quarta-feira, agosto 01, 2007

A CULPA É DO GOVERNO


Começou o jogo de empurra. As investigações sobre a tragédia do avião da TAM em Congonhas, um desastre há muito anunciado, viraram um espetáculo grotesco em que todos os envolvidos só querem fazer uma coisa: tirar o seu da reta. O "top, top, top" de Marco Aurélio Garcia deu o tom do que será visto nos próximos dias, semanas e meses: um festival de pilantragem, com os culpados tratando a todo custo de esconder sua culpa, misturando às suas desculpas esfarrapadas uma dose de sentimentalismo barato, vertendo lágrimas de crocodilo pelos quase 200 brasileiros que perderam a vida por causa da incompetência e da irresponsabilidade oficial, que agora tentam de todo jeito disfarçar.

Engana-se quem acha que da CPI do Apagão Aéreo ou de qualquer outra instância oficial sairá a verdade sobre o trágico acidente. Ninguém ali está interessado em apurar responsabilidades, em definir a culpa de quem quer que seja, em saber a verdade. A verdade está na cara, só não vê quem não quer.

De quem é a culpa?

A culpa é da TAM, que já deu mostras suficientes de sua irresponsabilidade movida à ganância, fazendo overbooking de suas passagens aéreas e descuidando da manutenção de suas aeronaves, entre outras práticas ilícitas.

A culpa é da ANAC, aparelhada pelo atual (des) governo lulista com companheiros mais interessados em suas relações perigosas com as empresas aéreas - entre as quais a TAM - do que com a segurança dos vôos ou das pistas.

A culpa é da INFRAERO, que, sob a batuta lulista, despejou milhões em reformas que incluíram a transformação dos aeroportos em verdadeiros shopping-centers, mas não se preocupou em colocar as ranhuras nas pistas ou em aumentá-las, dotando-as, por exemplo, de uma área de escape.

Finalmente, A CULPA É DO GOVERNO, que permitiu toda essa bandalheira, literalmente debaixo de suas barbas, e que, depois da morte de 200 pessoas, ainda tripudia das vítimas, regozijando-se, com gestos obscenos, com a notícia de que tudo pode ter sido causado por um defeito no reverso do avião ou por erro do piloto (o que, mesmo sendo verdade, não elimina sua responsabilidade principal pelo ocorrido). Ainda por cima, condecorando (!) o pessoal da ANAC, por seus supostos - para não dizer inexistentes - serviços prestados à aviação brasileira.

Não se espere, portanto, que alguém seja punido, que alguém venha a ser responsabilizado por mais esse crime. Sim, crime! Pois não se pode dar outro nome ao resultado totalmente evitável da negligência do Estado, que gerou a atual crise aérea, a qual já dura mais de dez meses. Só pode ser criminosa a omissão governamental diante da situação insustentável criada pelos controladores aéreos, assim como é digno de um Al Capone o deboche demonstrado por um Marco Aurelio Garcia ou uma Marta Suplicy. O governo é culpado, no mínimo, de assassinato. No caso, nem sequer de homicídio culposo, aquele sem intenção de matar, pois um governo que se acumplicia com as empresas aéreas e deixa de fazer o necessário para evitar o que ocorreu em Congonhas não pode alegar em sua defesa que agia sem a consciência da fatalidade de seus atos.

É esta a verdade, a pura e simples verdade, meus senhores e minhas senhoras. O Brasil está entregue a um bando de larápios e assassinos, a criminosos que, embalados por um delírio ideológico, por um anacronismo idiota, só querem salvar a própria cara, enquanto o povo, a classe média, a classe nem tão média, enfim, a população que se dane! Ou relaxe e goze, como disse cinicamente Titia Marta. Mas não esperem que nada disso apareça no relatório final da atual CPI do Congresso. Não esperem ver Lula, MAG ou quem quer que seja aparecendo na TV pedindo desculpas às famílias das vítimas e ao povo brasileiro, como faria qualquer funcionário do governo num país decente. Lula e seus comparsas já estão blindados contra tais inconvenientes, não fazendo outra coisa senão rir da cara dos trouxas que os elegeram e fugir de qualquer responsabilidade para preservar sua imagem. Deputados, governo e TAM já estão mancomunados, como sempre estiveram, para que no final tudo dê em nada: uma gigantesca pizza aérea. Com gosto de sangue.

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