sexta-feira, novembro 30, 2007

ISLÃ: RELIGIÃO DE PAZ OU DA BARBÁRIE?


No Sudão, uma professora inglesa é condenada a vários dias de prisão por blasfêmia, por ter permitido a seus alunos batizarem com o nome de Maomé um ursinho de pelúcia. O Sudão é um país muçulmano, onde vigora a sharia, a lei islâmica.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

No começo de 2006, uma onda de ódio varreu o mundo muçulmano. Embaixadas ocidentais foram incendiadas. Diplomatas foram atacados e apedrejados. Multidões furiosas gritaram morte ao Ocidente! Motivo: algumas caricaturas do profeta Maomé, consideradas ofensivas, publicadas num jornal dinamarquês.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

Um escritor indiano de origem muçulmana escreve um livro em que ousa humanizar a figura de Maomé, atribuindo-lhe características não-divinas. Os líderes religiosos do Irã decretam então uma fatwa em que o condenam à morte, e prometem o Paraíso como recompensa a qualquer muçulmano que o despachar para o além. Há vinte anos, o escritor vive escondido, por razões de segurança.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

Na Nigéria, uma mulher é condenada a morrer apedrejada por ter feito sexo fora do casamento, mesmo separada do primeiro marido, que não havia ainda lhe concedido o divórcio (pela lei corânica, se o marido não concede o divórcio, o casal ainda não está separado).

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

No Afeganistão, membros do Talibã - que governa o país de 1996 a 2001 - impõem uma interpretação literal da lei islâmica, e implodem, por "idólatras", estátuas de Buda de milhares de anos e valor histórico inestimável.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

Em setembro de 2001, dezenove jovens muçulmanos seqüestram e atiram aviões civis contra as torres do WTC e o prédio do Pentágono nos EUA. Esperavam, com isso, alcançar o Paraíso, onde lhes havia sido dito que 72 virgens de olhos negros serviriam a cada um deles por toda a eternidade. Mais de 3 mil pessoas morrem.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

Em março de 2004, explosões no metrô de Madri matam 190 pessoas. Os autores são militantes islâmicos.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

Em dezembro de 2004, o cineasta holandês Theo Van Gogh é assassinado por um imigrante marroquino. Depois de atingi-lo com vários tiros à queima-roupa, o assassino o degola com uma faca de cozinha, e crava-lhe a faca no peito com uma carta em que o condenava por blasfêmia. Van Gogh havia dirigido um filme em que critica o tratamento dispensado às mulheres nos países muçulmanos. Antes de morrer, sua última frase foi "Será que não podemos conversar?".

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

Também na Holanda, uma imigrante da Somália rompe com a religião de sua família e escreve um livro denunciando os abusos que sofrera em seu país de origem, como a mutilação genital (prática anterior ao Islã, mas tolerada e até incentivada por ele). Hoje, vive escondida, sob permanente ameaça de morte.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância.

Em julho de 2005, mais de 50 pessoas são mortas em atentados à bomba em Londres, praticados por membros da comunidade muçulmana local.

Mas o Islã é uma religião de paz e tolerância...

Nenhum dos episódios narrados acima é um fato isolado. Casos semelhantes ocorrem todos os dias, aos milhares, em todos os países e comunidades em que o islamismo é a religião oficial ou predominante. A lista é interminável, e seria extremamente tedioso narrá-los todos aqui. Do mesmo modo, a cada fato do tipo, a cada atentado terrorista no Iraque ou na Palestina, a resposta das autoridades ocidentais, não-muçulmanas e seculares, é sempre a mesma, não varia nunca: o Islã é uma religião de paz e tolerância, os que cometem essas atrocidades não são verdadeiros muçulmanos, são apenas um bando de fanáticos, cuja interpretação do Islã é completamente deturpada etc. Para tanto, citam algum líder muçulmano "moderado", e pinçam esta ou aquela passagem do Corão, em que se defende a paz e tolerância com outros credos.

Até quando vai durar essa cegueira voluntária? Quantos ataques e quantas mortes mais serão necessários para que todos percebam o que é óbvio, e que, justamente por isso, quase ninguém ousa admitir? Até quando o "politicamente correto" vai nos impedir de ver o que está diante de nossos olhos, e que os inimigos da civilização e da humanidade fazem questão de reafirmar todos os dias: ou seja, que o Islã não é uma religião de paz e tolerância coisa nenhuma. Assim como todas as religiões, é bom que se diga.

Para cada verso do Corão que fala de paz, há pelo menos uns dez que insuflam os fiéis a matar e exterminar sem piedade seus inimigos. Sendo que, por "inimigos", o Islã entende todos aqueles que não cumprem a Lei do Profeta nem oram cinco vezes ao dia voltados para Meca. Ou seja: todos os que não são muçulmanos. A esses, o Corão reserva um lugar particularmente quente no inferno, assim como aos crentes muçulmanos que não levem sua religião suficientemente a sério, deixando de cumprir os cinco deveres sagrados da fé islâmica - entre os quais a guerra santa, a jihad, que, ao contrário do que querem fazer-nos crer os políticos "moderados" e os adeptos do multiculturalismo - até mesmo Bush, como se viu nos dias imediatamente seguintes ao 11 de setembro de 2001 -, não se restringe a uma luta interior, no coração (ou mente) de cada indivíduo, mas constitui, isto sim, uma guerra de morte, literalmente falando, contra os kufrs, os infiéis, os não-muçulmanos.

Até o momento, qualquer afirmação nesse sentido continua a ser rotulada como "eurocêntrica" ou "preconceituosa", do mesmo modo que chamar o banditismo nas favelas brasileiras pelo nome ainda é considerado, pela esquerda festiva, "reacionarismo" e mesmo "fascismo". Contaminados, durante décadas, de relativismo cultural, os ocidentais fecharam voluntariamente os olhos para a realidade, encarando o fascismo islâmico e os atentados terroristas da Al-Qaeda e do Hamas não como o que de fato são - atos de barbárie cometidos contra a civilização, crimes contra a humanidade -, mas ora como "desvios" da "verdadeira" fé islâmica, supostamente tolerante e pacífica, ora como manifestações de protesto contra agravos passados do "imperialismo" ocidental no Oriente Médio. Leiam os livros de Edward Said ou de Tariq Ali e vocês terão uma mostra disso.

O que se tem observado é não uma tentativa de garantir a paz e a coexistência com o Islã, mas de justificar e até mesmo enobrecer os desatinos cometidos em seu nome. Ao contrário dos muçulmanos, que nas últimas décadas se acostumaram a ostentar sua fé de forma explícita e desafiante, com as mulheres chegando mesmo a requerer o "direito" de portar véus em escolas laicas na França, os cidadãos do Ocidente - e nisso incluo também essa margem sul chamada Brasil - parece que se recolheram a um temor reverencial diante da onda crescente islãmica. No caso das caricaturas de Maomé e de algumas declarações do papa, também consideradas ofensivas ao Islã, os governos ocidentais e a própria Igreja católica chegaram mesmo a pedir desculpas aos muçulmanos. Ninguém lembrou de pedir que os muçulmanos se desculpassem por terem ateado fogo a embaixadas e ameaçado cidadãos ocidentais. É que, nessa visão, intolerantes somos nós, nunca eles. Quiseram até que o papa se desculpasse por ter reafirmado, em suas encíclicas, que a fé cristã é o único caminho para a salvação. Queriam o quê? Que o Supremo Pontífice tirasse a batina e orasse cinco vezes em direção a Meca, entoando cânticos a Alá?

A fim de desviar a atenção das barbaridades cometidas em nome do Islã, muitos historiadores, bem ou mal intencionados, vez ou outra falam da "convivência pacífica" entre muçulmanos, judeus e cristãos na Península Ibérica, durante o período da ocupação muçulmana (séculos VIII-XV). Lembram, a propósito, de filósofos muçulmanos importantes da Idade Média, como Avicena e Averróis, que, ao traduzirem antigos textos gregos, ajudaram a preservar a filosofia clássica de Platão e Aristóteles, legando-nos uma rica herança cultural que, de outro modo, estaria perdida para sempre. Trata-se de um mito, decorrente de uma visão anacrônica da História. Não há nada que ateste a suposta "tolerância" dos muçulmanos em relação aos cristãos e judeus ibéricos - pelo contrário, estes eram em geral segregados e obrigados a pagar um imposto se quisessem cultuar sua fé. Do contrário, seriam convertidos à força, do mesmo modo que ocorreria depois com os judeus em Portugal, e muitos foram escravizados. Quanto à preservação dos textos filosóficos gregos, durante séculos os monges católicos se especializaram em copiar textos da Antigüidade clássica greco-romana, e nem por isso a religião católica deixou de conclamar as Cruzadas e de implantar a Inquisição. Aliás, coube a um dos santos da Igreja, o filósofo S. Tomás de Aquino, a tarefa de fazer uma síntese de todo o pensamento filosófico aristotélico com a fé cristã, resultando na filosofia escolástica medieval, até hoje a base do pensamento católico ensinado nos seminários. A idéia da "convivência pacífica e harmoniosa" entre muçulmanos, cristãos e judeus durante essa "era de ouro" idílica na Península Ibérica não passa da transposição de uma aspiração atual para um passado idealizado.

As demonstrações de histeria e irracionalidade em nome de Deus não são, claro, exclusividade do Islã e seus seguidores. Esta é uma característica de todas as religiões, sem exceção. Não conheço nada mais falso do que a idéia de convivência pacífica e respeitosa entre as religiões. É algo quase tão falso e hipócrita quanto a "convivência pacífica" entre EUA e URSS, nos tempos da Guerra Fria. Assim como ocorria na disputa entre capitalismo e comunismo, as religiões sempre estiveram em guerra umas com as outras, às vezes abertamente, às vezes de forma dissimulada. E, assim como a Guerra Fria, essa disputa não chegará ao fim com nenhum tratado de paz, mas apenas com a vitória total de um lado sobre o outro - ou com a destruição de todos.

O simples fato de alguém se declarar muçulmano, ou católico, ou judeu, já significa, por si só, uma postura excludente e preconceituosa. Por mais que professe uma religiosidade light ou moderada, e proclame aos quatro ventos o respeito e a necessidade de diálogo com outros credos, o indivíduo professará uma fé que considera erradas as demais, pois do contrário não teria adotado uma delas. Nos últimos tempos, autores polêmicos, como Christopher Hitchens e Sam Harris, tem-se dedicado a tocar nessa ferida, um verdadeiro tabu. Como afirmam Hitchens e Harris, não há religião de paz e tolerância. Mesmo o budismo, com sua aparente bondade aos olhos ocidentais, tem seus esqueletos no armário. No Sri Lanka, por exemplo, budistas e hindus se massacram há décadas. Na Tailândia, ocorre o mesmo entre budistas e muçulmanos. Onde quer que haja alguém proclamando a verdade de sua fé, onde quer que haja alguém fazendo oferenda a seus deuses, estará sempre presente a semente da intolerância.

Por que, então, não se vêem atualmente católicos ou protestantes cometendo os mesmos atos de barbárie e assassinatos em massa em nome de sua fé? (Em termos: na Irlanda do Norte, por exemplo, os conflitos e massacres entre católicos e protestantes mancharam a região nos últimos quarenta anos). A resposta não deve ser buscada na religião, em cada credo particular, mas no secularismo, algo que, até o momento, continua a ser - infelizmente - uma característica ocidental. Nós nos esquecemos, mas todo o progresso alcançado até hoje no campo da democracia e dos direitos humanos - e na ciência também, vide Galileu - não ocorreu por causa da religião, mas apesar dela e contra ela. Este foi um processo longo e doloroso, que custou milhões de vidas em incontáveis conflitos, como a Guerra dos Trinta Anos na atual Alemanha (1618-1648) e as guerras religiosas na França (1562-1589). Basta lembrar que a Igreja Católica, até o final do século XIX, era um Estado poderoso, dono de vastíssimas possessões de terra e de um bem-armado exército. Se católicos e protestantes não se engalfinham hoje em lutas sangrentas nas ruas, reproduzindo a Noite de S. Bartolomeu (vide a imagem que ilustra este texto), não é porque eles foram tocados pela pomba da paz e pelo espírito de tolerância e fraternidade entre os homens, mas somente porque o Estado, há uns duzentos anos, deixou de ser o instrumento de opressão de uma fé sobre outra. Do mesmo modo, se posso hoje escrever este texto sem medo de ser atirado numa masmorra, torturado e obrigado a abjurar sob pena de ser queimado vivo na fogueira, é porque vivemos numa sociedade laica e secular, com separação entre a religião e o Estado (claro, isso não impede que algum fanático resolva me assassinar, mas é para impedir que isso ocorra que existem as leis). No mundo democrático (ou seja, quase totalmente, ocidental), a religião deixou há muito de ser uma questão de Estado para se tornar um assunto de foro íntimo, de consciência individual. Não é o que ocorre atualmente em países como o Irã ou a Arábia Saudita, que não conheceram nem a Reforma, nem o Iluminismo.

Qualquer interpretação literal de um texto religioso só pode resultar em fanatismo e morte. Não somente o Corão, mas a Bíblia - tanto o Antigo quanto o Novo testamento - estão recheados de passagens em que um homossexual ou uma mulher adúltera, por exemplo, devem ser apedrejados até a morte. Todos conhecem a passagem bíblica em que Abrãao é instado por Deus a sacrificar seu único filho, Isaac, sendo demovido de cometer esse assassinato pela mão de um anjo, quando estava prestes a cortar-lhe a garganta. É em nome desse mesmo deus que Bin Laden e os militantes da Al-Qaeda sacrificam a outros e a si mesmos hoje em dia.

Os crimes cometidos por causa da, ou motivados de alguma maneira, pela religião, estão entre os mais numerosos que se praticaram e praticam hoje. E, no entanto, não há crime com álibi maior e mais tolerado. Sobretudo se for praticado em nome do Islã. Por causa de nossa sociedade secular, paradoxalmente tendemos a rejeitar muito mais firmemente a intolerância dos evangélicos contra homossexuais ou a intolerância católica contra o aborto ou o uso de preservativos - sem falar no escarcéu de bispos e padres por causa de filmes "blasfemos" como Je Vous Salue Marie e A Última Tentação de Cristo (até hoje proibido no Chile, um país democrático) - do que a intolerância muito mais letal e mortífera dos mulás e aiatolás muçulmanos. Em outras palavras: condenamos com bastante vigor o cisco no nosso olho, mas não vemos a trave no olho do vizinho. Uma das melhores frases já ditas até hoje sobre intolerância religiosa é a de Pascal: "Nunca se cometeram tantos crimes quanto os cometidos em nome da Cruz". Eu acrescentaria: e do Crescente, e da Estrela de Davi...

Em São Paulo, há alguns meses, um homem matou toda a família a marteladas, antes de ser abatido pela polícia. Evangélico, o pastor da igreja que freqüentava lhe recomendara deixar de tomar os remédios controlados de que fazia uso regularmente contra a esquizofrenia. Sua fé bastaria para que alcançasse a cura, foi-lhe dito. Sem tomar o remédio há dias, o homem entrou em surto psicótico. A religião é mesmo um caminho de verdade e luz.

3 comentários:

Anônimo disse...

será q as torcidas organizadas padecem do mesmo mal?

Stefano di Pastena disse...

Gustavo, parabéns pelo excelente artigo.

Anônimo disse...

ISLÃS SÃO VICIADOS DE PÔRNOS INFANTIS E VÉUS COMO PALESTINA PUTARIA. IRÃ ESTÁ PENSANDO NA BOMBA RADIAÇÃO,MAS BOMBAS PARECEM POMBA-DE-GIRAS ISLÂMICAS FEITA VÉUS LESBIÇAS.
MAOMÉS CAIRAM ARMADILHAS DOS MUNDOS GAYS QUE PEGAM BARBUDOS GAYS ISLÂMICOS E VÉUS PUTARIAS.
OS POVOS BRASILEIROS ODIERAM PALESTINA POR VÉUS VAGABUNDAS E BUNDA DE HAMAS DESGRAÇADAS!!!!!