quinta-feira, maio 12, 2011

EU, A VERGONHA DA PÁTRIA

Se tem uma coisa que aprendi há tempos, e que a cada dia se reforça, é que nunca se deve subestimar a capacidade dos antiamericanos de achar sempre maneiras novas de odiar os EUA.

Por mais que o país faça, ou não faça, dá na mesma: o ódio continua, independentemente dos fatos.

Bastou o terrorista Osama Bin laden ter sido despachado para os quintos dos infernos pelos Navy Seals no Paquistão e a patota esquerdopata começou a berrar que a morte do terrorista foi “ilegal” e que ele deveria ter sido preso etc (como se ele não estivesse em guerra...).

Com a mesma tenacidade (eu ia dizendo: burrice) com que negam o fato de que não havia outro jeito de se livrar de Bin Laden (ei, é uma guerra, perceberam?), insistem em defender o demiurgo Barack Hussein Obama, que deu a ordem de mandar bala no terrorista (já desisti de tentar entender esse pessoal).

Vejam o que um desses valentes anônimos me mandou:

É bom que se diga que Obama provou sua nacionalidade, acredito que você ainda não a tenha por certa, e se una ao coro de Donald e Sara Pallin, em uma infundada questão como se nos EUA não houvessem [sic] negros, Jesse Jackson era de onde mesmo ???

Sério? Obama “provou” sua nacionalidade? Melhor: ele “provou” que é um natural born citizen, como manda a Constituição dos EUA?

Até agora, tudo que ele mostrou foi um documento – escondido por quase quatro anos! – que, supondo que seja verdadeiro (tudo é duvidoso em se tratando de Obama), atestaria que ele nasceu no Havaí. O mesmo documento, porém, deixa claro que o pai dele, como não era segredo para ninguém, era queniano e jamais se naturalizou norte-americano. Logo, pelo critério do natural born citizen, Obama tem tanto direito a ser presidente dos EUA quanto eu. O que estão vendendo como ponto final é, na verdade, o começo da encrenca.

Engraçado como houve até uma celeuma no início da campanha presidencial em 2008 com relação à nacionalidade do John McCain, porque ele nasceu no Panamá (o pai dele era comandante militar na Zona do Canal), o que o levou a mostrar o documento que prova que ele é, sim, cidadão natural norte-americano (e provou isso no Vietnã, como todos sabem). Já pedir que Obama faça o mesmo é "racismo" e maluquice. Por que será?

Outra coisa: o que tem a ver ser negro com ser ou não ser americano? Confesso que essa eu não entendi.

Obama representa a mudança na historia, representa um mundo plural e igualitário ; representa o fim da linha de " globalizantes e globalizados ".

Que bonitinho! Juro que, ao ler essas palavras, quase chorei. Obama, a “mudanca”, Obama, o “mundo plural e igualitário”... Só faltou dizer que o homem cura unha encravada e espinhela caída. Isso só não vale na hora de matar terroristas como Bin Laden, né? Aí o que conta mesmo é a tática do velho Bush.

Pelo menos numa coisa eu concordo com o autor da frase acima. Obama realmente "representa a mudança" etc. Aliás, como ele representa! O sujeito é mesmo um ator. Merece o Oscar!

Só um adendo: nem toda “mudança” é boa. Hitler era a mudança na Alemanha, assim como Fidel Castro era a mudança em Cuba e Hugo Chávez é a mudança na Venezuela. Às vezes é melhor conservar do que mudar.

Do mesmo modo, nem sempre um “mundo plural e igualitário” é sinônimo, necessariamente, de um mundo melhor. Um mundo em que ditaduras como as da Líbia e a da Síria tenham o mesmo peso e a mesma influência dos EUA ou do Canadá é um mundo melhor?

Bush iniciou esta guerra sem no entanto concluí-a, Bush com sua sede de petroleo invadiu o Iraque atrás de " armas químicas" que não encontrou. E por fim a maior das farsas, as familias Bush e Bin Laden são amigas a [sic] decadas, isso ja foi documentado por Michael Moore.

Duas coisas: 1) não foi Bush quem começou a guerra ao terrorismo islamita: foi a Al-Qaeda; e 2) Franklin Roosevelt também não viu o fim da II Guerra.

Ah, entendi! Bush invadiu o Iraque por causa da “sede de petróleo”... É mesmo? Digamos que tenha sido. Em que isso muda o fato de que hoje os iraquianos têm algo que parece uma democracia, algo inédito em 5 mil anos de história, enquanto na época de Saddam o que tinham era chicote?

"E as armas de destruição em massa?" etc. Já falei bastante sobre isso, mas vamos lá, de novo: Saddam se comportava como se as tivesse, e já as havia utilizado contra seu próprio povo antes. Quem sabe o melhor seria esperar que ele as usasse... (não, obrigado).

Agora, vejam só a “maior das farsas”, segundo o bravo que escreveu o comentário.

Estão prontos para ficarem escandalizados?

Atenção, tirem as crianças da sala, porque a coisa é mesmo forte!

Estão preparados? Então lá vai: a família Bush é amiga da família Bin Laden!

Claro, isso torna o Bush automaticamente co-autor dos atentados de 11 de setembro, não é mesmo? Lógico!

Além do mais – atenção para o detalhe – isso foi “documentado por Michael Moore”!

Desculpem, mas aqui não dá para evitar a risada: hahahahahahaha!

Se eu fosse bushista, como provavelmente o idiota acima acha que sou, não faria melhor para desmoralizar os bobalhões esquerdopatas. Escolheria para desmoralizá-los o "argumento" de que os Bush e os Bin Laden são amigos (a familia Bin Laden já havia renegado o terrorista há décadas, mas isso não tem importância para os teóricos da conspiração). Para coroar, eu apresentaria como modelo de autoridade jornalistica o balofo e delinquente intelectual Michael Moore. Esse pessoal não aprende mesmo.

Bush teve uma reeleição fraudulenta, ou você se esqueceu que ele também não foi eleito, AL Goore renunciou uma contagem de votos tão estranha que colocou em duvida todo o processo eleitoral.

Suponho que o leitor esteja falando da primeira eleição de Bush (em 2000) e não da reeleição, em 2004... Mas vamos lá: a primeira eleição foi tão fraudulenta que foi decidida pela Suprema Corte americana, o que só a torna fraudulenta na cabeça dos esquerdiotas. O problema foi o sistema de contagem eleitoral, como todos sabem. Al Gore não renunciou: reconheceu a derrota. Em que esse pessoal se baseia para dizer tanta asneira?

Já Obama foi eleito, e ninguém contesta a legitimidade de sua eleição. O que está em jogo é seu direito constitucional de ser presidente dos EUA. Em outras palavras, se ele é ou não um natural born citizen, como manda a Constituição. Até agora, há mais sombras do que luzes nessa questão.

O leitor é mesmo um sábio, pois em seguida escreveu o seguinte:

Mas para você isso tudo não tem importância, afinal você é um personagem.
Mais uma vez respeito que alguém assim representando meu país é uma vergonha para a diplomacia


Ele quis dizer "repito", e não "respeito", mas tudo bem. É... Realmente, sou um personagem, alem de ser uma vergonha para a diplomacia brasileira. Afinal, vejam que coisa, eu me atrevo a perguntar quem é Barack Hussein Obama! Pior: eu aplaudo a morte de um terrorista que matou milhares de pessoas!

Certamente se, em vez disso, eu resolvesse bajular ditadores e comparasse presos políticos a bandidos eu seria motivo de orgulho para a pátria. Talvez eu ganhasse até uma medalha.

Acho que o mesmo leitor despejou, em outro post, a seguinte pérola de sabedoria:

É uma vergonha alguém que trabalha no Itamaraty com uma cabeça como a sua, é uma vergonha para o país.

Sério: quando criei este blog, eu não era tão anti-esquerdista. Fiquei assim graças a comentários cretinos como o que está aí em cima.

Um comentário:

Ari disse...

Gustavo, essa tal 'sede de petróleo' dos americanos como tendo sido a verdadeira motivação da guerra do Iraque acabou ganhando foros de verdade. Não é contestada com argumentos que a neguem; é muito verossímil, e é impossível afirmar qual era a verdadeira intenção do acusado...
Mas eis que os fatos, e não os argumentos, esclarecem a questão, embora esse esclarecimento não tenha a mesma divulgação: o Iraque não exporta petróleo, mas consome tudo que produz para gerar energia.
Se sede havia, continua havendo então.
Vide notícia, já antiga, do G1:

http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/02/iraque-fecha-a-maior-refinaria-de-petroleo-devido-a-ataques.html