quinta-feira, abril 05, 2012

OS FARSANTES DE LÁ E OS DE CÁ




Esta eu catei no blog do Augusto Nunes. Mostra à perfeição como se tratam farsantes em alguns lugares e na terra dos lulas e das dilmas.  Em alguns lugares, um presidente renuncia por ter plagiado uma tese de doutorado.  Por estas bandas, fantasiam passado e presente, plagiam até política econômica - e ainda são louvados por isso. É como diz aquela frase: "cada país tem os vigaristas que merece". 
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02/04/2012
Direto ao Ponto

A renúncia do presidente húngaro, os doutores malandros e a grande tabelinha entre Celso Arnaldo e Deonísio da Silva

A aula-relâmpago de Deonísio da Silva sobre a renúncia do presidente húngaro e os doutores malandros foi enriquecida com um comentário do jornalista Celso Arnaldo Araújo que merece reprodução neste espaço. Acompanhem a tabelinha entre os dois craques. (AN)

Deonísio, meu caro

Lembrança irrepreensível, na forma e na oportunidade, como sempre. Com que então um magiar que nunca tínhamos visto mais gordo ou menos douto, dá uma lição de Ph.D (o D aqui não de Doctor, mas de Decência) em gente nossa que só bota banca de doutor?

O plágio do presidente húngaro ocorreu há 20 anos e, convenhamos, não é grave o suficiente para induzir suicídio, nem na época nem tão tardiamente — mesmo porque, sabe sobre o que versava a tese? A história dos Jogos Olímpicos. No entanto, o presidente Pál Schmitt (nome estranho para um húngaro, não?) preferiu a renúncia a assistir, segundo ele, à divisão do país.

Sim, o país estava eticamente dividido ─ por causa de uma tese de doutorado sobre os Jogos Olímpicos defendida há 20 anos por um homem que, numa carreira aparentemente lisa e reta, chegou a presidente há dois anos e que, também ao que parece, exercia suas funções (menores, num regime parlamentarista como o húngaro) com razoável dignidade.

Aqui, a vergonhosa defesa de tese do atual ministro da Educação não deixou ninguém vermelho – os examinadores não renunciaram nem ao almoço daquele dia depois de referendar, com louvor, a tese encomiástica de Mercadante. Foi, digamos assim, uma tesinha — sem o menor tesão acadêmico. Uma jogada pra torcida — no caso, a banca amestrada — que valeu o título. A rigor, não foi uma defesa de tese, mas uma tese de defesa do governo Lula, por um de seus áulicos.

Tudo bem. Aloízio Mercadante hoje é, de fato e de direito, Professor Doutor. Nada há a fazer. Se plagiou, plagiou a mediocridade de si mesmo. Mas o sacrifício do presidente húngaro, caro Deonísio, me obriga a revolver o caso do falso doutorado da presidente Dilma.

Lembra você? O título constava de seu currículo oficial e, numa entrevista que deu ao Roda Viva ainda candidata, ouviu o apresentador desfilar seus atributos acadêmicos e ela nem piscou ao saber-se detentora de “doutorado em Economia pela Unicamp”.

Mais tarde, descobriram que o doutorado curricular de Dilma só existia no mundo do trem-bala. E tudo ficou por isso mesmo. Mas, a meu ver, o caso dela é mais grave que o do imolado Pál que, bem ou mal, escreveu fisicamente uma tese e compareceu à presença de uma banca. Talvez não tivesse percebido o alcance de seu plágio. Talvez estivesse com pressa de terminar o trabalho. Há vários “talvez” nessa história de 20 anos atrás.

Pois Dilma, é certo, não defendeu tese alguma — de sua lavra ou de outrem. Simplesmente inventou-a, ou permitiu que a inventassem, bem como seu efeito prático, o doutorado, que ganhou vida numa única folha de papel. Isso não soa familiar? Coisas desse governo que só existem no papel ofício? Conhece alguma?

O fato é: a presidente Dilma só não é doutora hoje porque descobriram que ela não é doutora. Simples assim.

Mas confesso, Deonísio: no fundo eu gostaria que Dilma tivesse concluído seus estudos e defendido o título que nunca defendeu e nunca teve. E como eu gostaria de fazer parte da banca examinadora! Seria um momento histórico: examinar uma economista, no momento de almejar o mais alto grau da hierarquia acadêmica, que expressa muita dificuldade em defender a tese de uma única ideia.

Há, inclusive entre os colaboradores desta coluna, confrontados diariamente com o dilmês, quem duvide de seu próprio diploma universitário em língua portuguesa – e reivindique sindicâncias a respeito. Não chego a tanto. Conheço, e você também, médicos, engenheiros, jornalistas e até professores que não sabem escrever um recado de duas linhas.

Se bem que, presidente, é a primeira…

Abraço

Celso Arnaldo

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