quinta-feira, fevereiro 03, 2011

UMA AULA DE “MASSINHA NÍVEL I” SOBRE HONDURAS, GOLPES, DEMOCRACIA ETC.


Um leitor que se assina como Lucas chegou atrasado ao blog. E foi logo querendo botar banca, cheio de marra. Ele escreveu o seguinte sobre meu texto RECORDANDO HONDURAS: UM LEITOR ME FAZ UM DESAFIO. E EU TOPO! (e ainda deu uma risadinha...):

Diz você no primeiro post: "Democracia e direitos humanos são valores inegociáveis".

Nossa! É um blog de um democrata, não?!

E, agora, uns artigos abaixo, vejo uma defesa do golpe em Honduras. Golpe que até mesmo os embaixadores dos EUA reconheceram ser ilegal.

Deixa eu ver se eu entendi. Um presidente legitimamente eleito é sequestrado e este presidente na tentativa de recuperar o que a Democracia lhe outorgou torna-se um "incitador de uma guerra civil"? rs

Realmente, neste blog, a defesa da democracia é inegociável... rsrs
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Fico na dúvida se Lucas leu o texto que comenta. Lá está bem claro que, se os EUA condenaram inicialmente o "golpe” de 28/06/2009, então alguma coisa está errada, porque eles voltaram atrás logo depois. Sem falar nos argumentos jurídicos, que são pífios, como mostrei.

Mas não vou mais falar no mérito jurídico da questão. Quem quiser saber o que aconteceu de fato em Honduras, é só pesquisar, há farto material neste blog. Vou apenas fazer umas perguntas para o Lucas:

- Um presidente legitimamente eleito tem o direito de convocar um referendo declaradamente ilegal e inconstitucional, e assim rasgar a Constituição de seu país?

- Um movimento que depõe um presidente que tenta fazer isso, fazendo cumprir o Artigo da Constituição que determina que quem tentar o que ele tentou perde DE IMEDIATO (imediatamente, automaticamente, na hora) o mandato, é "golpe"?

- Se a Constituição determina a perda imediata do cargo, então o que autoriza alguém a dizer que a prisão e expulsão do presidente deposto, embora ilegais, caracterizam "golpe", já que, quando ele foi preso e expulso do país, de acordo com o mesmo Artigo constitucional, não era mais presidente (perdera o cargo "de imediato")?

- Finalmente, o que é golpe: afastar, por determinacão da Suprema Corte e do Legislativo nacionais, um presidente que tentou estuprar a Lei Maior do país ou tentar passar por cima das instituições para perpetuar-se no poder?

(Uma última observação: Não basta alguém ser eleito democraticamente para garantir que seu governo será democrático. Não custa lembrar: Adolf Hitler também foi legitimamente eleito.)

Enfim, eu posso dizer que sou um democrata, porque nunca tentei violar a Constituição de meu país para me eternizar no poder. Também nunca invadi uma embaixada alheia para transformá-la em meu quartel-general, INCITANDO, SIM, À GUERRA CIVIL (os fatos estão aí para provar). Será que mané zé laia pode dizer o mesmo?
.
Entendeu, Lucas, porque faço questão de frisar que a democracia é inegociável? Não me faça desenhar para você.

Eu poderia escrever mais a respeito. Mas, provavelmente, não iria adiantar. Para que pessoas como o Lucas compreendam o que está aí em cima, seria preciso terem, antes de tudo, boa vontade. E nao existe boa vontade se não há amor pela verdade.

2 comentários:

Anônimo disse...

Como o mala aqui não vive só de críticas, vamos ao que você mais gosta: história.
Trabalho para uma estatal do governo de Angola desde 2002. Já morei em Luanda durante 2 anos. Cheguei lá, pela primeira vez, logo após a morte do principal opositor ao governo: Jonas Savimbi.
Você poderia falar um pouco sobre a guerra civil que se instalou desde a independência, em 1975? Poderia falar do apoio que a UNITA recebeu de determinados países? Sim, sobre o MPLA também.
Gostaria de conhecer a visão de um professor de história.
Obrigado.

Anônimo disse...

PROFESSRO GUSTAVO, ESTA CRIATURA É UM HOMOSSEXUAL QUE ADOTA VÁRIOS NICKS E QUE RECEBE GRANA DO GOVERNO EM PROJETOS CULTURAIS
CONHEÇO-O PELO ESTILO

É IGNORANTE- IMBECIL- INCULTO