Um leitor, o Gabriel, ao que parece não entendeu meu post SOBRE OBAMA. OU: DE COMO SER UM "BOM LíDER" SEM PRECISAR RESPEITAR A LEI. A certa altura, comentando uma observação minha sobre a necessidade de enquadrar melhor o fenômeno terrorista, ele escreveu o seguinte:
Desculpe, mas com a tua explicação não vi nenhuma diferença entre o terrorismo sionista e o terrorismo islamita. Ambos mataram inocentes pela causa que seguiam.
Quem lê o que está acima fica com a impressão de que sou a favor de alguns tipos de terrorismo, mas não de outros. Que faço uma distinção moral entre eles. Talvez tenha sido essa a intenção do Gabriel. Se foi o caso, lamento informar, mas não deu certo.
O texto a que o Gabriel se refere não pode ser entendido fora do contexto da minha resposta a outro leitor, que discorda da expressão "terrorismo islamita" (ele a acha preconceituosa contra o Islã). Eis o que o leitor escreveu, a respeito de meu texto SOBRE OBAMA E OSAMA: RESPOSTA AOS LEITORES:
2) O que você chama de "terrorismo islamita" é absurdo! Terrorismo é uma coisa, o Islã outra. Ser islamita não significa ser terrorista e nem o contrário. Não existe terrorismo islamita. Existe o Terrorismo!
Minha resposta ao comentário acima foi, resumidamente, a seguinte: a expressão terrorismo islamita é valida, e é a mais correta, pois falar simplesmente em Terrorismo (assim, com T maiúsculo), embora seja moralmente correto (todos os terrorismos são perversos) não acrescenta nada na luta contra os extremistas assassinos ("guerra ao terror" é uma fórmula vazia). A guerra que o mundo civilizado trava desde 2001 não é contra "o terror" em geral, o terror como algo abstrato, mas contra uma forma específica e bem concreta de terrorismo: o terrorismo islamita.
É preciso analisar o fenômeno terrorista não somente em termos do método (bombas, assassinatos, sequestros etc.), mas da causa, ou ideologia. Há terrorismo islamita, assim como há terrorismo sionista (e cristão, e budista etc.). Dei, a esse respeito, um exemplo histórico (o Grupo Stern, que atuou na década de 40 onde hoje é Israel), para ilustrar a existência de varios terrorismos com diversas causas e motivações.
Em outras palavras: se não for analisada a motivação última que leva os fanáticos da Al Qaeda ou do Hamas a se explodirem em atentados contra civis indefesos, não se dará jamais uma resposta definitiva ao terrorismo islamita. E isso não será alcançado, certamente, enquanto os governos que têm a obrigação de combatê-lo insistirem em não chamá-lo pelo nome, preferindo, em vez disso, expressões anódinas como "guerra ao terror" (que é o mesmo que "guerra à guerra"). Esta é a primeira regra para vencer uma guerra: saber quem é o inimigo.
É logico e evidente que, ao dizer o que está acima, não estou afirmando que o terrorismo X é "melhor" ou "menos mau" do que o terrorismo Y. Dizer isso é uma grande besteira, que só poderia sair de cérebros irremediavelmente prejudicados pela malícia ou pela dislexia. Sei não, e nesse ponto posso estar enganado, mas acho que leitores que escrevem comentários como o de acima estão mais para a segunda categoria.
Nenhum comentário:
Postar um comentário