Agora que o autor do maior ataque terrorista da História repousa no fundo do mar com um buraco na cabeça, devendo fazer companhia aos peixes (quer dizer, menos para os que acreditam que o homem não foi à Lua ou que Elvis não morreu), acho que vale a pena tecer algumas considerações, como se dizia antigamente.
Primeiro: a morte de Osama Bin Laden (que o inferno lhe seja escaldante) não significa, de maneira nenhuma, o fim do terrorismo. Muito menos do sentimento que o alimenta, o antiamericanismo raivoso e hormonal, tão conhecido por estas plagas. Se têm alguma dúvida, dêem uma olhada nas batatadas que já estão circulando por aí, ou lembrem do que andaram dizendo figuras como Leonardo Boff a respeito da queda das Torres Gêmeas. Daí tirem suas próprias conclusões a respeito.
Segundo: a Al Qaeda já era, e não é de agora. A espinha dorsal da organização terrorista foi quebrada há anos, desde a época de George W. Bush. Há tempos Bin Laden era nada mais do que um símbolo, não tendo qualquer importância prática no esquema terrorista. A Al Qaeda hoje é uma rede espalhada pelo mundo, sem comando único, uma espécie de franquia do terror. Seria uma questão de tempo chegar em Bin Laden. Com ou sem ele, o terror seguirá.
Terceiro: poucos se deram conta, e daqui para a frente quase ninguém vai lembrar, mas somente agora Obama cumpriu sua primeira promessa de campanha - justamente a eliminação do terrorista número um do planeta. E só o conseguiu devido à dizimação da estrutura da Al Qaeda pelo governo Bush, o que começou com a expulsão dos fanáticos de Bin Laden do Afeganistão após o 11 de setembro de 2001. Estão enchendo a bola de Obama, como se ele fosse um herói, mas a verdade é que ele está colhendo o que outros plantaram. Pior: o que Bush - isso mesmo: Bush - plantou.
Muitos já se apressam a dizer que, com a eliminação de Bin Laden, Obama está com a reeleição garantida em 2012. Vamos ver. A popularidade de Obama vinha em queda livre até a semana passada, pois os americanos, quase três anos depois de sua eleição e ascensão ao céu dos politicamente corretos, ainda esperam ver cumpridas todas as demais promessas que ele fez, como a solução da crise econômica e o fechamento da prisão de Guantánamo, o que ele prometeu fazer em um ano. Sem falar em sua política vacilante e, na prática, pró-islamita, em países como o Egito e a Líbia. Obama parece ter percebido que governar um país como os EUA e liderá-lo na luta contra o terrorismo islamita não é tão fácil quanto fazer um discurso "histórico" olhando o teleprompter.
É possível que Obama seja reeleito em 2012, mas não será, certamente, por causa de Bin Laden. Afinal, ele não foi eleito por nada que fez, mas pelo que é - melhor dizendo: pela cor de sua pele. Os americanos votaram num personagem criado por marqueteiros, não em alguém que faz. Obama pode passar um mandato inteiro em branco (sem trocadilho, senhores patrulheiros!) e isso não afetará em nada sua imagem, pois já é "histórico".
Talvez não por acaso, Obama ordenou a operação que despachou Osama desta para pior apenas um dia depois de ter protagonizado uma pantomima inesquecível na Casa Branca. Percebendo o dano que os rumores sobre seu local de nascimento poderiam causar à sua popularidade, já arranhada pelos motivos mencionados acima - apenas 38% da população americana acredita que ele nasceu nos EUA -, o demiurgo resolveu tocar no assunto em público, pela primeira vez. E o fez da maneira que se espera de um produto de marketing: com um verdadeiro espétáculo de pirotecnia e desinformação. A imprensa do mundo inteiro estampou em suas manchetes que Obama havia calado a boca dos birthers, tendo "provado" que nasceu no Havaí, e não no Quênia como dissera em pelo menos duas ocasiões sua avó paterna. Logo os canais de TV de todo o mundo estavam repetindo ad nauseam o mantra: "Obama nasceu nos EUA, ponto final" e não se fala mais sobre o assunto. Aí veio a morte de Bin Laden.
Se eu fosse um cara crédulo, desses que acreditam em duendes e na honestidade de petistas, eu acharia uma tolice essa quizília e me daria por satisfeito com o showzinho de Obama na Casa Branca. Mas fui picado faz tempo pelo mosquito da dúvida, o que faz de mim um desconfiado crônico e patológico. Obama não provou nada, a não ser que é um mestre da enganação. Seu passado continua coberto de brumas, tão cheio de furos quanto um queijo suiço.
Em primeiro lugar, o documento que apareceu no telão durante o jantar de gala na Casa Branca como se fosse um texto canônico não encerra a questão da nacionalidade de Obama, ao contrário do que está sendo divulgado, numa espécie de reinterpretação do dogma papal: Obama locuta, causa finita. Pelo contrário, o papel apenas levanta mais dúvidas sobre o status jurídico da nacionalidade de Obama, visto que a definição constitucional de natural born citizen vai além do local de nascimento (ele poderia ter nascido no alto do Monte Rushmore, mas, filho de pai queniano, continuaria impedido, segundo a Lei americana, de exercer a Presidência). Além disso, toda sua arenga jurando ser americano nato se baseou no ataque ao mensageiro, de modo a que ninguém preste atenção na mensagem. No caso, o mensageiro é o bilionário Donald Trump, pré-candidato à Presidência dos EUA. O público se acabou de rir com as piadas de Obama sobre Trump, que fez fortuna explorando o mau gosto dos americanos por jogos e cassinos. Além do mais - eis o argumento definitivo -, olhem só que cabelo ridículo!
Donald Trump pode ser um palhaço de penteado ridículo, mas tem dinheiro suficiente para não se deixar amedrontar pelo esquema obamista. E fez a pergunta que até agora continua sem resposta: afinal, Obama é ou não é americano? "Ah, mas que importância isso tem?". Além do fato de significar que o atual presidente dos EUA estaria automaticamente inabilitado para o cargo, eu diria: nenhuma. Os esquerdistas que elegeram Obama já decidiram que ele pode ter nascido em Marte e isso não vai fazer nenhuma diferença. Afinal, ele não é uma pessoa: é uma cor de pele. Quem ousar lhe fazer perguntas, como seu local de nascimento e sua ligação com corruptos e terroristas como Bill Ayers e Tony Rezko, é um racista e teórico da conspiração, e ponto final.
Não custa nada lembrar: o ex-presidente peruano Alberto Fujimori passou todo seu mandato jurando de pés juntos ter nascido na terra dos incas. Anos depois, descobriu-se que ele nasceu no Japão. A pergunta que fica é: se isso aconteceu com Fujimori, que tinha muito menos recursos - financeiros e de mídia - à sua disposição, por que não aconteceria com Obama, que tem a seu serviço o mais gigantesco aparato de propaganda da História da humanidade? (Mas novamente vejo alguém balançando a cabeça e repetindo, como a querer convencer-se a si mesmo: "teoria da conspiração, teoria da conspiração"...)
Outro exemplo para pensar: há alguns dias, os autores de um relatório da ONU que acusava Israel de visar deliberadamente alvos civis palestinos durante a campanha israelense contra o Hamas em 2008-2009 foram obrigados a se retratar, reconhecendo que tal acusação era falsa. Na época da guerra, a acusação foi repetida todos os dias, e numerosos governos, inclusive o do Brasil, basearam-se nela para condenar de antemão Israel. Agora a verdade vem à tona. Isso mudará uma vírgula do que disseram então os inimigos de Israel?
Ao contrário do que afirma o ditado popular, a mentira não tem perna curta: suas passadas, na verdade, são bem largas. Para que ela se imponha, basta que se tenham os recursos necessários e que se encontrem pessoas dispostas a ser enganadas. Curta mesmo é a inteligência de quem se deixa engabelar por fraudes como Barack Hussein Obama. Mesmo quando ele presta um serviço à humanidade, o que daí exala é um nítido e indefectível odor de farsa.
5 comentários:
Bom, mas deixa algumas dúvidas.
1) Obama por vir depois de Bush, só poderia colher o que o primeiro plantou, seja isto algo ruim ou bom. Portanto, não faz sentido dizer que ele colheu o que Bush plantou, isto é óbvio. O que interessa é como ele continuou isto.
2) O que você chama de "terrorismo islamita" é absurdo! Terrorismo é uma coisa, o Islã outra. Ser islamita não significa ser terrorista e nem o contrário. Não existe terrorismo islamita. Existe o Terrorismo!
3) O possível fato de que Obama não seja americano impede ele de ser um bom presidente? A lei não poderia ser revista?
Bush também não cumpriu todas as suas promessas de campanha, no entanto, você nunca fala mal dele. Isso parece um tanto ilógico: se Obama não faz, então, ele é mal presidente; se Bush não faz, tá tudo bem, foi apenas um lapso. Se Obama faz, é porque Bush já havia preparado o terreno, então, nada tem de significativo para a presidência de Obama; se Bush faz, então, ele é o líder exemplar. Tua crítica ao presidente americano não tem fundamento.
Gustavo, excelente artigo!!! IRREPROVÁVEL. Qualquer pessoa sensata. decente e com boa leitura iria aplaudí-lo
Obama é uma griffe, como LULA
Enfim, é uma marca - um produto, algo vazio
E antes que me esqueça o faraó de garanhuns acabou dizendo que OSANA foi morto porcausa do governo dele
Mas os burros gostam disto, riem-se, raspam os cascos no chão e afagam a crina
Cara, você esta certísimo,Obama não é capaz e nunca foi capaz também nao é agora que será.Ele é o maior dos enlatados americano.
Suas críticas a Obama ou a Lula são sempre parciais, sempre pautadas por uma visão "direitista" que hoje se sente ameaçada por um mundo mais plural.
Repito o que ja disse aqui, você é um personagem, não existe, mas ainda assim não será uma grife como Obama.
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