terça-feira, março 10, 2009

AINDA OS DEFENSORES DA BARBÁRIE - A SEDE DE SANGUE DE UM LEITOR ANARQUISTA

Portão de entrada do campo de extermínio de Auschwitz: há quem ache que um novo Holocausto faria bem para a humanidade...

O leitor anarquista que louva o terrorismo do Hamas contra Israel - na verdade, contra a humanidade - não desistiu ainda de fazer o elogio do genocídio ("Que jorrem rios de sangue" etc.). Escrevendo sobre meu texto "Cruzando a linha: mais um leitor justifica a barbárie terrorista", ele comete o seguinte comentário singelo:
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Suas considerações estão corretas, exceto no ponto que quero unicamente a destruição de Israel. Meu comentário (aqueles que tiverem a curiosidade leiam abaixo) foi em defesa do movimento e contra o Estado. Desta forma, sou contra o Irã, Brasil e futuramente o Hamas, quando este constituir um Estdo próprio. Não existe ideal algum pelo bem individual e bla bla bla sem sentido sobre a genealogia de uma moral ou um mundo idílico e melhor. O homem tem uma natureza má e através das épocas promove revoluções em pró de mudanças, sejam elas boas ou ruins. Não colocamos uma burguesia nojenta no poder através da revolução Francesa? Agora devemos derrubá-la e colocar algo diferente, que ninguém ainda tentou. Nada de comunismo ou socialismo. Apenas algo novo que derrube este estado permanente em que estamos...
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Traduzindo, o que está ai em cima é o seguinte:
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- O leitor é contra toda forma de Estado, pois é anarquista;
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- Israel é um Estado, assim como o Brasil;
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- Logo, segundo o leitor, Israel deve ser destruído.
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Mais:
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- O Hamas (e o Hezbollah, e o Irã) juraram destruir Israel;
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- Logo, as bombas e atentados dos islamofascistas contra Israel, inclusive a morte e mutilação de velhos, mulheres e crianças, é algo bom e positivo.
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Em outras palavras: segundo o, por assim dizer, raciocínio do leitor, Israel deve ser destruído, aniquilado, riscado do mapa, e sua população deve virar fertilizante - e isso é algo bom, louvável, progressista. O terrorismo fundamentalista islamita, ainda de acordo com essa visão, seria uma força revolucionária positiva, pois prepararia o terreno para novas e futuras revoluções - e assim por diante, indefinidamente, até culminar na abolição dessa instituição funesta, o Estado. Isso porque o que importa é o "movimento", que seria sempre progressista e caminharia no sentido da extinção do Estado por revoluções sucessivas, num ciclo interminável. Assim, o extermínio da população israelense, quiçá numa revolução islâmica como a que ocorreu no Irã, cumpriria uma função histórica a serviço desse ideal (o leitor admite que não "quer unicamente" a destruição de Israel - ah, bom...). Uma função libertária, portanto...
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Logo, em vez de nos indignarmos com o que o Hamas quer fazer com a população israelense, em vez de nos horrorizarmos com cada atentado com homem-bomba contra civis indefesos, deveríamos torcer para que os fanáticos islamitas atinjam seu objetivo de transformar Israel numa pilha de ossos, para futuramente nos opormos ao Hamas, "quando o Hamas constituir seu Estado" (como se o Hamas já não tivesse implantado seu Estado teocrático na Faixa de Gaza desde 2006, inicialmente por eleições e depois por meio de um banho de sangue...).
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Genial, não é mesmo? O novo Holocausto, a morte de milhões de pessoas, uma coisa positiva... Isso porque a extinção de alguns milhões de seres humanos daria lugar a "algo diferente, que ninguém nunca tentou"... O quê, exatamente? Não importa. O importante é que o "movimento" apontaria sempre na direção de um futuro radioso de Liberdade e Igualdade, onde, após muito derramamento de sangue e sofrimentos inomináveis, finalmente não haveria mais opressão e todos viveriam felizes para sempre... Afinal, se a "burguesia nojenta" tomou o poder na França em 1789, por que não o proletariado, ou o que quer que seja chamado por esse nome, não poderia também fazer sua revolução e derramar alguns milhões de litros de sangue - e sangue judeu, ainda por cima - em nome do porvir? É... Aí estão os exemplos da Alemanha nazista e da URSS de Stálin, sem falar no Irã dos aiatolás, para provar que as revoluções são mesmo o caminho para construir o paraíso na Terra... Pelo visto, o Hamas é mesmo uma força revolucionária a serviço da liberdade do homem, assim como são também o Comando Vermelho e o PCC - afinal, eles também lutam contra o Estado, não é mesmo?
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Somente uma coisa me intriga: se o distinto leitor anti-Israel e fã da Anarquia vê com tanta simpatia a luta do Hamas, por que não se engaja de cabeça nela? Fica aqui uma sugestão: para ser coerente com seu libertarianismo, o leitor deveria ir para Israel e dar sua contribuição ao "movimento", amarrando uma carga de TNT na cintura e indo pelos ares num mercado israelense lotado, gritando "Viva a Anarquia!" (ou "Viva a barbárie", dá na mesma...). Talvez ele não vá para o Paraíso deleitar-se com 72 virgens, como creem os fanáticos do Hamas, mas certamente estaria sendo coerente com seu ideal de um mundo com um Estado - e um povo - a menos... Se quiser, eu pago a passagem.
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Certa vez eu li uma definição de revolucionário que nunca esqueci. Era assim: um revolucionário é um sujeito que se acha o dono da chave da História e que está disposto a cometer o mal no presente em nome de um bem hipotético no futuro. Isso vale não só para os os totalitários, como os comunistas, os nazistas e os islamofascistas, mas também para os anarquistas, os auto-proclamados defensores da liberdade. Para todos os que querem um banho de sangue, enfim.
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O CAMINHO PARA O INFERNO ESTÁ PAVIMENTADO PELOS OSSOS E PELO SANGUE DE MILHÕES QUE PERECERAM NAS MÃOS DE QUEM PROMETEU O PARAÍSO. COMO É FÁCIL CONDUZIR, EM NOME DE UM IDEAL ABSTRATO, À OPRESSÃO, AO CRIME E AO ASSASSINATO CONCRETOS...

Um comentário:

Anônimo disse...

Engano seu! Não compartilho do ideal do Hamas. Quero que ele, como todos os seus seguidores, seja automaticamente destruído por alguma outra força maior do que ele. Talvez a India ou a China, vale até os EUA. (Que joguem uma bomba atômica naquele pedaço de terra ridículo menor que a maioria dos estados do Brasil, e que não tem nada de bom lá. É a briga mais idiota que já ouvi falar: Israel x Hamas!)

Eu homem-bomba? Nem pensar! Quero mais que a humanidade se destrua... Vou ficar só assistindo e rindo... MUITO!

(Quanto as 72 virgens, prefiro ficar com apenas 27 não-virgens do mundo terreno, que vale mais a pena!)