"Esta é talvez a missão mais importante da minha vida", foi uma das primeiras frases de Dilma Vana Rousseff em seu discurso da vitória. Quis dizer com isso, acredito, que a Presidência da República, à qual foi conduzida por 56% do eleitorado brasileiro, "talvez" irá equivaler-se, em importância, à sua gestão à frente do Ministério das Minas e Energia ou à sua missão como a Camarada Stela da VAR-Palmares. Faz sentido. A Presidência do Brasil, pelo visto, não é o bastante para ela.
"Acredito que sou a única búlgara entre aspas para eles que fez algum sucesso fora da Bulgária", exclamou em entrevista ao Jornal Nacional - a mesma em que fez juras de amor à liberdade de imprensa que tentou assassinar no PNDH-3 e em que fez pose de Madre Teresa de Calcutá - a dona de diplomas imaginários que nunca ouviu falar de Tzvetan Todorov, Julia Kristeva ou do Nobel de Literatura Elias Canneti, para citar alguns búlgaros que fizeram "algum sucesso" fora da Bulgária. A prova definitiva de que a soberba e a ignorância são mesmo irmãs siamesas, caminhando lado a lado do neurônio solitário, em luta constante contra o conhecimento, o bom senso e a gramática.
Se você quase morreu de vergonha alheia e riu até cair com as gafes de Lula nos últimos oito anos ou com a performance impagável de Weslian Roriz nos debates ("eu quero defender toda aquela corrupção"), prepare-se: os próximos quatro anos serão um prato cheio. Espere um desfile de atentados à lógica e à língua portuguesa, pontuados por uma procissão infindável de platitudes, solecismos e anacolutos. É Dilma, a primeira presidente do Brasil fluente em búlgaro. E só em búlgaro.
Em apenas um dia, duas cretinices. A nulidade promovida à estadista pela influência do chefe não esperou passar 24 horas após sair o resultado das urnas para comprovar que é mesmo discípula do mestre. Em 2006, no primeiro discurso após ser reeleito presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva deu uma contribuição inesquecível à mudança da geografia comercial do mundo, ao anunciar, em seu estilo costumeiro, ao lado de um embasbacado Celso Amorim, que o Mercosul a partir dali iria estender-se "da Patagônia até a Terra do Fogo", inaugurando assim a integração econômico-comercial de focas e pingüins. "Ah, mas isso é preconceito, porque ele é operário" etc. e tal. Dilma não é, nem nunca foi, operária. Agora, dirão o quê, "é preconceito, porque ela é mulher"? Então todas as mulheres dizem coisas estúpidas?
Pelo visto, vamos ter quatro longos anos pela frente. A Era da Mediocridade mal começou.
.
P.S.: Aproveito para corrigir algo que escrevi em meu último post: de certo modo, fiquei contente com a eleição da criatura do Lula. Certamente, não vai faltar assunto para este blog. Acho até que vou ter que fazer hora-extra...
2 comentários:
Bom, que você tenha então o seu farto material para seu blog.
E que os demais brasileiros tenham emprego, vida digna, salários justos, igualdade social, coisa que os governos de direita não souberam ou não puderam nos proporcionar.
Não me importo com os erros de concordância do "apedeuta" o que me importa para mim como brasileiro é ver que meu país ficou mais justo, desenvolvido, com mais oportunidades.
Concordando com o amigo anônimo anterior, apenas lhe digo que escrever ou falar bonito não atesta discernimento, inteligência ou sobriedade. Qualquer tolo pode treinar para isso. No final das contas, o que importa é o resultado daquilo que se faz para si e para os outros. Lula deu dignidade a quem jamais ousou sonhar em ter, ao contrário da elite de direita. E você, o que tem feito pelo seu país, afora demonstrar seu antagonismo infundado, medíocre e infantil com aqueles que pretendem trazer o merecido equilíbrio para nossa nação?
Postar um comentário