Não, não são militantes do PT jurando lealdade ao Guia Genial...
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Ontem, uma cena bizarra ocorreu no Parlamento do Irã. A maioria dos deputados, com os punhos cerrados e gritando slogans, pediu a morte dos líderes da oposição no país. Os parlamentares exigiram punição severa para os dissidentes que, inspirados nos exemplos da Tunísia e do Egito, vêm promovendo há alguns dias manifestações de protesto pedindo o fim da teocracia iraniana. Suas Excelências queriam o sangue dos que se opõem ao regime teocrático, a forca para os infiéis que ousam criticá-lo e pedir democracia na terra dos aiatolás.
De repente me lembrei de Marcelo Madureira.
O humorista do recém-extinto programa televisivo Casseta & Planeta é protagonista de um vídeo que circula desde o ano passado na internet. Nele, Madureira aparece no programa Manhattan Connection, do canal GNT, ao lado de Diogo Mainardi e de Lucas Mendes, falando o que pensa do ex(?)-presidente Lula da Silva. Chama-o, entre outras coisas, de vagabundo e picareta. Um caso raro, raríssimo, de artista que não se rende ao politicamente correto quando trata do chefão dos petralhas, o capo di tutti capi. Esbarrei no vídeo um dia desses, por puro acaso. Está aqui: http://www.pimentanamuqueca.com.br/2010/10/06/humorista-fala-serio-e-chama-lula-de-vagabundo-e-picareta/.
O que mais me chamou a atenção não foi o vídeo em si, mas o que dele disseram alguns comentaristas no blog que o reproduziu. Eis algumas reações:
FICO MUITO TRISTE COM UM ELEMENTO MUITO LOUCO COMO ESSE, ELE SÓ PODE TÁ DROGADO PRA FALAR ISSO DO NOSSO PRESIDENTE, (TOM)
esse sujeito não ofendeu somente ao presidente. ele ofendeu a uma nação inteira. sinto-me indignado como cidadão brasileiro. (marcelo)
Esse Marcelo Madureira é uma “caca”! (leidiqueiti)
Doente! (Vítima)
Cabe aí uma Ação Penal por lesão à honra de um Chefe de Estado. Talvez LULA, com a diplomacia que o acompanha, não queira ir por esse caminho. Mas seria interessante ver esse decadente humorista atrás das grades. Se o momento fosse outro, àquele da ditadura, esse cara não contava mais no mapa múndi. (adriano Mslarsh)
Marcelo Madureira mostra desconhecimento histórico e político. É o típico analfabeto político, falta discernimento numa pessoa dessa ao falar de forma tão deselegante e de fraca argumentação de um dos maiores líderes mundiais. (Camila)
Há muito já deixei de me espantar com o que dizem os devotos de São Luiz Inácio dos Pobres. Mas confesso que ainda sou capaz de me surpreender quando os vejo tomar as dores, com unhas, dentes e verbas oficiais, de seu ídolo. Cresci ouvindo cobras e lagartos dos presidentes brasileiros. O general Figueiredo, por exemplo, era geralmente descrito como um cavalo (e olha que estávamos em pleno regime militar!). Sarney e Collor, então, foram execrados até o desespero. Sem falar em FHC, a besta-fera dos lulo-petistas. Mas falar mal de Lula, não pode. Falar mal de Lula é coisa de "louco" e "drogado", contra quem caberia uma Ação Penal etc. Quem ele pensa que é, esse cidadão, para criticar nosso presidente, um dos maiores líderes mundiais? Ele está ofendendo uma nação inteira etc. Falar mal de Lula, não, isso não pode, é coisa muito feia, é pecado. Quem o fizer, será enforcado ou apedrejado até a morte. Liberdade de expressão? Só se for a favor.
Lula é um inimputável da política brasileira, o maior que já houve em terras tupiniquins. Durante três decadas, posou de madre superiora e de sumo-sacerdote do culto das vestais, acusando todos (os que não fossem petistas, claro) de serem um bando de pilantras e vigaristas. Ele e seu partido, o PT, especializaram-se em demolir reputações alheias enquanto construíam as suas próprias (falsas). Com isso, enganaram muita gente, que estava ansiosa por ser enganada. Não faltou a Lula a adulação babosa de grande parte da imprensa (a mesma que os petistas chamam de "mídia") e de quase 100% dos artistas e intelectuais brasileiros. Uma banda de rock dos anos 80 chegou a gravar uma música baseada numa frase dele, "Os 300 picaretas" ("Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou"... lembram?). Coberto com uma aura de messias do povo, Lula não poupava ofensas a muitos que hoje são seus amigos de infância, como José Sarney e Fernando Collor. Mal chegou à presidência, confessou publicamente que é um bravateiro. Seus oito anos no poder foram uma sucessão ininterrupta de escândalos. No apagar das luzes de seu mandato, quando achava que ninguém estava vendo, livrou a cara de um terrorista homicida e garantiu passaportes diplomáticos para uma penca de parentes e amigos, inclusive pastores malandros de uma seita dona de uma emissora. Sem trabalhar desde 1975, não estudou porque não quis. Só por isso já merecia ser chamado de vagabundo e picareta, o maior vagabundo e picareta que já ocupou a Presidência da República no Brasil. Nem cito outras pilantragens suas porque aí o texto ficaria interminável.
O Irã parece ser o país ideal para revelar a vagabundagem e a picaretagem do Filho do Barril. Em 2009, o país foi sacudido por uma onda de protestos populares contra a fraude nas eleições que garantiu a permanência de Mahmoud Ahmadinejad no poder. Os manifestantes, que pediam democracia, foram brutalmente reprimidos, e muitos foram assassinados. Lula, então presidente, deu um novo sentido a suas conhecidas metáforas futebolísticas, ao comparar os protestos a um chororô de torcedores cujo time perdeu uma partida de futebol. Não contente em avalizar a fraude, ele ainda se prestou ao papel lamentável de idiota útil da tirania iraniana, ao patrocinar um acordo fajuto para que Ahmadinejad tivesse a bomba atômica. Nas últimas semanas, dezenas de opositores ao regime iraniano que participaram dos protestos de 2009 foram enforcados. Deve ter sido porque o time deles perdeu um jogo...
O Brasil está ficando cada vez mais parecido com o Irã. Aqui, também temos os nossos pasdaran, a nossa polícia religiosa. Muitos deles vivem do dinheiro que recebem do governo para manter seus blogs com elogios a Lula e a sua criatura, Dilma Rousseff. E ai de quem se atreva a criticá-los! Será condenado à fogueira pelo tribunal petista - ou corre o risco de uma ação penal, como ameaçou um dos petralhas acima. O Irã é uma teocracia. O Brasil virou uma pelegocracia.
Há, porém, uma diferença fundamental: no Irã, ao contrário do Brasil, existe oposição. Por estas bandas, não está muito longe o dia em que os deputados erguerão os punhos e gritarão slogans, pedindo a cabeça de quem ouse falar mal do Guia Genial. Só por precaução, renovei o passaporte.
Um comentário:
Rapaz, você sempre me surpreende.
Você roda, roda e acaba voltando ao tema de que mais gosta: Lula. Como não tem recebido dos seus leitores - plural? - nenhum comentário contra seus posts sobre o "desencarnado", agora busca em outros blogs. Isso é doença.
Negócio de doido!
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