sexta-feira, maio 06, 2011

DESARMAMENTISMO. OU: COMO AUMENTAR A SEGURANÇA... DA BANDIDAGEM!

Um leitor incansável, o Julio, está há vários posts tentando me convencer que, como o cidadão pode se machucar ao reagir a um assalto, não deve ter direito a escolher comprar um revólver legalmente. Acredita ele que, como existe a probabilidade de isso acontecer, o mais seguro seria renunciar a esse direito e ficar à mercê do criminoso (ou seja: entre ter uma chance, que pode dar errado, e não ter chance nenhuma, prefere a segunda opção). Eu, claro, discordo. Ainda mais depois de mais esse comentário que ele postou aqui:

Pra começar, probabilidade é matemática e é muito menos aleatória que você julga ser.

Portanto, meu caro, a tua lógica de colocar todos os argumentos da mesma maneira é que é falaciosa. Morrer dirigindo um automóvel não é tão provável quanto morrer ao se reagir a um assalto. Senão caímos na lógica do absurdo que diz "vamos todos morrer mesmo não importa o que eu faça". Que vamos todos morrer é lógico, agora o modo que cada um morre não é igual.

Mas [SIC] do que discutir o direito de escolher ter armas, deveríamos discutir políticas de segurança mais eficazes, já que independente de se poder ter ou não uma arma, não julgo que esta seja a melhor opção para a segurança.


Tá bom, Julio. Probabilidade é matemática etc. e tal. Já me convenceu que, matematicamente, existe 100% de chance de eu levar um tiro se eu estiver armado na hora de um assalto. Também está matematicamente comprovado que, em 100% - cem por cento - dos casos, o bandido não tem a menor intenção de fazer qualquer mal à vítima, reaja ela ou não. Todas as outras probabilidades matemáticas - inclusive a de que o agressor desista de seu intento criminoso ao perceber que a vítima está armada - não passam de fantasias que eu inventei. Aliás, pobre do criminoso, ele não tem culpa de nada; o culpado é o cidadão, que insiste no direito de autodefesa e em colocar, assim, sua segurança (e a do bandido) em risco. Já estou convencido que o desarmamentismo é mesmo o melhor caminho para um mundo de paz e felicidade. Vou agora mesmo abraçar uma árvore.

Ainda assim, tem uma coisa que continua a me deixar encafifado: não tenho a menor idéia de quantas pessoas morrem ao reagirem armadas a um ataque armado. Tampouco sei quantos NÃO morrem ao reagirem (talvez o leitor tenha uma estatística sobre o assunto). Mas desconfio que o número dos que morrem ou ficam aleijados seja bem inferior ao das vítimas fatais no trânsito, que são alguns milhares por ano. Mais uma vez: por que não proibir todos de terem carros? (e facas, e martelos, e espetos de churrasco, e alfinetes...)

Também concordo que mais importante do que discutir o direito de ter ou não armas é uma política efetiva de segurança que garanta que eu possa sair à rua sem medo de ser assaltado. Até porque um direito fundamental e inalienável do indivíduo é o de autodefesa, que não deve, de maneira nenhuma, ser satanizado. Isso é tão básico que nem deveria estar em discussão. A propósito: quando o Estado vai garantir a minha segurança com uma polícia realmente eficiente?

Julio tem todo o direito de achar que ter uma arma de fogo (e saber usá-la) não é o melhor caminho para garantir a própria segurança. Eu penso igual, tanto que usei esse direito que me cabe e preferi não ter uma arma. Considero sagrado seu direito de escolher. Pena que falta reciprocidade, pois ele não acha que devo ter esse direito. Ao contrário, quer que eu renuncie a ele, pois pode ser perigoso para mim mesmo etc. Mais um pouco, e vai me obrigar a escovar os dentes e me proibir de comer carne vermelha.

Enfim, quero poder optar livremente por ter ou não uma arma para me defender e a minha família em caso de necessidade. Julio acha que não tenho esse direito. Além disso, ele acredita que, entre ter esse direito e confiar no senso de humanidade do bandido, a segunda opção é a mais razoável. É, pode ser que ele esteja certo. Em vez de aulas de tiro, técnicas de convencimento com assassinos drogados. Vamos testar as probabilidades?

Enquanto isso, leio na internet que o governo vai reduzir a verba para o policiamento das fronteiras, por onde entram drogas e armas ilegais para abastecer a criminalidade. No mesmo dia em que lança oficialmente mais uma campanha "pelo desarmamento"... É, os desarmamentistas estão certos: a culpa é mesmo do cidadão. Por que não proibi-lo?

2 comentários:

joão victor disse...

ralmente esse julio não vive no mundo da realidade.imagina bem julio,a pratica de tiro é um esporte olimpico(olimpiadas chegando)a europa ocidental EUA e canadá que tem um IDH quilômetros na nossa frente tem armas.
Realmente,se um bandido entrasse na minha casa eu não iria chama-lo para tomar café e alem disso,a policia demoraria o tempo suficiente p ele te roubar abusar de sua familia e até mesmo mata-lo (deus ajude que isso nunca aconteça,mesmo as estatisticas sendo contrarias),mas se vc mandasse um tiro para cima com certeza ele sairia amedrontado(bandido tambem tem medo).
entre um bandido entrar em uma casa com 100.000$ mas sabendo que os moradores têm arma e ele entrar em uma casa com 10.000$
sabendo que lá ele pode fazer o que bem entender não tenha duvida que ele irá na casa com um dígito a menos.

João disse...

OK! Aceito plenamente o direito que todos tem de escolher ter ou não uma arma. Mas pergunto por que esse direito vem na frente de outros? Considero tão essencial como este, o meu direito de escolher ter mais de uma mulher legalmente (poligamia) e o meu direito de escolher usar drogas ou não (sem que esta escolha seja criminalizada). Por que tais direitos não poderiam ser legalizados também?