um verniz jurídico ao lamento das viúvas do terrorista islamita. Como já disse antes, tudo isso não passa de pretexto. Caso a operação que matou Osama tivesse sido planejada conjuntamente com o Paquistão, ou que ele tivesse sido preso, os inimigos dos EUA e da Liberdade iriam chiar do mesmo jeito (lembram da chadeira por causa do julgamento do Saddam Hussein no Iraque?).

Para finalizar, vou lembrar outro fato: em 1976, um comando israelense voou secretamente até o aeroporto de Entebbe, Uganda, onde resgatou um grupo de civis israelenses que estavam sendo mantidos como reféns por terroristas palestinos. O comando matou os sequestradores e os soldados ugandenses que guardavam o local. Pelas regras do direito internacional, a operação foi uma violação da soberania de Uganda, portanto ilegal. O que os reféns libertados achariam dessa interpretação?

Também sou a favor do direito e do justo, como sou a favor de todas as coisas boas, puras e belas que existem no mundo. Por isso gostaria muito que me dissessem que outro caminho havia para livrar o mundo de Bin Laden. Querem defender o terrorismo? Então o façam abertamente, sem apelar para desculpas jurídicas.

2 comentários:

Anônimo disse...

" Também sou a favor do direito e do justo, como sou a favor de todas as coisas boas, puras e belas que existem no mundo. "

Que bonitinho o que você escreveu.

Mas uma nação como os EUA que pregam tanto a democracia, agir desta maneira é se igualar aos terrorista islâmicos, usar tortura e matar dois homens desarmados foi no mínimo se igualar aos homens bomba que matam inocentes sim.

É uma vergonha alguém que trabalha no Itamaraty com uma cabeça como a sua, é uma vergonha para o país.

David disse...

Caro Gustavo, bom dia.

Foi até engraçado ler a troca de nomes no parágrafo da quarta resposta: Osama virou Obama. Tenho a impressão que você não fez por querer.

Quanto ao assunto do texto. As crianças querem privar os americanos do direito à autodefesa. A questão é o que fazer com aquele que é patrono de grupos que planejam e executam ataques contra sua população matando milhares de civis inocentes e que se diz o responsável pela bestialidade do 11 de setembro. Cabe as crianças responderem: como seria a ação americana politicamente correta? Não vale como resposta qualquer ação que resulte num Osama livre, leve e solto. Essa ação deve envolver a divulgação dos fatos de tal maneira que seja a de menor valia para o merchandising terrorista.

David