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Este é um blog assumidamente do contra. Contra a burrice, a acomodação, o conformismo, o infantilismo, a ingenuidade, a abobalhação e a estupidez que ameaçam tomar conta do País e do Mundo. Seja livre. Seja do contra. - "A ingenuidade é uma forma de insanidade" (Graham Greene)
O Anglo é uma escola particular, onde estudam os filhos da classe média. De lá sairão alguns futuros advogados e profissionais liberais do Brasil, inclusive professores. Pergunto: se é assim numa escola cara como o Anglo, em que supostamente existe algum tipo de controle de qualidade do que seus professores dizem na sala de aula, o que dizer do que acontece nas escolas da rede pública espalhadas por esse Brasil de Lula e companhia?
Esse é um retrato da educação brasileira.
Quem me chamou a atenção para esse detalhe foi o ex-analista da CIA Brian Latell, em um livro recentemente publicado no Brasil (Cuba sem Fidel, Editora Novo Conceito, 2008). Eu recomendo o livro. É uma das análises mais profundas que eu já li sobre a personalidade do tirano e de seu hermanito Raúl, que o sucedeu na chefia da castradura cubana. Latell, que foi analista da CIA para Cuba durante 30 anos (nossa, agente da CIA?! Pois é. Ao contrário do que pensam os esquerdóides, para quem só vale o ponto de vista a favor da ditadura cubana, isso, a meu ver, credencia-o para falar sobre a tirania castrista), vai fundo no estudo das motivações psicológicas do assassino em série. Quando analisa a infância e adolescência de Fidel, por exemplo, ele lembra que ele detestava filmes de faroeste e considerava o maior astro do western, John Wayne, uma figura ridícula. Sabem por quê?
O melhor vem agora. Fidel não gostava de faroestes por ter um gosto artístico refinado, ou por se solidarizar com os índios americanos, geralmente retratados de forma caricatural nesses filmes. Nada disso. Ele desprezava esse tipo de filme e os caubóis de Hollywood por um motivo, digamos, mais profundo, mais psicológico e pessoal: seus heróis sempre foram outros. Eram, para ser mais exato, figuras históricas como Napoleão, Júlio César e Alexandre, o Grande. Perto deles, figuras como John Wayne ou Gary Cooper pareciam, para o jovem Fidel, meros canastrões.
Jamais Fidel se sentiu atraído por representantes da democracia liberal, ou pelos instrumentos democráticos. Sua atração por líderes autoritários, seu pendor para a violência e a tirania, são traços marcantes de sua personalidade, em todos os momentos de sua vida. Nisso, o futuro ditador se mostrou, desde o início, bastante eclético ideologicamente. O livro de Latell recorda alguns fatos que, certamente, muitos dos admiradores esquerdistas de Fidel prefeririam ver esquecidos, ou desconhecem completamente: o que diria um Frei Betto, por exemplo, diante da revelação de que seu ídolo maior era um admirador entusiasmado do ditador Francisco Franco, da Espanha, ou que mantinha sempre à mão um livro com os discursos de Mussolini e de Hitler? A motivação essencial de Fidel, sua razão fundamental, sempre foi o poder. Nada menos que o poder. Poder absoluto.
Latell também se debruça sobre a personalidade de Raúl Castro. Ao contrário de Fidel, ele sempre se contentou com uma posição secundária. Raúl sempre se submeteu às decisões do irmão, que jamais foram contestadas. E uma das decisões que o ditador cubano se impõs é a confrontação com os EUA. A retórica antiamericana, afirma Latell, é uma verdadeira religião para Fidel e para o regime de Havana, que é totalmente dominado por um só homem. Daí porque a esperança de muitos analistas de que Cuba se torne, um dia, uma democracia sob a égide dos irmãos Castro é uma fantasia. Enquanto a sombra de Fidel pairar sobre a sociedade cubana, jamais a ilha se renconciliará com os EUA. Tudo isso por causa da megalomania narcisística de alguém que sempre se achou o Napoleão do Caribe, o Alexandre da América Latina.
Enfim, recomendo o livro de Brian Latell para quem quiser se aprofundar na história e na realidade do regime cubano e seu principal líder. É leitura bastante instrutiva, principalmente para a multidão de idiotas úteis e inúteis que insistem em enxergar no idoso ditador barbudo um "humanista", um líder do Terceiro Mundo inimigo do "imperialismo" e preocupado com o bem-estar de seu povo. Estes, certamente, vão ter uma surpresa nada agradável.
Quem observa a quantidade de cabeças pensantes que - exatamente por serem pensantes - deixam de lado o papo-furado esquerdóide e despertam para a vida pode imaginar que a influência e penetração das idéias de esquerda é exagerada. É justamente o contrário. A cada dia que passa, o esquerdismo implanta mais fundo sua ditadura mental. Basta ver a ressaca que costuma acompanhar o porre homérico esquerdista (do qual muitos jamais conseguem se livrar, permanecendo em constante estado de embriaguez ideológica). Com raras exceções, aqueles que se desiludem com as teses de esquerda entram em profunda depressão, quando não mergulham num relativismo absoluto, numa espécie de niilismo burro e na recusa à própria racionalidade. Alguns se convertem a alguma dessas religiões exóticas, em geral orientais, trocando um ópio por outro. Muitos se entregam ao que se chamava antigamente de "desbunde", enveredando por um caminho de vazio existencial e autodestruição regado a drogas, sexo e roquenrol. Aqui e ali, um estoura os miolos ou se joga nos trilhos do trem. Isso demonstra o peso que as idéias de esquerda têm, mesmo entre os que as abandonam. É como se a vida não tivesse nenhum sentido fora da militância. Esse desespero, que deveria ser na verdade alegria pela descoberta da verdade, apenas comprova a eficácia e a penetração das idéias esquerdistas, que agem no cérebro humano como um verdadeiro estupefaciente. Não raro muitos que se desencantam são acometidos de crises de abstinência, retornando ao ponto de onde haviam decidido parar, em constante estado de delirius tremis: é preciso "restaurar a pureza" dos ideais originais, supostamente corrompidos pelo contato com a realidade capitalista e a sede de poder de alguns indivíduos etc. etc.... Persistindo no auto-engano, crêem mesmo que a culpa da crise ideológica é do "sistema", do próprio capitalismo, jamais das idéias esquerdistas. Uma vez inoculado o vírus, é extremamente difícil curar-se totalmente. Daí o trauma que é geralmente desvincular-se das ilusões de esquerda.
Não é muito difícil constatar essa realidade. Faça um teste. Pergunte a si mesmo se você já teve um professor que não defendesse idéias esquerdistas. Vá mais adiante, e procure em sua memória o nome de algum professor seu que se dissesse, por outro lado, abertamente conservador ou de direita. Se você tem mais de trinta anos, é grande a probabilidade de você ter deparado com um número elevado de professores que pertencem à primeira categoria, e nenhum à segunda. Vá mais além e busque no google o nome de um - apenas um! - renomado intelectual brasileiro (filósofo, historiador, economista, sociólogo, cientista político, ou mesmo poeta ou romancista) que tenha defendido com argumentos sólidos as ações do Governo Bush no Afeganistão e no Iraque depois de 11 de setembro de 2001, ou mesmo qualquer ação da política externa norte-americana, antes ou depois dos atentados. Com a exceção do Olavo de Carvalho, do Reinaldo Azevedo e do Diogo Mainardi, além de alguns blogueiros como este que escreve estas linhas, não há ninguém, pelo menos não que eu saiba. Já fiz até um desafio: dêem-me o nome de um, apenas um, e eu mudo o nome do blog, e quem o fizer terá o direito de rebatizá-lo com o nome que quiser. Até agora, ninguém se habilitou.
O discurso esquerdista já invadiu todos os aspectos da vida social, e até mesmo pessoal, incrustando-se e dominando qualquer setor da sociedade. Nem mesmo os debates sobre futebol e as conversas mais corriqueiras estão livres da retórica vitimista e "pobrista". Verificamos isso todos os dias, sobretudo após 2003, mas esse é um processo muito mais antigo. O mais curioso é que não se trata de algo coerente, muito pelo contrário: são justamente suas ambigüidades e incoerências, sua falta elementar de consistência lógica, o que permite e garante o predomínio desse discurso hegemônico. Não se trata de simples erro lógico, o que poderia ser corrigido com um pouco de honestidade intelectual, mas de uma estratégia consciente, articulada, que visa a promover a confusão nos cérebros dos indivíduos e garantir a hegemonia cultural e ideológica da sociedade, ao mesmo tempo em que se convence os setores liberais de que não há razões para desconfiar da sinceridade dos esquerdistas quanto ao compromisso destes com a democracia e com a economia de mercado. Para perceber as dimensões dessa farsa colossal, basta prestar um pouco de atenção às seguintes características comuns a todos os agrupamentos de esquerda:
Arrotam compromisso com a cultura e a educação, mas babam por um presidente da República que faz da própria ignorância um eficiente instrumento de propaganda política;
Cultuam o "popular", mas omitem que esse culto resulta de uma visão elitista de intelectuais que acreditam poder moldar o gosto estético e até o idioma da população de acordo com sua visão de mundo totalitária;
"Liberal" (ou "neoliberal"), para eles, é um anátema; "conservador", então, é um palavrão; já "socialista" e "comunista" são títulos dos mais honrosos e dignos de reverência;
Consideram os EUA a maior ameaça à paz e a segurança no mundo - mesmo que os EUA sejam hoje a maior barreira ao avanço do terrorismo fundamentalista islâmico;
Condenam o lucro como um pecado, e consideram a distribuição de renda a virtude máxima - mas não têm o mesmo pudor em enriquecer às custas do erário público, nem se importam se não houver o que distribuir, como em Cuba;
Em nome dos mais pobres, são críticos da globalização, que têm beneficiado principalmente os mais pobres do mundo;
Defendem cotas para negros nas universidades e no serviço público em geral, em nome da luta contra o racismo, instituindo, assim, o próprio racismo como política de Estado;
Afirmam ser contra qualquer forma de discriminação por raça, etnia, sexo ou religião, mas defendem tratamento diferenciado para quem for apanhado cometendo crimes, desde que seja negro, mulher ou homossexual;
Falam em pluralidade de idéias, mas defendem a idéia de que um partido, agrupamento ou organização são mais sábios do que o conjunto da sociedade, a quem desejam "guiar";